Retratos De Um Outono Intenso...

By BruxinhaDark

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Numa noite fria de outono, um simples engano mudou completamente a vida de Gaélico e Eros, pra sempre. Eros P... More

🍁 Apresentação.
🍁 Capítulo 1
🍁 Capítulo 2
🍁 Capítulo 3
🍁 Capítulo 5
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🍁 Capítulo 4

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By BruxinhaDark

Algumas horas antes:

Sem que Eros percebesse, um sorriso cálido cruzava seu rosto. Esse fato era tão incomum, que Eros não teve nem a chance para entender, ou mesmo se perguntar o que de errado estava acontecendo com ele.

A única coisa que prendia sua atenção, era a imagem da criatura fascinante que cruzava aquela ponte. O cenário, as árvores de Sakura, tudo a sua volta perdia o encanto para o jovem, uma vez que ele roubava toda beleza pra si. Eros nunca tinha se deparado com aquele tipo de beleza. Uma beleza cativante, que beirava a inocência. Era uma mistura fascinante de menino, no corpo de um anjo.

E que corpo! Pensou Eros, que naquele momento teve que mover as pernas, numa tentativa de disfarçar o desconforto de uma ereção indesejada.

Por Deus! Ele não era mais um adolescente cheio de hormônios.

E na sua vida, nunca teve espaço para emoção. Tudo era feito no modo automático, frio. Ele nunca sentiu uma atração como aquela. Destruidora. Do tipo que domina seu corpo, e não te deixa pensar em nada. A não ser no objeto do seu desejo. Então Eros descobriu algo novo. Ele nunca sentiu desejo. Esse detalhe estava sendo uma descoberta fantástica.

Ele seria seu aquela noite!

O Grego sorriu sacana, ele sabia seduzir, e aquela pobre criatura mal sabia, Eros apostava que antes das 10 da noite, o belo jovem estaria gemendo, com seu pau enterrado dentro dele. Pensou Eros lambendo os lábios.

Por Deus homem se controla!

Eros dizia pra si mesmo, assustado com as reações novas que estava sentindo. Ele estava tão envolvido e atraído que sua mão chegava a tremer. Eros disse a si mesmo que não tentaria adivinhar o que de errado havia com ele. Ao invés disso, o Grego se propôs a seguir o rapaz com os olhos. Eros o observava sem desviar a atenção do jovem nem por um só instante.

E foi observando, que Eros viu algumas peculiaridade que o intrigaram. A primeira delas era a roupa do rapaz, ele estava vestido de uma forma desleixada. O que naquele momento Eros encarou como uma vantagem pra si. Ele sabia que todos seus parceiros sexuais se sentiam atraídos por sua gorda poupança. E com aquele não seria diferente.

Eros nem mesmo se importava em dar uma banho de loja nele, aliás a criatura ficaria ainda mais irresistível, se é que isso era possível, depois de um banho de loja. Eros sabia ser generoso com quem lhe agradasse. E quem sabe ele poderia até mesmo quebrar sua regra de uma só noite, uma vez que estava mais do que claro, que apenas uma noite não seria o suficiente pra aplacar seu desejo avassalador.

Quanto ao rapaz aceitar seu dinheiro, estava mais que óbvio que ele faria isso sem pestanejar. Afinal todo ser humano é desonesto e sem caráter. Logo aquele belo loiro estaria excitado por ele, e pelo seu dinheiro.

Continuado nas peculiaridades daquele ser, Eros observou que ele parecia descontente por estar ali, esse fato chamou a atenção de Eros, afinal pelas roupas era óbvio que ele não tinha uma situações econômica privilegiada para esta ali. Então o que ele fazia em um lugar como aquele? Usando um casaco fora de moda e as roupas totalmente inadequadas para a ocasião. Talvez ele estivesse entrado ali por engano? Porém Eros logo afastou essa ideia da cabeça, afinal para entrar naquela festa. Que era a mais importante de Chicago, seria necessário um convite. Mais quem o teria convidado?

Eros olhou em volta dele, em busca de alguma ameaça, ou alguém que pudesse estar bancando o jovem aquela noite. Se fosse assim, Eros queria saber quem era, pois com certeza, ninguém poderia dar uma oferta maior que a dele.

Mas para surpresa de Eros, o rapaz parecia sozinho. E em determinado momento, ele mexia disfarçadamente dentro do casaco. Esse fato deixou o Grego curioso. O jovem também tinha uma expressão diferente, era como se ele não estivesse dando a mínima para ninguém. A expressão de tédio dele comprovava isso.

Em um dado momento, Eros franziu o cenho ao se deparar com uma cena inusitada. Sem falar que o Grego ficou em choque momentâneo. Afinal ele nunca testemunhou nada igual na vida. O rapaz estava no bufê se servindo de pequenos canapés, mini pizzas vegetariana, Eros quase sorriu das caretas que o rapaz fazia ao prova as iguarias, foie gras, Croque Monsieur, tartare de boeuf, Parmentier de canard, escargots para todas ele fez cara de nojo. O bufê estava repleto das mais finas comidas da gastronomia mundial. Comidas essas que a maiorias da pessoas nunca teria a oportunidade de provar. E lá estava aquele garoto. Comendo contrariado. Era uma cena inusitada.

Mais chocado ainda Eros ficou quando o jovem encontrou o bufê de doces. O Grego arregalou os olhos quando viu o rapaz atacar os doces de uma maneira mal educada demais. O jovem tratava de devorar os doces um atrás do outro, era como se ele nunca tivesse visto doce na vida. Depois para o espanto de Eros, o rapaz ainda teve a audácia de esconder os doces no casaco. Eros jamais julgou ver tal coisa.

Mesmo com todas as peculiaridades do jovem, Eros não deixava de acha-lo fascinante. Era mais forte que ele. O magnetismo daquele jovem o estava tirado do foco. Sem aguentar mais, Eros o seguiu até o mesmo local em que o viu pela primeira vez. A visão dele era de fazer qualquer homem perder a razão. Foi assim que Eros ficou quando o rapaz finalmente o notou.

Eros ficou com medo. Medo do que estava sentindo. Era algo novo, ia muito além da simples atração. Os dois homens se encaravam de maneira explosiva e intensa. E tudo o que Eros queria era pegá-lo e tira-lo dali o mais rápido possível. O queria só pra si, em um lugar aonde ninguém poderia contempla-lo. Um sentimento de posse o estava dominando. Antes de Eros enlouquecer, foi caminhando na direção do jovem.

Meu!

Era tudo que Eros pensava ao caminhar na direção dele. Até ver algo que o fez estacar paralisado no lugar. O jovem rapidamente pegou algo dentro do casaco. Algo que rompeu o encanto de Eros. E finalmente o Grego pode entender tudo. Agora as fichas se encaixavam. O casaco, a roupa. Tudo!

O garoto tirava do casaco uma câmera. Uma maldita câmera. Ainda por cima teve a audácia de tirar uma foto dele, assim que a criatura guardou a câmera no bolso, soltou um sorrisinho travesso. Como se ele estivesse provando pra Eros que tinha feito o que veio fazer naquela noite. Estragar a noite de Eros. Um fotógrafo? Um maldito fotógrafo. Que foi tolo o suficiente pra tirar uma foto sua.

Eros sabia muito bem o que ele ia fazer com aquela foto, ia vende-la pelo maior preço possível. Ele já até podia esperar pelas notícias falsas a seu respeito na manhã seguinte. Era isso que ele estava procurando. Uma foto sua.

- As to thialo! - praguejou Eros, agora avançado na direção da criatura. Não com o desejo de antes, mas possuído pela raiva.

Assim que chegou perto dele, Eros se odiou por acha-lo mais lindo. E usou esse ódio a seu favor. Eros encarou o rapaz nos olhos, e ambos trocaram um olhar intenso.

- O que você pensa que está fazendo moleque? - disse Eros entre os dentes, quase se afogando na imensidão azul dos olhos do jovem.

- O quê? - disse Gaélico confuso. Quem aquele cara pensava que era pra falar com ele daquele jeito? - Você tá louco cara!

- Responda a minha pergunta! - disse Eros já quase gritando. - Que inferno você pensa que estava fazendo?

Gaélico não era de se intimidar, e mesmo sem saber sobre o que aquele louco estava falando, o irlandês ergueu o queixo e o encarou de cima a baixo, numa demonstração de que não tinha medo daquele cara. Era incrível como as coisas mudam de ótica em questão de milésimos de segundos. Pois Gaélico estava a alguns instantes atrás atraído pelo belo homem. Agora tudo o que irlandês queria fazer era voar no pescoço do cara e arrancar aquele ar de superioridade que ele tinha.

- Olha, eu não faço a mínima ideia sobre o que você está falando! E não me interessa nem um pouco. Agora me dê licença. - disse Gaélico, fazendo movimento pra sair dali.

Quando ele começou a se retirar, Eros o impediu segurando firme e forte o seu braço. O garoto olhou incrédulo para as mãos do Grego que o apertava com força. E pela audácia do homem em ousar toca-lo sem a sua permissão.

- Você tá louco cara? Me solta imediatamente seu babaca! - gritou Gaélico chamando a atenção de alguma pessoas.

- Pare de chamar a atenção seu pé rapado e me dê essa câmera agora mesmo! - Eros sussurrou perigosamente próximo ao ouvido de Gaélico.

O gesto do Grego causou um arrepiou inesperado, e naquele momento o irlandês, tentou convencer-se, que o arrepio era de raiva. A sua câmera? Aquele babaca queria a sua câmera, pensou Gaélico.

- Eu não tenho que te dar porra nenhuma! - disse Gaélico afrontoso.

Então aquela criatura ainda ousava ser petulante e ainda por cima o estava enfrentado?

- Tem sim! Eu não te dei permissão pra tirar uma foto minha! Seu inconveniente. Não deve passar de um fotógrafo de merda?

Então era aquilo, o homem estava daquele jeito por conta de uma simples fotinho. E além do mais, ele o ofendia. Mais com que direito?

- E quem disse que eu preciso de sua permissão? - Gaélico disse entre dentes. - A câmera é minha! Eu faço o que quiser. E Sim, sou um fotógrafo! Algum problema? Não fale mal da minha profissão. Eu não te dei o direito pra tal coisa.

- Não me enfrente, você sabe muito bem quem eu sou. Aliás, foi por isso que fez questão de tirar uma foto minha. Quer vender a minha foto? Eu não permitirei. E não venha me dizer como eu preciso tratar parasitas como você.

Gaélico não confessaria nem sobre tortura que tirou uma foto daquele homem por que o achou lindo. E por algum motivo, o sujeito achava que o irlandês o conhecia. E naquele momento o irlandês prometeu pra si mesmo, que iria destruir aquela foto, mas antes iria imprimi-la para pica-la em mil pedacinhos e depois joga-la dentro do lixo mais podre que ele encontrasse.

- E quem é você mesmo na fila do pão? O segundo na fila do trono da Inglaterra? - debochou Gaélico.

- Não brinque comigo moleque! - Eros estava perdendo a cabeça e com isso começou a apertar o braço de Gaélico com certa força.

- Você está me machucado seu idiota. - disse Gaélico puxando seu braço bruscamente das mãos de Eros.

- Apague essa foto já! - exigiu Eros apontado o dedo pra Gaélico, que ao ver o gesto do homem ficou cego e deu um tapa na mão dele.

- Não aponte o dedo na minha cara! - murmurou o irlandês.

- É dinheiro que você quer? É? - Eros pegou a carteira e jogou dinheiro na cara de Gaélico. - Toma!

Gaélico ficou possesso e para o espanto de Eros o garoto pegou o dinheiro no chão, amassou a jogou de volta, na cara do Grego.

- Seu filho da puta infeliz! - gritou Gaélico.

Agora era oficial, o escândalo estava armando, até a música no salão parou e todos prestavam atenção no casal. Eros sabia que aquele escândalo jamais seria esquecido. E naquele momento Eros queria vingança. Ele queria jogar aquele garoto petulante no chão e arrancar aquele atrevimento dele. Por isso sem pensar, e por impulso. Eros agarrou a câmera do homem e no mesmo instante arremessou-a ao chão.

O Grego, agiu tão rápido, que não deu nem mesmo chance para Gaélico reagir. E quando o irlandês se deu conta. Sua câmera. Sua amada câmera estava toda partida aos pedaços no chão. A dor que o irlandês sentiu foi sufocante. A sua câmera representava sua vida. E pela expressão do Gaélico, Eros se perguntou se dessa vez ele não tinha pegado pesado demais, ele sabia que tinha extrapolado, a discussão começou pelo atrevimento do rapaz. E Eros só queria ensinar uma lição à ele.

Ele viu quando o rapaz se abaixou no chão e com as mãos trêmulas, tocava sua câmera destruída, ele viu quando uma lágrima silenciosa começou a deslizar pelo rosto dele. Viu quando o rapaz pegou um pedaço da câmera e segurou contra o peito. Ali Eros viu que sim, ele poderia ter pego pesado demais. Mais aquilo era só uma maldita câmera. O garoto devia te outras, não entendia o porquê da reação dele.

O Grego já estava a ponto de encerrar o espetáculo e sair, uma vez que todos os estavam olhando com uma certa curiosidade. Então ele olhou para o garoto uma última vez. Só que dessa vez Gaélico não estava mais olhando pra câmera dele. O irlandês encarava o Grego com ódio. E talvez tenha sido por isso que Eros demorou a reagir quando do nada Gaélico se levantou do chão e avançou na direção dele com um grito alto.

- O QUE FOI QUE VOCÊ FEZ???

Quando menos percebeu, Eros estava rolando no chão, numa noite fria de outono, com um garoto que nunca tinha visto na vida e que estava desequilibrado. E o pior, a festa inteira estava vendo aquela confusão. E Eros sabia que aquela noite de outono jamais seria esquecida.

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