— Alfonso se você vai ir falar com essa mulher eu vou com você — respondi a Poncho no telefone — não, não e não — revirei os olhos — eu vou com você sim, me envia o endereço que eu te encontro lá, ok! — desligo o telefone.
— Problemas com o noivo? — Maite pergunta.
— Não tanto igual a você — riu — você e o Poncho precisam se resolver Maite, vocês é família e também são as minhas pessoas.
— O seu noivo é teimoso Anahi.
— E você também é — respondo — mas agora não consigo ter essa conversa, eu preciso sair e não sei que horas volto, pode me representar em uma reunião ?
— Anie minha agenda esta cheia hoje...
— Eu mando Christian então, eu realmente preciso ir — digo pegando minhas coisas e Maite assente.
Dirigindo ao encontro de Alfonso milhões de coisas passam pela minha cabeça, a sensação de saber que ele era louco para ser pai e eu não, e que talvez ele encontre a realização de seu sonho em outra pessoa. E se esse menino for filho dele?
— Amor eu disse que você não precisava vir — ouço Alfonso encostar ao lado do meu carro — eu poderia fazer isso sozinho.
— Eu quero estar aqui Poncho, já estou aliais — respondo lhe dando um beijo rápido, tomado pelos ciúmes.
Alfonso caminha atrás de mim até a porta de Melissa, toca a campainha e eu respiro fundo. É agora.
— Oi — responde Melissa — eu não esperava... — diz ao me ver — entrem.... O que trás vocês aqui?
— Desculpe te incomodar no meio do dia, eu sei que você acabou de voltar de viajem, mas eu precisava falar com você — diz Alfonso da maneira mais sutil.
— Não esta incomodando Poncho, só não entende o que você e sua amiga fazem aqui.
— Eu sou a noiva dele — respondo — e viemos aqui porque queremos saber se o seu filho é filho do Poncho — despejo tudo e Alfonso me olha repreendendo, talvez ele gostaria de falar as coisas com calma, mas comigo as coisas não eram assim.
— Que? — pergunta assustada.
— Sabemos que vocês relacionaram da forma que bebês são feitos — respondo irônica.
— Sim, nos relacionamos, mas sempre nos cuidamos, eu não sou louca de transar com o Poncho sem camisinha, ele pegava todo mundo, Deus me livre de pegar uma doença — engulo seco.
— Mel você tem certeza que não é meu? — Alfonso pergunta enquanto eu ainda estou pasma — você se relacionou com mais alguém naquela época?
— Sim — ela responde.
— Eu acho melhor fazermos um DNA para ter certeza — eu digo — não quero que apareça um dia na minha porta com seu filho dizendo que Alfonso é o pai.
— Meu filho não vai fazer um DNA, ele é só uma criança, não vou sujeita-lo a isso e eu seu quem é o pai do meu filho e não é o seu noivo, pode ficar tranquila.
— Calma Mel, ninguém vai obrigar seu filho a nada, só seria bom para não existir duvidas, preservativos também falham...
— Ainda mais se você diz que se relacionou com mais um monte de gente — palpito.
— Eu não me relacionei com um monte de gente — responde nervosa — apenas com o Poncho e com meu ex noivo — engulo seco de novo e não consigo responder, meus pés somem do chão. Respiro fundo.
— você ta passando mal? — Melissa pergunta — você ta branca garota — Alfonso me olha entendendo tudo.
— Mel, o Mané é o pai do seu filho — eu saiu dali, não querendo ouvir mais a resposta.
— O que deu na sua noiva? — Ela pergunta.
— Ela conhece o Mané.
— Ela não pode contar a ele Poncho.
— Mel... o Mané namora a minha prima Maite e ela é a melhor amiga da Anahi.
— Vocês vieram até aqui tirar a minha paz, vocês dois não podem dizer nada a ele.
— Porque você nunca contou Mel?
— Eu procurei por ele, mas ele nunca quis me ver depois que descobriu de nós dois, eu não poderia lidar com ele falando que esse filho não era dele.
— Mas é Melissa.
— Mas é como se não fosse Poncho, por favor... Segura a boca da sua noiva, ninguém pode saber que meu filho é filho do Mané.
— Eu vou ver o que faço Mel, não posso prometer.
Estou do lado do carro ainda sem acreditar quando Alfonso sai.
— Te encontro em casa? — digo que sim com a cabeça — tá, lá a gente conversa— ele entra em seu carro e sai, eu faço o mesmo.
Dirijo até em casa pensando em Maite, ela me alertou de uma criança que está presente na vida dela, não na minha.
— Amor... — Alfonso diz quando eu entro — você demorou demais.
— Vim devagar, pensando — respondi entrando em casa e guardando minha bolsa.
— Você não pode contar isso pra Maite — ele diz.
— Você tem razão... Eu não posso — o olho — mas você deve Poncho.
—Eu? — pergunta assustado — Anie, a gente não tem nada a haver com isso.
— Você tem Poncho, é a sua prima e o seu amigo, você já errou e estragou essa historia uma vez por causa de uma traição, se não contar é outra traição.
— Anie... não é assim... As coisas são diferentes agora... — passou a mão pelo cabelo.
— E tem mais, se não contar tudo acaba entre nós, porque o que vai me garantir que tem outros segredos por ai?
— Não confunde as coisas Anahi, a gente não tem nada haver com isso, a nossa historia é outra.
— A gente tem tudo a haver com isso Poncho — respondo — a gente entrou de cabeça nessa historia.
— Essa historia vai machucar tanta gente, a gente vai se machucar...
— Você perdeu 5 anos com a Maria Julia porque eu escondi minha gravidez, você quer manter mesmo isso em segredo? — Alfonso não me responde, fica parado no tempo pensando, eu o deixo ali e vou para o meu quarto. Tudo foi demais.
No meio da noite sinto Alfonso me abraçar.
— você tem razão... Eu não posso esconder isso deles.
No dia seguinte as coisas estavam estranhas, como eu trabalharia com a Maite assim? Sabendo de tudo isso e sem contar nada? Quando Alfonso contaria?
— Mamãe... — disse Juju — Hello! To falando com você ...
— Oi meu amor, desculpa a mamãe estava em Narnia, fala...
— Eu não quero ir pra escola hoje!
— Tudo bem meu amor — respondo e Alfonso e Juju me olham surpresos.
— Tudo bem? — pergunta Alfonso enquanto Juju comemora.
— Sim e quer saber... a mamãe também não vai trabalhar hoje, vamos ter o dia das meninas — Juju vibra.
— o papai também? — pergunta feliz da vida e Alfonso a responde.
— O papai realmente precisa trabalhar Ju, mas prometo chegar mais cedo... — da um beijo em Juju que desce da mesa e me olha — vou chama-los aqui hoje pra acabar logo com essa historia e você poder trabalhar tranquila, sem fugir.
— é demais ter que olhar pra ela hoje sabendo de tudo.
— eu entendo, espero que eles fiquem bem com tudo isso.
— eu também...
O dia com Juju passou depressa já que ela elétrica igual a mãe nos arrumava alguma coisa pra fazer o tempo inteiro, mas foi bom, foi divertido, fazia tempo que não passava tanto tempo com ela.
No fim do dia meus pais passaram pra pegar Juju e levar para a casa deles.
— Agora esse rapaz vive aqui com você? — pergunta meu pai com desdém — com tudo isso percebi que nunca falei com meus pais que estava noiva de Alfonso.
— por enquanto ele ainda não mora aqui pai, mas logo vai... — ele me olha mais serio — talvez a gente... se case... — percebi também que eu não conseguiria falar com tanta facilidade.
— Estão noivos? — minha mãe perguntou.
— Vamos ficar assim que oficializarmos com um jantar em família, o que acha?
— Eu posso organizar — minha mãe diz e meu pai ainda torce o nariz.
— pai? — pergunto.
— Os filhos crescem mesmo né? — sorri — tudo bem, pode ser na nossa casa ?— eu confirmo.
Assim que meus pais saem com Juju, Alfonso chega. Com certeza devem ter se cruzado no elevador.
— Oi amor — sorri me vendo perto da porta — como foi seu dia?
— Foi sem fim — sorrio de volta — viu seus sogros?
—Vi sim — ele ri — seu pai até me deu um sorrisinho.
— Devemos comemorar? — o abraço.
— Mais tarde — ele pisca — liguei para Mané vir com a Maite e eles devem estar chegando a qualquer momento.
— Você acha que deve contar aos dois juntos? — ergo a sobrancelha.
— Você acha que não ?
— Acho meio indelicado, talvez devesse falar com o Mané primeiro...
— Mas e agora que já os chamei? — a campainha toca, Maite era de casa e o porteiro sempre a deixava subir direto.
— Vou abrir a porta, vamos ver o que dá — Maite me olha sem entender o porque esta ali, sabendo bem que Alfonso estaria com raiva dela. Os dois entram e Maite mal fala com Poncho, já Mané o abraça e Poncho o oferece uma bebida. Maite cismada gruda do meu lado.
— Mas alguém vem? — a morena me pergunta.
— Não... somos apenas nós — respondo.
—Eu não to entendo esse convite repentino, é ideia sua né, pra me forçar fazer as pazes com o Poncho — ela cochicha no meu ouvido.
— Na verdade eu convidei vocês — Poncho respondeu alto o suficiente desconcertando Maite e eu estava achando tudo isso uma loucura.
— Certo, vamos nos sentar? — digo indo até o sofá — eu praticamente forcei o Poncho a chamar vocês aqui — ele me olha — e agora to achando que agi completamente errado.
— Por quê? — Mané pergunta — é normal você querer que sua melhor amida faça as pazes com o seu noivo.
— Eu quero de verdade fazer as pazes com você Maite — Poncho diz — mas eu também quero explicar algumas coisas que aconteceram.
— Eu sei que não agi certo Poncho — Maite diz com pesar.
— Eu também não agi certo varias vezes Mai, eu entendo seu medo em eu machucar Anahi — faço que vou falar, mas Alfonso continua — a ultima coisa que eu quero na vida é machucar a ela.
— Eu fico feliz por isso — Maite responde.
— Mas eu também não quero te magoar, Mai a gente se conhece desde sempre, você ta em todos os momentos da minha vida, você sempre foi tão ligada a mim, de repente você fica tão dura... e eu entendo, muita coisa aconteceu, mas eu não quero que as coisas mudem entre a gente... Você é tão minha irmã quanto a Manuela, você sabe disso.
— Sim eu sei Poncho — responde segurando as lagrimas o abraçando — eu to sendo uma estupida, desde o começo, eu não devia ter contato essa historia da criança pra Anahi.
— Mas pelo que você contou, nos fez ir atrás da Melissa...
— Você viu a criança?
— Não vimos, mas ela explicou que era impossível o filho ser meu.
— Já que ela sempre se preveniu porque não era doida de transar com o Alfonso sem preservativo — disse ainda enciumada da frase.
— Sim ela disse isso — Alfonso me olhou — e também disse que apenas se relacionou comigo...
— Fora do noivado — Mané completou — ela te disse isso não foi?
— Sim...
— Espera o filho é do Mané? — o olhou —O filho é seu? — Maite perguntou perplexa e ali caia o mundo da minha amiga novamente.
— Eu acho que sim... — Mané respondeu com o olhar baixo — quando vi a criança só consegui pensar na traição, mas ele... se parece comigo, me desculpe Maite...
— Eu preciso ir embora — Maite pegou a bolsa se levantando, mas Poncho entrou na frente dela — me deixa passar...
— Não, não — segurou seus braços — você fica aqui — direcionou o olhar até Mané — vai embora cara, amanha vocês conversam... Maite fica aqui com a gente — ele apenas assentiu saindo e eu nunca pensei que me doeria tanto ver Maite sofrer assim, por um momento eu desejei que o filho fosse do Poncho — vai ficar tudo bem — Poncho disse envolvendo Maite no seu abraço.
— Ele mentiu pra mim — eu não acredito nisso.
— Ele não mentiu Mai, ele só não tinha entendido que o filho era dele, não meu.
— Ele tem um filho — disse chorando — eu não posso acreditar.
— Mai isso foi antes de você, você sabe bem como ele se machucou com o passado, essa criança... Ele não esperava.
— Ele vai reviver o passado, se ele quiser me deixar?
— Só se ele for muito doido Mai — respondo — você é maravilhosa... Você sabe disso.
— Eu não sei mais de nada, minha vida é um fracasso, meu casamento fracassou, meu relacionamento fracassou...
—E você não tem culpa de nada disso Mai... não se culpe pelos erros dos outros e também se lembre que existem erros sem intenção de errar, o Mané não esperava por isso, eu juro que preferia que o filho fosse do Poncho do que te ver passar por isso.
— Não brinca com isso Anahi — Maite diz — vocês dois merecem ser felizes.
— Mas uma criança não atrapalha felicidade de ninguém Mai, pelo contrario... Aceite a historia do Mané, assim como ele aceita a sua e tá tudo bem — Poncho concluiu.
— Vai descansar Mai, amanha o dia será diferente — eu rezava a Deus que fosse.