O Garoto da Torre

By matt_escritor635

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Raul em breve fará 18 anos, e o máximo que ele conhece são as paredes frias de seu apartamento, sem quase nun... More

PRÓLOGO
Capítulo 01: O Garoto-da-Torre
Capítulo 02: Alguém na Colina-das-Libélulas
Capítulo 03: Cicatrizes que nunca Curam
Capítulo 04: Chamado para Ir Além
Capitulo 05: Segredos e mais Segredos
Capítulo 06: Bibidi-Bobidi
Capítulo 07: Feliz Aniversário!
Capítulo 8: Lembre-se de Quem Você É
Capítulo 09: Mateus 6:28
Capítulo 11: Mostre-me Quem Você É!
Capítulo 12: Vou Sair do Seu Espelho
Capítulo 13: Rumo ao Desconhecido
Capítulo 14: Sim, Capitã!
Capitulo 15: Todos a Bordo!
Capítulo 16: Pai VS Tutor
Capítulo 17: Novas Estrelas
Capítulo 18: Tudo como num Sonho
Capítulo 19: Agora ou Nunca
Capítulo 20: Fazer o que é Melhor

Capítulo 10: Quando Tudo Desmorona

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By matt_escritor635

Naquela manhã de sábado, Raúl foi acordado bem cedo pelo belo cheiro de seu café da manhã preferido de aniversário: pão com geleia de framboesa, iogurte de morango e uma bela caneca de chá mate quentinha.

O cheiro rondou o apartamento, desde a cozinha até o quarto do garoto, fazendo com que ele despertasse e voasse até a origem daquele aroma matinal.

Ao chegar na cozinha, não achou ninguém. O café da manhã estava servido e tinha um mini ventilador ligado ao lado dele.

Era tudo uma armação.

“Ué, se o Evandro não levantou, quem será que fez isso aqui?”

Uma sombra foi se aproximando lenta e silenciosamente atrás de de Raúl. Quando ele foi se virar para trás, já era tarde de mais.

- HAAAAAA! Te peguei meu mulequinho! – a sombra falou enquanto o agarrava e fazia cócegas.

- Hahahahahaha!!... Para Evandro... Hahahahahaha!!!... Faz cócegas.

- Feliz aniversário Pequeno Principe! – o tutor deu um abraço apertado no pupilo, depois beijou sua testa.

- Valeu Evandro. Mas eu já falei que não gosto que me chame assim, hehehe.

- Quando era pequenino você gostava. – ele disse com uma vozinha de bebê e uma carinha de triste, para provocar Raúl.

- Quando eu era pequeno. Agora tenho 18 anos, quero ser chamado de outra forma.

- Como então?

- Majestade! – bradou Raúl, numa pose altiva, como se fosse um governante.

- Hahahahahaha – o tutor caiu na gargalhada.

- O que foi? Eu não entendi a graça. Em alguns países, nessa idade, eu já seria rei, hahahahah. – ele falou fingindo colocar uma coroa imaginária na cabeça.

Ao ouvir essa parte, Evandro se calou.

- Aconteceu alguma coisa Evandro? - o jovem percebeu que Evandro mudou bruscamente de expressão - Ficou sério,  de repente.

- Não, está tudo bem Raúl. – ele fez a melhor cara  que conseguiu, mas Raúl não engoliu essa, só fingiu que sim. – Agora tome o seu café, hoje eu tenho uma surpresa para você.

- Jura? – o Garoto-da-Torre ficou animado – o que é?

- Se eu contar não será mais surpresa. Agora coma o seu café... Ah, quase esqueci, eu tenho uma notícia muito boa!

- Meu Deus, quantas notícias boas kkk

- Eu fui promovido no trabalho – disse Evandro, todo contente.

- Que incrível! – comemorou Raúl – Qual cargo você tem agora?

- Antes eu era assistente de criação dos jogos, agora sou CRIADOR de jogos! Meu salário subiu 50%.

- Uhuuuuuul! Temos bastante motivos para comemorar hoje – Raúl disse em alegria.

Aquele dia passou depressa, os dois passaram muitas horas juntos. Depois de um tempo, já era quase de noite, Evandro foi até o seu quarto e pegou um embrulho que estava lá. O levou para a sala.

- Feliz aniversário, querido pupilo! – ele disse enquanto entregava o presente.

Raúl agradeceu, mas não fez cerimônia, tratou logo de abrir.

- MEU DEUS!!! É um jogo Kingdom Hearts!! UOOOOOOOOOOU!!!! Muito obrigado Evandro, eu tava querendo esse jogo há séculos.

O Garoto-da-Torre foi correndo dar um abraço de agradecimento, que foi retribuído com muito amor.

Depois que o êxtase pelo jogo passou, ele respirou fundo e tomou coragem para fazer um pedido ao tutor.

- Evandro, eu queria falar com você sobre uma coisa.

- Muito bem, o que você deseja?

- Já faz um tempo que eu tô querendo te pedir isso. Já que eu já sou maior de idade, tenho 18 anos, eu queria poder sair desse apart....

- Raúl, filho, quantas vezes eu vou ter que te dizer? Você não precisa sair, aqui tem tudo o que você precisa para poder viver. – Evandro interrompeu o menino.

- Eu entendo, mas se você ao menos soubesse... - ele tentou falar, mas foi cortado outra vez

- Eu sei de tudo o que é preciso pra saber o melhor pra você. Aqui vc está a salvo

- A salvo de quê? De quem? – Raúl indagou, indignado.

- O mundo lá fora é cruel, qualquer sinal de felicidade que ele encontra, ele destrói. – Evandro já estava ficando sem paciência – As pessoas não vão exitar em te esmagar como puderem.

- Eu sei que isso não é verdade, nem todos são assim como você disse. – Raúl disse isso pensando em Liam. - Existem aquelas pessoas que são boas e que vão me ajudar lá fora...

- Raul chega!

- Exatamente, já chega! Eu já estou cansado de viver assim, fechado, sem amigos, completamente sozinho, como se fosse um prisioneiro. Você está me escondendo alguma coisa, dá pra ver na sua cara!...

- É sério garoto, para com isso. – Evandro estava com tolerância zero.

- Será que tem a ver com aquilo que você esconde no seu quarto? DO QUÊ VOCÊ TEM TANTO MEDO? – essa foi a gota d’água.

- AGORA JÁ CHEGA RAÚL! VOCÊ - NÃO - VAI - SAIR - DESSE - APARTAMENTO - NUNCA!!!!

O Garoto-da-Torre ficou em choque, a única coisa que seu cérebro conseguiu processar foi o comando das pernas, pois saiu correndo dali para o seu quarto. Nem se importou em deixar o seu novo jogo para trás, ou Evandro.

Na sua fortaleza da solidão, Raúl se encolheu debaixo das cobertas e começou a chorar. Ele tentou se lembrar do baile da noite passada, para ver se animava, mas não deu certo. Nem, olhar para as luzes da Dublin noturna ele quis.

Eis que acontece o estopim.

*    *    *    *    *    *    *    *    *    *

Aquele fim de semana foi um silêncio total, da parte de Raúl e da parte de Evandro. Se os dois trocaram 3 palavrinhas, foi muito. Evandro até tentou uma aproximação, levando o jogo novo até o quarto do pupilo, mas o garoto não quis papo.

A segunda-feira chegou sombria para o pequeno príncipe. Ele fez questão de acordar mais tarde para não se encontrar com Evandro no café da manhã.

Enquanto fazia suas tarefas, ele falava consigo mesmo.

- Então é isso aí, nunca vou sair daqui – suspirou ele – Vou ficar aqui para sempre. Eu, mim e eu mesmo.

As coisas não eram mais como antes. Antes o Garoto-da-Torre sabia que não sairia de lá, mas ainda não conhecia o gosto da liberdade, da interação com outras pessoas. Agora ele conhecia, já tinha experimentado, e queria mais.

- 🎶 Certas vezes acho que não me escutam, certas vezes me escutam sem ouvir, certas vezes ouvem, mas não me entendem, eu não consigo me expremir. 🎶

O tempo passava mais rápido quando Raúl cantava.

- 🎶 O que eu ouço eles não estão dizendo, e acham que eu disse o que eu não quis dizer. É melhor gritar, nos desintentendo, ou o certo é emudecer? Será que há um outro jeito mais tranquilo de explicar? Vale a pena eu tentar me expressar? 🎶

Num piscar de olhos já tinha organizado a casa toda.

- 🎶 Eu te ouço, tu me ouves, é a voz do Coração. Eu te entendo, tu me entendes, clara é a intenção. Com perdão e gentileza, haverá a união. Bastará sentir e ouvir o coração!🎶

🎶... e ouvir o Co-ra-ção! 🎶

- GAROTO-DA-TORRE!!!!

Ele ouviu Liam chamar no terreno, nos fundos do prédio.

Aquilo foi um alívio para Raúl, conversar com seu único amigo era tudo o que ele precisava.

Assim que Liam subiu, cumprimentou o amigo.

- E aí? Qual é a boa? – Liam perguntou.

- Nada não, tudo normal! – Raúl fez sua melhor cara de descontraído, mas ele não podia mentir, seu olhar falava por si só.

- Hahaha! Raúl, você é uma graça. Você não pode me enganar, me conta o que houve de verdade.

- É o Evandro! – disse ele suspirando e sentando na cama.

- O que ele fez?

- Nos últimos dias ele anda muito estranho, misterioso, nervoso...

- E é por isso que parece que você chorou o fim de semana inteiro? – Liam, num impulso, pegou na mão dele e olhou fundo em seus olhos – Conta desde no começo, eu te ajudo, prometo!

Raúl sorriu.

- Tudo começou no meu aniversário, no sábado. O dia até que começou bem e tals, até ganhei um jogo novo que eu queria muito, mas o problema veio de noite. Eu questionei o por quê de eu não poder sair dessa torre, ele deu a mesma desculpa de sempre. Eu questionei mais uma vez e ele explodiu. Disse que eu nunca vou sair desse lugar. – ele baixou a cabeça.

- Amigo, você já é maior do idade, esse Evandro precisa te dar alguma explicação. Até onde eu sei, legalmente, ele não tem mais nenhum poder sobre ti. Mas eu entendo o porquê de você não dizer nada por enquanto. Eu também estou com esse tipo de problema em casa, com o meu pai.

- O que aconteceu Liam?

- Ele não gosta do meu jeito de ser. Sei lá, acho que o meu pai não me aceita. – disse o garoto loiro.

- Por que ele não aceitaria você?

- Era justamente sobre isso que eu queria falar com você. Raúl, eu não fui totalmente sincero com você. Eu não quero mais mentir. Eu...

- Espera aí! – interrompeu Raúl, tendo um estalo em sua mente – O segredo do Evandro. Está no quarto dele. A porta está aberta, podemos ir até lá saber o que é!

Liam fez uma cara de preocupação.

- Tem certeza disso? Você não sabe o que pode acontecer depois, o que você vai encontrar lá. Se estiver certo de que é isso que você quer, eu irei com você, com certeza.

- Liam, eu preciso, não posso viver com essa angústia.

Liam assentiu. Os dois seguiram pelo corredor até o quarto de Evandro. Entraram.

O Quarto do tutor de Raúl não era muito convidativo. Uns tons de cinza, preto e marrom escuro. A claridade era bem pouca, vinda das frestas de uma janela fechada. Pelo menos tudo estava arrumadinho, nada fora do seu lugar.

- O que estamos procurando? – perguntou um curioso Liam.

- Lembra quando nos conhecemos? – perguntou o Garoto-da-Torre, enquanto andava pelo quarto, procurando alguma coisa.

- Sim, o que tem? – respondeu Liam.

- Naquela noite, estávamos jantando, eu e Evandro. Do nada, ele saiu da mesa, com uma cara triste e preocupada, diretamente para o seu quarto... Eu fiquei sozinho na mesa... Eu já estava farto de ficar sozinho. Então vim até o quarto dele para falar tudo o que eu sentia.

- E o que aconteceu depois? – Liam estava procurando com os olhos em toda parte do quarto, em busca de algo fora do comum, pois certamente seria aquilo que estavam procurando.

- Ouvi ele falando sozinho. Com umas fotos e documentos. Ele dizia coisas estranhas, como se as fotos pudessem responder alguma coisa. Ele falava de mim para elas. Depois as guardou dentro de uma caixa, nela tinha um símbolo estranho, mas muito familiar.

- Então temos que achar essa caixa – concluiu Liam.

Eles passaram alguns minutos procurando, até que Raúl encontrou uma porta secreta embaixo da escrivaninha imensa do quarto de Evandro. Lá havia uma única caixa. Madeira legítima de carvalho, grandiosamente esculpida. Em seu centro, havia um brasão do principado de Mônaco, não que Raúl ou Liam soubessem disso ainda.

- Olhe, Liam, achei!

Os dois ficaram olhando para ela, com uma tentação insuportável de abrir. Foi quando Liam prestou atenção no símbolo. Ele já tinha visto algo parecido antes.

Ele teve um estalo em sua mente.

- Amigo, tira a camisa.

- Como é? – Raúl perguntou, confuso.

- Só tira a camisa, confia em mim!

Raul fez o que Liam disse, tirou a camiseta preta que estava usando, mostrando que, apesar de não sair de casa, ocupava seu tempo malhando também.

Era difícil, mas Liam tentou ao máximo se concentrar.

- Raúl, lembra da primeira vez que eu vim ao seu apê? Quando eu entrei no seu quarto, te vi dormindo e vi essa marca em seu peito. – Liam apontou para a marca.

- Evandro disse que é minha marca de nascença.

- Ela é idêntica a da caixa! – exclamou Liam, dando a caixa para Raúl.

O Garoto-da-Torre pegou a caixa e comparou os dois símbolos. – É verdade, mas como pode ser??

- O que será que tem aí dentro?

- Não sei, mas só há um jeito de descobrir

O pequeno príncipe estava prestes a abrir a caixa, quando Liam o interrompeu.

- ESPERA!!

- Aii, que susto. Não grita! Estou aqui do seu lado.

- Você está ciente de que, se você abrir, talvez possa encontrar coisas que não queira encontrar e que haverá consequências, sejam elas boas ou ruins?

Raúl assentiu com a cabeça.

- E mesmo assim deseja continuar?

- Sim Liam, já tive medo muito tempo da minha vida. Chegou a hora de ir mais além.

- Muito bem, então abra a caixa.

Ele abriu.

O que os dois meninos acharam era impressionante e muito confuso ao mesmo tempo: fotos, revistas, documentos, artigos de jornais velhos.

Raúl, então, pegou uma foto onde estavam duas pessoas se casando. Era um casamento imenso, cheio de luxo, na frente de um castelo. Dava para ver que eram um tipo de rei e rainha. O que o assustou foi o fato deles serem as mesmas pessoas que estavam no seu sonho.

- Meu Deus! – Raúl colocou a mão na frente da boca, completamente assustado. Havia mais fotos dos dois, uma delas com um bebê. Também era o bebê do sonho do Garoto-da-Torre. O coração dele estava acelerado.

- Raúl, olha só isso! - Liam pegou uma matéria de um jornal antigo – “21 de Dezembro de 1998”. “Atentado em Mônaco: Rebeldes Assumem o Trono de Mônaco, após morte da Família Real.” – o jovem moreno foi correndo para o lado de Liam, para ler a matéria. – “Mônaco está em luto. O batizado do príncipe recém nascido Raúl nesse sábado (19) acaba em tragédia. Suas Altezas Sereníssimas, Príncipe Brandon e Princesa Odette, morreram. Ainda não foi encontrado o corpo do Herdeiro Aparente, Príncipe Raúl. Uma sobrevivente do atentado relata que S.A.S Princesa Odette caiu, ainda com vida, ao seu lado e, em seus últimos momentos disse: 'Ele está vivo...Ele vai voltar'. Os rebeldes, líderes do atentado, assumem o trono e pretendem instaurar uma ditadura em breve. Ainda não se tem notícias do Conselheiro Real...”

- EVANDRO!? – O Garoto-da-Torre interrompeu a narração de Liam.

Então Raúl focou transtornado. Ele se levantou e cambaleava de costas pelo quarto, esbarrando nas coisas, deixando elas caírem e algumas se quabravam. Sua cabeça fervilhava, com imensos flashes, ele se lembrava do sonho que teve há duas noites. Imagens surgiam em sua mente, misturadas a narração de Liam.

- Raúl, calma! – Liam tentava acalmar o amigo. Foi quando ele se apoiou na parede, com lágrimas escorrendo em seus olhos, em silêncio.

Liam foi correndo até ele, o segurou pelos ombros e olhou diretamente nos olhos.

- Raúl... Calma... Ok? Vamos resolver isso. Certamente tem uma explicação razoável para tudo isso que a gente encontrou.

- Eu acabei de descobrir que o meu sonho era real Liam, você não percebe?

- Qual sonho?

- O sonho... com o batizado... o bebê... os rebeldes.... Eu já ia te contar sobre ele... Eu era aquele bebê... Meus pais morreram... Eu sou o príncipe de Mônaco!

- Raúl, você está me assustando. Respira fundo, se acalma!

Num impulso, Raúl abraçou Liam, como nunca na vida tinha abraçado alguém. – Me tira daqui, tira daqui, por favor! – Raúl clamava baixinho.

Liam entrou em choque. Ele não esperava isso. Um montão de sentimentos estavam borbulhando dentro dele. Ele foi se acostumando com o abraço e o retribuiu. Ao sentir o corpo de Raúl encostado no seu, uma parte sua não queria soltá-lo nunca mais. Mas ele sabia o que precisava ser feito.

- Vem, você precisa sentar. – disse Liam, apoiando o braço de Raúl em si mesmo, por medo dele cair.

Eles estavam no quarto do Garoto-da-Torre, que vestiu a camisa novamente, pela frente fria que vinha da janela. Liam tinha preparado uma água com açúcar e deu para o amigo se acalmar.

- Já está mais calmo, amigo?

- Já – Raúl suspirou.

- Agora me explica, que sonho é esse que você disse que teve?

Raúl explicou tim-tim por tim-tim, o sonho que ele teve sobre sua infância. Liam se surpreendeu, ao ver que o sonho batia exatamente com os anúncios do jornal. Ele até pesquisou na internet para ver se não eram artigos falsos. No fim, concluiu que tudo aquilo era verdade.

Liam voltou ao quarto de Evandro e pegou os documentos que estavam lá: Certidão de Casamento, do príncipe e da princesa, Certidão de Nascimento de Raúl, e algumas fotos da família, e voltou ao quarto do Garoto-da-Torre.

- Pelo que dá para ver aqui, amigo, é tudo verdade. Como se sente?

- Não consigo acreditar que o Evandro mentiu para mim a vida toda. Agora eu entendo o porquê dele não me deixar sair do casa, ele não queria que ninguém descobrisse quem eu sou. Como ele pôde sequestrar um bebê?

- Calma aí Raúl. Não foi bem assim. Eu acho que o Evandro só fez o que fez porque te ama. Ele podia ter fugido sozinho daquele atentado, mas ele voltou e te tirou de lá. Se você tivesse ficado, teria morrido junto com o outros.

Raúl ainda estava meio desconcertado com tudo aquilo. O seu mundo todo desmoronou em poucas horas.

- Nesse ponto você até pode ter razão, mas ele podia ter me contado. Quem ama não mente, não esconde nada da outra pessoa, ainda que vá machucar. Sempre devemos contar a VERDADE.

Nesse momento o coração de Liam apertou. Ele só conseguia pensar naquilo que ele queria contar para Raúl, ele queria falar toda a verdade para o amigo. Mas aquele não era o melhor momento, ele tinha que ajudar o Garoto-da-Torre.

- Bem, o que você pretende fazer agora? Vai falar com Evandro? – perguntou a Raúl.

- Não. Não posso confiar nele, ele mentiria de novo.

- E que outra opção você tem?

Raúl pensou sobre essa pergunta. Ele tinha outra opção. Arriscada, incerta, perigosa, mas, ainda assim, outra opção. Ele olhou para o garoto a sua frente, endireitou a postura e disse:

- Vou voltar para casa!

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