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A festa acabou por volta das quatro da manhã e estávamos todos exaustos, o meu pai insistia em levar-me ao campus mas sinceramente estava com tanto medo que ele percebesse o que tinha acontecido nesta festa que preferia mil vezes ir com o Brandon.
-Alice não gosto que andes sozinha a estas horas, o campus ainda fica muito longe e sabes que fico mais descansado se vieres comigo.
-Pai não precisas de te preocupar o Brandon leva-me a casa. - abri a boca com o sono - Para além disso não fica assim tão longe.
-Senhor Hill se o deixar mais descansado vou com eles para garantir que corre tudo bem. - olhei para o Tevin que levantou os ombros - Afinal também preciso de boleia.
O Jack, o Ricky, a Jane e o Dylan chegaram divertidos ao pé de nós e começaram todos a reclamar que precisavam de boleia porque os rapazes tinham saído da festa com umas raparigas.
Sinceramente!
Sabia que eles eram uns mulherengos, mas escusavam de levar os carros dos amigos com eles... felizmente o Brandon ainda tinha o dele.
-Vou matar o Will, não acredito que aquele idiota me levou o carro. - o Dylan disse irritado.
-Mas onde é que eles as levaram? - o Jack perguntou também frustrado.
-Talvez tenham ido para casa, de qualquer forma não nos vão atender agora. - suspirou - Talvez devêssemos chamar um táxi.
-Não há táxi algum que passe aqui a estas horas meninos. - o meu pai interveio.
-Nesse caso estão fodidos. - o Brand aparece a rir-se. - Que foi? Nem pensem que vos meto a todos no meu carro.
-Mas tens pelo menos três lugares, quatro contando com a Alice. - a Jane revirou os olhos. - Nós somos 5.
Sem dúvida a estas horas e depois desta festa ninguém estava com paciência para piadas ou mal entendidos, tirando o Brandon que parecia divertir-se com qualquer coisa que irritasse o grupo.
-Então está resolvido, uns vêm comigo e outros vão com o Brandon. - o meu pai fez sinal para entrarmos no carro.
-Vou com o Brand pai e com o Tevin, estou mais que bem entregue! - sorri-lhe nervosa.
Se ele sonhasse sequer com o que tinha acontecido naquele quarto eu era uma mulher morta, fechava-me em casa durante uma semana e ainda levava um sermão qualquer.
Não me levem a mal, o senhor Hill é fantástico e nada antiquado, até acha normal a sexualidade e nunca me impediu de nada mas... duvido que ficasse satisfeito por saber que a sua única filha da qual tem uma imagem tão pura, na verdade, enrola-se com o namorado no chão (isto tirando todas as outras coisas que até tenho vergonha de dizer).
Finalmente depois de aceitar deixar-me com os dois rapazes, começamos a viagem que agora que reparei podia ser bem cumprida com estes dois.
Agora até têm uma amizade estranha e são primos, mas nunca se sabe o que pode sair daqui!
-Achas que o Harry vai continuar a apresentar queixa? - o Tevin perguntou.
Eles estavam os dois na parte da frente do carro, enquanto eu ia encostada ao vidro quase a adormecer.
-Claro que vai Tevin, mas estive a pensar no que disseste... devia dizer a verdade. O problema é aquele filho da puta do meu "pai" não aguento saber que a minha mãe ainda está com ele, achas normal? Como é que ela ainda está com ele depois de tudo?
-É um homem poderoso, talvez ela só esteja com medo da reacção dele. E apesar de tudo o Harry também é filho dela, imagina o quão horrível deve ser esta situação para ela.
-Só não percebo porquê é que ela não veio falar comigo Tev, a minha mãe nunca me faria isso mesmo que tenha feito mal ao Harry perfeito. - o Brandon respirou fundo.
Estava a acompanhar a conversa, embora estivesse quase a dormir e os meus olhos se fechassem a cada cinco segundos.
-Tenho quase a certeza que tem haver com aquele homem, devias falar com o teu pai sobre isso ele pode ajudar-te Brandon. - o Tevin baixou a música. - Não há mal nenhum em pedires ajuda.
Queria dizer que concordava com ele, mas o cansaço extremo não deixava e segundo porque parecia que a conversa era apenas deles.
Quem diria que seriam tão bons amigos?
-Esta semana vou tratar disso, já chega de falar de dramas podemos mudar de assunto?
-Claro primo! - o Tevin soltou uma risada.
-Tu és tão cromo Tevin. - o Brandon reclamou mas riu-se logo a seguir. - Pedi a Alice em namoro hoje, tinhas razão ela merece ser tratada com todo o respeito e achei um sítio bonito para perguntar...
-Finalmente! Quase que achei que era preciso um milagre para o fazeres.
Sorri ao ouvir aqueles dois a falar de mim e depois disso simplesmente apaguei.
*
Tevin
O Brandon parecia sem dúvida uma pessoa mais feliz desde o dia em que o conheci, lembro-me de o ver nos corredores da faculdade e de ouvir histórias sobre a sua reputação no campus.
Começavam todas com: "O rapaz mais quente da faculdade" ou "Brandon Portman? Não te metas com ele", claro que a primeira não me dizia nada mas a segunda deixava-me sempre a pensar... "Não te metas com ele" ouvia tantas pessoas a dizerem isso constantemente.
O Portman era um verdadeiro mistério para toda a gente. Agressivo, arrogante e sarcástico eram as palavras mais usadas para descrever a estrela da faculdade mas ninguém sabia ao certo quem ele era, a única coisa que sabíamos era que o melhor amigo era o Dylan.
Felizmente tinha o privilégio de o conhecer ou parte da sua história, conhecia o irmão, Harry e isso era um começo.
Andei no secundário com o Harry, era um rapaz muito calmo e bem educado, o preferido dos professores e parecia sempre estar um passo à frente no que diz respeito a tudo.
O Harry Portman era popular, não o tipo de popularidade do meio-irmão, neste caso ele era o que nós chamamos de o "rapaz maravilha", extremamente encantador e simpático... demasiado simpático era o que pensava sempre.
Um dia enquanto passeava à noite com os gémeos, os mini-problemas decidiram fugir e correr pelos jardins das casas.
Odiava quando as coisas saíam do planeado então corri atrás dos rapazes já a pensar no tremendo sermão que iam ouvir, posso ser muito querido mas não há nada que me irrite mais do que desrespeito ou os meus irmãos a correrem sozinhos pelas ruas!
2 Anos Atrás
-Se vocês voltam a fugir! - ameacei-os e eles riram-se.
-Desculpa Tev prometemos que não volta a acontecer, não contes à mãe. - o Chase respondeu com uns olhinhos tenros.
Como é que conseguia resistir aqueles olhinhos?
Estes miúdos ainda me vão meter em muita confusão, mas se deixar passar esta eles vão fazer mais porcaria.
Sê duro Tevin, sê duro! - repeti para mim próprio.
-Chase, Smith vocês nunca mais vão voltar a fazer isto, nunca mais. Acabaram os passeios à noite e as noites de filmes também até aprenderem a respeitar-me, estamos entendidos? - precisava de ser duro com eles, mas é tão complicado.
Os gémeos acenaram e começaram a chorar, óptimo só me faltava estar com duas crianças de 6 anos a chorar baba e ranho quando tenho razão.
-Agora vão para dentro rapazes e não quero ouvir barulho quando entrar.
Sentei-me perto de uma árvore cansado por passar os dias a tomar conta dos miúdos, não levem a mal eu amo os meus irmãos mas às vezes sinto que levo com o peso todo em cima porque os nossos pais preferem trabalhar em vez de estar com os filhos.
Respirei fundo e tentei miseravelmente chutar o ramo da árvore quando ouvi duas vozes masculinas a discutirem ali perto.
Aproximei-me para ouvir melhor a conversa, não tinha nada melhor para fazer.
Reconheci rapidamente o Harry e o outro rapaz devia ser o irmão.
Então o adolescente de olhos verdes disse:
-Harry eu não acredito que tu ias deixar que aquilo acontecesse.
-Brandonzinho irmão, tu já me devias conhecer melhor.
_________
-O que é queres dizer com graças a ti?
-Digamos que testemunhei, contei-lhes a verdade, que tu tinhas um problema terrível com drogas e bebidas e que eras violento, que provavelmente devias-lhe dinheiro e que ele atacou a nossa mãe por causa disso, claro que acrescentei o facto de o teres morto. Tão triste Brandonzinho. - o Harry perfeito riu-se.
-Foste tu o culpado de eu ir para um reformatório caralho?
-Claro mano e fazia tudo de novo.
Pestanejei rapidamente, não queria acreditar no que tinha ouvido... como é que alguém é capaz de fazer isto ao próprio irmão?
*
Atualidade - Tevin
Aquela noite ficou marcada na minha memória durante todo aquele tempo, agora sempre que olhava para o Brandon não via o rapaz duro e frio que todos viam, via um miúdo que tinha crescido com um irmão que o odiava e que o incriminou de algo muito grave.
A minha curiosidade era tão grande ou maior do que as outras pessoas, então quando os rumores sobre uma novata muito simpática ter conquistado a atenção da estrela da faculdade começaram admito que fiquei atento.
Ninguém sabia nada dela, tirando que estava no campus com a melhor amiga, a loira bonita, e que não eram de cá.
Parecia tão delicada e inocente, tão diferente do tipo de desesperadas que anda enrolada com o Portman ou com os amigos, que estranhei e duvidei dos boatos.
Até que me cruzei com ela na biblioteca e via-a ficar nervosa quando a Brie e o grupo desataram aos risos e a fazer comentários estúpidos.
Algo como:
-Duvido que seja verdade, o Brandon nunca iria olhar para ela coitada.
-O Portman não gosta de bonequinhas como tu querida.
Irritou-me profundamente a atitude delas, mas como sempre fiquei parado no meu lugar apenas a observar enquanto a Alice (vim a descobrir o nome) permanecia calada.
Bem pelo menos até certa parte, porque surpreendeu-me pela atitude quando disse.
-O Portman bem que pode se ir lixar! E como é bom manter o lixo próximo, podes ficar com ele. - saiu disparada da biblioteca.
Tinha atitude sem dúvida, mas continuava a impressão de que era muito delicada e nada fã de confrontos.
A situação piorou quando um mês depois os boatos aumentaram de intensidade e havia mesmo certezas de que a Alice tinha caído na teia do Brandon. O Scott Holand contava histórias sobre o quanto ela era deliciosa e o outro irritado bateu-lhe no centro de tatuagens.
Talvez o Brandon não fosse assim tão inocente como julgava, claro que o Holand foi um idiota mas... realmente não sou adepto de violência.
Foi quando descobri numa noite, depois de ouvir uma conversa entre os meus tios que era meu primo.
O choque foi grande, admito.
Mas agora sabia que aquela noite não foi por acaso, tinha um papel e o meu papel era salvar o meu primo e ajudá-lo.
Conheci a Alice... e o resto veio naturalmente.
Acabei não só por fazer uma grande amiga, como me aproximei dele.
*
-O que foi Tevin? Estás a olhar para mim há séculos caralho. - o Brandon acordou-me dos pensamentos.
-Han? Nada, nada estava apenas a pensar. - respondi atrapalhado.
-Impressionante de certeza que não é a Alice a tua prima? - sorriu.
-Olha para ela. - ri-me quando vi a Alice a dormir de boca aberta. - Está exausta.
-Literalmente ela consegue adormecer em tudo o que é sítio.
-Isto não tem nada haver com a vossa escapadela? - ri-me e ele olhou desconfiado para mim.
-Como é que sabes!?
-Vocês são péssimos a fingir, do género a Alice sai toda vermelha e a sorrir timidamente e tu ficas a rir-te a noite toda. - ri-me ainda mais. - Brandon estavas a sorrir para tudo o que mexia, isso é de desconfiar.
-Por favor Tevin não lhe digas que sabes, a Alice já estava nervosa com a possibilidade do senhor Hill descobrir. - ele riu-se também.
-Achas mesmo que vou falar disso com ela? Sou um cavalheiro meu caro.
-Isso quer dizer que não queres pormenores?
-Não Brandon, não...
-Também não diria nada, apenas que a tua imaginação não chegava para isso.
-Foi assim tão bom?
-Fodasse Tevin... a Alice ainda me mata de prazer. - confessou e desatámos a rir.
*
Olá tudo bem?
Sei que falei-vos de capítulos bem intensos, mas acreditem que eles estão a chegar...
Posso dizer que o que tenho pensado envolve muitas emoções à mistura, mas será tudo essencial para vos dar a melhor história possível.
Adorei escrever um pouco sob a perspectiva do Tevin, a personagem tão adorada tanto por vocês como por mim!
Digam-me o que acharam deste capítulo.
Beijinhos!!
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