O Campeonato (AMOR EM JOGO)

By Marciamcl

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Yanni é a filha mais velha entre três meninas. Com seus dezessete anos o seu único sonho é passar oficialment... More

Nota da autora
Prólogo
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By Marciamcl

Corri o máximo que pude até a rodoviária para pegar o único ônibus daquele horário. Por sorte ou por esforço próprio, consegui adentra-lo minutos antes que partisse.

Os primeiros vinte minutos de viagem foram sufocantes já que ainda não havia recuperado o fôlego da corrida. Uma moça que acompanhava a viagem ao lado do motorista talvez percebendo meu cansaço, ofereceu um copinho lacrado de água que provavelmente traziam para os passageiros.

Senti vontade de beija-la pela gentileza, mas apenas agradeci e beberiquei o copo inteiro.

Eu nunca havia frequentado uma instituição de ensino tão grande como aquela. Meus olhos brilhavam a cada passo que eu dava no enorme gramado decorado em frente à universidade.

Agradeci mentalmente por ter colocado o boné na cabeça, apesar de um ventinho frio estar circulando, o sol estava brilhando intensamente afetando meus olhos.

Era nove horas no máximo e poucas pessoas circulavam pelo local, provavelmente aquelas que moravam nos dormitórios disponibilizados.

— Senhorita Collister é um prazer recebê-la aqui. — O senhor Benjamin até então encontrava-se encostado no que eu acreditava ser a recepção do local.

— Recebi o convite de vocês e não pensei duas vezes antes para conhecer essa universidade. — Falei animada apertando a mão que estava esticada em minha direção.

— Irei mostrar para você um pouco da nossa estrutura e em seguida a levarei até nosso campo onde os rapazes estão treinando. — Explicou.

Os laboratórios. As bibliotecas, sim, haviam duas delas uma no norte e uma no sul. As salas de pesquisas. As salas de informáticas. As próprias salas de aulas. Tudo era gigante. Tudo feito para suportar centenas de alunos.

Meus olhos percorriam cada cadeira e eu só conseguia imaginar qual escolheria se viesse até aqui. Era tudo impactante para a minha realidade e até mesmo para os meus sonhos.

— É tudo muito incrível. — Afirmei olhando em volta.

— Espere até chegarmos no nosso campo de futebol. — Benjamin comentou.

Imenso. Eu imaginei que eles teriam um campo de futebol, que serviria também para o futebol americano, assim como costumava ser em minha escola. Mas havia mais um campo e outras quadras que provavelmente serviriam para o baseball, basquete, vôlei, entre tantos outros esportes que caberiam ali.

— Espere um minuto. — Pediu.

Acomodei-me na arquibancada mesmo. Eu precisava ganhar uma bolsa, nunca conseguiria pagar. Meus pais nunca cederiam dinheiro para que eu adentrasse um local que ficasse longe de casa, mesmo que por uma hora.

Eles já haviam feito planos para mim: eu iria terminar o ensino médio e então cursaria uma universidade que fica a uns quinze minutos de distância para que não precisasse dormir lá. Mamãe era contra dormir nas instituições de ensino, uma vez que não acredita ser apropriado dormir com desconhecidos.

Mas existe uma hora que simplesmente desistimos de explicar e tentar fazer entender que está errada. E que uma das coisas mais naturais na vida de adolescentes passando pelo processo da fase adulta é dividir um quarto na universidade.

Benjamin chegou até o centro do gramado onde os rapazes corriam de um lado para o outro. Aqueciam rapidamente, fazendo-me perceber que haviam bons corredores naquele time.

Não demorou para que alguns meninos se virassem em minha direção e acenassem, fazendo com que eu imediatamente retribuísse o gesto.

Não gostava muito daquela sensação de ser olhada, ao menos que eu estivesse em um campo de futebol. Os olhos deles estavam diretamente em mim e conversavam coisas que pela distância eu não poderia escutar.

— Este é o Luke, ele é o capitão do nosso time de futebol. — Apresentou um rapaz alto, dos cabelos castanhos e olhos claros. Jesus, eu nunca havia visto lábios tão carnudos como aqueles.

— É um prazer finalmente conhecê-la. — Ele apertou a minha mão sorridente. — Ouvimos coisas maravilhosa sobre a nossa possível nova atacante.

Sorri animada com o elogio, o que fez automaticamente minhas bochechas arderem.

— O prazer com certeza é todo meu. — Falei animada. — Acho que eles aumentaram um pouquinho. — Brinquei e eles riram.

O senhor Benjamin precisou se retirar para realizar algumas ligações por conta do jogo de hoje à noite e nós dois ficamos sozinhos.

Por incrível que pareça, Luke não deixou se tornar um silêncio constrangedor.

— Ele comentou algo sobre você ser atacante. — Comentou. — Nossas atacantes são um pouco mais altas.

— Eu diria o mesmo. — Brinquei. — Mas sim, com esse tamanho todo fico lá na frente e por incrível que pareça faço muitos gols de cabeça.

— Você precisa da bolsa? — Perguntou curioso. — Nem todos do time possuem. Talvez no máximo cinco deles.

"Deles". No caso ele não era bolsista. Então, os minutos que eu poderia ter e explicar toda a situação que vivia dentro de casa, que de alguma forma pudesse vir a convencê-lo do quão eu merecia e quem sabe Luke fosse repassar essas informações ao técnico eu aproveitaria.

Contei tudo. Abri o jogo. Cada detalhe que apenas Lola sabia. A cada palavra que saía da minha boca, o olhar de espanto, surpresa e até mesmo pena aparecia.

— Farei de tudo que estiver ao meu alcance para ajudá-la. — Afirmou sorridente.

— E você também é atacante? — Perguntei para que pudéssemos amenizar o clima um tanto triste que havia se instalado no ambiente.

Rapidamente balançou a cabeça de um lado para o outro.

— Meia. — Contou. — Eu faço a equipe trabalhar, eu que faço o toque de bola e dou os melhores passes que eles poderiam receber.

Vendo-o gabar-se de seu potencial até me fez sorrir.

Não iria tirar o seu mérito, apesar de se tratar de uma equipe e de cada função ser de extrema importância para conduzir o jogo para alcançar os objetivos, ainda assim um bom meia garantia basicamente um bom jogo.

— Aquele é o nosso principal atacante. — Apontou o dedo para o gramado.

E foi quando eu o vi.

Luke

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