O Décimo Domínio

By CFernandes_

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| HISTÓRIA CONCLUÍDA | TRILOGIA DOMÍNIOS | LIVRO 03 Caso você não estiver lendo essa história pelo Wattpad, s... More

O nascimento de uma trilogia
Sinopse
...
Capítulo 01 - Enfim, uma.
Capítulo 02 - De volta ao campo de batalha
Capítulo 03 - Tobias, Tobias, onde está você?
Capítulo 04 - Sem mais desculpas
Capítulo 05 - Seguida por uma sombra
Capítulo 06 - Problemas à vista!
Capítulo 07 - Se não falarem por bem...
Capítulo 08 - ...Então falarão por mal?
Capítulo 09 - Sangue amargo
Capítulo 10 - Sede de poder
Capítulo 12 - Descompassos
Capítulo 13 - Aquelas palavras...
Capítulo 14 - Sobre Barreiras
Capítulo 15 - Uma escolha do coração
Capítulo 16 - A primeira rachadura na armadura
Capítulo 17 - Um vislumbre de algo mais em seus olhos
Capítulo 18 - E a rachadura aumenta
Capítulo 19 - Sentimentos
Capítulo 20 - Violência
Capítulo 21 - ag·​a·​tho·​kak·​o·​log·​i·​cal
Capítulo 22 - Perigos do coração
Capítulo 23 - Vingança...?!
Capítulo 24 - A última barreira
Capítulo 25 - Ela me destruiu
Capítulo 26 - Ele me construiu
Capítulo 27 - Preparativos finais
Capítulo 28 - Ruína
Capítulo 29 - O que eu fiz...
Capítulo 30.1 - O Décimo Domínio
Capítulo 30.2 - O Décimo Domínio
E antes do fim...
Epílogo

Capítulo 11 - Rebelião

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By CFernandes_

~Adam~

Os dias viraram semanas e toda e qualquer interação com a Megan em Nihal tinha sumido por completo.

Até cheguei a pensar que ela tivesse voltado ao mundo normal, mas Edith me garantiu que ela não saiu de Nihal. Ela ainda não tinha conseguido o que queria. Ela ainda estava ali.

Toda pista que tínhamos morria antes mesmo de darmos mais de dois minutos de atenção a ela.

Era extremamente frustrante estar empacado no lugar quando tudo se movia aceleradamente a nossa volta.

Os espiões que tínhamos em cada província não tinham novidades sobre o paradeiro dela, apenas o nome dela ficava cada vez mais conhecido e ganhava alguns apoiadores. Mas era uma coisa muito espalhada, pequenos movimentos acontecendo ao mesmo tempo em toda Nihal.

Martin dizia que aquilo não era possível, mas eu sabia que era. E então a certeza já estava gravada em mim.

Ela não está mais sozinha.

Foi bastante difícil não somente para o meu orgulho, mas para alguns rostos ao meu redor, aceitar que ela não quis nossa ajuda, mas que estava buscando-a em outros lugares e pessoas.

Todos concordaram comigo e então a busca por esses seguidores se intensificou. Qualquer coisa para nos aproximarmos. Só que demos de cara apenas com becos sem saída. Não havia nenhuma ponta solta.

Perdi as contas de quantas missões eu saí apenas para voltar mais frustrado.

Mas nem toda a frustração do mundo me faria ficar parado.

Estou mais uma vez liderando uma equipe de busca e estamos dentro da província da água, mas quase no limite. Algumas pessoas relataram atividades suspeitas por ali, e a minha esperança estava viva.

Um enorme lago nos impedia de seguir em frente, então começamos a dar a volta nele. Mas antes que eu perceba, uma explosão estoura em meus ouvidos e deixa minhas pernas bambas.

Olho para trás para verificar como estão as pessoas que estão comigo, mas o movimento de cabeça me deixa tonto, e com a terra se movendo bruscamente sob meus pés, não consigo mais me manter de pé e caio dentro do lago.

Estranho, pensei que fosse água, mas aquilo era denso demais para ser. Ainda conseguia ser límpido como, mas a pressão que senti no meu corpo ao submergir naquele lago foi absurda. O ar foi logo tomado de meus pulmões sem esforço. Fecho os olhos e tento me concentrar em não morrer.

Mesmo abafado, consegui ouvir gritos tão próximos de mim, que estiquei os braços para ver se conseguia alcançar a fonte dos gritos, mas quando apenas tateei o nada, voltei a abrir os olhos.

Vi alarmado, quando as pessoas que estavam comigo também começaram a cair dentro do lago e o ar também lhes sendo roubado.

Mas o que me chamou atenção nesse momento foi que em vez das bolhas seguirem o caminho da superfície mais clara, logo acima das nossas cabeças, as bolhas de ar estavam fazendo o caminho contrário, estavam afundando no lago, indo em direção a uma escuridão que me deixou inquieto.

Então, sem deixar o medo me dominar, tranquilizo meu corpo e começo a nadar na direção ao breu. Fica cada vez mais difícil enxergar para onde estou indo, mas apenas confio no sentimento dentro de mim que diz que estou indo no caminho certo e continuo a afundar.

É bem difícil dar braçadas aqui dentro, mas dou o meu melhor.

Só que de repente minha mão esbarra com algo frio e pontiagudo. Puxo o braço de uma vez, o levando para detrás do meu corpo e sinto uma dor aguda na palma da mão. Com certeza eu bati em algo.

E esse algo resolveu revidar.

Não demorou muito para que eu estivesse envolto dessas coisas frias e que pareceriam até algas, se não espetassem tanto. O que quer que sejam essas coisas, estavam me impedindo de usar meus domínios, o que me fez começar a engolir água e sei lá mais o quê enquanto era sugado e jogado de um lado para outro.

Eu tenho um bom fôlego, mas se continuar daquele jeito, eu vou me afogar.

Tento retirar aquelas coisas ao meu redor, mas não tenho muito sucesso, quanto mais eu me debatia, pior minha situação ficava. Sinto uma grande corrente de água ao meu redor e fecho os olhos quando grãos de alguma coisa começam a entrar no meu olho.

Tudo ao meu redor parece um turbilhão e então tudo para.

Minha garganta ardia e eu me vi olhando uma nova superfície, ou pelo menos eu achava que era. Tão brilhante, e diferente daquela outra... Só que a minha visão vai escurecendo de leve e eu agora consigo ver o que me prendia.

Eu tinha razão, eram algas, escamosas e com grandes espinhos em toda sua extensão.

Se ao menos eu conseguisse usar os meus domínios, poderia me livrar dessa ameaça e...

Então veio uma explosão. Aconteceu em algum lugar acima da superfície, e mesmo estando dentro d'água, consegui sentir a intensidade. Aquilo fez a água tremer, e de alguma forma fez com que a planta me largasse.

Não me largou por completo, mas pelo menos afrouxou o suficiente para que eu pudesse me livrar e fazer o meu caminho para a superfície.

Com o meu último fôlego soltei a o ar e acompanhei as bolhas de ar até a superfície clara.

Quase não acreditei quando senti o ar na ponta dos meus dedos e mesmo que os meus pulmões não conseguissem aspirar nenhum ar no momento, foi um alívio não estar mais rodeado de água. Uso a força restante em meus braços para me locomover até a borda.

Quando meus pés alcançam o fundo lamacento do lago teria rido se não estivesse jogando para fora a água que eu tinha ingerido mais cedo. Forço minhas pernas para frente, e quando está raso o suficiente para que possa me jogar de costas no chão sem me afogar outra vez, eu o faço.

Sentia o Sol esquentar minha pele e fui sentindo aos poucos os reflexos do meu corpo voltarem.

Deveria voltar ao meu estado de alerta de sempre, mas me sentia muito dormente ainda para fazer algo. Eu podia deitar por alguns segundos depois de quase morrer certo?

A terra tremia abaixo de mim e ao ouvir o barulho de outra explosão percebi que eu ainda não estava completamente salvo. Abro os olhos e me forço a ficar de pé e analisar tudo o que me rodeava, e me preparar para uma possível briga.

Não estava preparado para o que encontrei.

Ali, onde quer que eu estivesse, existia uma pequena prisão.

Nem sei se esse é o nome certo que podemos dar ao que estava ali. Não era bem uma prisão, o objetivo era o mesmo, mas a composição era algo de balançar o coração.

Eu estava na beira de um lago com água turva e bem diferente do que eu tinha caído. Não havia uma vegetação muito densa, apenas a vegetação necessária para que aquele lugar ficasse escondido se você olhasse rápido o suficiente. 

Quer dizer, olhando um pouco melhor para as árvores que nos cercavam, elas estavam debilitadas, com folhas queimadas, troncos retorcidos. Alguém tinha feito isso com elas.

Talvez tenha sido a explosão que eu senti até mesmo dentro da água.

Jaulas de ferro com barras grossas empilhadas uma em cima das outras estavam dispostas perto da grama baixa que rodeava a linha d'água. Duas ou mais pessoas ocupando um espaço que não dava direito nem para uma.

Mãos amarradas, cortes e sangue por todo lado.

Algumas pessoas estão no chão, desacordadas ou pior, e minha cabeça está trabalhando acelerada agora. Dá para ver com clareza os sinais de luta, mas não consigo distinguir os lados que estão envolvidos.

O medo e a desilusão estampada nos olhos dos aprisionados. Quis sair correndo e libertar cada uma dessas pessoas, mas eu nem ao menos sabia o motivo daquelas pessoas estarem aprisionadas. Só que antes que eu pese as vantagens e desvantagens de liberar aquelas pessoas, alguém é mais rápido que eu e já está libertando cada um deles. 

Não passa de um vulto na minha frente. Movimenta-se com uma fluidez e em pouco tempo já tem todas as jaulas abertas. Ainda não tenho firmeza nos meus domínios para fazer alguma coisa.

O mais seguro para fazer agora é ficar no meu lugar. Estou um pouco afastado da movimentação principal, o que me dá uma margem para observar tudo. E outra, todos ali estão tão compenetrados em suas próprias funções, que passo desapercebido.

As pessoas que estavam presas começam a seguir o seu salvador sem nem questionar e esse salvador estende a mão para todos. Quer dizer, essa.

Quando vejo o corpo delgado, inegavelmente feminino, meu coração dispara e eu nem preciso olhar muito para saber o motivo. Nem estava tão perto dela para ter essa certeza ao olhar para o seu rosto.

Só que eu reconheço o descompasso do meu coração perto dela.

Megan.

Sua roupa preta e porte físico ainda intacto faz com que ela se destaque da multidão. Isso e os meus olhos que sempre caem sobre ela. Ainda bem que a Megan estava muito compenetrada no seu salvamento para perceber que eu a olhava com muita intensidade.

Olho para a confusão que está ao redor dela e penso ser uma boa oportunidade de me aproximar e quem sabe até segui-la sem levantar suspeitas.

Sem querer perder mais nem um segundo, vou me aproximando. Ainda bem que eu tenho uns bons cortes e perfurações nos meus braços então não preciso fazer muita coisa além de andar meio cambaleante para não chamar muita atenção.

Vi que estou sujo de lama, o que acrescenta um toque a mais no meu possível disfarce.

Não preciso andar muito para ver um grupo de seis pessoas que caminhavam da melhor maneira possível para seguir a Megan. Mantendo o meu olhar focado no chão enquanto passo a andar do lado daquele grupo.

Um cara que estava dois passos na minha frente olhou para trás e me olha um pouco desconfiado, mas ao ver os meus ferimentos nos braços, apenas suspira e pergunta se estou bem. Afirmo com a cabeça com medo de que algo na minha voz me denunciasse.

Mesmo querendo sair correndo e alcançar logo a Megan, eu me forço a ficar ali e andar ao lado dessas pessoas que seguiam a Megan.

Ainda não tinha decidido se estar rodeado daquele jeito era um perigo. Mas agora que eu estava sentindo meus domínios voltarem, posso ainda estar em perigo, mas pelo menos eu daria uma boa briga.

Evitaria essa briga a qualquer custo, porém estaria preparado para ela.

Uma das mulheres que estava caminhando ao meu lado, tropeça sobre os próprios pés e antes que ela fosse ao chão, a ajudo a ficar de pé. Percebendo que ela não possui a força para permanecer de pé, coloco seu braço por cima de meus ombros e apoio em sua cintura para que continue a nos acompanhar.

Posso estar preocupado com as pessoas ao meu redor, mas é difícil para mim ver uma pessoa precisando de ajuda perto de mim e não fazer nada.

— Obrigada — diz a mulher e vejo que é sincera.

— Sem problemas.

— Eu só quero sair daqui. Eu... — os olhos dela se enchem de lágrimas e vejo quando ela respira com dificuldade tentando controlar os sentimentos.

Não posso dizer a essa mulher que entendo o que ela passou. Por Deus, eu nem faço ideia do que ela viveu aqui, nem a quanto tempo está aqui, nem o motivo dela estar aqui, mas seja o que aconteceu, seja pelo tempo que durou, sei que deve ter sido uma eternidade para ela.

— Nós vamos conseguir — digo enfim. Foi o melhor que consegui pensar dadas as circunstâncias.

— Vamos. E é graças a ela.

— Sim — ergo o meu olhar e observo não muito longe de mim, ela.

Era inquietante estar tão próximo e tão calado. Queria gritar, colocar ela em meus braços, falar o quanto eu estava sentindo a sua falta. Mas se eu permanecer quieto, posso finalmente descobrir onde ela está.

Andamos por uns bons minutos, até que começamos a andar muito devagar e a Megan perceber. Ela dá um suspiro alto suficiente para que eu consiga escutar e então se volta para falar com todos.

— Muitos de vocês estão cansados demais para seguir em frente. Acredito que já nos afastamos o suficiente para nos dar uma pequena vantagem de quem quer que possa nos seguir. Cinco minutos é o que podemos descansar. Assim que chegarmos na nossa base, podem descansar o quanto quiserem e recuperar as forças.

Não consegui perceber se ela foi sincera com essas palavras, mas isso acendeu algo em todos, e até o que estava andando mais lentamente enche-se de vigor nas pernas e volta a andar com mais firmeza.

A mulher que se apoiava em mim aparentemente não precisa mais de mim e vai andando dois passos na minha frente e mesmo com as pernas trêmulas, ela ainda vai em frente.

Sorrio com a força que mesmo sem querer a Megan deu a todas essas pessoas. Ela pode falar o que for, mas uma grande parte do seu coração ainda é boa. Senão não conseguiria despertar isso nas mais diferentes pessoas.

Enfio as mãos nos bolsos e vou caminhando de cabeça baixa, mas ainda sorrindo, me misturando ao grupo com forças renovadas.

Mas não dou muitos passos na frente, e enquanto olho para o chão, vejo um par de pés e pernas logo afronte, me impedindo de seguir.

Subi o olhar rapidamente pois já conhecia aquelas pernas.

E assim que ergo o olhar me vejo encarando aquela tormenta azul que me faz perder o ar. Respiro o mesmo ar que ela transpira, e droga, tinha esquecido como o cheiro dela é bom.

Ela não está exatamente feliz em me ver, mas pelo menos não vejo raiva ou algo pior em seu olhar. Surpresa talvez e se eu não estou enganado um pouco de medo.

— Adam? — se estivesse alguma dúvida que ela estava surpresa em me ver ali, essa dúvida morreu ao ouvir o seu tom de voz.

— Megan — já a minha voz sai carregada de tanto sentimento que não é mais do que um sussurro rouco.

֎ ֎ ֎ ֎ ֎  

Oi oi pessoal! Passei esses dias sem postar nada, pois estava na reta final de uma cadeira de férias que estava fazendo, e estava me dedicando de corpo e alma para passar nessa desgraça, e é com muita alegria que digo: PASSEI! Nem estou cabendo em mim de tanta alegria e quando soube do resultado não sabia fazer outra coisa além de sorrir.

Falta muita pouca do meu TCC pra que eu me possa apresentar ele, então, não reparem se eu sumir por mais alguns dias, provavelmente estou refazendo pela milésima vez algum parágrafo ou então alguma parte da minha apresentação. Por favor, sei que falo isso muitas vezes nos capítulos, mas um pouco mais de paciência comigo, os capítulos vão sair! Quando o cheiro do diploma me impregnar, vai dar certo!

Mas voltando ao livro, e agora, o que vocês acham que vai acontecer? Cara a cara é mais difícil resistir a certas tentações... Ah, esse encontro ♥

Obrigada a todos que estão acompanhando o livro e até o próximo capítulo :*

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