- Emília que palhaçada é essa!
- Isso é para o seu próprio bem, Patrick! Futuramente vai me agradecer, você sempre agradece.
- Eu sempre agradeço gestos nobres! Isso é sequestro!
- É claro que não é.
- Você está me levando, sabe Deus pra onde, contra a minha vontade! Que eu saiba, a lei considera isso como sequestro!
Ela se calou sem graça, porém continuava com um sorriso forçado no rosto.
- Bem... É óbvio que isso não é um sequestro, eu te conheço desde que era um bebezinho.
- Ainda é um sequestro! E eu tinha 8 anos, já estava me cuidando sozinho faz tempo, e sem você.
Ela tinha contratado dois homens enormes para que me escoltassem até o jatinho dela, claramente estou sendo sequestrado.
- Emília, tenho que estar em Londres amanhã de manhã, eu te imploro, pare com essa idiotice!
- Agora eu sou a idiota?
- Eu não disse que você era idiota, mas está tendo atitudes que são.
- Ah! Vamos colocar atitudes idiotas na mesa? Muito bem, Patrick, diz pra mim, qual foi sua reação com a mensagem da minha neta?
Ela só podia estar brincando, não é possível! Eu esqueci isso! Eu esqueci tudo! Estava pronto pra seguir em frente! Mas é claro que ela não iria facilitar as coisas com essa mania idiota de se preocupar comigo.
- Eu apaguei, pra ser sincero nem terminei de escutar.
Sua reação foi de... Decepção.
Ah claro! Quando é a netinha dela que estraga tudo, tudo bem, por ela, mas quando eu deixo de escutar uma mensagem ridícula que nem tinha nada demais, de repente Patrick é o babaca da história.
Patrick sempre era o babaca da história.
- Patrick Frederic Harrison! Como teve coragem!
- Olha, pra falar a verdade foi bem fácil. Sabe aquele botão "APAGAR", eu apertei ele.
Nossa, estou fazendo piada, estou mudando mesmo.
- Patrick, pelo menos escutou o que ela...
- Escutar ela? Emília ela nem falou comigo! Ficou evitando falar sobre o que estava sentindo, como sempre faz! Ela não disse nada! Ter aquela mensagem guardada só iria ocupar espaço no meu celular.
Ela pareceu aliviada, e estava rindo?
- Agora faz sentido! Patrick você é um idiota!
- Está me ofendendo, sabia disso?
- Ora, Patrick, já devia estar acostumado.-Eu sorri para minha amiga. - Acredite em mim, quando digo que vai me agradecer no final.
Olhei em seus olhos, infelizmente eu acreditava nela.
- Eu não tenho escolha, tenho?-Perguntei.
- Sabe que nunca teve.
- Deixa eu ver se adivinho... Vamos pra Las Vegas, não é?
- Muito bem! Acho que não é tão burro assim. E aproveitando, você vai escutar a mensagem de Olívia até o final.
- Como você tem essa mensagem?
- Patrick, calado! Vamos pra Vegas! Finja não ser chato, pelo menos uma vez na vida.
Oh Deus! Daí me paciência, porque vai ser uma lonha viagem.