A minha deixa para que aquele clima estranho acabasse fora ver os meninos caminhando em nossa direção. Bryan havia ido ao vestiário também, já que agora vestia uma bermuda jeans e outra camisa do time deles, assim como o colega de quarto.
Quando seus olhos encontraram os meus, sorrimos juntos e me levantei para parabeniza-lo.
— Parabéns! — Falei ao abraça-lo. — Vocês mereceram muito.
— Obrigado. — Agradeceu feliz. — O que você disse me motivou bastante.
Pisquei animada, assim como havia visto Hanna fazer uma hora antes. Talvez eu roubasse essa sua atitude.
— Vamos comemorar agora. — Luke falou animado.
Percorremos um trajeto comprido que parecia ainda mais demorado pela grande quantidade de pessoas que estavam em nossa frente. Eles cantavam o que me parecia uma música do time de futebol, intercalando a palavra "campeão".
Aquela bagunça era nova para mim. Nunca havia participado de uma festa do nosso time no colégio. Eu precisava ir rápido para jogar e voltar rápido para não fazer tanta falta a ponto de mamãe passar a estranhar as minhas saídas frequentes.
Adentramos o que parecia ser um salão imenso, a princípio acreditei que não caberia tanta gente, mas a partir do momento que elas passaram pela porta foram preenchendo o lugar.
Era muito escuro, podia-se ver algo apenas pelas luzes coloridas e pelos globos prateados sobre o teto que distribuíam luzes alternadas pelo salão.
A música estava muito alta — outro fato que não estava acostumada —, Bryan me puxava pela mão para irmos até o bar disponível.
— Quer beber alguma coisa? — Perguntou Bryan. — Vodka? Cerveja? Tequila?
Fiquei em dúvida do que responder, nunca havia ingerido bebida alcoólica antes e não sabia se estava preparada para isso.
— Se não bebe tudo bem... — Avisou. — Você pode pedir um refrigerante ou água.
Sorri pela sua paciência e tranquilidade.
— O que você irá beber? — Perguntei curiosa.
— Cerveja, sempre bebo cerveja. — Respondeu mostrando o copo que estava sendo enchido pelo garçom.
Ainda na dúvida do que escolher, esticou o copo em minha direção talvez entendendo que eu não sabia o que fazer. Beberiquei o líquido amarelo de dentro do copo e senti um pouco do amargo em minha boca. Talvez eu gostasse daquele sabor. Talvez eu conseguisse me acostumar com ele após beber mais vezes.
— Pode ser o mesmo para mim. — Concordei.
Como já havia colocado a boca no copo, optei por permanecer com aquele ali, enquanto Bryan aguardava por outro. Não iria beber tudo de uma vez só assim como havia reparado que as outras pessoas faziam ao meu redor. Precisava conhecer a bebida e também passar a conhecer meus limites.
— Você nunca bebeu, não é mesmo? — Perguntou ao tomar um longo gole da cerveja.
— Não. — Respondi envergonhada.
— Não tem problema algum, não se sinta forçada a fazer isso. — Explicou de uma maneira carinhosa.
Por alguns segundos o encarei. Rapazes da universidade eram muito mais maduros do que os meninos do meu colégio. Aos poucos enquanto o meu segundo copo era enchido passamos a nos mexer conforme a música. Luke e Selena haviam se aproximado e dançavam conosco.
— Acho que olhando você assim, talvez eu goste de você. — Foi o que Selena falou perto do meu ouvido para que escutasse por conta da música alta.
Sorri com a sua frase mesmo ainda considerando um pouco estranha. Balancei a cabeça positivamente.
Alguns meninos do time se aproximaram e passaram a se abraçar e curti dançando juntos. Eles agradeciam a forma como Luke liderava a equipe e conseguiu passar a força e motivação que precisavam para virar o jogo.
Acredito que o fato de nunca ter bebido fez com que aos poucos aqueles três copos de cerveja passassem a fazer efeito. Meu corpo estava leve como se estivesse acostumada com a festa.
Senti um braço segurar minha cintura, como se estivesse mantendo meu corpo em pé.
— Está se sentindo bem? — Bryan perguntou no meu ouvido.
— Estou um pouco tonta. — Respondi com a voz carregada.
— Quer ir para o quarto? — Ofereceu e balancei a cabeça negativamente.
Embora ele tenha continuado a falar, a única coisa que conseguia observar era seus lábios se movendo sem som sair. Aproximei-me mais e passei a mão em sua bochecha, talvez ele tenha reagido da mesma forma que eu, fechando os olhos por um segundo.
Rocei nossos narizes e senti o seu hálito de cerveja se confundir com o meu.
Encostei nossos lábios aos poucos sentindo o gosto da sua boca. Experimentei cada espaço da sua boca e me perdi com sua língua quando ela invadiu minha boca. Eu nunca havia ficado com alguém. Nunca havia beijado antes.
Sua mão pousou na minha cintura a apertando com força. Enquanto a minha subiu até seu cabelo — como havia aprendido nos filmes —, e apertou fazendo com que ele suspirasse entre o beijo.
Passamos alguns segundos naquilo até que eu perdesse o fôlego. Já não estava com muito por conta da bebida que desestabilizava um pouco.
— Vamos? Vem? — Estendeu a mão para que eu a pegasse.
Balancei concordando entrelaçando nossas mãos e seguimos caminhando para a direção dos dormitórios.
Não falamos nada, nem precisávamos na verdade. Havia algo na maneira como nos olhávamos.
A medida que subia a escada passava-se na minha cabeça o que poderia acontecer quando chegássemos lá em cima em seu quarto. O que ele estaria esperando de mim?
E então ele fechou a porta e me olhou. Os olhos pareciam conter chamas. Deixei que ele se aproximasse e tocasse minhas costas de uma forma carinhosa.
Sentia o seu nariz percorrer meu pescoço devagar o que fazia meus pelos se arrepiarem. Senti algo rígido em minhas costas e meu corpo ficou tenso.
— Tudo bem se não quiser. — Sussurrou em meu ouvido.
Eu queria? Eu estava pronta? Eu havia conhecido-o em apenas algumas horas e estávamos a ponto de transar em seu quarto.
Virei-me para encarar seus olhos e logo a respostas surgiu à tona. Balancei a cabeça sem jeito encarando sua camisa.
Passei os dedos pelo seu peito até chegar na barra dela e retirá-la aos poucos. Percebi que seus pelos do braço se levantaram no mesmo instante, fazendo-me sorrir com a sua atitude.