ANALU
- Analu, acorda - ouvi minha mãe me chamando e abri os olhos lentamente
- Me deixa dormir mãe, hoje é sábado - falei voltando a fechar os olhos
- Hoje vamos almoçar na casa do Pedro, você tem uma hora pra se arrumar - falou saindo do quarto e eu bufei. Pedro era o pai de Gustavo, não era de sangue mas era como se fosse. Me levantei contra a minha vontade e fui para o meu banheiro, fiz minhas higienes e tomei um banho demorado. Sequei meu cabelo, passei uma maquiagem leve e fui escolher uma roupa. Optei por um camisetão com um short jeans e amarrei minha jaqueta na cintura, coloquei meu tênis e estava pronta.
- Estou pronta - falei aparecendo na sala - Gustavo vai?
- Lógico né, o almoço é no pai dele - minha mãe disse
- Então vamos logo que já estou morrendo de fome - meu pai disse se levantando
- E quando você não está com fome? - falei rindo e ele me deu um tapa na cabeça. Fomos o caminho todo conversando sobre diversas coisas, meus pais eram divertidos demais e eu amava muito isso. Não demoramos pra chegar, eu toquei a campainha e ficamos esperando alguém atender
- Oi gente, entrem e fiquem à vontade- tio Pedro disse abrindo a porta
- Oi tio, quanto tempo - falei sorrindo e o abraçando
- Você e meu filho esqueceram que eu existo, fazer o que né - falou retribuindo o abraço e rindo - Gustavo está em seu quarto fazendo sei lá o que, vai lá ana - falou e eu assenti indo até o quarto de Gustavo
- Posso entrar? - falei batendo na porta
- Claro, entra ai - disse e eu entrei, ele estava jogado em sua cama e eu fui até o mesmo
- Por que está aqui?
- Estava esperando você chegar, só tem velho lá - falou e eu ri
- Então vamos pra lá - falei o puxando e saímos de seu quarto.
Não tinha muita gente ali, só os amigos mais íntimos de tio Pedro e eu conhecia todos já, porque eles sempre faziam esses almoços.
- Analu está uma mulher linda - Julia disse me olhando
- Obrigada - falei sorrindo sem graça
- Eu quero saber quando ela e Gustavo vão namorar - tio Pedro disse se aproximando da gente
- Para de querer empurrar minha princesa para o seu filho - meu pai disse em tom sério mas logo riu
- Ah para, ele são lindos juntos - Julia disse colocando lenha na fogueira
- Somos amigos lindos mesmo, nada além disse - falei rindo
- Tá vendo? É ela que não me quer - Gustavo disse e eu lhe dei um tapa
- Analu é difícil, vai ter que batalhar muito pra amolecer esse coração de pedra - meu pai disse e eu revirei os olhos
- Por que estamos falando de mim mesmo? - perguntei - Vamos falar de você pai, vocês não acham que ele tá precisando de umas plásticas? Tá cheio de rugas já - disse e todos riram. Minha relação com meu pai era assim, um sempre zoando o outro.
O almoço ficou pronto e nos sentamos na mesa para comer
- Gustavo ia gostar de ver que nossa amizade continua a mesma, mesmo depois de tantos anos - tia Eloá disse, era nítido que ela ainda amava muito o Gustavo mesmo depois de tanto tempo. E sim, o Gustavo tem esse nome em homenagem ao seu pai, que também se chamava Gustavo.
- Ele faz tanta falta, mesmo depois de anos, sinto que foi ontem que ele partiu - minha mãe disse
- Sem tristeza gente, o Gu era porra louca, se ele visse a gente triste ia ficar puto, ele ia querer a gente bebendo e rindo e é isso que vamos fazer - meu pai disse servindo o vinho e todos riram concordando.
O almoço foi agradável, depois todos sentamos na sala e eles continuaram a beber e a falar sobre Gustavo e como ele era, e os olhos do Gus brilhavam enquanto ouvia alguém falar algo sobre seu pai.
- Como vocês descobriram mãe? Que ele estava doente - perguntou do nada e todos o olharam
- Seu tio faleceu um tempo antes com a mesma doença, e em um exame de rotina ele acabou descobrindo que também tinha, mas ele não aguentou fazer o tratamento e então desistiu - disse o olhando - Só Arthur e ele sabiam disso até então, ele escondia de todo o resto, quase terminamos várias vezes porque ele sumia do nada e eu pensava que ele estava me traindo, mas ele estava no hospital, e ai teve um dia que não aguentei mais e pedi a verdade, e então ele me contou que estava morrendo - os olhos de todos ali já estavam marejados, inclusive os meus - Foi difícil pra eu aceitar isso, eu me afastei dele por um tempo, mas não consegui ficar muito tempo longe dele
- Gustavo foi forte demais, eu estava com ele em todos os momentos, em todas as vezes que ele passou mal, foi foda demais ver meu melhor amigo naquela situação e não poder fazer nada - Arthur disse
- E como foi? - perguntou se referindo a sua morte
- Em questão de meses ele piorou muito, ficava o dia todo deitado, quase não comia, não dava pra reconhecer ele - tia Eloá disse - Até que fomos para o hospital, o médico disse que ele poderia partir a qualquer momento, então chamei todos para o hospital e todos se despediram dele, inclusive sua avó, e eu fui por último, ele estava pálido, seus lábios não tinham mais cor, porém seu sorriso continuava o mesmo, lindo como sempre - falou sorrindo - Nós conversamos, eu disse o quanto eu o amava e ele disse o quanto me amava, então nos abraçamos e ele faleceu ali, em meus braços - falou e seus olhos estavam marejados e aquilo partiu meu coração.
Depois disso resolveram trocar de assunto, a maioria ali já estava alegre e falando besteiras e eu e Gustavo apenas ríamos de tudo.
- Vamos tomar um açaí? - Gustavo perguntou em meu ouvido
- Você vai pagar?
- Como sempre né Ana Luíza - falou e eu ri mostrando a língua
- Então vamos, só vou avisar que tô indo embora - disse e ele assentiu. Falei com meus pais e me despedi de todos ali. Saímos do prédio e entramos em seu carro rumo a sorveteria que sempre íamos. Em menos de dez minutos chegamos e fizemos nossos pedidos.
- Meu pai era um cara maneiro né? - perguntou sorrindo enquanto íamos em direção a um banco que tinha em frente a praia
- Sim, e quanto mais falam dele, mais eu tenho a certeza de que você é igualzinho a ele
- Espero mesmo ser igual a ele - disse sorrindo - Você tá falando com o Lucas?
- Ele me chamou hoje, mas conversarmos bem pouco - falei e então ficamos em silêncio por um bom tempo.
- Vem cá - falou me puxando e me fazendo ficar entre suas pernas
- Você tá todo sujo de açaí - falei rindo e limpando seu rosto
- Você é a garota mais linda que eu já vi - ele disse me olhando nos olhos
- Você é mentiroso demais - falei rindo, ele então segurou em minha cintura e me aproximou mais dele
- Eu quero tanto você Ana Luíza, você não tem noção - falou e começou a dar leves beijos em meu pescoço, me fazendo arrepiar
- Gustavo você não sabe o que ta falando
- Para de fugir de mim, eu sei que você também quer - disse aproximando sua boca da minha e roçando nossos lábios - Posso? - perguntou e eu assenti, ele então me puxou mais pra ele e iniciou um beijo. Nosso beijo combinava, não sei explicar, mas era diferente de todos os outros beijos e eu gostava disso. Ficamos um bom tempo nos beijando, e nos separamos apenas pra recuperar o fôlego e então ele voltava a me beijar. O beijo foi ficando mais quente, sua mão que antes estava em minha cintura desceu e apertou minha bunda e confesso que gostei daquilo. Nossos corpos estavam colados e eu conseguia sentir seu membro duro e isso me excitava demais.
Sua boca se afastou da minha e então foi para o meu pescoço, dando beijos e leves mordidas e eu arranhava levemente seu pescoço
- Estamos na rua Gustavo - falei rindo levemente
- Não estamos fazendo nada demais - disse me olhando e me dando um selinho
- É melhor irmos embora
- Tudo bem, então vamos - disse se levantando e entrelaçando nossos dedos. Entramos em seu carro e então partimos
Gustavo via stories