Lunarum

By kayutaka

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A cada sete séculos o mudo místico e o mundo físico se alinhavam em um ato único, exclusivo e imprevisível. A... More

Do princípio à nova ordem
Vida em sociedade
A nova ordem
Hazer
The day of today

Um menino com cheiro de verão

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By kayutaka


Historicamente o mundo nunca havia sido um lugar justo. O mundo podia conter doses diferentes e variadas de agressividade e selvageria. Entre guerras, fome e diferentes níveis de ambição, o mundo era o mundo desde que o caminho de pelo menos duas pessoas com pensamentos diferentes se cruzaram. Ainda assim, nosso mundo era o berço da vida, e a vida, esta entidade teimosa, insistia em prosperar e evoluir aqui.

A vida encontrava felicidade entre dificuldades, amor em meio a guerras, via a fé além do desespero e assim mostrava ao mundo que não havia crueldade na história que conseguisse ser superior a benevolência daqueles que viviam. Com tudo que há de ruim no mundo, os Shifters eram vítima, réu e juiz. E mesmo que fosse insana, apenas a vida conseguia manter tudo isso em delicado equilíbrio; nem sempre compreendido.

Quando Arthit nasceu, o mundo aos olhos de sua amada avó parecia um lugar muito mais brando e calmo do que aquele território sem lei que ela mesma havia conhecido. Já aos olhos de seus pais, tudo parecia uma loucura absurda em que crianças já não podiam mais andar sozinhas na rua como eles mesmos faziam anos antes.

Para o menino, porém, o mundo apenas parecia um lugar muito injusto. Grande demais em tamanho, pequeno demais em possibilidades. Arthit era um ômega de Nakhon Phanon, a pequena província no extremo nordeste do país que apenas passou a ser mencionada e lembrada por todos por seu incrível feito ao descobrir e manipular supressores.

Um território pequeno em área, mas muito mais do que apenas o berço da evolução. Phanon era havia enriquecido com sua descoberta e a partir daí, a indústria de supressores havia se tornado sua principal fonte de renda; e para tal, a mesma tinha que se manter em constante evolução.

Por isto não era incomum os ômegas nativos da região serem Shifters que consumiam não apenas um, mas um verdadeiro coquetel de supressores. A propaganda geral costumava dizer fosse o que fosse que um ômega desejasse mudar em sua química natural, Phanon lhe daria.

As crianças ômegas da cidade culturalmente eram levadas aos médicos especialistas em supressão hormonal muito antes da conclusão do processo de maturação. Tudo para garantir que um "primeiro cio acidental" jamais acontecesse naquele lugar. Seus ômegas deveriam ser o exemplo de sua tecnologia para todo o país.

Durante todo o período da infância alfas, betas e ômegas eram aparentemente iguais. Estatisticamente, esperava-se que meninos se desenvolvessem como alfas ou betas, e meninas como ômegas ou betas. Todavia, enquanto crianças o segundo gênero não era identificado por nenhuma diferença em especial até mais ou menos três ou quatro anos antes de sua maturação.

Seria apenas neste período que o lobo interior de cada criança despertaria e registraria a primeira diferença física entre os três grupos; a cor de sua íris quando o lobo estava à frente da luz do controle do Shifter. Um dia, sem saber ao certo quando, o castanho nos olhos de uma criança daria lugar a um par íris amarelas, lilases ou azuis e isto iria mudar completamente a forma como ela via e seria vista na sociedade.

Mas apenas quando olhos violetas apareciam as crianças eram levadas ao médico o mais cedo possível. A maioria dos jovens tinha dificuldade em recuperar o controle e manter seu lobo em segundo plano, mas apenas pais de ômegas se esforçavam em esconder os filhos até tudo que voltasse ao normal; e isto muitas vezes apenas acontecia depois da primeira consulta.

Depois da primeira consulta, seu médico acaba virando algo próximo a um membro da sua família. Era tudo pelo bem estar de todos, acima de tudo do próprio ômega.

Trinta anos atrás cientistas de Phanom tinham colocado um ponto revolucionário na história e com vinte e um anos de idade, Arthit era um dos muitos ômegas que faziam parte desta história e que poderiam muito bem aparecer em alguma propaganda que promoveria a qualidade de vida de um ômega com seus hormônios suprimidos. Mais do isso, Arthit era um ômega cego pela gratidão de cada pequena capsula que colocava na boca.

Esperto, ativo e curioso. A criança que corria pelas ruas e becos do bairro era tímida na frente de estranhos, mas um menino muito teimoso e de personalidade forte. Em sua casa nada se falava sobre a história mística de sua espécie, a importância de cada grupo de gênero e muito menos sobre dom.

Não eram assuntos jugados como necessários. A bisavó de Arthit era uma ômega filha da matilha enviada para viver e ser parte dos seus iguais na capital do clã, em sua vida conheceu apenas a violência e a sobrevivência da vida sozinha na periferia da cidade e no patamar mais baixo da hierarquia. Gerou sete filhos de sete reinvindicações de diferentes alfas, frutos de coitos sem escolha. Sete novos filhos da matilha sem contato nem afeto entre si, entre eles a ômega que era avó de Arthit.

Ômega filha da matilha que também viveu em um mundo cheio de medos e cautelas. Arthit sempre ouviu a avó contar que era grata a família do líder por acolhê-la. Ajudou na cozinha da residência principal, aprendeu a cozinhar e se tornou o principal membro da equipe que cuidava das refeições.

A vida dentro das terras da família principal era mais segura e da violência obscura das ruas ela viveu mais o medo e a cautela do que a dor. Ainda assim, bastou o descuido de uma reinvindicação de um estrangeiro em um cio para que a mesma seguisse a tradição de gerar frutos da matilha; a mãe de Arthit.

A primeira ômega daquela família, com um longo antepassado sem nenhuma ligação ou elo familiar, a sobreviver ao lado sombrio das ruas e da civilização. A mãe de Arthit viveu desde sempre nas propriedades da família principal, lá conheceu o jovem filho de um beta agricultor que sempre vinha com seu pai trazer suprimentos direto da fazenda para a casa do Alfa líder. Um alfa gentil por quem se apaixonou, se casou e com a benção do líder, começou sua própria família.

E ali foi montado o berço de Arthit. O menino ômega em meio uma longa história do pior lado dos piores tempos dos Shifters. Sua avó e sua mãe não estavam preparadas para lidar com a surpresa que o menino se tornou, Arthit deveria ser a primeira criança de sua linhagem que não seria um filho da matilha e nem um ômega. Aquela era para ser a criança que romperia aquele ciclo, a primeira criança que não sofreria como seus antepassados.

Mas não foi assim. Voltando-se contra as estatísticas, o menino surpreendeu sua família ao apresentar o gênero não esperado.

Ainda muito cedo, com grande pesar nos olhos a mãe e a avó lhe explicaram o que era e o que significava ser um ômega, e como isto seria determinante para as limitadas possibilidades de futuro do menino. Quando nasceu, a cultura de supressores ainda não tinha completado dez anos de história e como todo Shifter na Terra, sua mãe e avó que deveriam ser as guias daquela pequena nova vida inocente ainda traziam em si a memória de um mundo obscuro e cruel.

Ter em suas mãos a não tão comum existência de um ômega macho apenas ampliava seus temores e cuidados. Ao longo da história os contos de boca em boca de ômegas machos que apareciam aqui e ali sendo violados por alfas famintos e cheios de desejos embalados por fantasias nas quais um ômega macho supostamente seria capaz de tolerar dominações e reinvindicações descuidadas por diversão podia tornar a vida de qualquer um em um pesadelo e daqueles que o amavam, um terror.

Alguns alfas ainda acreditavam que tal como alfas fêmeas, ômegas machos poderiam não ser capazes de gerar filhos. Logo, dominá-los não deixava rastros. Apenas mais um detalhe da ignorância alheia que os tornavam alvos de reivindicações por diversão. Os ferormônios que atraíam e despertavam todo o tesão de um alfa com a liberdade para "trepar" sem vínculos ou consequências.

Havia quem dissesse que esta era a verdadeira utilidade de um ômega macho. Serem usados como concubinas descartáveis.

Quando Arthit descobriu que era um ômega ele tinha sete anos, faltavam três dias para suas férias terminarem e ele apenas não entendeu duas coisas: porque sua mãe e avó tinham olhares tão carregados de pena ao falar sobre o assunto e porque ele tinha que ser o motivo para elas terem aquele olhar em sua direção.

O pesar nos olhos de sua mãe lhe contando que era um ômega foi a primeira âncora de memória que fez o menino odiar ter nascido daquele jeito. Sem entender nada, a mente jovem em tela nua registrou que a dor expressa pelas ômegas mais velhas estava ligada à si e sua condição em particular.

Nunca se passaria pela cabeça da criança que a dor expressa nos olhos vinha em parte de uma longa cultura de educação limitada pelo medo, e outra parte trazida pela memória silenciosa das experiências de vidas anteriores dos ômegas em suas existências.

Em sua jovem mente era sua culpa ter nascido ômega, era sua culpa se elas estavam tristes. E infelizmente era assim que a vida de muitos ômegas iniciava, ainda tão fortemente amarrada a uma cultura de opressão que apenas passavam adiante pesarosos dogmas do passado.

Na família de Arthit as dores dos ômegas eram mais profundas, mesmo que uma pequena criança não fosse capaz de compreender a complexidade da construção de pensamentos e atitudes dos adultos. Seus antepassados provinham de um ômega "fruto da matilha", logo a hierarquia familiar de Arthit não era nem perto de ser das mais altas e em sua família poucas informações sobre o clã chegavam até sua casa.

O clã de Arthit era completamente liberal quanto ao casamento sem a marca. Tão liberal que até mesmo união entre betas eram comuns, e tinham total liberdade para constituir família dentro do território. Claro que casais betaxbeta sempre teriam que adotar seus filhos, casais betaxômega sempre teriam que recorrer a inseminações e casais betaxalfas a barrigas de aluguel.

Seus pais eram um casal alfaxômega padrão e tinham uma união feliz e uma família calorosa sem dom e sem marca. Sua avó afirmava que o dom era um mito para dar falsas esperanças aos ômegas presos em uma cultura que Arthit apenas teria uma breve noção através de livros de história.

Logo o menino de sete anos cresceu sem acreditar e nem se interessar pelo assunto do dom. Aquela âncora de tristeza em sua mãe ao lhe explicar sobre seu gênero era mais impactante e claro do que histórias de romance para além das vidas e entrelaçamento de almas.

Assim, tudo o que Arthit sabia e acreditava provinha daquilo que passou a ouvir quase todos os dias de sua vida desde o primeiro dia de escola depois daquela mudança até a pré-adolescência:

"Nunca fale sobre seu gênero com nenhum estranho."

"Quanto antes você se acostumar a omitir seu lado submisso mais segura será sua vida adulta."

"Nunca deixe seu lobo aparecer em público. Você ainda não produz ferormônios, mas todos os alfas têm olhos azuis, todos os ômegas têm olhos violetas e todos os betas têm olhos amarelados."

A lista de avisos e advertências era extensa e cansativa, com restrições que iam completamente contra tudo o que o deixava feliz durante seus dias de infância comum. Quase todas as coisas que Arthit gostava de fazer deveriam ser evitadas, mas o garoto não queria ver o olhar triste da mãe novamente e por isto seguiu cada cuidado à risca. Ele mal sabia que ainda ficaria pior, a maturação não tem idade precisa para acontecer e assim que o garoto se aproximou da pré-adolescência o discurso mudou para alertas muito mais assustadores.

"Ômega cuide-se para não sair sozinho pelas ruas, você nada poderá fazer se cruzar o caminho de um alfa que não tenha controle sobre seu calor. Não se esqueça nunca, jamais, de forma alguma de tomar seus supressores, sem eles alfas conseguirão farejar seus ferormônios à distância e nada o impedirá de dominar você. Evite contato e amizades com alfas, pois chegará o momento em que eles irão encontrar um meio de usar você."

Pior do que isto, em convívio com outros de sua idade na escola Arthit era completamente capaz de compreender cada limite que deveria se auto impor e respeitar. Foi mais ou menos nesta etapa da vida também que o ômega começou a invejar o estilo livre de vida dos betas e a, literalmente, viver fingindo ser um.

Em um clã em que todo tipo de relação é livre, desde que respeitado os limites de hierarquia familiar, as escolas eram todas mistas. Alfas, betas e ômegas cresciam juntos e não precisavam declarar seu gênero como em outros lugares do país.

Na pratica, isto literalmente significava que se um ômega quisesse suprimir cem por cento de seus ferormônios, ele podia. Arthit era um desses ômegas. Sua decisão tinha sido tomada pelo mesmo na primeira vez que tinha sido levado ao médico para saber mais sobre a maturação que estava próxima; e era uma decisão irreversível na cabeça do rapaz.

Foi nesta época também que Arthit se tornou curioso em tentar descobrir o gênero das pessoas ao redor sem a capacidade de farejar ferormônios, afinal este era um efeito colateral de cem por cento dos bloqueadores que muito em breve começaria a tomar e o menino guardava em si uma certeza nata de que deveria saber se proteger de relações futuras de todas as maneiras que pudesse. E foi aí que pode perceber que era bastante diferente dos demais ômegas em sua volta.

Esta crucial diferença era que apesar de todo ômega viver dentro de um limite muito rigoroso de cautela, Arthit parecia ser o único que odiava sua condição. Era o único ômega que conhecia que renegava a si mesmo. Não sabia dizer o motivo ou em que momento este sentimento havia surgido, mas o menino tinha uma verdadeira rejeição natural por si mesmo.

Arthit via ômegas tímidos, ômegas orgulhosos por serem ômegas, ômegas que reclamavam pelo excesso de cuidados, mas que lidavam muito bem com isto. E simplesmente não entendia estas pessoas. Contudo, o que ele não entendia mesmo de forma nenhuma, era a forma como quase todos os ômegas que conheceu fora de sua família, se apegavam ao dom e à esperança de encontrarem seus supostos parceiros de alma na vida.

Arthit era uma pessoa essencialmente doce, prestativa com aqueles de quem gostava e carinhoso com aqueles que faziam parte de seu círculo mais íntimo, mas definitivamente era uma pessoa cética com relação à forma como as pessoas enfeitavam e sonhavam com o dom. E não entendia como tantas pessoas poderiam desejar uma relação que, em teoria, as tornava parte de outra; propriedade de outra.

E assim o menino cresceu, sem nunca abrir a boca para dizer que era um ômega nem aprofundar seus conhecimentos sobre isto. Cresceu cercado de amigos betas e aprendeu a se passar por um igual. Com vinte e um anos de idade, conseguiu passar toda sua vida omitido e feliz na sociedade.

Entre seus amigos de escola, apenas um sabia de sua condição. Ironicamente o único alfa que convivia em seu círculo de amizades e a pessoa que estava consigo quando seu primeiro cio aconteceu. Ao invés do que tinham lhe alertado, Prem não tinha tentado lhe dominar. Surpreso, o amigo ficou muito mais impressionado por descobrir que Arthit era de fato um ômega do que interessado em seus ferormônios; apenas usou de sua forte presença para conduzir o amigo até em casa em segurança.

Diferente de Arthit que provinha de uma baixa hierarquia, Prem era um alfa bastante aprimorado. O pai do amigo era um dos irmãos mais novos do líder do clã. Prem não era o alfa primogênito, logo, pertencia a uma importante família, mas tinha a liberdade de um alfa que não carregava a continuidade do clã nas costas; na verdade estava muito longe disto, para que este tipo de responsabilidade recaísse sobre si teria que contar com a ausência do tio, de todos os seus três primos alfas, seu pai e seu irmão mais velho.

Ainda assim, os dois amigos residiam na capital por motivos completamente opostos. Arthit tinha em si o sangue da matilha enquanto nas veias de Prem corriam o sangue dos líderes. Representavam muito bem duas pontas da hierarquia familiar, mas ninguém ligava.

Estavam sempre juntos na escola e fora dela. Saiam juntos e gostavam das mesmas coisas, não foi nenhuma surpresa quando escolheram o mesmo curso de faculdade para cursar.

Agora ambos estavam já no terceiro ano da faculdade de engenharia mecânica. Aquele definitivamente não seria um ano simples para nenhum dos dois, mas com certeza seria memorável.

Para que a convivência coletiva entre jovens de tantos clãs e territórios diferentes fosse benéfica e proveitosa para todos independentemente de onde viessem, a reitoria dos cursos mais populares apoiava e não deixava morrer a tradição do grupo de seniores e calouros. Uma atividade carinhosamente de "grupo de trote" pelos alunos.

Havia quem dissesse que manter a ordem e o respeito de calouros cheios de vigor em defender a superioridade de seu próprio território nas mãos de Shifters poucos anos mais velhos não fosse exatamente a melhor forma de manter a senioridade, ordem, tradição, união e espírito entre todos. Havia quem defendesse que a atividade passava dos limites e escondia atrás de uma atividade de ideologia leviana nada além de um grupo de trotes que contava com apoio incondicional da reitoria.

Acima de quem acreditava no sistema ou ia contra o mesmo, a tradição dos Hazers prosseguia firme através dos anos. Três anos atrás Arthit estava entre os calouros e enfrentou todas as emoções que vinham com aquele aprendizado duro, agora era a sua vez de liderar o "grupo do trote".

Havia sido escolhido pelo líder que os conduziu por esta jornada em seu primeiro ano principalmente porque tinha entendido a profundidade e beleza daquele aprendizado escondido atrás da falsa maldade do trote. Claro que o Arthit não estava sozinho naquela nova empreitada, Prem, seu amigo de longa data estava ao seu lado na liderança do grupo, assim como outros três amigos conquistados desde o primeiro dia de calouros, o beta Toot, e os alfas Knoth e Bright.

Todos sabiam que Prem e Arthit eram do mesmo clã, no entanto, dividir qualquer informação sobre seu clã era uma das poucas coisas com a qual todas as províncias concordavam. Nem mesmo seus amigos próximos sabiam onde era sua terra natal, assim como nenhum dos dois fazia ideia de onde Toot, Bright e Knoth tinham vindo.

Evitar conversas com informações deste tipo tornava mais segura a certeza de que nada realmente relevante fosse dito, ou que alguém tentasse se aproximar de você apenas para saber mais de seu clã. Arthit achava aquilo uma besteira, mesmo que soubessem de onde ele tinha vindo, pouco sabia sobre coisas específicas do clã. Entretanto, aquela era a lei e o menino deveria a seguir sem questionar.

Era estranho, muito estranho na verdade. Todos sempre diziam que a vida em cada clã era realmente diferente em suas normas e culturas e acima de qualquer outro sentimento, não poder conhecer outras culturas tão próximas de si apenas deixava Arthit mais curioso sobre a história e a cultura dos demais clãs e províncias.

O jovem que quando menino gostava de observar pessoas e adivinhar seus gêneros encontrava conforto ao tentar imaginar lugares e criar mundos a partir da personalidade daqueles próximos de si. Um refúgio silencioso para uma pessoa que se esforçava em viver fingindo ser o que não era em busca de algum lugar em que pudesse ser aquilo que desejava dentro de si.

Toda vez que Arthit se divertia com um de seus amigos e se via consciente de que não sabia quase nada de verdade sobre cada um deles, ele ficava com a impressão de que talvez o mundo pacífico e cheio de comodismos em que viviam talvez não passasse de uma grande encenação. As grandes verdades eram sabias apenas por membros seletos e eram escondidos sob as longas regras e restrições que pareciam ser obrigatórias para não deixar algum tipo de caos fugir por entre os dedos dos grandes e poderosos líderes e seus Shifters de confiança.

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