Dante : A história de um assa...

Door Anne_SantanaOF

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Ela só queria chegar em seu bloquinho de alvenaria do outro lado da cidade e descansar ouvindo um bom jazz, e... Meer

E s c l a m e n t o
Prólogo
Patrões nada confiáveis.
O crime compensa
A barraca dos salgados
Ela é intrigante demais
Assassino sequestrador
Péssimo sequestrador
Olhares
Minha diarista
Vestida para jantar
Seja minha
Dele? Não sei...
#maratona
Um pouco ansioso
Meu coração se mudou
Estraguei tudo?
Mentiras e Planos
Magoada
Situação inusitada
Chinelo X9
Provocante
Ele não vai me seduzir!
Plano iniciado
Liberdade?
Completa
Minha esposa!
Salvador improvável
Ela me ama...?
Amor incondicional
Conversas
Não sei amar direito
Os refugiados
Exposta
Reconciliação
Casada?
Corre!
Desolado
Bebê
Ironia
Susto e Surpresa
Minha esposa e um bebê
Brilhante
A última cartada
Família
Destino dos inimigos
Desejos
Será hoje
Audácia
Luta sangrenta
Imprevisto
Amor de verdade
Bônus
Pedidos e Respostas
Sim!
É menin...
Sentimentalismo e Compras
Casei com uma terrorista
Algumas verdades reveladas
Dúvidas
Demissões?... Amassos... Calcinha...
Personificação da minha felicidade
Enfim!
Quem eu sou.
Epílogo

Um cochilo de cinco minutinhos?

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Door Anne_SantanaOF

23 de outubro de 2017
20:21hrs

Daisy

_Hil?

Chamo a porta de seu quanto de onde ela não saiu desde que Corini e Alejandro chegaram. Bato três vezes.

_Vou entrar, tudo bem?

Como não responde começo a ficar nervosa e preocupada. Giro a maçaneta depressa, quando entro a vejo sentada na sacada do quarto. Suspiro aliviada. Fecho a porta atrás de mim e me aproximo.

_Hil?

Toco seu ombro, ela está muito distante, os olhos inchados de quem chorou demais e o nariz avermelhado. Sinto meu peito se apertar.

_Ei, você não está bem. Vem cá, pode se abrir comigo.

A puxo para mim após sentar ao seu lado no chão. E em segundos ela desata a chorar copiosamente. Ah, minha amiga...faço carinho em seus cabelos.

_Calma, eu estou aqui com você, não está sozinha.

Minha voz sai baixa e afável, como se falasse com uma criança amedrontada e ferida. É isso que Hil é, uma criança cheia de feridas e marcas de uma vida cercada de abusos e violência, negligenciada.

Seus soluços nos sacodem de tão fortes e incontroláveis. Murmuro palavras de carinho e segurança até que ela se acalme.

_Quer me contar o que está sentindo?

_Ra-raiva...--Sua voz sai trêmula e entredentes. Concordo sem deixar de acariciar seus cabelos.

_Raiva é bom, sabia? Ajuda a ganhar coragem e determinação. O que mais sente?

Ela pensa por um instante.

_Medo-o.... Nojo... Dor... inse-insegurança... Tristeza... Co-covardia...

A deixo falar, a frustração nítida na voz baixa e rouca.

_Nojo? De quê, querida?

_Nojo do ser humano ridiculamente fraco que...que eles me tornaram...nojo de mim mesma por ser tão patética e medrosa. No-nojo por não ter coragem o suficiente para mudar isso e seguir em frente...

Assinto mesmo que acha tudo muito ruim. Organizo meus pensamentos e digo:

_Não pode ter nojo de si mesma, querida. Lembre-se que você não tem culpa de ser assim, as pessoas não podem escolher em que lar iram nascer mas podem escolher seus próprios caminhos. Veja bem, ter medo é normal, ser fraco é necessário para se dar valor a força que há em você, guarda, apenas esperando o momento certo para se manifestar e dizer: Chega!
E você fez isso quando decidiu por um basta na vida subjugada e condicionada que tinha. É preciso força, coragem e determinação para se tomar uma decisão dessas e você teve e tem tudo isso.--Aperto sua mão e continuo.-- Quanto a dor, você não irá esquecê-la nunca mas aprenderá a viver com ela e não para ela. Haverão sentimentos mais fortes que a dor, Hil. Eles preencherão tanto você que um dia vai se lembrar que não doe tanto quanto parecia no início, a intensidade é passageira. Você precisa encontrar em si mesma um motivo, um objetivo, para te fazer levantar da cama todas as manhã, para fazer seu futuro da forma que você quiser.--Ergo seu rosto para que me olhe.--Não posso e nem irei pedir para que não sinta tudo isso, mas posso pedir para tentar seguir em frente. Se desprender do passado que te assola e viver o hoje. O agora é tudo que importa, se esforce para viver bem com você mesma cada segundo de cada minuto de cada dia. Nunca se sabe o que se pode encontrar no próximo instante, na próxima curva ou estrada. Apenas confie que vai dar tudo certo. Irá dar tudo certo, sei disso.

Afirmo limpando sua face molhada. Ela funga sorrindo. Sorrio também.

_Olha só, você é linda e jovem, tem um mundo de oportunidades a sua frente. Não pense, faça. Aconteça. Você pode.--Beijo sua bochecha fazendo um estalo. Rimos, tento me levantar mas é um pouco mais difícil na minha condição. Hil se ergue primeiro já melhor e me ajuda.--Obrigada. Ah, queria levar você a uma psicóloga, tudo bem? É só para ela trabalhar seus traumas e limitações como a profissional que é. Você concorda?

_Sim, estive pensando sobre isso hoje mais cedo. Acho que vai ser bom ter ajuda profissional embora você já faça muito bem esse papel motivacional.

Sorrio amarrando meus cabelos com um de seus elásticos milimetricamente posto em fila na sua cômoda de espelho. Ela é muito organizada...puxa, por que eu não sou assim?

_Sou sua irmã e é isso que as irmãs devem fazer, se apoiar. Bem, agora vai lavar esse rosto vermelho que vamos descer para jantar, estão nos esperando. Você vai e ponto.--Aviso a olhando através do espelho enquanto ajeito meu cabelo. Revirando os olhos a vejo indo em direção ao banheiro.--E não demora senão logo logo Dante estará aqui e você sabe o quanto que ele pode ser irritante quando está impaciente.

_Argh, ele é irritante sempre isso sim.

Sorrio. Tadinho do meu marido.

_Oh Hil, ele não é sempre irritante. Sabe que tem vezes que ele bem sociável.

Ouço sua risada. Me sento na cama já sentindo fome. Toco minha barriga.

_Ha ha ha, Dante sociável? Você só diz isso porque o ama senão concordaria comigo, né?

_É claro que não. Meu marido é muito bom e legal, tá?

_Faça-me rir!--Diz saindo do banheijo já recomposta. Jogo uma almofada nela que apara jogando-a de volta.--Vamos, antes que o seu marido bom e legal venha te buscar. Ele é um grude.

Reviro os olhos indo até a porta, abro mas me viro para ela que está a minha frente.

_E ele não é um grude! Deixa só você ter um namorado, quero só ver.

Dá de ombros e sorri maliciosamente.

_Não quero um namorado, eu vou estudar primeiro. Mas enquanto estive aqui em cima pude ver a troca de turno do Felipe.

_E o que tem isso?--Pergunto sem entender.

_Vi quando ele veio até aqui atrás e tirou a camisa. Nossa, ele é muito lindo.--Olha, mas vejam só...senhora Hil. É bom ver que ela ao menos nota os homens e não os repudia. Entro na brincadeira.

_É mesmo. Também quem não olharia para um loiro altão de olhos azuis como ele?

_Você! Você não olharia e nem olha, está só descrevendo porque reparou nele só uma vez.--Reclama apontando pra mim. Sorrio porque é verdade, só olhei para Felipe hoje.

_Certo, mas isso não quer dizer que ele não seja lindo.

_Quem é lindo, Daisy?

Erregalo os olhos e sinto o arrepio forte perpassar pelo meu corpo. Sinto a presença de Dante atrás de mim. Engulo em seco. Hil esconde um sorriso e me olha com cara de paisagem.

_Quem é que você acha lindo?

Me viro lentamente e sorrio.

_Você, querido.

Seus olhos estão estreitos e sérios, a maxilar trincado. Faço um esforço para não rir, e nem pensar.

_Tenho certeza de que não sou loiro e nem tenho olhos azuis.--Sibila cheio de sarcasmo e nojo. Ops. Abro e fecho a boca sem saber o que dizer. Porcaria, como dizer que era só uma brincadeira?

_A Daisy está quase caindo de fome, Dante. Vamos descer para jantar, o bebê está pedindo comida.

Hil me salva quando pega minha mão e vai me levando para fora do quarto passando por um Dante completamente sério. Sorrio mas ele não me corresponde. Ok, está bastante irado.

_Vem Daisy, você precisa comer.

Hil me arrasta pelo corredor e eu vou, acho melhor dar um tempo pra ele voltar a raciocinar. Mas odeio quando ele me ignora, me sinto horrível. Desprezada e sem amor...meu mundo fica cinza.

_Psiu! Não começa, deixa ele enlouquecer um pouquinho. Me apresenta seus amigos.

Hil me chama quando estamos descendo as escadas e nada de Dante. Ele deveria estar descendo também...cadê ele?

_Daisy? Me apresente aos seus amigos.

Assinto quando estamos para entrar na sala de jantar. Ah, meu Deus! Corini e Alejandro estão aos beijos, beijo bastante ousado com apertos e tudo, sentados um ao lado do outro. Puxo Hil para fora antes que eles se dêem conta de que estamos aqui.

_Shiii!

Tapo sua boca fazendo um sinal de silêncio pois ela ia falar alguma coisa. Sinto vontade de rir mas oprimo. Nossa, não é que está rolando alguma coisa mesmo! E Corini me disse que não era nada demais...disse que era só um beijo. Sei...

_O que estão fazendo?

Pulo de susto ao ouvir a voz potente de Dante atrás de nós. Ponho a mão no coração me virando, Hil copia meus gestos.

_Nada.--Digo rápido demais e recebo um olhar chateado e magoado dele. Poxa, já é a segunda vez que eu minto pra ele hoje e sei que Dante sabe disso. Me arrependo e vou me desculpar mas ele entra na sala sem mais nem menos.

_Por que mentiu, doida?

_Não sei...só não pensei em contar. O que há de errado comigo hoje?--Me pergunto bufando.

_Não há nada de errado. Vem.

Me deixo ser guiada até a sala, Cory está com os lábios vermelhos assim como as bochechas, Alejandro tem os lábios igualmente vermelhos mas não parece se envergonhar está apenas sério, ambos sentados do lado esquerdo da mesa. Dante sentou-se na cabeceira mais distante com uma expressão impassível no rosto, nem sequer me olha. Meu beço treme.

_Oi.

Hil diz para os dois, me sento à direita, uma cadeira depois de Dante, de frente para Corini e ao lado de Hil.

_Corini esta é minha amiga Hil, e Hil este é Alejandro amigo da Cory.

Sorrio ao dizer amigo, acho que é mais que amigo. Apertam as mãos em cumprimento.

_Quem fez o jantar, Dadinha?

_Foi Corini, eu só a ajudei como assistente.--Olho para ela que cora. Sabe que eu já percebi o clima entre ela e Alejandro. Pisco.

_Ah, legal. Fiquei pensando em descer para ajudar mas estava com dor de cabeça.

_Não tem problema, Cory é ótima com jantares.--Lembro pois ela cozinha muito bem só se perdeu um pouco no que fazer para mim e Dante comermos. Dante...ele está muito sério e calado e me ignorando...

_Está exagerando, Zy.

_Não estou não. Você é muito boa como cozinheira. E, por acaso, Hil também é.

_Verdade?

_Sim.

Nos servimos, ponho uma boa quantidade no meu prato, um pouco de cada coisa. Dante come a quantidade de sempre. O olho através da minha visão periférica e sinto que está olhando pra mim. O encaro mas ele desvia o olhar. Bufo e com isso alguns farelos de torta caem da minha boca. Help God! Que vergonha. Rio de mim mesma. Mas não sou só eu, Hil e Cory riem a beça.

_Sua bebêzinha.--Corini diz rindo. Alejandro sorri.

_Foi um pequeno acidente.

_Sei...mas você não me disse no que trabalha, Daisy.

E agora? Engulo a comida devagar tentando encontrar uma desculpa.

_Ela é minha assistente pessoal, trabalha comigo.

Me surpreendo com o que Dante diz e ainda mas porque ele falou alguma coisa. Não sei se choro ou sorrio. Continua encarando o quadro de Dali na parede oposta. Hil tosse.

_Ah, legal. O que você faz? Atende ligações e essas coisas assim?--Ela está curiosa. Não faço ideia do que uma assistente pessoal faz. Olho para meu marido mas ele não está me olhando, vejo a sombra de um sorriso em seus lábios avermelhados e lindos...

_É...

_Ah, isso deve ser bem legal, afinal de contas você trabalha com seu marido e passam o dia juntos.--Juntos...Não é bem assim, querida Cory. Escondo minha tristeza sorrindo sem vontade.

_É sim, o dia juntos...

Após o jantar Dante se trancou em seu escritório com a desculpa de que precisava resolver um problema sério de negócios. Quase chorei mas me limitei a apenas concordar, é claro que ele não falou isso só pra mim...na verdade nem estava me olhando quando disse para todos à mesa.

Está me ignorando, me evitando. Ficamos somente nós, Alejandro se despediu, foi para sua fazenda relutante em deixar Corini para trás, percebi isso, e ela quase pede para ele ficar. Eu pedi para que ficasse mas ele insistiu em ir embora. Deixei Cory levá-lo até seu carro para que despedirem. Vi que se gostam mesmo.

Aproveitei que Hil subiu para se deitar e eu estava sozinha e fui para a cozinha. Entre os armários acho o pote de geléia sabor morango e com uma colher começo a comer sem parar, choro por Dante não estar falando comigo, choro porque eu menti, choro porque estou confusa, choro pela Corini e por Alejandro, pela Hil e...bem, choro porquê quero chorar.

Já estava quase terminando quando minha boca enche d'água, fico um pouca tonta, e corro para o banheiro que tem no quarto de empregada, é o mais próximo. Alcanço o vaso sanitário no mesmo instante que toda a geléia, a torta e o jantar inteiro até o lanche da tarde sai do meu estômago. Minha garganta arde e coça, continuo vomitando até não ter mais nada pra sair. Pressiono o botão de descarga tampando o vaso. Permaneço sentada no chão recuperando o fôlego. Mal enxergo direito, minha visão está turva, os ouvidos zumbindo...

Me recompondo levantando para ir até a pia. Pelo espelho vejo que estou pálida demais e suando frio. Lavo o rosto e a boca, até a nuca. Respiro fundo duas vezes antes de me firmar no chão sem estar segurando na pia.

_Oh bebê, ficou apertado ai dentro foi? Pra você ter expulsado a comida para fora?

Toco minha barriga sorrindo. Sento no na tampa do vaso esperando a tremedeira passar. Estou até toda arrepiada. Sinto muito sono, bocejo encostando a testa no armario que está tão perto...
Fecho os olhos.

_Só vou esperar a tontura passar...só cinco minutinhos...cinco...

Relaxo...

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