The Cure

By userJayKay

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Louis tinha uma fobia desde criança que não lhe permitia cantar. Depois de seus pais tentarem mas não consegu... More

Prólogo
Pousada Sullivan
Oh how I wish
Styles
The voice
Don't go there
Missing
About cats and friendship
New
Duet
Take Me Home
Kiss You
Cheshire
Trust
Long Story
It's still you
Art Class
Can you...?
Second Chance
Best Friends
Close
Sensation
You make me strong
Help
Reward
I like
Date
I win
My Cure

Not Bad

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By userJayKay

Bem, acho que esse era um dos caps esperados (um dos ok?), espero que o resultado tenha ficado bom para todos! Eu não queria a coisa clichê então não sei se ficou muito surreal...Me digam rs 


Ah, estamos muito perto do final agora. Bem perto...


Enjoy!

------------------------------

Louis acordou com os pais brigando de novo. Ele sentiu raiva daquilo. Primeiro que eles poderiam simplesmente conversar e pronto, segundo que eles podiam acordar as meninas! Ele verificou que Lottie continuava dormindo e eram somente sete da manhã.

Saiu do quarto rumo ao banheiro e ouviu mais nitidamente as vozes dos pais. Mesmo motivo: contas, dinheiro, dividas. Motivos fúteis na opinião de Louis. Ele precisava conseguir se apresentar para eles. Talvez não fizesse dinheiro aparecer magicamente, mas quem sabe aliviaria as tensões? Ele contava com isso.

Ao voltar do banheiro Louis fechou a porta do quarto dos pais com força e deu uma espiada para dentro do quarto das gêmeas e Fizzy que dormiam tranquilamente. Suspirou aliviado e rumou para a cozinha onde a mesa já estava posta – provavelmente os pais já tinham tomado café da manhã. Se sentou e começava a passar manteiga na torrada quando sua mãe chegou a cozinha.

- É cedo, querido! – ela sorriu enquanto ia para a pia atrás dele.

- Vocês me acordaram. – respondeu carrancudo.

Jay parou de mexer nas xícaras que estavam na pia.

- As coisas estão difíceis, Louis. Às vezes nós dois perdemos o rumo...

- Mãe, faz sei lá, semanas que vocês estão nisso. Semanas.

Ela ia responder, mas nesse momento Mark chegou na cozinha arrumado para o trabalho.

- Bom dia Louis! – ele disfarçou o nervosismo com animação. – Quer que lhe traga algo da rua quando eu voltar?

Louis deu bom dia e dispensou qualquer coisa que Mark pudesse trazer. Este deu um "até mais tarde" para Jay sem encará-la e foi embora rapidamente.

- Bom, Louis... – ela se sentou ao lado dele.

- Mãe, olha, eu sei qual é o problema, mas as meninas ficam assustadas tá? Vocês podiam conversar!

- Nós tentamos mas...

- Não quero que as minhas irmãs passem pela mesma coisa que eu passei.

Os dois se encararam e após alguns segundos Jay concordou com um aceno. Era duro saber que seu filho de dezesseis anos era mais sensato que você. Ela despejou chá na xícara a frente dele, sem dizer mais nada.

As meninas acordaram por volta das nove horas. Primeiro as gêmeas – Louis achava bizarro que as duas sempre acordassem no mesmo horário, ele suspeitava que quem acordava primeiro, cutucava a outra – depois Lottie e mais tarde Fizzy, que assim como Louis sempre dormia mais do que todo mundo.

Jay passou a manhã fazendo mais pulseiras artesanais para vender na lojinha da pousada e quando olhava para Louis sorria fracamente. Ele podia dizer que ela estava cansada da situação também. Ela e Mark nunca brigavam. Em doze anos de casamento, Louis nunca tinha visto brigas entre eles, só pequenas discussões como qual padaria fazia o melhor pãozinho ou porque Fizzy ia tão mal em biologia. Coisas assim. Nada de gritar ou Jay quase comparando Mark com Troy, o pai de Louis.

Após o almoço, ele esperou dar o horário do ensaio – duas da tarde – assistindo um filme com as gêmeas. De manhã eles tinham assistido uns programas infantis com músicas grudentas e agora assistiam Meu Malvado Favorito, que era um desenho bem legal na opinião de Louis. Sua cabeça, no entanto, estava longe dali tanto pelo sono de ter acordado tão cedo quanto por sua situação com Harry.

Ele sabia que o encontro de ontem tinha mexido com sua cabeça e o beijo que trocaram mais ainda. Obedecer seu corpo era difícil, não era como se ele tivesse uma garota ali e tudo funcionava como naqueles filmes proibidos que ele e Stan surrupiavam do primo mais velho do amigo ou coisas que podiam ser vistas na internet – quem podia culpar Louis, ele tinha só dezesseis anos! – era outro cara. Não que estivesse mesmo pensando em... Talvez um dia, não agora. Céus, só estava muito inseguro quanto aquilo. Haviam tido um amasso e ele já estava pirando!

Por sorte tinha tido uma boa ideia, mas mesmo pensar nisso tudo era estranho. Não havia pensado que queria beijar Harry antes do primeiro beijo dos dois rolar, pensar além era coisa demais. 

Então ele ligara para Zayn. Era o melhor a se fazer. Não sabia se Liam diria algo se ele perguntasse, então Zayn era a melhor opção já que era menos encanado. Fora difícil dizer a ele que queria alguma direção do que fazer caso acontecesse, não era um assunto que achava que um dia conversaria com alguém. Zayn havia lhe contado o básico: mais ou menos como era, a dificuldade da primeira vez e principalmente o quanto era bom no final das contas. Zayn parecia falar de um jeito apaixonado até e Louis achou engraçado. A conversa durou longos minutos e talvez ele até contasse um dia para Harry, se as coisas fossem bem.

Quando o filme que assistia com as gêmeas terminou, eram pouco mais de uma da tarde e Louis colocou os tênis e foi para o restaurante vazio àquela hora. Sentou-se na beira do palco e deitou ali, seus olhos mais pesados conforme os minutos passavam. Percebeu que tinha cochilado por alguns instantes quando fechou os olhos e no momento seguinte os abriu ao sentir seus lábios serem pressionados por outros lábios. Claro que ele sabia quem era.

Harry estava debruçado ao lado de Louis. Os braços sustentando o tronco e as pernas suspensas no ar. O mais velho prontamente correspondeu ao beijo carinhoso de bom grado.

- Boa tarde, você. – Louis falou assim que o beijo se partiu, com um sorriso.

- Boa tarde! Porque a preguiça? Eu demorei? – Harry verificou as horas no celular ao colocar os pés no chão, ficando de frente para Louis.

- Não, não. Acordei cedo porque meus pais estavam brigando de novo.

- Puxa Lou... – Harry se lembrava bem da sensação.

- É. Mas as meninas não ouviram, então menos mal, certo? – ele sorriu.

Harry sorriu com ele e Louis lhe roubou um selinho antes de se colocar em pé no palco. O mais novo subiu também e verificou a caixa de microfones. Pegou dois e deu um para Louis que o observava pensativo.

- Exercícios de respiração primeiro.

O mais velho já conseguia não rir dos exercícios, estava bem mais relaxado sem contar que ganhava um selinho a cada série bem sucedida.

Após alguns minutos os dois se sentaram no banco do piano, folhas com nomes de músicas que Harry havia imprimido em mãos.

- Duetos Harry, eu quero um dueto! – Louis teimava.

- Mas Lou, você vai cantar pra sua família, não acho que eu deveria...

- Ei ei! – ele o interrompeu. – Eu preciso de você comigo ok? Eu não consigo sem você.

Harry ia sorrir, mas se controlou.

- Eu vou estar lá, mas o dia vai ser seu, eu não quero ficar atrapa...

Louis inclinou a cabeça para encaixar os lábios nos dele iniciando um beijo calmo e rápido. Harry não teve nem tempo de tocá-lo.

- Fica quieto, Cupcake. Não tem ninguém nesse mundo que eu teria mais prazer em dividir esse dia. Além do que, se você não estiver do meu lado, tenho certeza que não consigo. Você me dá força. Você e sua recompensa.

Ambos sorriram antes de trocar um selinho.

- É do meu irmão que você gosta?

Quase caíram do banco ao ouvir a voz de Lottie. Ela estava parada na porta com a expressão mais chocada que Louis já tinha visto em seu rosto. Parecia até mesmo mais pálida.

Louis se levantou de supetão e os papéis com as músicas que estavam em seu colo foram ao chão. Harry olhou para ele sem saber o que dizer ou o que fazer.

- Lottie...olha... – o mais velho começou.

- Você é gay? – a voz dela soava baixa e contida. Seus olhos passavam do irmão para Harry e eles não sabiam para quem fora a pergunta.

Trocaram um olhar rapidamente. Podiam dizer que eram? Harry com certeza nunca olhou para um garoto e teve vontade de beijá-lo até aquilo com Louis – o que quer que fosse aquilo fosse. Louis nunca duvidou de sua sexualidade, ainda mais tendo namorado Hanna. Isso fazia deles homossexuais?

Afinal qual era exatamente a definição do dicionário? "Uma pessoa que se sente atraída pelo mesmo sexo"? Porque nenhum dos dois se sentia realmente atraído pelo mesmo sexo. Harry gostava de Louis. Louis gostava de Harry. Eram duas pessoas que se gostavam, porque tinha que ter um rotulo? 

O que responder para Lottie?

- Não exatamente... – Louis passou as mãos no cabelo, nervoso.

- Mas... – Lottie agora tinha uma expressão indagativa, embora continuasse pálida como uma folha de papel.

- Ouve Lottie. – o irmão caminhou até a beira do palco, mas não tinha certeza se deveria chegar perto dela. – Eu e Harry, a gente...

- Era do seu irmão que eu tava falando sim. – Harry sentenciou se levantando. – É dele que eu gosto. Mas eu não sei se sou gay e não acho que eu deveria ficar pensando nessa questão. Certo?

 A pergunta tinha sido para Louis que estava agora voltado em sua direção.

- Certo. – os dois sorriram. – Eu também gosto dele. Também não sei se sou gay e isso não importa... O que me importa agora é o que você tá pensando...

Lottie ficou em silêncio. Louis tentou ler a expressão dela: rosto pálido, lábios comprimidos, olhos arregalados e... marejados?

- Eu sabia! Sabia! – ela começou a falar alto de repente. Parecia brava agora e gesticulava muito. – Vocês sempre rindo por nada e...e...você ficava reclamando que eu falava muito dele, mas fala muito mais! E mesmo que você saísse com todos os seus amigos novos, sempre só citava o nome dele! E...a Fizzy me falou, ela me falou enquanto a gente pintava as unhas que era mais bonito vocês juntos do que o Harry comigo! Ela sabia também!

O tom dela era acusatório. Louis nunca tinha ouvido aquele tom vindo dela. Agora era ele quem estava chocado.

Harry queria sorrir com o que ela dizia. Gemma já tinha reclamando fazia tempo, mesmo antes de eles começarem a ficar, que Harry falava de Louis demais, que passava agora mais tempo na pousada do que em casa, mas nunca deu atenção. Ela também não ficava muito em casa oras! Saber que Louis também era tão empolgado em relação a si lhe dava uma sensação quente no peito, mas não podia sorrir. Lottie estava obviamente alterada.

- Então... – Louis tentou falar em um tom ameno para acalmá-la. – O que você tá pensando é que...era óbvio? E que você tá brava porque você sabia e...

- Eu sabia, mas não sabia! – ela continuava zangada. – Você não me contou e você sabia que eu... – ela encarou Harry e se sentiu sem graça. - ...que eu gostava dele! Você rou...

- Lottie, desculpa. – Harry resolveu se manifestar. – Desde o começo eu não... não é que eu não goste de você, você é legal e dedicada, sério. Mas das duas vezes que você tentou me beijar...

- Duas?! – Louis se voltou para ele novamente.

- É, duas... – ele deu uma pequena risada. – Enfim, das duas vezes eu achei que tinha ficado claro que eu não queria... Da primeira vez eu me afastei e o Zayn chegou e na segunda eu te falei.

Ele não queria soar grosseiro com ela, mas era meio óbvio que não ia rolar nada desde sempre ou não deu os sinais corretos? Era bom que ela soubesse que ele nunca fora propriedade dela para Louis tê-lo roubado como ia dizer.

- Mas o meu irmão?! Isso é tão...- ela olhou de um para o outro. – estranho.

Louis passou as mãos nos cabelos nervoso, novamente. A questão agora era: o quão Lottie estava brava. Ela contaria para os pais? Por mais que não fizesse sentido ficar cheia de drama porque Harry acabara de dizer o quanto a tinha evitado, ainda era sua irmã mais nova e ele não gostaria de ter que brigar com ela em um momento em que os próprios pais já estavam jogando tensão para todo lado.

- Eu não saberia como te contar também, Lottie. Achei que depois da segunda tentativa frustrada de beijo sua...

- Ah meu deus! Você sabe disso?! – ela olhou acusatória para Harry.

- Eu VI ok? Eu entrei em casa e vocês não me viram, mas eu vi tudo! Sem contar que, pelo amor Lottie, você tem treze anos, não é como se fosse morrer por não perder o BV com ele.

- LOUIS! – ela colocou as mãos no rosto envergonhada. Não queria que Harry soubesse que ela nunca tinha beijado ninguém.

- Oras! – Louis deu de ombros. Se sentou na beira do palco a fim de ficar da mesma altura que ela e assim encará-la nos olhos. – Charlotte, eu não sei nem como isso tudo aconteceu, mas aconteceu. Eu não quero que você fique chateada. Papai e mamãe já brigam demais, não quero que a gente brigue...

Ela descobriu os olhos e o encarou entre os dedos. Olhou pra Harry de soslaio.

- Eu não acredito que você é gay ou não...ou...bom, eu não acredito! Isso tudo é tão...meu deus! Eu não sei o que pensar!!

Harry mordeu os lábios.

- Desculpe? – ele falou incerto. Louis sorriu.

- Ela não tá brava, tá chocada só, né? – ele tirou as mãos da irmã do rosto embora ela tenha resistido por alguns segundos, orgulhosa.

- Eu tô brava com você, Louis! – ela deu um tapa no braço dele e ele falou um "ai" fingido. – Isso é tão, tão. Eu não sei! Meu deus! Eu que queria...

Louis riu. Lottie arregalou os olhos de novo e deu outro tapa no braço dele. Harry sorriu largamente embora não achasse que ele deveria rir em uma situação como aquela.

- Seu cunhado não está disponível para aluguel.

- Cunhado? – Harry e Lottie falaram ao mesmo tempo espantados.

Louis parou de rir e ficou sem graça.

- Não, é... – limpou a garganta. – Você não vai contar para os nossos pais, né Lottie?

- Que eu tenho um cunhado apesar de nenhuma das minhas irmãs estar namorando?

- Oras... não é como...ele não... – Louis se atrapalhou. Tinha chamado Harry daquilo totalmente sem pensar.

- Você seria minha cunhada favorita! – Harry brincou se sentando ao lado de Louis.

Lottie sorriu incerta. Estava chocada e brava sim, mas ela ia falar o que para os olhos verdes lindos de Harry? Sua vontade era bater o pé e não falar com Louis por um bom tempo. Era bem frustrante e um tanto humilhante!

- Não vou contar... – ela se deu por vencida, expressão séria. – Mas ainda tô brava com você, Louis! E nossa, eu só vou acreditar nisso amanhã ou sei lá, nossa!

- Ok, ok. Pode ficar com a minha sobremesa hoje no jantar. – ele apertou uma das bochechas dela, ao que Lottie mostrou a língua e fechou a expressão mais ainda.

- Obrigado, Lottie! – Harry se inclinou e lhe deu um beijo na bochecha.

Finalmente um sorriso se formou nos lábios da menina.

- Posso falar pras minhas amigas que a gente se beijou? Você tira uma foto comigo depois? – os olhos dela brilharam. Hora de tirar alguma vantagem. 

- Ham... Claro. Tudo bem! – Harry sorriu.

Louis virou os olhos pra cena.

- Obrigada! – ela deu um pequeno pulo. – E eu só vou falar com você amanhã, Louis. Talvez. Eu só vim aqui mesmo porque mamãe disse que é pra você estar em casa quando papai chegar do trabalho, precisamos comprar os livros pra escola. Tia Megan vai pagar.

Ela saiu se fingindo mais brava do que estava e dando tchau somente para Harry. Ele acenou contente que não tinha acontecido um escândalo ou que tudo tivesse ficado esquisito ao ponto de ele e Louis terem que se afastar.

- Então, parece que você faz sucesso com os Tomlinson, ham?

Louis brincou o cutucando com o cotovelo.

- Para! – Harry riu. – Eu... deveria falar pra Gemma que ela tem um cunhado também ou...?

Eles se encararam nervosos.

- Você quer que a Gemma tenha um cunhado? – Louis se aproximou mais dele.

Harry engoliu seco. Pensou um pouco: ele gostava de Louis, gostava de beijar Louis e quem arrisca não petisca, não era assim que sua mãe dizia?

- Sim...

Louis sorriu e o beijou novamente. Harry se deixou levar fechando os olhos instantaneamente.

Quem diria que ser pego no flagra por uma garota beijando o irmão dela teria um resultado tão bom?

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