#1 - Capítulo 7 💔

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Acordei péssima, com dor de cabeça, enjoada e com o bendito sol batendo na minha cara, já que eu tinha me esquecido de fechar as persianas da sala. Pelo menos era sábado e eu não teria que me preocupar com olhos inchados ou ressaca. Fui até o banheiro e tomei um longo banho. Após chorar tanto, eu me sentia seca, sem vida, sem vontade de nada.

O pior é que eu não tinha porra nenhuma para fazer naquele sábado. Vesti um biquini, coloquei um vestido por cima e fui para a piscina do condomínio. Não era uma piscina grande, mas dava para pegar um solzinho. Acabei cochilando ali em uma das cadeiras.

Acordei com uma mão sobre o meu braço.

— Você está ficando vermelha — disse Carlos ao meu lado.

Congelei por um momento e então me sentei. Felizmente, eu estava de óculos escuros, que escondiam um pouco meu abatimento e meu estado de espírito. Meu vizinho estava lindo e cheiroso, como sempre, vestindo uma camisa polo branca e uma bermuda cáqui.

Não respondi ou falei qualquer palavra. Apenas fechei a cara e tomei um pouco de água da garrafinha que havia trazido. Carlos também estava de óculos escuros, então eu não fazia ideia de como era o seu olhar.

— Podemos conversar? — ele disse.

Meu estômago deu um nó e senti meu coração acelerar, em um misto de frustração, mágoa e angústia. Já prevendo o que viria, inspirei fundo.

— O que quer, Carlos?

— Me explicar.

Dei um sorriso torto.

— Não precisa. Não sei se quero ouvir explicações, na verdade. Você não me deve nada. Tivemos um caso, foi bom e acabou. Ponto. Não quero saber dos seus motivos, não me interessa. — Minha voz saiu amarga.

— Acabou, ponto? É assim? — ele pareceu desapontado.

Quase ri.

— E é como, então? — indaguei. — O que quer de mim, Carlos? Que eu fique escutando de você como sua ex voltou e reconquistou seu coração? Quer me falar sobre a noite que passou com ela? Quer me contar sobre como foi o sexo? — Eu já podia sentir meus olhos arderem novamente. — Foi bom, Carlos?

Ele abaixou a cabeça, encarando o chão.

— Foi péssimo...

Naquele momento meu mundo parou. Pouco me importava se tinha sido bom ou ruim. O fato de ele me confirmar que tinham transado foi como se tivesse enfiado uma faca no meu peito.

Peguei minhas coisas de qualquer jeito e saí dali, quase correndo. Coloquei meu vestido no meio do caminho e não olhei para trás. Escutei ele me chamar, mas não me virei e, graças a Deus, ele também não veio atrás de mim.

Entrei no meu apartamento querendo quebrar alguma coisa, mas me segurei. Não era rica para ficar destruindo coisas que eu teria que comprar novamente depois.

Coloquei meus óculos e minha água sobre o balcão e levei minhas mãos à cabeça, com vontade de puxar os meus cabelos. Caminhei até o meio da sala inquieta, agoniada, com o peito em chamas e o coração despedaçado. Como é que podia, um caso de poucas semanas e sem grandes pretensões, me fazer tanto estrago?

Levei as duas mãos à boca, eu queria gritar, espernear, xingar, amaldiçoar, mas nem isso saía, era como se eu tivesse um bolo na minha garganta, me sufocando.

Após alguns minutos, escutei uma batida na porta. Não precisava ser adivinho para saber que era Carlos. Não respondi. Não queria atendê-lo, não queria ver a cara dele. Ele bateu de novo e chamou. Eu queria gritar para ele ir embora e não me procurar mais, mas preferi me fingir de morta e permaneci em silêncio, olhando para a porta e com o corpo travado de raiva.

Vizinhos:  contos eróticos - DEGUSTAÇÃO Where stories live. Discover now