Um Enigma na Amazonia - conta...

By FernandoGomes534

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Imagine -se passeando em uma bela noite enluarada em plena selva amazonica e de repente deparar-se cara-a-car... More

Um Enigma na Amazonia
Capitulo 1: O fenômeno
Capitulo II : Uma estranha e bela criatura
Capítulo III: Elucidações sobre o extraterreno PP
Capítulo 4: O planeta de PP e seu habitat
Capítulo 5: PP na coletividade local
Capítulo 6: Pesquisando a biodiversidade local
Capítulo 7: Comportamento atual do ar
Capítulo 8 : Comportamento atual da água
Capítulo 10: Primeiro encontro com o povo e a midia
Capítulo 11: O ato ilícito de Juthay
Capitulo 12: Grande debate em cidade do sudeste
Capítulo 13: A repercussão da mídia
Capítulo 14: Reações próximas ao resgate
Epílogo: O adeus

Capítulo 9: Comportamento atual do solo

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By FernandoGomes534

 CAPÍTULO IX

Comportamento atual do solo

A transferência dos encontros no apartamento para espaçosa sala escolar proporcionou reuniões mais ativas entre os amigos. PP podia agora lançar mão de recursos elucidativos, fazendo uso de tabelas e gráficos específicos e compreensíveis para determinadas matérias ali desenvolvidas e comentadas.

Apesar dos apontamentos particulares serem registrados na língua de seu planeta, conhecia o idioma português e, na escrita, desenvolvia naturalmente idéias e conhecimentos inteligíveis a todos os integrantes.

A escola situava-se a algumas quadras do apartamento e, assim, a movimentação quando da locomoção do mentor até a escola com Gonzales ou alguns dos integrantes, fez que este se tornasse mais atuante entre a população que já o aceitava, obviamente, sempre disfarçado como enigmático cigano.

Foi assim que, paulatinamente, o alienígena se integrou na sociedade local com os seletos amigos que sabiam de sua original identidade.

Gonzales, desde algum tempo, vinha praticando com ele estranhos códigos labiais que simulavam uma linguagem de sinais; então, este falava e, com as mãos, exibia estranhos gestos sem nexo que PP desconhecia, mas telepatizava naturalmente. Como resposta, reproduzia, ou seja, respondia telepaticamente, mas também exibindo gestos com as mãos para ele que, a seguir, obtinha a tradução para comunicá-la ao devido receptor. Simulava-se, assim, linguagem de surdo-mudo para o mundo exterior. Note-se que o universo telepático ocorria somente entre os dois, característica esta possível, quando o mentor assim o desejasse.

Nestas novas condições participava então PP dos mais variados eventos e sempre na presença de seu primo; assim, teve a oportunidade de acompanhar o mesmo até nas atividades habituais de trabalho e letivas.

Uma tarde, na usina, o alienígena manteve relacionamento com colegas de Gonzales que após conhecê-lo, passaram a considerá-lo um bom amigo. O diretor da usina, engenheiro Moura, demonstrava respeito na figura imponente de PP devido a uma solução brilhantemente sugerida pelo mesmo, que se prendia a uma decisão particular e de importância vital para Moura.

Este a colocou em prática e em poucos dias obteve os resultados esperados. O que para os terráqueos, em suas decisões e atos, parecia problemático e confuso, para eles, evoluídos, nada mais simples que a aplicação de novas atitudes na imantização mental à lógica universal atrativa...

Assim, passou o alienígena também a cooperar com os conhecimentos e experiências próprias em favor daqueles que se encontravam carentes em alguma forma de orientação ou auxílio aos dilemas oriundos de seu íntimo universo pessoal.

Às vezes o minerador observava no semblante do mentor certa nostalgia quando, com os amigos, estes faziam referência à capital do Estado ou qualquer nuança pertinente à vida belenense...

Gonzales conhecia parte da intimidade pessoal de PP.

Quando a sós no lar, em momentos de recolhimento, confabulavam aspectos existenciais mútuos como entidades viventes no universo.

Soube que PP era um ilustre Mentor Comportamental Cósmico e Pesquisador entre sua raça. Seu condado, região em esplêndida cidade com pouco mais de 640 milhões de habitantes situava-se ao norte do planeta. A ala – bairro – onde residia, era margeada por um calmo lago violáceo, salpicado por inúmeros penedos de coloração suavemente dourada de baixo relevo. Possuía ele suntuosa vivenda térrea, contornada em majestosos jardins com flores exóticas de perfumes embriagadores e todos os benefícios ainda distantes no planeta Terra.

Era casado com uma senhora de 117 anos e tinham três filhos: dois "jovens" de 63 e 72 anos e a "caçula" de 54 anos. Os jovens empenhavam-se em estudos avançados no planeta, sendo um em Teologia Universal e o outro, Pesquisas Cientificas. Como a mãe, a caçula se preparava para a área de Educação Social.

PP havia sido designado entre centenas de candidatos como Mentor Comportamental Cósmico dentro do limite estelar da Via Láctea abrangida por seu planeta, e protetor do sistema solar relativo aos aspectos do crescimento moral e ecológico.

Evidentemente, Gonzales poderia saber mais a respeito de sua permanência na Terra; sentia que ele tinha todas as respostas, porém, ocultas! A perguntas como: retornará ao planeta? De que forma? Quando? Ele dissimulava, lembrando ao amigo não haver chegado a hora para tais esclarecimentos, mas que, em seu devido tempo ele iria se inteirar da missão integralmente. Solicitava-lhe, simplesmente, paciência e persistência.

Contudo, passaram-se quase dois anos da data da chegada a Terra mantendo secreta a identidade.

Gonzales também percebia com o passar do tempo, estranha mudança biológica se manifestar no amigo. Os cabelos mais longos, evidenciavam agora estar mais esparsamente cinzentos, justamente com rasa barba. A pele parecia se degenerar lentamente...

Preocupava-se com esse fenômeno até que o alienígena, percebendo seu temor, pausadamente enfatizou: este planeta, no clima e condições alimentares oferecidas ao meu organismo é inóspito; enquanto no mesmo espaço de tempo em meu globo, envelheço um ano, aqui representa para o meu corpo físico quase três anos. Se um de vós se transferisse para o meu planeta sofreria uma longevidade equivalente a três vezes em igual período.

Ciente destes fatos Gonzales se empenhou na ajuda incondicional ao amigo, protegendo-o no que podia quanto aos efeitos atmosféricos locais. Via-se agora em sua companhia, ostentando além da vestimenta costumeira de cigano, um chapéu de palha com longas abas e cuidados extremos com a exposição aos raios solares, bem como a alimentação.

Os experimentos e reuniões sobre o solo tinham continuidade e, nas ocasiões dos encontros costumeiros, empenhava-se o grupo na seqüência da missão.

Eram agora dez neófitos envolvidos na enigmática tarefa de socorro ao planeta. As mulheres, ocasionalmente, participavam dos experimentos ao ar li-vre em pontos densos da floresta, mas relativo aos encontros de instrução na escola, jamais se ausentavam.

Numa terça-feira à noite, encontrava-se o geólogo Júlio que também trabalhava na mina da usina e lecionava administração na escola em busca do professor Waldir. Precisava se ausentar à aula na próxima sexta-feira e solicitaria ao mesmo ser substituído naquele dia.

Júlio era um jovem profissional oriundo da capital do Estado, solteiro, 23 anos. Foi admitido na usina como recém-formado quase na mesma época em que Gonzales tinha assinado seu contrato de trabalho por tempo determinado.

Por seu temperamento alegre e expansivo, era às vezes estabanado em seus procedimentos.

Adorava contar anedotas para os amigos e seu comportamento era realmente extrovertido, igualando-se em algumas ocasiões a um verdadeiro garoto travesso. Apesar dessas características era responsável e cumpridor de seus deveres.

Naquela noite, não encontrando o professor no gabinete, procurou-o pelos corredores mas não o localizou. Eram 21h51min em seu relógio. Súbito, ouviu vozes ecoando em uma sala pouco afastada de onde estava e rumou ao encontro da mesma. Não bateu à porta, mas simplesmente abriu-a e entrou. Ficou surpreso ao defrontar com um grupo de elementos ali presentes, sob o auspício de um estranho exibindo longas orelhas. Teve ímpetos de rir, mas se conteve em dificultoso silêncio. Todos voltaram a atenção para Júlio. Waldir, levantando-se, foi ao seu encontro e, após breves minutos de pausa e interrupção na aula, voltaram abraçados e juntos sentaram-se. Waldir ficou a par de sua ausência letiva e Júlio, silenciosamente, argumentou o porquê daquela aula desconhecida.

O professor, resumidamente, lhe explicou tratar-se de curso ecológico especial patrocinado pela escola e usina, mas que se quisesse, poderia também participar do mesmo. Pedia apenas sua permanência em silêncio para posteriormente ele e os demais amigos presentes, explicar-lhe os motivos que originaram tal treinamento e a natureza especial do instrutor que o ministrava.

Assim, permaneceu Júlio, confuso, até o final do evento.

Ao findar a reunião, o novo integrante recebeu as boas-vindas do mentor e logo foi tomando conhecimento dos fatos que ali eram desenvolvidos e a verdadeira natureza do estranho instrutor.

Inicialmente, parecia passado, mas com o desenvolver dos fatos tornou-se eufórico com as ocorrências acontecidas entre todos os participantes e lamentou não ter tido conhecimento, pois, com certeza, estaria contribuindo com todos. Gostava da natureza e a ecologia o fascinava, motivo pelo qual se graduara em geologia.

Tendo aceitado as condições de sigilo e responsabilidades inerentes entre o grupo e a missão pretendida, aderiu sorridente à seletiva comitiva das doze criaturas que ali permaneciam.

Em local não longínquo da escola residia Juthay, encarregado do laboratório da usina, e conversando com a esposa Jussara comentavam o aniversário a ser realizado dentro de alguns dias de sua pequena Janete, que contemplaria dois anos.

Dizia Jussara ao marido:

– Convém iniciarmos os preparativos para o aniversário de "Jane". Quero algo inesquecível, pois é nossa filha única e não desejo economia nesse evento...

Assentia, Juthay:

– É verdade; nossa filha merece o melhor, contudo, penso não exagerar porque a prioridade é sair deste fim de mundo para em nossa cidade podermos nos estabelecer com um pequeno empório de secos e molhados. Isto custa muito e ainda tenho de trabalhar bastante.

Continuou Jussara:

– Está bem. Convidarei algumas famílias do "staff" porque aqui, na área intermediária, apesar de termos muitos amigos eles não condizem conosco... você já pensou em quem vai convidar?

– Sim. Tenho alguns nomes em mente; o meu diretor industrial, se não viajar à capital, o casal Rolando e Virgínia, o engenheiro Gonzales...

– Gonzales? – retrucou ela – aquele que reside com um cigano esquisito?

– Sim, por quê?

– Curiosidade...

– Vocês, mulheres! O engenheiro é atualmente um bom chefe e tenho curiosidade em conhecer seu primo PP que, segundo dizem é estranho, mas um bom sujeito. Conheço-o apenas de vista, pois já esteve algumas vezes no laboratório da usina e não fui ainda apresentado ao mesmo. Tenho a impressão de que há algo por trás daquele sujeito. É enigmático e interessante...

Numa manhã de quarta-feira movimentava-se ao longe um veiculo em média velocidade, rasgando o chão da estreita estrada vicinal e deixando como rastro espessas nuvens de poeira dispersando-se ao ar.

Dentro do mesmo encontravam-se Gonçalves ao volante, PP e o técnico Jonas.

Estavam em trânsito para a usina e, durante o trajeto, comentavam assuntos de interesse geral.

Em dado momento, Jonas argumentou:

– PP, decerto você tem conhecimento próprio ou, através de seu povo, relativo às características das raças cósmicas fisionomicamente falando. São elas muito diferentes de nós, terráqueos?

O alienígena argüiu:

– Em meu planeta catalogamos centenas de raças pertinentes aos mais diversos globos dentro de nossa área estelar. Entre todos esses mundos pesquisamos inúmeros componentes, mas os mais importantes são: ambiente local, características físicas pertinentes ao planeta e finalmente, o comportamento existencial entre os seres viventes no mesmo. Concluímos assim que:

* Todo o globo exibe condições peculiares ao seu equilíbrio, conforme o meio natural que o exibe:

* Toda a criatura desse globo será fisicamente mais ou menos materialmente densa, conforme a biodiversidade reinante sobre o meio:

* Quanto mais homogêneo for o clima, rarefeito ou não, suas criaturas, em termos biológicos, inteligência e moral, serão mais ou menos evoluídas.

Assim, cruzando tais componentes, e se seres racionais existirem, concluímos finalmente que:

* Nos planetas de aspectos acidentados e conturbados atmosfericamente, seus seres são mais brutos e densos, de fortes instintos ainda animalizados e de baixa moral:

* Nos planetas de média conturbação atmosférica, os seres são densos, medianamente inteligentes, relativamente instintivos e média moral. É o caso deste planeta;

* Nos planetas de boa harmonia astral e ambiental, os seres são densos, inteligentes e de bom comportamento moral;

* Nos planetas de ótima harmonia astral e ambiental, seus seres são densos, muito lógicos e inteligentes e de alto comportamento intelectual e moral; Ë o caso de meu planeta;

* Nos planetas praticamente gasosos com superior ordem astral e ambiental, os seres são normalmente gasosos, inteligentíssimos e de elevada sabedoria e comportamento moral.

Coletamos até agora somente esses mundos e seus respectivos habitats em nossos catálogos estelares. Vedes, assim, que os mundos progridem em comum acordo no comando supremo que o Ente designa, relativamente aos frutos universais obtidos após semearem outrora, puros germes do amor fraternal, atributo este que ainda é diminuto em todos vós.

Jonas ainda alegou:

– Concordo com você, em parte: julgo, assim, que nos mundos cósmicos há seres menos e mais privilegiados na criação universal.

PP discordou solicito:

– Sabei que em vosso mundo alguém de saber já dizia: "O Ente não joga dados com suas criaturas". Então, entendei que vossos sentidos limitados não possuem condições mínimas de entendimento na fenomenologia universal. Há dimensões desconhecidas que não podeis ainda vislumbrar. Apenas digo que, como um diamante bruto, as criaturas são lapidadas assiduamente, experimentando inúmeros estágios depurativos para, ao final, quando intensamente radiosos em halos de luzes cromáticas, ainda perceberem a essência infinita do "eu" consciencial. É, finalmente, um diamante perfeito, digno de convivência radiante com jóias do mesmo quilate.

– Mas – prosseguiu Jonas – apesar de seus esclarecimentos acho difícil equacionar tal ponto de vista, vez que aos nossos olhos tudo parece razoável a despeito do comportamento relativo do terráqueo, que parece ainda estar muito distante das desconhecidas dimensões a que se refere...

– É lógico que, pelo limitado conceber, assim penseis. Entretanto, como exemplo, digo que jamais poderíeis matricular em instituições de ensino uma criança de idade pré-escolar em uma universidade. Assim é, o entendimento progressivo universal que só tomará forma paulatinamente no decorrer de experimentos em tempo relativamente longo, avançando a criatura degrau a degrau.

– Ainda não compreendi. Esse tempo a que se refere como extremamente longo, foge, portanto, ao curto espaço vivente que auferimos aqui na Terra, logo, por que nos preocupar, se não teremos oportunidade para tal progresso? – expôs Gonzales.

– E quem disse que pela vida só passamos uma vez? Sabei que possivelmente eu já tenha vivido aqui nesta terra! Por que não? Não credes que o universo é um macro ambiente onde o êxodo das criaturas é constante, conforme seu merecimento? Desconheceis que somos todos uma mesma fraternidade universal? O Ente é Uno e, todas as criaturas gozam Sua herança, evidentemente proporcional ao seu estado de adiantamento moral e intelectual! Cada estado é dependente um do outro, pois, caso contrário, ainda não será perfeito e, portanto, não poderá gozar de mundos perfeitos e evolutivos, porque não os entenderá. É, pois, uma questão de graduação no tempo.

– Perdoe-me. É difícil entender seus postulados – finalizou Gonzales.

Compreendo e respeito vossas limitações. O universo é um imenso oceano da mais pura energia pulsante. É nesta energia que evidenciamos nosso existir. Assim, como os microscópicos átomos radiantes que jamais perdem sua individualidade, seja qual for a reação em que se envolvam, nós também na fenomenologia universal, jamais perdemos a individualidade una, pois que esta é intrínseca à nossa maravilhosa natureza. Dou outro exemplo: um corpo, qualquer que seja, inclusive o vosso, é uma simples projeção ou, Verso do Uno, opaca de vossos pobres sentidos. Assim, um ser, imperceptível, pelo não alcance destes sentidos não quer dizer que inexista. Apenas não o alcançais em sua essência dimensional, nada mais. Afinal, não conseguis sequer visualizar um raio gama, e ele, no entanto, interage com o meio, existe! Não vos enganeis! A energia universal, ou vital, à qual estamos envolvidos, sobrepuja o mais terrível do caos: a morte!

Depois de alguns instantes adentravam a portaria principal da usina, para mais um longo dia laboral.


Nova noite, e a reunião, dentro de trinta minutos, teria lugar na escola.

Gonzales, Frias e esposa e PP caminhavam na direção da mesma. Logo a seguir surgia Mauricy em seu costumeiro estilo parisiense, cumprimentando-os na língua francesa.

Mais alguns instantes, já se encontravam praticamente todos os integrantes do grupo. Faltava apenas Júlio, o geólogo.

Alguns comentários acerca de assuntos variados e o mentor logo mostrou ímpetos em iniciar o trabalho.

PP apresentou algumas tabelas evidenciando estatísticas sobre o efeito poluitivo no solo; a seguir, fez curta exposição da impertinente massa residual tóxica lançada pela agricultura em terrenos férteis e produtivos.

Lembrou que, após pesquisar novas amostras mais conclusivas, desenvolveria a situação poluitiva local.

Em seguida, intempestivamente, chegou Júlio, ofegante, solicitando escusas pelo atraso.

Na pequena pausa que havia se dado e, porque o assunto ambiental exigiria complementação em próxima oportunidade, Rolando pronunciou-se, solicitando gentilmente ao mentor algo que desejava saber havia muito tempo:

– É fascinante vocês conseguirem suplantar a velocidade da luz em viagens interplanetárias; pelos estudos existentes na Terra, nossos cientistas afirmam a impossibilidade no alcance de tal magnitude, mesmo porque, neste estágio, a matéria se converte em energia e vice-versa. O que você poderia elucidar a este respeito?

Calmamente, voltando-se do quadro-negro, PP esclareceu:

– Evidentemente, estais quase certo; na velocidade  teórica quadrática da luz isto é válido, porém, em velocidades próximas ao quadrado da luz, ou seja, em nosso caso, atingimos até 720 mil quilômetros por segundo dessa velocidade e a matéria se comporta compacta aparentemente, apenas mudando quanto ao aspecto mecânico gravitacional.

Exporei, equacionalmente, o que realmente sucede nessa transformação energética.

Virando-se novamente para o quadro iniciou o desenvolvimento:

– Sabeis da física elementar mecanicista, que uma força vetorial é diretamente proporcional à sua massa, pela ação da gravidade, isto é: F=m.g; considerai g= 10m/s2; então, a força etereomagnética será proporcional à aceleração, elevada ao quadrante fatorial vezes a massa e, inversamente proporcional a esse quadrante fatorial, menos a força de atrito do corpo imposto pelo vácuo; teríeis, desta forma, como resultado:

        n!

g = j /(n! - u) onde este termo é a aceleração no éter. Logo, substituindo este termo na equação F=m.g teremos a força etéreomagnética, isto é:

              n!

F = m.j /(n! - u), onde m = é a massa do sistema; j = é a aceleração no vácuo; n = é o quadrante aplicado e varia de zero até cinco; u = é o atrito. Observai que o quadrante zero permite a reversão da aceleração e, portanto, da força; assim numericamente tereis para n=0; F = m/(0 - u) ou, F= -m/u; o sinal negativo evidencia a reversão da força (freio).

Agora, o quadrante 1 evidencia o corpo a vagar (parado) sem força no espaço; assim : F = m.10/(1- 0) ou F= 10.m e notai a ausência da aceleração e do atrito.

Aplicando, então, por exemplo, o quadrante 3 e considerando a massa do sistema de 100 kg e o atrito igual à unidade, teríeis finalmente:

                   3.2.1                                               6                 2

F  = 100.10 /(3.2.1-1) = 100/4 = 2,5.10 kg.m. /s ou o equivalente a vinte e cinco milhões de quilogramas.metro. por segundo ao quadrado (Newton).

Por conseguinte, com os quadrantes 4 e 5 obtereis esta força aumentadíssima, resultando, assim, o impulso necessário para as viagens interplanetárias. Notai ainda que quando a massa aparente decresce, isto é, compacta-se, a aceleração é proporcionalmente elevadíssima. Por isto, o ambiente interno da nave-mãe é condicionado a um complexo sistema ao qual chamamos de "imunizador molecular", evitando assim alterações moleculares na matéria. Este se desliga automaticamente ao atingir a velocidade de dez mil quilômetros horários.
Os fenômenos que ocorrem na propulsão da nave podem ser assim descritos:

Vento: sucção de gases atmosféricos por turbina transformadora de energia etereomagnética;

Zumbido: projeção de pontos altamente energizados e em linha reta a outro, calculado ao espaço infinito*.

Somente após essa dissertação é que Gonzales entendeu, quando do aparecimento de PP, o significado do vento e zumbido na selva, na partida da nave rumo ao espaço sideral.

Os dias passavam céleres enquanto o labor na usina era abrangente, árduo, motivado ao aumento produtivo necessário para atender aos mercados externos, carentes de minérios beneficiados para uso nas indústrias papeleiras e afins, que aumentavam consideravelmente suas necessidades em matérias-primas, graças à expansão da mídia mundial.

Gonzales acompanhava testes qualitativos que eram efetuados por Jonas, seu subordinado quando Juthay, aproximando-se de ambos, solicitou:

– Engenheiro, gostaria de lhe falar em particular. Poderíamos conversar em minha sala?

– Certamente.

Já na sala, pronunciou-se Juthay:

– No próximo domingo, precisamente às quinze horas, minha pequena Janete aniversaria e gostaria de sua presença e de seu primo neste acontecimento. Poderão comparecer? Será um privilégio para minha família suas presenças.

– Ah! Muito grato pelo convite, amigo. É claro que compareceremos com prazer. Contem conosco e obrigado pelo convite.

Continuou Juthay:

– Já convidei o engenheiro Moura e o casal Rolando e sua esposa.

– Ótimo – aduziu Gonzales – a propósito, quantos anos completará a pequena Janete?

─ Dois – concluiu ele.

Logo após, ambos retornaram às atividades normais.

· N.A: Este desenvolvimento ilustrativo equacional é fictício e não está relacionado com a ciência física.

Juthay era original, como a esposa, de cidade que divisava os Estados do Pará e Amazonas. Quando foi contratado há oito anos pela usina, este iniciou atividades como técnico químico e, posteriormente, fora promovido como líder dos laboratórios de ensaios de produtos. Era um bom técnico, pontual, mas tendencioso a falsos testemunhos entre os colegas, quando se sentia ameaçado de alguma forma, às vezes descabida.

Sua esposa emitia ímpetos de "madame" dentro de sua vizinhança e se julgava superior às amigas tentando transparecer, nos gestos e caras roupas que exibia, sua falsa superioridade.

Juthay costumava escolher e adular os amigos, caso estes lhe trouxessem alguma vantagem monetária ou profissional. Porém, cansado da rotina laboral, pensava seriamente em mudança breve para a cidade natal e lá, estabelecer-se como comerciante.


Quinta-feira, e a noite fresca embalava a comunidade do grande acampamento. Teria início a última reunião relativa ao estudo conclusivo do solo. No horário habitual, encontravam-se os integrantes presentes ao evento.

PP revisava alguns apontamentos finais, para a seguir fazer seus comentários.

Alguns instantes mais, e a palestra começou:

– Hoje, felizmente, concluiremos os objetivos anteriormente tratados, e felicito a todos pelo sucesso desta empreitada que no meu entender, foi útil e conclu-siva aos eventos que aí estão, para finalmente serem equacionados o quanto antes possível.

Fez pequena pausa e continuou:

– A Terra, longe de ser uma simples esfera mineral em sua órbita espacial é um organismo vivo em pulsação e, em tudo similar aos demais organismos viventes que a mesma produz; o ser humano, inclusive. Então, como macroorganismo vivente, o globo já mostra suas feridas superficiais, pois, no terceiro mundo, o desenvolvimento econômico e a transferência tecnológica dos países industrializados têm mudado o modo como as pessoas usam o solo. O uso de pesticidas e fertilizantes químicos tem crescido muitíssimo. Uma percentagem crescente de terras cultiváveis depende da irrigação. Em muitas áreas, a agricultura com tecnologia intensiva tem substituído a tradicional agricultura com métodos ecológicos. Novas variedades de sementes têm elevado a produtividade por hectare de solo para alguns agricultores mas também tem aumentado a dependência por produtos químicos e máquinas. A revolução agrícola aprisionou alguns camponeses em um círculo vicioso de altos gastos com produtos químicos para aumentar as safras, cujo fito, geralmente, é voltado às exportações.

Uma intensa agricultura mecanizada destrói o solo e fertilizantes e pesticidas estão alterando o ecossistema na agricultura. Nos países industrializados tais práticas citadas provocam a erosão do solo, queda na produtividade da terra e contaminações variadas nos lençóis freáticos das águas.

Em todo o mundo, mais de seis milhões de hectares de terras são permanentemente reduzidos, cada ano, às condições desérticas. Quando uma floresta tropical é erradicada, muito mais do que árvores e vegetações são perdidas; um ecossistema inteiro é destruído. Inúmeras espécies de plantas e animais ou se adaptam em seus novos habitats ou perecem. Populações são deslocadas de suas culturas e fontes de sobrevivência são danificadas ou perdidas. Solos tropicais frágeis se tornam inférteis e ficam propensos à erosão, o que pode causar danos irreparáveis e generalizados.

Fluxos regulares de correntes de água são substituídos por enchentes, alternadas por secas permanentes. Quando o desmatamento é intensivo, o clima local pode ficar seco. Valiosas fontes de madeira, alimento, medicamentos e matérias primas específicas para a indústria são perdidas. Essas perdas ainda podem contribuir para um enorme número de problemas  sociais, econômicos e políticos generalizados.

Apesar da riqueza biológica das florestas e solos tropicais, elas estão, geralmente, baseadas em solos inférteis e improdutivos. Assim, grande parte dos nutrientes é armazenado nas folhas que caem sobre os solos e, não no solo. Quando uma floresta é desmatada ou queimada a vegetação desaparece e o ciclo dos nutrientes é quebrado; assim a terra se torna rapidamente infértil.

Florestas densas também absorvem uma porção substancial das chuvas que recebem, e quando a cobertura de vegetação é removida ou reduzida, as enchentes e erosão aumentam. A mata funciona assim como um filtro, para a neutralização da agrotoxidade nas lavouras, ocasionando compostos químicos e também terras arrastadas pela chuva.

O sol tropical resseca o solo exposto tornando a superfície compacta, quebradiça e, facilmente erodida pelas chuvas. A erosão do solo é prejudicial aos córregos e rios. Os peixes são a principal fonte de proteínas para muitos povos que vivem em regiões de florestas. A erosão do solo reduz a produtividade de sua pesca, pela elevação da temperatura das águas e da sedimentação. Estuários, mangues e recifes de corais, próximos ao litoral, também podem ser danificados com a sedimentação crescente, e a navegação fica, assim, prejudicada.

Com a devastação florestal e os solos, por conseguinte teremos também mudanças climáticas regionais, com alterações dramáticas no clima global e perda conseqüente de produtos valiosos próprios à alimentação e farmacopéia florestal.

Mudanças nas características físicas e biológicas dos ambientes lideram as causas de extinção no mundo inteiro. Estima-se que em torno de 40% dos sessenta milhões de quilômetros quadrados de coberturas florestais tenham sido perdidos em decorrência de ações humanas praticadas desde épocas antigas. Tais perdas prosseguem, resultando na destruição de aproximadamente catorze milhões e seiscentos mil hectares de florestas ao ano. Nos anos noventa, por exemplo, essa redução chegou a 4,2%, e foi mais intensa na África e América do Sul.

A destruição e a degradação de habitats representam a mais grave ameaça em nível global, particularmente para a fauna terrestre de anfíbios, aves e mamíferos, atingindo mais que 85% das espécies sob risco nesses grupos. O motivo disto está na distribuição tropical de grande parte dessas espécies, aonde a mais dramática agressão aos habitats vem ocorrendo com o desflorestamento e ampliação de fronteiras agrícolas.

A seguir a uma pequena pausa, lembrou o professor Waldir:

– E quanto às conseqüências perniciosas já citadas, às florestas e solos, no Brasil?

– Este país ocupa infelizmente, uma péssima posição no ranking dos maiores poluidores do mundo com massas bem superiores a 332,3 milhões de toneladas de gás carbônico ao ano, ou seja, mais de 1.800 quilos por habitante.

O desmatamento da Amazônia chegou a quase 666 mil quilômetros quadrados, ou seja, o equivalente a três Estados de São Paulo ou quinze Estados do Rio de Janeiro. Se a temperatura global aumentar entre quatro a seis graus centígrados nos próximos cinqüenta anos, por exemplo, cerca de 30% dessa floresta sofrerá o fenômeno da savanização e a vegetação ficará semelhante à do Brasil central. Mas se o aumento ficar entre dois e quatro graus centígrados, a percentagem subirá para dez ou 15%.

– E quanto à extinção das espécies florestais? – enfatizou Jonas.

– Boa parte da fauna e flora atuais não conseguirá sobreviver a tais mudanças climáticas e devastações. Metade das espécies do globo é ameaçada de extinção. Vede que hoje esse fenômeno já atinge 40% das espécies. Este país abriga quinze a 20% do número total das espécies do planeta em sua biodiversidade. É por isto que a Amazônia, dentro de poucas décadas, representará colossal celeiro de cobiças disputado por nações industrializadas, sob a égide de que a mesma é patrimônio global humano.

Para terdes uma idéia, só no Brasil há 16.119 espécies, isto é, 3% do total das existentes no planeta, que ultrapassa um milhão e oitocentos mil. Contudo, evidências parciais sugerem sério problema para os peixes de água doce, mas que também afetam consideravelmente as espécies marinhas como um todo. Peixes de água doce sofrem decréscimos acentuados; 56% das 252 espécies endêmicas do Mediterrâneo estão sob ameaça de extinção, enquanto no leste da África, onde parte protéica animal consumida provém da pesca, os impactos atingem 28% das espécies. Esses são os fatores: atividades humanas nos cursos hídricos, ou seja: remoção de matas ripárias, poluição, eutrofilização, represamento e canalizações.


Era sábado; Gonzales e o alienígena se dirigiam para o aniversário de Jane.

A casa de Juthay era ampla e, no quintal, ao fundo, havia pequeno playground, onde Jane e os amiguinhos costumavam brincar.

Os amigos, já acomodados, divertiam-se com os folguedos das crianças. PP adorava-as, pela inocência e meiguice naturais.

Certo momento acercou-se do playground e levou ao colo uma menina de três anos, que inocentemente brincava e tagarelava com o mentor que, atencioso, ouvia-a enternecido. Em dado momento, a criança, em seus gestos naturais, roçou o diadema que desprendendo-se do pequeno colchete, quedou-se ao chão.

A criança, visualizando grandes orelhas em seu receptor, agitou-se gritando: "bicho papão, bicho papão...mamãezinha!".
Aquela cena deixou todos os convidados em pleno alvoroço. "Que significa isto? Quem é esse estranho?" Gonzales e Rolando nervosos, ocorreram imediatamente ao local do incidente solicitando a todos calma, pois que não havia motivo para agitação.

De nada adiantaram seus argumentos. Muitos se retiraram temerosos, comentando à saída impropérios quanto ao sucedido. Outros, lá permaneceram estupefatos, ansiosos por elucidações que justificassem aquela cena para muitos dantesca.

Juthay e a esposa, surpresos, também não entendiam toda aquela confusão.

Gonzales, sério, resumiu aos presentes a finalidade daquela criatura entre eles, alegando que sua permanência no local era provisória e que estava aqui em cumprimento a uma missão e em paz, importante ao planeta.

Um dos integrantes, irado, praticamente gritou: "e se for uma invasão?" Rolando, sorridente e calmo, manifestou-se, gesticulando com as mãos:

– Isto é impossível meus amigos. Vocês não conhecem PP como nós para entender o real significado de sua presença na Terra.

Apesar das inúmeras explicações dadas pelos dois integrantes do grupo, os participantes não se continham e continuaram os comentários gerais nada favoráveis ao mentor que silenciosamente permanecia sentado, observando os rumores que ali se evidenciavam.

  Assim, a partir daquele incidente, a rotina no grande acampamento não mais seria a mesma. Era necessário fazer algo para contemporizar os ânimos exaltados da população, antes que fosse tarde demais.



Amigos leitores. Já estamos na metade da história.

Espero estejam contentes com o conteudo exposto e se possivel façam criticas, comentários e também compartilhem com os amigos. Conto muito com o apoio de voces para o sucesso  editorial desta obra.

Agradeço de coração. ZECA PALUDO.

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