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"You asked me what you mean to me,
My darling, you are my poetry."
Já passou uma semana desde que o Brandon saiu da prisão, as coisas ainda estão estranhas mas acho que a pior fase já passou.
Nos últimos dias ele tem estado mais tempo com a mãe principalmente por medo que o marido lhe faça mal, tem passado algum tempo com o Kit e com o senhor Louis apesar de muitas vezes dar desculpas para sair mais cedo.
Mas não o julgo, deve ser desconfortável estar naquela posição.
O Harry saiu do hospital no mesmo dia e com a ajuda do pai lançou uma queixa contra o Brandon, ainda não sabemos se o caso vai ser levado a tribunal.
Recebi uma mensagem muito estranha esta manhã que dizia:
Desconhecido - Tudo o que é verdadeiramente nosso acaba por voltar, nunca te esqueças disso.
Fiquei muito tempo a olhar para o ecrã do telemóvel confusa, mas talvez tivesse sido engano, é o mais provável.
-Estás pronta? - a loira perguntou-me entusiasmada.
-Nem perto disso Jane, preciso da tua ajuda! - soei um pouco desesperada.
-Nasci para ouvir o dia em que a Alice Hill me ia pedir ajuda com a roupa para uma festa. - ela bateu palmas entusiasmada.
-Já percebi que foi uma péssima ideia. - sentei-me na cama pequena.
-Oh por favor sabes que não há ninguém melhor que eu para te deixar ainda mais linda do que és.
-O Jack é óptimo com maquilhagem. - defendi o meu amigo só para provocar a loira.
-Verdade... mas hoje é a festa surpresa dele portanto nada de Jack.
-Acho que ele vai adorar! Tem tudo o que ele gosta e vai estar rodeado de pessoas que adora e que o adoram a ele, vai ser fantástico!
-Claro que vai, agora está quieta que temos um grande problema com esse cabelo. - ela virou o rosto à procura de uma solução, dei-lhe a língua de fora.
Depois de experimentar milhares e milhares de vestidos e calças e tudo o que é possível haver num armário bateram à nossa porta.
Acreditam que ainda estávamos iguais? Continuava embrulhada no meu pijama com elefantes cor de rosa.
-Podemos entrar? Estão aí à horas. - Dylan.
A Jane abriu a porta e os nossos rapazes entraram, o Dylan levou as mãos à cabeça quando percebeu o nosso estado.
-Como é que possível ainda estarem assim? Nós vamos chegar atrasados ao aniversário do vosso melhor amigo.
-Nós só queremos estar perfeitas, é o Jack o nosso grande amigo Jack, ele não ia gostar de saber que demorámos menos de uma hora a vestirmos-nos. - defendeu-se.
-Isso não é um bocadinho preconceituoso? Só por ele ser gay não significa que goste de moda. - Brandon.
-Brandon estamos a falar do Jack, uma vez rasgou-me a camisola porque "ficava" melhor. - ri-me ao lembrar da cena e da cara chocada da Jane.
-Nem eu te faço isso. - o Dylan sorriu maliciosamente.
-Conclusão, também acham que devíamos simplesmente vestir qualquer coisa certo? - entrei na conversa.
-Não propriamente, acho que ambos preferimos quando não vestem nada. - o Brandon acompanhou o Dylan no sorriso fanfarrão.
Olhei para a minha melhor amiga e desatámos à gargalhada.
-Que classe rapazes, agora desapareçam para nós ficarmos lindas.
-Daqui não saio. - Brand.
-Se ele não sai também não vou sair. - o Dylan sorriu.
-Assim vamos mesmo chegar atrasadas. - reclamei.
-E se nós escolhermos a vossa roupa? O Dylan escolhe a tua Jane, e eu a tua amor.
-Se vais vestir a Alice de freira nem pensar e tu (apontou para o Dylan) é bom que faças um bom trabalho ou... - a frase ficou a meio porque ele já estava a mandar-lhe roupa para cima.
Ok, isto ia ser engraçado.
*
Ainda faltava meia hora para o Ricky chegar com o Jack, nós tínhamos inventado todos uma desculpa e convencê-lo a ir jantar com o namorado.
Ver a carinha triste dele foi difícil, mas ele vai amar o que preparámos.
-Continuava a achar os balões cor de rosa e as revistas de homens nus uma boa ideia. - o Brandon abraçou-me por trás de repente - Mas isto está lindo, fizeste um bom trabalho Alice.
-Fizemos um bom trabalho, também ajudaste! - sorri agradecida.
Sabia que a vida dele ultimamente era tudo menos normal, mas ele estava a fazer um esforço enorme para se manter equilibrado e via uma evolução enorme.
Querido, doce e empenhado várias palavras que nunca pensei usar para descrever o Brandon Sprouse.
Ainda me estou a tentar habituar ao novo apelido dele, Sprouse...
-O teu pai foi mesmo muito porreiro em deixar-nos fazer a festa aqui.
Sim o meu pai era fantástico, nós tínhamos uma quinta que pertencia à família do meu pai. No verão passado juntos remodelámos a casa inteira e pintamos as paredes.
Estava tão bonita e familiar e mesmo apesar de estarmos quase nos fins de dezembro (isso lembra-me que é quase natal) o jardim da quinta parecia o sítio perfeito para a festa do Jack.
Haviam luzes, mesas com comida, bebidas, música, um palco onde a banda do Dylan ia tocar e uma fonte com flores no centro.
-Na verdade ele adorou a ideia sabes? Acho que está mesmo a pensar abrir a quinta para casamentos e festas, fica fora da cidade e tem uma vista linda para a serra.
-Tenho a certeza que as pessoas vão aderir, este sítio é especial, quase que sinto uma energia positiva e não acredito em nada dessas merdas.
-É mesmo especial e o amor deve ser celebrado num local especial.
Imaginei a casar-me com o Brandon, ele vestido num fato preto que contrastava com os olhos verdes e o meu pai a levar-me ao altar, a Jane e o Dylan abraçados e o Jack e o Tevin a sorrirem para nós.
Foquei melhor o meu próprio sonho, via outra pessoa... não sabia quem era, uma mulher de costas com uns lindos cabelos castanhos.
Sonhar é perigoso.
Mas se não sonharmos quem somos nós?
-Por falar nisso sabes se ele ainda está por aqui? - interrompeu a minha imaginação.
-O meu pai? Acho que está lá dentro a ajustar as colunas para a música, porquê?
-Gostava de falar com ele, só isso. - levantou os ombros descontraído. - Já venho. - beijou-me rapidamente e afastou-se.
-Alice! - o Tevin gritou quando apareceu na esplanada.
-Tevin trouxeste o que te pedi? - sorri.
-Não brinco em serviço, para além disso já estou a imaginar a cara do Jack quando vir isto. -sorriu também.
-Já agora que roupa é essa? - observou-me com olhos de gato.
Isto era inevitável, toda a gente ia reparar.
Talvez deixar aqueles dois escolherem a nossa roupa tenha sido uma péssima ideia.
-Foi o Brandon que escolheu. - suspirei divertida.
-Oh isso faz sentido, apenas não é o teu estilo. - és demasiado querido Tevin, demasiado querido!
-Nem me digas nada, nós a pensar que eles nos iam tapar todas e eles saem-me com isto! - olhei para baixo para a saia rasgada que tinha no fundo do armário e o top com uma caveira. - Pareço a versão feminina do Brandon.
-Pareces uma gótica, nem quero imaginar a Jane. -soltou uma grande gargalhada.
-A Jane quase que devorou o Dylan, mas não tínhamos mais tempo então lá teve que vir vestida com uma malha preta e uns calções curtos. O pior foi o colar, ela detestou o colar e recusou-se a usá-lo.
-Não sei como é que não recusou a usar tudo. - ainda se riu mais.
-Amor?
-Dizem que faz milagres.
*
Brandon
Porra dizer que estou nervoso é um eufemismo, não me lembro de alguma vez estar tão nervoso nem mesmo quando fui conversar com o meu pai, o meu verdadeiro pai...
Não é hora para pensar nisso, não agora quando estou prestes a fazer isto.
A minha avó e a minha mãe beijariam-me se soubessem o coração de manteiga em que me estou a tornar e depois beijariam a Alice por ser a porra de um anjo.
Estava completamente perdido nos meus pensamentos quando o vejo a trocar os fios das colunas, era um homem não muito alto e parecia tão simpático quanto a filha.
Imagino a mãe dela, devia ser fantástica...
Não sei como começar a conversa.
E se começasse por dizer "Olá eu sou o Brandon, mas o senhor já sabe isso" ou "Olá então eu preciso de falar consigo", porquê é que eu pareço um idiota?
Bati na minha própria testa por estar tão envergonhado, é só um homem, que por acaso é o pai da mulher que tu amas (disse a minha cabeça).
-Senhor Hill! - usei o meu melhor sorriso até tropeçar na merda dos fios.
Isto não pode correr pior.
-Brandon rapaz tem cuidado! - riu-se do meu pequeno acidente.
Então ele sabe o meu nome? P E R F E I T O.
-Desculpe lá, nem costumo ser desastrado é só que estou nervoso como o caralho. - olhou para mim de lado, raios com a minha má língua não vou lá.
-Isto é não costumo ser desastrado, desculpe a asneira é a força do hábito. - sorri nervoso.
-Vieste me ajudar aqui com as colunas? Acho que tenho tudo resolvido. - sorriu e voltou a atenção para os cabos.
-Na verdade... queria falar consigo sobre a Alice. - os olhos dele seguraram os meus e admito que me fez alguma confusão, não que tivesse medo, não tenho medo de ninguém mas quero que ele goste de mim.
-Podes falar. - disse calmamente.
Agora já sei a quem é que ela saiu, os Hill são demasiado calmos.
-Isto pode parecer estranho, por onde começar? Tenho estado com a sua filha. - decidi esperar pela reacção.
-Eu sei. - estudou-me o rosto - A Alice já me falou de ti, inclusive quando a atormentavas na faculdade. - parecia sério e engoli um seco.
-Isso são águas passadas e para ser sincero tratava a sua filha muito bem comparado com o resto das pessoas.
-Ah então és um daqueles rapazes que trata mal os outros?
-Não é bem assim, apenas tenho uma personalidade difícil e não adoro toda a gente. - defendi-me ainda mais nervoso.
-Isso é compreensível, mas vieste aqui para me dizer isso? - levantou as sobrancelhas.
-Na verdade vim aqui para lhe pedir autorização para namorar a sua filha, acredite que não faria isto se não gostasse mesmo dela, mas pareceu-me indicado. Não tenho muita experiência com namoros nem nada do género.
-Queres namorar com a minha filha? - ele repetiu um pouco surpreendido - E estás me a pedir autorização?
-Sei que não sou perfeito mas só quero fazer a sua filha feliz e ter um futuro com ela.
-Brandon não és propriamente o rapaz que imagina para a Alice... - ele começou a dizer.
-Senhor Hill sei que não chego nem perto dos calcanhares da sua filha, mas sou assim e amo-a com todas as minhas forças, posso ter muitos defeitos e ter feito muita merda durante toda a minha vida, prometo que o que não lhe vai faltar são histórias do quão fudido sou mas por favor aceite. - respirei fundo - E se não aceitar, com todo o respeito não vou voltar atrás, quero estar com ela e sei que consigo dar lhe tudo o que merece, quero encarregar-me de surpreender a Alice todos os dias, quero ser eu a levá-la a jantar e a abraça-la quando está nervosa com qualquer coisa que provavelmente vou achar parvo, mas nem é essa a questão. Amo-a e sei que ela também me ama.
-Se vais com isto para a frente porquê perguntar-me?
-Porque o respeito. - respondi ofegante.
-Como estava a dizer, não és alguém que imaginei para a Alice e é por isso que acredito que és tu o tal e se algum dia tiver dúvidas basta olhar para ela. Tudo o que um pai quer é ver os seus filhos felizes, podes não ser perfeito mas és perfeito para a Alice e agradeço por teres vindo falar comigo. Talvez sejas sincero de mais, mas é algo que aprecio.
-Então...?
-Então por mim tens toda a força do mundo para namorar a Alice.
-Obrigada senhor Hill! Prometo, prometo-lhe que não se vai arrepender!
-Caso me arrependa, lembra-te que conheço a tua cara Brandon Portman.
-Sprouse, o meu nome é Brandon Sprouse.
*
Olá!
Só eu achei esta cena entre o pai da Alice e o Brandon muito fofa?
Digam-me o que acharam do capítulo e do que vai acontecer no resto da festa surpresa do Jack, e quem será o número desconhecido?
E a mulher do sonho da Alice...?
Adoro ler os vossos palpites.
P.S - Ainda vai ter uns bons capítulos pela frente gente!
Não te esqueças da estrelinha