Choque frontal

By JoanaBLP

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Alice Hill era doce, simpática e inocente, era uma rapariga que sabia o que queria. Até que ele chegou e foi... More

Epígrafe
Voltar atrás
Perdida
Encurralada
Arrepiada
Sem limites (+18)
Boatos
Portman?
Rumo certo
Concerto
Beija-me!
Marcada
Envergonhada
Acampamento- Parte 1
Acampamento- Parte 2
Acampamento- Parte 3 (1)
Acampamento- parte 3 (2)
Problemas
Jogo Perigoso
Polícia
Festa (1)
Coração a mil
Descontrolo
Imperfeitos
Concentrada
Rendida
Apanhados
Amigos
Clube de combate
Surpreendido
Coragem
(Re)encontros
Feliz
Tintas
Destruída
O passado do Brandon
Apoio
Noite no cais
Razão ou coração?
Telhados de Vidro
Vícios
(Ex)plicações
Proposta
Recomeço
Surpresa
Tocada
Faculdade
Opostos
PAZ
Kit
Reviravolta
Perdido
Gelado
|Não estás sozinho|
Aviso
Verdade
Nervosismo
Jack's Birthday
Corpo em corpo
|Viagem de carro|
Verdades Secretas
Confronto
Dama de copas
Um susto
Apartamento
Crescer
Inseguranças
|Onde é que estás?|
Invadida
FIM!
Cena extra
LIVRO 2

Amar dói

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By JoanaBLP

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Brandon

A floresta era estupidamente grande, mas com a ajuda da polícia rapidamente explorávamos todos os cantos.

 Isso não chegava. 

-Ela não se perdeu. - gritei pela milésima vez ao polícia que dava ao cão as roupas para cheirar. 

-Tens que perceber que é uma possibilidade. - responde casualmente. 

-Fez uma caminhada de roupa interior e perdeu-se a pouca distância das tendas? 

Conter a minha raiva ficava cada vez mais difícil. 

O meu coração estava destroçado. Se algum dia duvidei que ele existisse agora com a dor que sentia achava uma dúvida absurda. 

Ainda mais absurda era a incompetência destes polícias. 

Estava tão farto de ter que esperar por uma merda de burocracias e relatórios. Telefonam de cinco em cinco minutos para diferentes pessoas e não há nada de novo, absolutamente nada. 

Levei as mãos à cabeça deixando o meu cabelo ainda mais louco do que estava. Ao menos reflectia o que sentia. 

Queria a Alice, queria tanto mas tanto a Alice. 

Ninguém sabia do que era capaz por ela, talvez o choque fosse demasiado grande por me verem chorar. 

Ela é a minha prioridade. 

Sempre foi, sempre será. Agora não é diferente. 

Controlar as emoções foi algo que aprendi durante tantos anos, dor, tristeza, alegria até raiva chegava a esconder. 

Sentir que se passava algo de muito errado com ela terminava com todas as regras que me obriguei a cumprir. 

Afastei-me dos homens fardados e aventurei-me pelos caminhos que ainda não tinham sido explorados. Havia qualquer coisa que me estava a falhar. 

Qualquer coisa, mas o quê exactamente? 

Isto não pode ter sido um acaso. Não pode ser alguém desconhecido porque a Alice teria gritado. E portanto, tem que ser alguém que saiba todos os nossos passos, que nos conheça, que saiba do acampamento.

A única pessoa que conheço que segue todos os meus passos...

 Harry!

Vou matar aquele desgraçado. Vou matá-lo com todas as minhas forças. 

Como é que ainda não tinha pensando nisto? Só podia ser ele. Só podia ser aquele filho da puta. Vive obcecado por tudo o que tenho, ainda mais, quando é a Alice. 

Perguntei-me se seria o único que teria pensando no Harry. Confio nos meus instintos. 

Sei que foi ele, sei mesmo. 

E então a ideia simplesmente surgiu, como se de repente todas as peças se juntassem. Como se tivesse esquecido as regras do nosso próprio jogo. 

O jogo que jogamos desde crianças. 

Quer que o encontre, ele espera sempre que apareça para assistir à jogada final. Isso sinceramente deixa-me mais descansado. 

E sei onde está. 

A minha raiva acumula a cada minuto que corro pelos caminhos de terra. Devia parar para pensar, ter um plano.

 Era tão difícil porra, tão difícil.

Olho para o ecrã do telemóvel. Tenho os riscos de bateria quase a bater no zero e não posso deixar de rir com o azar que me persegue. 

E eu realmente rio, enquanto os meus olhos acumulam mais água do que em toda a minha vida. 

                                                                                         *

Cheguei com a respiração pesada a pequena cabana da família Portman era mais longe do que me lembrava.

Sabia que a Alice estava lá dentro e precisava de entrar o mais rápido possível.

Ia fazê-lo, até que ele apareceu. 

Vinha com um sorriso nos lábios, o cabelo demasiado perfeito ao ponto de irritar. A única falha era a roupa um pouco fora do sítio.

Queria matá-lo.

-Que bom ver-te irmão, sabia que mais tarde ou mais cedo acabarias por me encontrar.

-Onde é que ela está Harry? - gritei-lhe sem paciência.

-Calma Brandon, pensei que pudéssemos por a conversa em dia primeiro.

-Eu juro. - aproximei-me irritado, mas ele parou-me.

-Tem cuidado com o que fazes, um passo em falso e podes esquecer a tua preciosa Alice.

-Não me digas o que devo - comecei mas voltou a parar-me. 

-Não tens curiosidade para saber o que aconteceu enquanto estiveste fora?

Cerrei os punhos, havia qualquer coisa diferente nele e isso deixava-me ainda mais atento. 

Sei que está a tentar distrair-me é isso que ele faz. 

-Não tenho paciência para os teus jogos de merda Harry. A Alice não tem culpa dos nossos problemas deixa-a ir. 

A firmeza na minha voz era clara, mas no fundo estava a tremer. 

Nunca tive tanto medo dele como hoje.

Riu-se. 

-Logo agora que as coisas estão a ficar tão divertidas? 

Aproximei-me irritado e ele fez o mesmo. 

Estávamos tão próximos um do outro. Não podia meter a Alice em perigo sem saber o que ele tinha em mente. 

Simplesmente não podia. 

-Sabes uma coisa? - perguntou animado. 

-Tinha saudades dos beijos da Alice. 

Controla-te Brandon. 

-A Alice é tão querida, tão doce, tão excitante. - sorriu com a última palavra. 

-Não eras capaz. 

-Não tens noção das coisas que sou capaz Brandon, pensei que me conhecesses melhor. - a voz dele era dura agora, mais dura que a minha. 

-Harry... 

Todo eu tremia. Queria acreditar que ele era incapaz de fazer mal a Alice, queria acreditar nisso com todas as minhas forças. 

Mas este é o mesmo rapaz que ofereceu a nossa mãe em troca de um pagamento em atraso. 

Queria chorar. Então fechei os olhos. 

-Harry por favor diz-me que não lhe tocaste.

-Pensei em fazê-lo, cheguei mesmo a começar e acredita que a tua namoradinha é bem difícil de domar, mas não consegui. 

-Achei que era bem mais divertido se assistisses. - acrescentou.

E nesse momento, puxa rapidamente uma arma e aponta-a à minha cabeça. Abri a boca para mostrar o quanto estava surpreso e ele riu logo a seguir enquanto brincava com os dedos no gatilho. 

Ele é doente. 

Não havia defesa plausível, não havia razões para não me enojar com o que ele poderia ter feito à Alice. Isso realmente me afecta ao ponto da dor na minha barriga piorar e simplesmente ficar contorcido no chão. 

Não tenho nada, a arma está apontada a mim e a única coisa que me mantém firme é saber que ela precisa de mim. 

Nunca tive medo de morrer. Mas as coisas ficam diferentes quando há uma razão tão forte para viver e para sobreviver. Isso é algo que ele nunca vai ter. 

-Com calma. 

Ele fala enquanto mexe a arma com as mãos. Infelizmente é esperto o suficiente para se manter longe de mim, sabe que em segundos estaria no chão com as minhas mãos no seu rosto. Olho para ele e só consigo imaginar mil e uma maneiras de acabar o que comecei no dia do bar, quando descobri que o Louis era meu pai. 

Então levantei-me com toda a calma que pudesse fingir passar para o exterior, mesmo estando completamente desfeito. 

-Alguém nos vai encontrar Harry. 

Empurrou-me com força, íamos em direcção à porta da cabana. 

Contei até três para dentro. 

Alice estaria ali, amarrada, presa, a chorar e teria que contar muito mais números para manter a calma. Muitos mais.

Não ia deixar que porra nenhuma acontecesse. Confiem em mim. 

Foi então que a vi. 

Estava amarrada a uma cadeira, tinha marcas no rosto e braços e os lábios vermelhos com um pouco de sangue. Parecia ter estado a chorar, mas agora os olhos estavam vazios como se tivesse visto um fantasma. O corpo não parava de tremer e o peito descoberto, com uma grande ferida feita à muito pouco tempo. 

-Alice! - corri para ela. 

Afastou o meu toque e olhou para o Harry. Não olhou para mim, olhou para o Harry!

O meu coração estalou mais um pouco e contive as lágrimas.

Não podia chorar à frente dela porque precisava que ela acreditasse em mim, que acreditasse em nós... 

-Alice tem calma por favor. Prometo que vai ficar tudo bem. 

Dizer isto com o teu irmão mais velho a apontar-te uma arma à cabeça depois de raptar a tua namorada é digno de um filme. Literalmente, digno que um filme. 

-Podes responder ao Brandon. - disse casualmente. 

Olhou para mim, os olhos vazios sempre presentes. 

-É melhor se fores embora. - a voz neutra confundiu-me. 

-Alice? - pestanejei. 

Não. A Alice nunca diria isto, nunca se rebaixaria ao Harry e nunca tentaria esconder tanto o que sente. Porque se há algo que aprendi nos últimos meses com esta mulher é que é fogo. E não apaga com tanta rapidez. 

Olhei para ela com intensidade. Conseguia ler cada canto escondido da alma dela nos pequenos e doces olhos castanhos. Então soube logo. Soube a verdade. 

Vou jogar Harry, vou mesmo jogar de volta e vais realmente arrepender-te de teres tocado na Alice. 

                                                                                             *

-Tens a certeza que não queres que ele fique mais um pouco Alice? - lambeu os lábios. - O Brandon iria adorar ver o que começamos juntos. 

-Como se me fosses deixar ir. Chega a ser piroso o quanta energia metes em destruir a minha vida Harry, é alguma espécie de obsessão? - virei-me distraído. 

Olhou confuso para mim. 

-Pensas que me importo contigo? - perguntou incomodado. 

-Não penso, tenho a certeza. Que fascínio tão grande é esse que tens por mim irmão? - a palavra saiu-me com veneno. 

O Kit era meu irmão, ele não.  

-Isto é entre mim e ti. Deixa a Alice fora disto. 

Isto definitivamente não era um pedido. 

-Não! - ela gritou da cadeira, finalmente deixando passar algo. 

Não era o que tinha em mente, mas a distracção foi o suficiente para chegar perto dele e mandá-lo ao chão. A arma rolou nas mãos dele e caiu no chão com força. Continuávamos em cima um do outro e as pancadas eram de ambos.

Sinto uma dor forte no estômago e baixo os olhos até à zona onde a faca tinha sido cravada. O sangue jorra com força e sinto o meu mundo parar durante um tempo, oiço os gritos da Alice ao longe (ou perto?) e sinto que perdi, sinto que a perdi, sinto que a chance disto acabar bem é pouca ou nenhuma. 

A minha cabeça vai para trás e tenho uma última visão da Alice, até mesmo a chorar e a gritar ela continua a ser a pessoa mais bonita e linda que alguma vez vi. 

Ela é o amor da minha vida.

Sempre foi, sempre será... e agora sei que sou o homem mais sortudo do mundo porque a encontrei. 

Talvez morra hoje, mas morrerei a olhar para um anjo. 

-Não desistas de mim amor, não desistas de nós Brandon! - ela grita alto o suficiente para ouvir, para conseguir focar. 

E ele ri e ri. 

Caminha até ela e tento levantar-me. Não posso...

Então volto a fechar os olhos e espero. 

Porque há algo que não vos disse: os milagres existem. 

E o meu chama-se Tevin que tinha acabado de entrar pela porta com espera lá, aquele é?

-Pai!? - o Harry pareceu tão surpreendido como eu.

-Harry o que é que se passa aqui filho? - o homem parecia não acreditar no que via. 

Olhou para mim, depois para o filho e depois de novo para mim.

-Larga as armas e solta a Alice, agora. - disse autoritário. 

-Não devias estar aqui, não devias! - gritou completamente descontrolado. 

Gemi com as dores. Ia precisar de ajuda rápida, não aguentava muito mais. 

-Harry a polícia está a caminho, se não queres deixar as coisas piores para o teu lado tens que soltar a Alice e render-te. - Tevin. 

-Tevin... à quanto tempo. Nunca consegui que acreditasses em mim, agora percebo porquê, mais um que vive para adorar o Brandon.  - ele cospe em cima de mim e a Alice volta a gritar. 

Ela está desesperada, o Tevin está desesperado e o homem que chamei de pai durante toda a minha vida parece igual. 

Talvez seja o desapontamento com o filho, mas alguma coisa tinha mudado. 

Ouvimos as sirenes da polícia, estavam lá fora. O terror estava quase a terminar, eles só precisavam de convencê-lo a pousar a arma. 

E depois eu poderei partir, em paz... sabendo que ela está bem, que vai ficar com uma pessoa fantástica como o Tevin. 

Sei que ela não gosta dele dessa forma, sempre soube disso mas as pessoas aprendem a amar e não há mais ninguém no mundo a quem eu possa deixar alguém tão especial como a Alice.

-Filho rende-te, acaba com isto por favor! - ele grita desesperado. 

-Foste tu que pediste pai. 

E então acontece tudo muito rápido. Ele puxa o gatilho na minha direcção e sei que vou morrer, sei que a bala é para mim. 

Mas ela nunca chega. 

Ele salvou-me. 

O homem que me criou salvou-me e levou com a bala por mim. 

Lágrimas caíram-me rapidamente, a polícia entra e prende o Harry que parecia chocado a olhar para o corpo contorcido do pai, o Tevin corre a soltar a Alice que não deixa o meu olhar um único segundo. 

Mas eu só olho para ele, para o corpo do meu pai.

Há algo assustador na raça humana, ela muda constantemente e surpreende o mundo. A prova estava neste homem e mesmo querendo odiá-lo, não podia. 

Não conseguia.

-Pai! - agarrei-lhe o rosto pálido. 

Ainda não estava morto. 

Os paramédicos apareceram, mas não me importava. Precisava de estar ali com ele, pelo menos dizer-lhe uma única vez que houve um tempo em que o amei, um tempo onde fui feliz.

-Tu vais ficar bem velhote, aguenta-te. 

Ele sorriu. 

Aos anos que não o via sorrir. Aliás nem me lembro da última vez. 

-É uma altura muito estranha para sorrires. 

-Esqueci-me de fazê-lo nos últimos anos. Devia ter sorrido mais Brandon, devia ter te amado a ti e à tua mãe. Teria sido feliz. - a tosse aumenta a cada palavra. 

Estou a ser posto numa maca, mas não o quero soltar. 

Não quero, não agora. 

E num último suspiro diz.

-Desculpa não ter estado lá para ti filho, espero que me perdoes.

*

Olá, tudo bem?

E que tal?

Admito que estou a chorar, isto doeu a escrever e sempre tive consciência de como queria que Choque Frontal acabasse, mas ainda não acabou!

Opahh acabar assim era terrível e injusto (não sou assim tão cruel). 

Ainda vai haver mais um capítulo e desta vez, recheado de amor :) e ainda um capítulo extra narrado pela Alice 5 anos depois de Choque Frontal. 

Com muito amor, 

Jo



















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