Aquele Que Veio de Fora!

By WilliamToriccelli

5.6K 1K 7.3K

Sem qualquer lembrança de quem é ou de onde veio, um rapaz acorda flutuando em um lugar desconhecido. Quando... More

Introdução!
Epígrafe!
Capítulo I.
Capítulo II.
Capítulo III.
Capítulo IV.
Capítulo V.
Capítulo VII.
Capítulo VIII.
Capítulo Final.

Capítulo VI.

248 60 547
By WilliamToriccelli

Antes:

A verdade é revelada, a nave que resgatou Kajka é um ponto de compra e venda de escravos onde tratam as pessoas como coisas. Graças a Kloéh, Kajka descobre que havia um plano de fuga que começava e terminava com ele e então aceita unir-se ao fugitivos.

*

*

*

Agora:

A mão de Kloéh estava úmida.

Estávamos sentados do lado de fora da "sala de reunião", em silêncio e de mãos dadas. Pediram para que eu saísse e ela veio comigo. Eu estava em dúvida entre me focar em entender o falatório nada discreto de todos e começar uma sessão de perguntas com a doutora. Depois de um tempo cheguei à conclusão de que estava mais interessado na segunda opção.

― Então ― comecei. ―, você realmente acha que não consegue descobrir quem eu sou e, sabe, como eu faço... aquilo.

― Sim! ― disse Kloéh, encarando as pernas. ― Desculpa, mas eu nunca vi algo como você. Nem eu nem nenhum outro doutor que esta nave já teve.

― Tem uma coisa que eu queria perguntar ― falei. ―, uma coisa que pode ser de grande ajuda e que parece que ninguém pensou: que idioma eu falo? Como vocês se comunicam comigo?

Kloéh balançou a cabeça.

― Não é que ninguém pensou nisso ― disse ela. ― É que o seu idioma é gardiniano, ou seja, de Gardim.

― Então eu sou de Gardim?!

― Pode ser ― continuou ela. ―, mas o idioma que a maioria da tripulação fala é tupihla, que é quase uma primeira língua universal.

― E?

Gardiniano seria a segunda! ― contou. ― É um idioma muito comum de saber, então não é de grande ajuda.

― Ah... ― olhei para o teto. ― Que pena, eu realmente esperava que, sei lá, fosse uma boa ideia.

― Ei, não fica assim! ― Kloéh acariciou meu cabelo. ― Sabe, o lugar mais importante onde se fala gardiniano é Praytos e é pra lá que nós vamos quando sairmos daqui.

― Por que?

― A maioria das pessoas aqui não têm para onde voltar ― disse ela, tristonha. ― e Praytos é um lugar onde é possível ir para qualquer outro lugar. Se chegarmos lá, Faéro nunca mais vai nos achar.

― Parece bom, mas e eu? Eu não só não tenho pra onde voltar, eu não sei nada sobre nada.

A doutora hesitou.

― Azu e eu nunca falamos sobre para onde iríamos quando saíssemos daqui ― Kloéh parecia emotiva. ―, nossa aldeia deve ser um monte de mato hoje em dia e todo mundo que conhecíamos morreu. Ninguém nos espera.

A encarei.

― Eu lamento.

― Obrigada, mas não precisa! Não estou dizendo isso como algo triste. ― ela sorriu para demonstrar o que dizia. ― Só quero dizer que não posso largar você por aí, assim. Seria uma péssima doutora e uma péssima amiga se fizesse isso

Franzi o cenho e ela riu.

― Se ainda não entendeu ― disse ela. ― eu quero ajudar você a descobrir quem é. Eu prometi, lembra?

Assenti.

― Será que tem mais gente como eu? ― perguntei.

― Não sei ― respondeu Kloéh. ―, mas eu com certeza quero descobrir.

― Às vezes eu tenho medo de que eles sejam... ― muitas palavras vieram a mente, contudo uma parecia mais certa: ― maus, entende?

― Bom, eu não acho que pessoas más possam criar alguém como você.

Pensei em todas as vezes que me imaginei matando, decapitando, esquartejando, batendo, fazendo sentir dor, esmurrando e pisando nos outros e em como aquilo parecia divertido.

― Eu perdi a memória, lembra?

― Eu estou disposta a arriscar.

Desviei do olhar dela. Não a colocaria em perigo nem para me ajudar. Se todos da minha raça fossem como eu, ela estaria em perigo e se precisasse abandoná-la para garantir sua segurança, então eu faria.

― Kajka ― ela segurou meu rosto e tocou nossas testas. ―, para o meu povo, tocar as testas assim, é o maior ato de intimidade que duas pessoas podem exibir em público.

― Aham...

― Tudo que é dito no espaço entre nossos rostos têm muito mais significado do que em qualquer outro lugar. ― explicou. ― Agora escute: o maior erro de um filho é achar que tem que ser como os pais. Se sua família for má, não existe razão nenhuma para você ser também, além, claro, se você quiser de verdade. Nós vamos sair daqui e vamos descobrir quem você era e, se não gostar, pode mudar. Essa é a graça. Ninguém é, agora, exatamente como era há um segundo atrás.

Senti faíscas crepitando em meu peito e uma corrente elétrica me atravessar.

― Eu acho que, para o meu povo, o maior ato de intimidade que se pode exibir em público é diferente do seu.

― E como é? ― perguntou ela.

Devagar, toquei sua cabeça com minha mão e diminuí o espaço entre nós. Aproximei nossas bocas e fechei os olhos ― ela também o fez. ― respirávamos o mesmo ar, estávamos juntos. Ia acontecer, íamos...

― Klo?

E, tão rápido como surgiu, o momento desapareceu.

― Azu ― disse Kloéh levantando rapidamente e encarando seu irmão.

Eles começaram a conversar em seu idioma. Azu parecia exaltado e apontava para mim enquanto falava, Kloéh tentava acalmá-lo. Levantei e os encarei com cara de tacho, estava em dúvida quanto ao que fazer. A discussão seguiu por mais alguns segundos até Kloéh encerrá-la com apenas uma palavra:

Fraeneken!

Aquilo ecoou por meus ouvidos. Lembrei de dizê-la aos Darrakes logo que cheguei, na época não sabia o que significava, mas Kloéh sabe. Tinha que perguntar a ela sobre isso.

Ela falou mais algumas coisas ao irmão que apenas a ouviu, calado e assentindo. Depois ela fez uma pausa e sinalizou para que Azu se expressasse. Dessa vez ele disse poucas palavras e apontou para mim antes de se retirar cabisbaixo.

― Temos que ir ― avisou Kloéh. ―, eles vão colocar o plano em prática o mais rápido possível.

― Por...

― A nave pode recomeçar a viagem a qualquer segundo ― explicou. ― e com ela em movimento, perdemos tudo. Vem ― ela segurou minha mão e começou a andar, mas não me movi.

― Espera! ― disse. ― Aquela palavra que disse pro seu irmão, aquela que fez ele ficar quieto, o que ela significa?

― Ela uma palavra sagrada ― Kloéh afrouxou seu toque e repousou suas mãos sobre meu peito. ―, sempre que alguém diz, não importa a situação, todos devem ouvir aquela pessoa e ficar em paz.

― E como isso funciona?

― Ela é um tipo de promessa! Quem não respeitar sofre as consequências e o mesmo vale para quem invoca o direito, se algo hostil for dito ou feito por alguma das partes, então coisas ruins acontecerão. ― ela fez uma pequena pausa. ― Mas por que a pergunta?

― Eu disse ela! ― contei. ― eu disse ela para os Darrakes quando cheguei aqui. Eu não tinha ideia do que queria dizer, mas sabia que era o que devia dizer... isso faz sentido?

― Acho que sim ― respondeu ela. ―, você não sabia o que queria dizer, mas sabia que se dissesse aquilo se salvaria. Talvez você tivesse isso reprimido ou algo do tipo... enfim! Depois falamos mais sobre isso, agora vem.

Ela disse e me puxou para dentro.

*

Não me contaram o plano inteiro.

Lembro de pensar que fazia sentido, afinal eu era um estranho. Apesar disso, não consegui evitar de ficar irritado. Tentei argumentar que eu era um bom lutador e que faria diferença caso as coisas esquentassem, mas o argumento deles era melhor.

Não podiam confiar em alguém que não conheciam.

Óbvio, muitos deles acabaram lá justamente por causa disso. Pouco a pouco, para não chamar a atenção, eles começaram a sair. Um grupo atrás do outro. Cinquenta no total.

― São só eles? ― perguntei a Kloéh. ― Quer dizer, só eles vão? E os outros lá fora?

― Não dá para todo mundo estar na reunião ― justificou a doutora. ― ou os Darrakes iam descobrir, então...

― Eles precisam ficar lá. ― interrompi.

Kloéh assentiu.

― Eles sofrem mais ― disse ela. ― para que nós possamos nos reunir e dar um jeito de parar com o sofrimento, mas todos vão com a gente quando chegar a hora.

― Isso é um alívio e qual é a das coleiras?

― São âncoras para ZLMs!

― O quê?

― São um tipo de bloqueador de Magia ― explicou Kloéh. ― Sem eles o Arrak, por exemplo ― ela apontou para um rapaz perneta e com um gorro vermelho. ―  poderia acabar com todo o oxigênio daqui em um segundo. Infelizmente, elas não desligam fácil. Vamos ter que contratar um bom feiticeiro quando sairmos daqui.

Quando o último grupo partiu restaram na sala, além de mim e Kloéh, os zumbis teleportadores chamados Orcen e Oirét, uma criatura aracnídea branca e com braços longos demais e alguém que parecia a garota que orquestrou o ataque no banheiro.

― Ei, Kajka! ― chamou Kloéh.

― Oi?

― Recapitulando, então! ― disse ela. ― Enquanto nós colocamos o plano em prática e desligamos o tubo, você fica aqui. Quando descobrirem a sabotagem, vão procurar você, mas não vão achar e esse é um dos principais fatores que vão garantir nosso sucesso. Depois vai começar a ação de verdade, mas relaxe que nós cuidamos disso. Quando tudo estiver pronto, avisamos Miran, ela é empata e vai guiar Orcen, Oirét, Nila e você para junto de nós, entendeu?

― Sim! ― falei com sinceridade.

Kloéh puxa meu corpo e toca nossas testas.

― Nos vemos na nave de fuga.

― Até lá!

Ela sorriu e caminhou até os zumbis. Nos encaramos fixamente até as criaturas rodarem e a névoa prateada levá-los.

*

― Impressionante! ― disse a aranha, Miran, depois de algum tempo. Sua voz era fina e aguda. ― Eu sinto nada vindo de você.

― Como assim? ― falei, distraído.

― Eu sou GravNaata, empata ― contou. ―, consigo sentir os outros. O que querem, o que não querem, o que amam, o que odeiam e com alguns até o que pensam.

― E?

― Sinto nada em você! ― ela falava, contente. ― É como se você soubesse de nada.

― Tecnicamente é tudo que eu sei, mesmo!

― Sim e eu lamento por isso ― havia alguma honestidade em seu tom. ―, mas é que é bom não saber de tudo que os outros pensam, o tempo todo. Minha vida não costuma ter muito mistério, mas você... você é uma coisa totalmente estranha pra mim.

― É recíproco.

― RE-CÍ-PRO-CO ― repetiu ela. ― Não conheço essa palavra. O que quer dizer?

― Nada.

― Recí-pro-co é o mesmo que nada! ― concluiu. ― Bom saber.

― Não ― tentei consertar. ―, "recíproco" não quer dizer "nada", eu só disse "nada" para não dizer que eu não queria dizer o que "recíproco" quer dizer.

― Ah, sim!

Fez-se silêncio durante algum tempo. A fumaça prateada de Orcen e Oirét reapareceu num canto e dissipou-se revelando os dois, apenas os dois. Ninguém disse algo, mas os zumbis pareceram entender a pergunta que eu fazia em silêncio.

― Eles disseram que ela está bem ― revelou Miran. ― Está cumprindo a parte dela no plano.

― Bom saber.

E novamente tudo se aquietou. Até Miran soltar um gritinho e recuar. Me levantei e me aproximei dela.

― Não precisa ― disse a aranha. ―, eu estou bem. É só que alguém está pensando alto demais.

Miran passou o olhar por cima de meu ombro. Acompanhei seu rosto até uma familiar criaturinha recostada numa parede e meio que escondida da luz, ela usava roupas de couro marrom, um boné grande demais e óculos de aviador.

― Nila! ― disse Miran. ― Se quer pedir desculpas, apenas peça. Não é vergonha nenhuma.

Em um passo sem ritmo ela se aproximou. A pele azul parecia mais viva vista de perto, seus olhos eram grandes e amarelados com pupilas pretas, quatro tentáculos ou antenas balançavam no ar grudados a seu rosto. Ela se inclinou para trás antes de falar.

― Seguinte ― começou. ―, eu num divia atacado o daquele jeito. Eu tava cum pressa e agí sem pensá. Então, na boa, fortalece aí e disculpa nóis.

Encarei por um segundo sem entender exatamente o que ela tinha dito. As palavras eram conhecidas, mas saíam estranhas de sua boca.

― Ahnn... ― grunhi. ― eu desculpo e também peço desculpas por quase te enforcar.

― Tá tranquilo! Firmeza, então! Toca aqui! ― ela apontou o punho cerrado para mim. Seguindo, relutantemente, as instruções dela toquei em sua mão.

― Não assim! ― disse ela. ― Bate cum força, cara!

― É melhor não ― avisei. ― eu sou mais forte do que pareço.

― Disso eu sei bem ― comentou. ―, só que num pricisa batê cum tuda sua força, né não? Bate aqui, vai!

Com um pouco mais de força, bati na mão dela.

, eu sintí firmeza! ― o jeito dela falar era engraçado e eu só não ri, porque achei que podia ser ofensivo. ― Alinháis, meu nome é Nila.

― Kajka!

― Tô ligada! ― disse Nila. ― é o cara qui veio di fora. Agora eu sei.

― Eu posso fazer uma pergunta? ― falei.

― Tu já feiz.

― Então eu posso fazer outra pergunta?

― Tu já feiz ― disse ela, sorrindo.

― Então eu posso fazer outra pergunta além da pergunta que estou fazendo agora?

― Vai im frente!

― É sobre o seu jeito de falar ―  contei, ressabiado.

― Sabia, óia aqui seu safado ― respondeu Nila. ― Eu aprendi o idioma di Gardim cum escravo de lá, num é minha culpa si ele tamém num sabia falá!

― Você não fala errado ― apontei. ― Só é diferente.

Nila abaixou a cabeça e desviou o olhar.

diferente foi o qui mi botô aqui. ― murmurou ela.

― Isso me lembra que eu tenho outra pergunta. Assim, eu não lembro de quase nada ― comecei. ―, mas naquele dia no banheiro, quando você me atacou, eu me lembrei de você. ― ela franziu o cenho. ― Quer dizer, eu não me lembrei de você, eu nunca vi você antes, pelo menos acho que não, mas me lembrei de alguém como você. Eu tive um flashe, você é uma a... ba... ni... um, não é? O nome é esse?

Nila abraçou a si própria.

― Abanium, sim!

― Depois eu fiquei pensando na hora que eu ataquei vocês ― falei. ―, eu não tenho certeza, mas... Abanium's não se teleportam?

Ela abaixou a cabeça no instante em que falei. Esfregou o próprio corpo como se estivesse congelando de frio. As antenas penderam para frente como se tivessem morrido.

― Abanium's se teleportam! ― disse Nila como se a frase fosse uma maldição. ― Eu é que não.

― Oh, você é um... desculpe, eu não sei como chama!

― Não precisa dizer, Nila! ― avisou Miran, atrás de mim. ― E ele não disse por mal!

― Tudo bem, Miran! ― ela sussurrou e depois olhou para mim. ― A palavra que tu procurando é... aborto-vivo!

― Céus, isso é horrível!

― É ― ela disse como se já estivesse acostumada. ―, foi o que o meu pai disse. Ele queria subí na vida e uma filha abortada num ía ajudá, intão ele mi vendeu pra cá.

― E-eu não sei o que dizer! Desculpa ter falado...

― Não, tudo bem! ― não sabia se Abanium's choravam, mas ela estava quase. ― Todo mundo qui parô aqui, passô pur pocas i boas! A Miran, por exemplo, si casô cum cara qui ela nunca nem viu e u marido achô ela feia, daí vendeu ela pra cá. Orcen e Oirét eram casados e, quando morreram, a família vendeu o corpo pra serví di cumida pros KraTôs, lógico qui eles num sabiam que eles era Sotrom's. E você, Kajka, acordô sem lembrá di nada e nu ispaço. Infim, sabê a história di tudo mundo ajuda a...

Mas ela não acabou a fala.

A nave sacudiu e jogou todo mundo contra uma das paredes. Depois de novo para nos jogar de volta ao chão de sempre.

― Eles conseguiro ― "avisou" Nila. ― É hora da gente siguí co plano.

― Estamos seguindo ― disse enquanto me levantava. ―, eu ainda estou aqui.

Nila trocou olhares com Miran.

― Esse não é o plano intero! ― afirmou Nila.

― Como assim?

― Eu tenho uma missão ― disse ela. ― Tenho qui fazê uma coisa qui ninguém mais teve corage, só qui num posso fazê isso sozinha. é forte i sabe lutá. Pur favor, mi ajuda.

― Eu não posso sair daqui.

― Orcen e Oirét vão cum nóis. Eles viajam mais rápido co junto! ― ela falava apressada. ― Miran vai avisá pra eles quando a hora, mais a gente deve acabá rápido. Pur favor, vem cum nóis! A gente num têm muito tempo!

Ela estendeu a mão para mim. Eu queria muito ajudar, mas não queria ir contra o plano de Kloéh.

E se fosse uma armadilha? Nila já tentou me atacar antes.

Mas nada que ela fizesse seria um risco para mim.

E se eu acabasse me perdendo e não conseguisse achar a nave de fuga?

Eu acharia Kloéh, já achei antes.

E se os Darrakes me achassem? Ou Faéro?

Eu os mataria.

Eletricidade atravessou meu corpo inteiro com a possibilidade de lutar. De matar ― especialmente Faéro. Sentia tantas faíscas que tive medo de eletrocutar Nila quando toquei sua mão. Ela apenas sorriu.

― Vamos, então! ― aceitei. E esse foi meu maior erro.

Continue Reading

You'll Also Like

649 65 13
ela modelo ele estilista ela dose ele amargo ela uma plebéia e ela um Príncipe ele não sabia que ela era uma princesa
11.1K 2K 102
Queres saber mais sobre o teu escritor favorito ou ficar a conhecer novos escritores? Então, vieste ao lugar certo! Melhor posição: #17 em Não Ficção...
727K 3.6K 30
coleção de contos eróticos (Aceito sugestões)