Abri a porta devagar a trancando , e tirei os saltos segurando eles enquanto andava na ponta dos pés pra subir a escada.
- não brincou mesmo quando disse que conhecia os garotos do time - a voz rouca do Evan me faz da um pulo de susto e me viro notando ele sair da cozinha com um copo de suco.
- oque faz acordado ? - o encarei e ele ri me mostrando o suco.
- pensei que tinham alugado um apartamento - digo descendo a escada.
- vamos deixar tudo pronto amanhã - ele diz e eu encaro o sofá com meu edredon e meu travesseiro.
- droga - resmungo colocando o salto num canto.
- já disse , fica com a cama - ele diz e eu nego.
- estou bem - minto.
- quem é o cara ? - ele pergunta e eu me viro pra ele.
- estava me vigiando ?
- não - ele diz e eu reviro os olhos.
- é o Léo. Capitão do time.
- o chefe dos marica - ele diz e eu o encaro , ele sabia ser irritante.
- não tem oque fazer ? - pergunto e ele se aproxima.
- agora sei que ele é mais marica ainda do que pensei - ele diz próximo de mim e eu molho os lábios.
- e por que sabe disso ? - pergunto séria.
- sinto o cheiro do perfume barato dele em você - ele diz rouco e firme e eu não consigo nem responder , ou mandar logo ele ir a merda.
- boa noite Emma - ele diz colocando o copo de suco na mesa e sobe a escada sem dizer mais nada e eu reviro os olhos sem paciência , eu só queria dormir.
[…]
já que eu estava dormindo na sala , naquele domingo tive que acordar antes das 8 já que minha mãe ia pra missa , e a luz de fora não me deixava mais dormir , bati na porta da mona e ela não quis abrir com certeza me odiava bem mais que antes , pela minha saída com o Léo.
então fui obrigada a bater na porta do Evan.
- Evan , acorda - digo esmurrando a porta e ele abre com um olhar nada bom.
- que porra você quer a essa hora Emma ? - ele pergunta bem mais rouco do que o normal.
- tem como dormir com seu amigo ? preciso dormir e no sofá não dá.
- que horas são ? - ele pergunta.
- sete - digo enrolada em meu edredon e ele me encara com raiva.
- porra Emma - ele diz e eu entro em seu quarto indo direto pra sua cama , me deitando lá sem dizer mais nada e só vejo ele pegar o edredon e sair do quarto e eu aproveito pra dormir.
[…]
Quando acordei já sentia o cheiro do almoço , e sabia que era a comida da minha mãe , olhei em volta me lembrando do quarto do Evan e sentei na cama por alguns segundos , e me levantei indo até a janela abrindo a cortina notando o sol lá fora , e assim que peguei o edredon pra sair do quarto tropecei na bolsa dele caindo no chão.
- ai - sinto a dor no meu pé e me sento passando a mão nele notando que tinha batido em algo , puxo a bolsa dele pra cama e me afasto de uma vez ao ver aquela arma prateada.
pisco algumas vezes , e engulo seco encarando a bolsa e a fecho de uma vez voltando ela pro lugar e puxo meu edredon saindo dali de vez , e vou pro meu quarto notando que o Thomas não estava mais ali , jogo o edredon sobre o tapete e coloco a mão na boca ainda assustada.
O Evan tinha uma arma guardada na mala ?
tomo banho e visto uma roupa e desço ouvindo as vozes de ramona e minha mãe , e ao descer vejo que só tava as duas em casa.
- até quem fim - minha mãe diz animada - como foi o encontro ?
- foi uma festa mãe - digo e logo Ramona pega sua bolsa saindo de casa.
- chegou tarde que eu percebi - minha mãe diz me olhando.
- ele me trouxe viva - brinco pegando um pedaço de peixe frito.
- como ele foi ?
- rápido - penso alto e ela me encara - digo , ele me trouxe rápido quando eu pedi.
- Emma - ela me repreende - transou com ele ?
- mãe - digo quase engasgando com o peixe.
- eu tenho o direito de saber , se preveniu ? - ela se aproxima.
- por favor para - resmungo.
- você ainda é muito nova Emma , eu já te disse sobre sexo , sobre os riscos - ela começa a falar e eu nego.
- mãe nos previnimos ok ? - digo séria - agora chega desse assunto. Meu Deus.
- ainda iremos falar disso - ela diz e eu saio da cozinha pegando meu celular na mesinha da sala olhando as mil mensagens da Scar.
respondo que estou bem e que a saída foi boa e me sento pensativa , o Léo não me mandou nada. Eu sei que não devia esperar por mensagens e nem ligações , mas que seria legal ler algo depois de ontem.
- filha ? - minha mãe me chama e eu olho pra ela.
- sim ?
- seu irmão se muda hoje , já pode voltar pra sua cama - ela diz e eu fecho os olhos agradecida.
- aleluia.
ela ri e volta pra cozinha , guardo o celular no bolso e subo a escada indo pro quarto procurando pela minha apostila , me joguei na cama e fiquei revendo algumas coisas. Mas quando vi estava mordendo a unha pensativa , me lembrando de ontem no lago e também da conversa com o Evan ontem a noite. Ele deve pensar que sou uma verdadeira maria chuteira. Mas logo a arma em sua bolsa me faz criar um monte de teoria na cabeça.
[...]
espero eles chegarem e fico sentada no sofá eu precisava falar com ele antes de falar com a minha mãe.
- tem tudo que precisam ? - minha mãe pergunta ao thomas e ao evan.
- sim senhora - Evan diz sorrindo e eu o olho de canto e ele percebe que eu queria dizer algo e subo a escada esperando ele enfrente ao quarto dele , e como ele não era nada bobo , não demora a subir.
- vai mesmo se mudar pro apartamento ? - pergunto e ele concorda sem entender.
- vai poder voltar pro seu quarto - ele diz e eu concordo.
- sim - sorrio fraco - ajudei você a fazer a mala , espero que goste.
- oque ? - ele pergunta e eu sorrio abrindo a porta e ele encara sua mala cheia na cama.
- tinha muita roupa espalhada , quis ajudar - digo e ele molha os lábios concordando.
- apenas colocou as roupas ? - ele pergunta sério.
- e tirei algumas coisas - digo séria e ele franze o cenho.
- como oque ? - ele me encara.
- me diz você - digo e ele ri negando e coça seu queixo , e da passos até mim me fazendo continuar firme encarando seus olhos , sua mão passa por mim fechando a porta e sinto um pouco de medo do olhar dele.
- acho melhor você mesma me dizer - ele diz e eu engulo seco.
- por que tem uma arma Evan ? - pergunto e ele continua próximo.
- por que tem que ser sempre curiosa demais ? - ele diz entre dentes.
- eu não mexi na suas coisas tá ? eu tropecei - explico e ele ri.
- sai do meu quarto - ele diz se virando e eu franzo o cenho.
- não me respondeu ainda - digo e ele não diz nada - vou ser obrigada a dizer pro papai.
- papai ? - ele me encara - ele não é seu pai Emma , acorda caralho.
ele diz num tom alto e eu encaro seu rosto.
- se está com raiva é por que tem algo muito errado com você - digo e ele me segura me encostando na porta.
- acha que tem algo de errado comigo ? - ele pergunta rouco.
- está me assustando - digo baixo sentindo a respiração dele no meu rosto.
- se falar pro meu pai , acho melhor começar a consolar ele por me ver ir embora novamente - ele diz se afastando e eu engulo seco , ele abre a porta e continua me encarando e eu saio depressa do seu quarto.
entro no meu e bato aporta sentindo meu coração bater bem mais rápido que o normal , e por um momento ele conseguiu me assustar.