CAPÍTULO 19

48K 2.8K 1.6K
                                    

ANALU

Hoje é domingo e minha mãe disse que ia ter um almoço especial aqui em casa, não estava entendendo muito bem mas ajudei ela a arrumar as coisas. Depois de ajudar ela eu fui tomar um banho, coloquei um vestido soltinho e só passei um rímel, soltei o cabelo e então desci, e dei de cara com o Gustavo.

- O que ele tá fazendo aqui mãe? - perguntei entrando na cozinha

- Seu pai chamou ele

- E por que ele fez isso? Ele sabe que não to falando com o Gustavo, que inferno - falei brava

- Eu sei filha, mas por favor não seja mal educada, você não precisa falar com ele - disse acariciando meu rosto - Agora coloca a mesa pra mim, por favor - disse me entregando os pratos e eu assenti. Comecei a arrumar tudo e senti que tinha alguém me observando, quando eu olhei ele estava ali

- Eu não queria vir, seu pai que insistiu, sei que não quer ficar no mesmo lugar que eu

- É só você fingir que eu não existo que está tudo certo - falei terminando de colocar a mesa e saindo dali.

Minha mãe serviu o almoço e todos nos sentamos na mesa, aquilo parecia um pesadelo.

- Está tudo muito bom tia - falou sorrindo e comendo

- Analu que me ajudou a fazer tudo

- Se eu soubesse que seria pra isso nem tinha saído do meu quarto - falei séria

- Analu, não fala assim - meu pai disse sério

- Só estou falando a verdade, não sei porque você chamou ele

- Eu vou embora, não quero estragar o almoço de vocês - Gustavo disse se levantando e meu pai o impediu

- Senta Gustavo, você está na minha casa, é meu convidado - meu pai disse e assim ele fez

- Então saio eu - falei me levantando

- Senta ai agora Ana Luíza, chega de infantilidade - meu pai disse bravo

- Infantilidade? Se não querer estar no mesmo ambiente que uma pessoa que me trata feito um lixo é infantilidade então eu sou muito infantil sim - falei brava

- Tio eu não quero fazer vocês brigarem, sério mesmo, eu vou embora que é o melhor

- Não vai Gu, sério mesmo, fica aqui e depois eu me resolvo com a Ana - meu pai disse e ele concordou e isso fez meu sangue ferver

- Fica ai então lambendo o cara que transou com sua filha e no dia seguinte disse que não gostou e que foi um erro, que tratou ela feito um lixo - falei aumentando meu tom de voz - Adota ele também, coloca em um pedestal, pra mim essa palhaçada já deu - falei e saí de casa em seguida.

Eu saí sem nada, sem celular, sem dinheiro e sem rumo, nem tinha lugar pra ir. Não ia ir pra casa da Pietra porque não queria encher ela com os meus problemas, então resolvi ir pra praia. Andei por um bom tempo até chegar na praia, me sentei na areia e fiquei observando o mar, aquilo me acalmava. Era sempre assim, eu sempre era a errada para o meu pai e o Gustavo sempre era o certo, e isso me deixava mais mal ainda. Dava pra ver que Gustavo era o filho que ele sempre sonhou, ele levava o Gustavo para os jogos de futebol e nunca nem me chamou pra um, mesmo eu não sendo fã de futebol, pequenos gestos fazem toda a diferença.

- Se não é a loira mais linda desse mundo eu não sei quem é - ouvi a voz do Lucas e despertei dos meus pensamentos

- Oi - falei sorrindo, ele então se sentou ao meu lado e me deu um beijo na bochecha

- Não está com seu segurança hoje, que milagre é esse? - falou se referindo a Gustavo e eu ri

- Não tenho mais segurança - falei sorrindo de lado

- O que aconteceu loira? Tu tá com uma carinha triste

- Só problemas, mas logo passa - falei o olhando - E o que você está fazendo aqui sozinho?

- Sempre tô sozinho Analu - falou rindo - Não tenho paciência pra ficar rodeado de gente, prefiro a minha companhia

- Nossa, desculpa ai então né - falei rindo

- Prefiro a sua companhia também

- Nem sou uma boa companhia

- Claro que é, mas eai, topa um sorvete agora?

- Nem trouxe dinheiro Lucas, deixa pra outro dia

- Que isso Analu, eu pago pra você

- Não mesmo

- Para de orgulho, é só um sorvete, não é um carro não - falou e eu tive que rir

- Você paga hoje e eu pago na próxima, pode ser?

- Vai ter próxima vez é? Gostei - disse se levantando e me estendendo a mão, peguei a mesma e então me levantei - Você está linda

- Obrigada, você também está - disse sorrindo

- Vou te levar na melhor sorveteria que existe

- Quero só ver hein - falei e então começamos a caminhar em direção ao seu carro. Não demorou muito pra chegarmos na sorveteria, e eu realmente nunca tinha vindo nela, ela era enorme, um verdadeiro paraíso.

- Fica a vontade princesa - falou rindo e eu concordei. Peguei o sorvete que eu queria e ele também, então fomos nos sentar na mesa que tinha ali

- Como está a Carol?

- Ela foi pra casa do nosso pai, já deve estar voltando

- Conheci ela em Angra, acredita? - falei rindo

- Carol é louquinha, uma hora está aqui e do nada tá em Angra ou em outro lugar

- Ela é legal, toda espontânea e alegre, não tem como ficar triste perto dela

- E sabe qual é a melhor parte?

- Qual?

- Ela é uma ótima cunhada - falou e eu tive que rir

- Você não vale nada - falei rindo

- É bom ver você rindo

- Obrigada por me fazer rir - disse e sorri

- Se você namorar comigo vai rir 24 horas por dia - falou me olhando

- Para de me deixar sem jeito Lucas - falei sorrindo envergonhada.

Ficamos um bom tempo ali nos entupindo de sorvete, depois demos uma volta na praia e então eu resolvi voltar pra casa, ele insistiu pra me deixar em casa e eu aceitei sua carona porque não estava afim de andar.

- Obrigada pela tarde e por me divertir - falei sorrindo

- Quando quiser rir mais é só me chamar - falou e me deu um beijo na bochecha

- Tchau, nos vemos por ai - falei e saí de seu carro e entrei em casa. Não tinha ninguém ali na sala e eu agradeci por isso, subi para o meu quarto e fui direto tomar um banho pra tirar a areia do corpo. Estudei um pouco porque essa semana teria prova e depois fiquei assistindo até pegar no sono.

Meu Melhor Amigo Donde viven las historias. Descúbrelo ahora