Na segunda-feira, meu delicioso chefe me acompanhou ao médico. Eu disse que não precisava, mas ele insistiu. Insistiu também para que eu passasse com o ginecologista que atendia sua família há anos. Ele comentou que o Dr. Flávio era de confiança, pois cuidava da mãe e da sua irmã desde sempre, e havia feito, inclusive, o parto de sua sobrinha.
Entrei na sala do médico com Carlos na minha cola. Eles se cumprimentaram e nos sentamos. Eu contei sobre o meu atraso e comentei que costumava ter ciclos irregulares.
O Dr. Flávio perguntou sobre minha idade, quando foi minha primeira menstruação, se mantinha atividade sexual frequente, nessa parte notei que Carlos ficou corado, e anotou o que eu ia dizendo no computador.
— Qual foi a data da sua última menstruação?
— A data exata eu não sei, mas faz mais de 50 dias e eu nunca atrasei tanto...
— Usa anticoncepcional?
— Não, eu... estava esperando a menstruação descer para eu começar.
— Faz sexo seguro?
Carlos arqueou uma sobrancelha.
— Normalmente sim, mas já aconteceu de não usarmos preservativo. — Sabendo aonde ele queria chegar, me adiantei. — Eu fiz o teste de farmácia, deu negativo para gravidez.
— Certo, vamos até a outra sala. Faremos um ultrassom e se eu não encontrar nada, pedirei alguns exames de sangue, está bem?
— Ultrassom? — perguntei me sentindo incomodada.
— Sim, se tiver cistos em seu ovário que possam estar influenciando em seu ciclo, já saberei.
Segui com ele e Carlos veio atrás.
O médico colocou um pouco daquele gel gelado em minha barriga e começou a passar a ponteira enquanto olhava o monitor.
Com um semblante compenetrado, ele parou, clicou no mouse, digitou alguma coisa, continuou passando, parou, digitou outra coisa e então retirou a ponteira e me deu várias folhas de papel para eu me limpar.
Então ele deu um sorrisinho. Aquilo estava me deixando ansiosa e, pelo visto, Carlos também, porque vi que ele ficava trocando o peso do corpo de um pé para o outro.
— E então? Tenho cistos ou algo assim? — perguntei apreensiva, sentando-me na maca.
— Parece que você tem um cisto de 5 semanas e meia — disse o Dr. Flávio.
Não entendi, achei que cistos eram medidos por tamanho e não por semanas.
Então o médico mostrou o monitor e apontou o dedo.
— Estão vendo essa manchinha branca aqui? Este é o cisto de vocês.
Nosso? Como assim, nosso?
— Parabéns, você está grávida — completou o Dr. Flávio com um sorriso.
Arregalei meus olhos ainda sem acreditar naquelas palavras.
— Como assim? Eu fiz o teste, deu negativo! — exclamei.
— Quando se faz o teste muito no começo, é possível ele dar um falso negativo — explicou o médico.
Puta que o pariu número nove! Grávida? Eu?
Olhei para o monitor novamente e senti meu estômago gelar enquanto eu olhava fixamente para a tal manchinha. Virei-me, então, para Carlos e ele estava branco como uma folha de papel. Achei que ia cair duro ali.
— Carlos? — chamei preocupada.
Para o meu espanto, vi lágrimas escorrerem por sua face. Ele me olhou e se aproximou, me puxando para um abraço enquanto escondia o rosto em meus cabelos.
Abracei-o também e mal percebi quando o médico saiu da sala.
— Carlos... — murmurei entre seus braços. — Como vai ser isso?
— Vai ser como tem que ser, minha Lena...
— Mas... meu trabalho, eu mal comecei, ainda estou em experiência...
— Você está brincando, né? — Ele me olhou com um sorriso enquanto ainda chorava. — Acha que vou te mandar embora?
— Não..., mas... — Eu não estava conseguindo pensar direito. Antes meu único objetivo era consolidar minha carreira, agora eu ia ter um filho... Meu coração batia rápido e eu senti medo de não conseguir dar conta.
— Você se lembra do que eu disse quando conversamos sobre isso uma vez? — perguntou Carlos, depositando um beijo em minha testa.
Mordi o lábio, eu me lembrava, mais ou menos, eu não me lembrava nem do meu sobrenome naquela hora.
— Não quero que se preocupe com a sua carreira. Eu prometo, Lena, que você terá todo o apoio do mundo, tanto na empresa quanto em casa. Esse bebê é meu também e irei criá-lo junto com você. Não pense que vou deixar você levar toda a carga. Sei que não é tão simples criar uma criança, mas conseguiremos juntos, meu amor, eu e você. Juntos, entendeu? — Ele encostou a testa na minha e voltou a chorar.
Nos abraçamos mais uma vez. Um sentimento quente tomou conta do meu peito e eu senti ali todo o potencial do amor.
Amor... Sim, era isso o que eu sentia. Amor por Carlos e por aquele serzinho que acabamos de descobrir em meu ventre. Um amor que nasceu da atração física pelo meu vizinho gostoso, que virou uma paixão vulcânica pelo meu chefe delícia e que, em meio a uma mágoa, descobri ser um sentimento muito maior do que eu pensava.
— Casa comigo? — falou Carlos de repente, ainda sem me largar.
Levantei minha cabeça para olhá-lo e sorri
— Você sabe que nos conhecemos não faz dois meses, né?
— Pois, para mim, parece que eu te conheço a vida inteira... — Ele ficou me olhando por alguns segundos e vi que estava com medo da minha resposta. — Me responde, Lena...
Sorri e, sentindo cócegas na barriga, aproximei-me do ouvido dele.
— Caso — sussurrei.
Ele me levantou da maca com uma exclamação de alegria e me girou pela sala. Eu gargalhei.
— Eu te amo, minha pequena. Amo tudo em você, amo cada pedacinho seu, amo seu sorriso, sua voz, o seu jeito. Eu te amo com todo o meu coração e vou te amar a minha vida inteira — falou Carlos emocionado.
— Eu também te amo... — respondi fazendo-lhe um carinho no rosto.
Com um sorriso lindo estampado na face, ele colou sua boca na minha e nos beijamos ali mesmo no consultório. Um beijo quente e apaixonado. Um beijo que selaria um amor lindo, sólido e feliz. Um amor que nos levou ao altar em menos de dois meses e que nos deu de presente um lindo menino.
O primeiro de pelo menos três, nas minhas contas, claro...
🤰👶
❣ FIM ❣
Amores, espero muito que tenham gostado da história de Lena e Carlos!
😍🧡
Muito obrigada pela leitura! 💕
Beijos no coração!
❤
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⚜ Face: Chris Prado