Namorado de Aluguel

By mafs_park

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ㅤㅤ ㅤ Não havia nada pior do que a faculdade para Samantha Wipperfield. Há não ser, é claro, o novo vizinho d... More

✦ Notas da Autora
Capítulo 1 - Novo Vizinho
Capítulo 2 - Descoberta
Capítulo 4 - Surpresa
Capítulo 5 - O Pedido
Capítulo 6 - A Proposta
Capítulo 7 - O Acordo (Parte 1)
Capítulo 7 - O Acordo (Parte 2)
Capítulo 8 - Interesses
Capítulo 9 - O Evento
Capítulo 10 - O Problema
Capítulo 11 - O Convite
Capítulo 12 - Objetivos
Capítulo 13 - Falhas
Capítulo 14 - Descoberta
Capítulo 15 - O Baile (Parte 1)
Capítulo 15 - O Baile (Parte 2)
Capítulo 16 - Revelações (Parte 1)
Capítulo 16 - Revelações (Parte 2)
Epílogo

Capítulo 3 - Plateia

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By mafs_park


ㅤ ㅤ- É pra isso que você vem cedo pra faculdade - murmurou ela, tentando conter toda a fúria em sua voz. Não ia se rebaixar diante deles.

ㅤ ㅤSamuel, finalmente percebendo a garota ali, se levantou em um sobressalto, derrubando a loira que estava em seu colo no chão, deixando seu pênis ereto totalmente exposto.

ㅤ ㅤ- Não é...

ㅤ ㅤ- Cale a boca - pediu ela, revirando os olhos e dando às costas para a dupla, tentando conter qualquer emoção que pudesse transmitir fraqueza.

ㅤ ㅤ- Sam! - gritou Collins, enquanto tentava subir a calça e perseguir a garota, após dar uma leve olhada para Elizabeth, que pensou em fazer desisti-lo de ir atrás, mas vendo que era inútil.

ㅤ ㅤ- Você não tem direito nem de me chamar mais assim - rebateu ela. - É Samantha para você, babaca! - completou ela, subindo as escadas da tribuna do estádio interno.

ㅤ ㅤConseguiu sair dali e percebeu que os corredores já estavam parcialmente movimentados, tentando ignorar os passos do loiro atrás dela.

ㅤ ㅤ- Você sabe que a culpa é sua! - berrou ele, obrigando a mesma a parar também, chocada com aquele comentário.

ㅤ ㅤ- Como ousa? - Foi em direção dele, pronta a lhe dar um tapa, mas o jogador foi mais rápido, segurando a mão dela.

ㅤ ㅤOs olhares que trocavam um com o outro eram quase mortais, ignorando tudo que estava ao redor, inclusive a pequena plateia que se formou, vendo o antigo destaque do time de futebol e sua namorada em uma discussão em público.

ㅤ ㅤ- Eu sou homem, Sam... Samantha - corrigiu ele, revirando os olhos, percebendo que a mesma estava pronta para cortá-lo. - Acha mesmo que sou capaz de me segurar enquanto você fica com esse maldito papo de virgindade?

ㅤ ㅤ- A culpa não é minha...

ㅤ ㅤ- É sim - cortou ele. - Acha mesmo que precisa de um "momento"? Você só está inventando desculpas idiotas para se manter virgem. Você não é capaz de segurar um homem, não é capaz de agradar um homem de verdade, e acha que a culpa é minha se busquei alternativas melhores? E muito melhores, te garanto. - Havia um sorriso cínico no rosto, de superioridade. Wipperfield tentou soltar sua mão, desesperada para lhe dar um tapa, mas falhando miseravelmente. Samuel continuava ainda tendo muito mais força que ela. - Você é o fracasso! Você não sabe ser uma mulher de verdade, e eu procurei alguém que soubesse! - Soltou a mão dela bruscamente, se afastando sem tirar o sorriso no rosto. - A culpa é sua - repetiu ele, finalmente lhe dando às costas.

ㅤ ㅤA morena poderia ter mil argumentos para rebater aquele ponto, poderia deixar claro que ele que não sabia satisfazer uma mulher, que Elizabeth devia se contentar com pouco, mas sua fala sumiu em seus lábios, se sentindo incapaz de pronunciar qualquer palavra. Olhando ao redor, finalmente percebeu a pequena multidão que havia ali, rindo discretamente dela. Assim que semicerrou parcialmente os olhos, parecendo querer fuzilar todos apenas com um olhar, as pessoas dispersaram, mas ela sabia que já era tarde demais.

ㅤ ㅤEstava marcada. Arruinada. E não era apenas por causa de amizades ou de popularidade na faculdade. Ela praticamente não se importava com isso. Mas sabia que seu declínio social podia muito bem leva-la a ruína no evento social. Sem amigos pertos para conversar e sem um namorado para apresentar estabilidade, havia se tornado uma pessoa excluída e pouco interessante.

ㅤ ㅤEla sabia que Samuel possuía um carisma que ela não tinha para conquistar as pessoas, e que aquilo muito ajudaria para conquistar grandes empresários. Agora, ela não tinha mais ele para facilitar esse fator. Revirou os olhos, tentando se mostrar firme diante dos olhares de julgamento que recebia enquanto andava e seguiu em direção ao banheiro, onde inspirou profundamente, tentando controlar qualquer lágrima que poderia soltar.

ㅤ ㅤAinda tinha uma manhã inteira para olhar para aquelas pessoas e tinha que fingir que estava tudo bem, que não se importava. Quando na verdade, sabia que seu mundo havia acabado de cair num verdadeiro caos.

- // -

ㅤ ㅤTer que fingir que estava tudo bem só fazia a situação ser ainda pior. Queria ser aquela pessoa que deixa transparecer que não está nada bem, vai embora da faculdade, para chorar em casa. Mas ela não era assim. Se recusava a mostrar o quanto estava abalada.

ㅤ ㅤSe esforçou ao máximo para se mostrar indiferente durante as aulas, mesmo com os diversos olhares que eram jogados nela. Nos intervalos entre as aulas, nunca se sentiu tão sozinha. Samantha não tinha amigos. Estando no último ano, as únicas amigas que teve já tinham se formado, tendo contato apenas por mensagem, morando em outras cidades. Seu elo mais próximo era Samuel e as amizades dele. Sorriu sem emoção, pensando que já tinha considerado Elizabeth Johnson uma amiga. A loira de olhos castanhos, líder de torcida, combinava com Collins, mas nunca havia pensado que ela teria chegado tão baixo, aceitando ser amante dele.

ㅤ ㅤConseguia perfeitamente imaginar o loiro sendo um completo babaca, mas não pensava que o mesmo se aplicava a garota. Pelo visto não era só os homens que usavam a parte do corpo errado para pensar. Mas não duvidava que a popularidade da garota fosse aumentar, ao contrário da sua. Era injusto. Ela havia sido traída e Samuel e Elizabeth que sairiam como os "heróis" da história. Ela era a boa moça, ela que tinha que ter um final feliz, não eles.

ㅤ ㅤQuando a aula finalmente acabou, seguiu direto para sua casa, sem prestar atenção ao que fazia. Por sorte, o movimento na rua não era agitado, porque duvidava muito que teria raciocínio para frear ou coisas semelhantes junto com o turbilhão de pensamentos que invadiam sua mente.

ㅤ ㅤChegando em casa, tentou fingir que estava tudo bem, que era forte e que era capaz de superar aquilo sem soltar uma única lágrima. Depois de uma hora, quando se viu incapaz de concentrar-se nos estudos e ainda queimando seu almoço, percebeu que precisava extravasar. Jogou as panelas com força na pia e, batendo no móvel com força, deixou que as lágrimas caíssem sem medo.

ㅤ ㅤPrecisava superar aquilo, precisava aliviar parte de sua dor, esperando que aquilo fosse o suficiente para esquecer. Percebeu que quanto mais tentava parar de chorar, mais lágrimas escapavam.

ㅤ ㅤFoi para seu quarto deitar-se na cama e deixou que as lágrimas fossem absorvidas pelo travesseiro. Havia perdido totalmente a noção de quanto tempo havia ficado daquela maneira, sabendo que chorara bastante por causa da dor de cabeça que a atingiu ao fazer isso.

ㅤ ㅤDecidiu que era melhor dormir um pouco, pensando que talvez acordasse renovada. Demorou para cochilar, já que fechar os olhos rapidamente fazia com que seu cérebro puxasse a cena logo de manhã à sua memória. E a frase de Samuel era o que mais incomodava.

ㅤ ㅤNão era culpa dela.

ㅤ ㅤNão era.

ㅤ ㅤOu era?

ㅤ ㅤE com essa dúvida invadindo seus pensamentos, acabou finalmente adormecendo.

- // -

ㅤ ㅤQuando acordou, percebeu que já era noite. Apesar da dor de cabeça ter sumido, os sentimentos ainda a invadiam. Percebeu que seu dia inteiro seria totalmente desperdiçado sofrendo por alguém que nem merecia.

ㅤ ㅤApesar de tudo, apesar de sempre priorizar a faculdade e os estudos, realmente acreditava amar Samuel. Saber que ele mantinha uma relação apenas tentando conseguir levá-la para a cama era dolorido.

ㅤ ㅤSentando-se na cama, apoiou o cotovelo nos joelhos e cobriu o rosto com as mãos, tentando acalmar suas emoções.

ㅤ ㅤNão sentia apenas seu futuro sendo condenado, mas também seu presente. Era doloroso ter sido trocada tão fácil. E Collins ia mais cedo para a faculdade já fazia algum tempo, o que a levava a crer que era traída fazia muito tempo. Ele nem sequer tentou esperar ela estar pronta.

ㅤ ㅤMas, pelo lado bom de toda a situação, sabia que estava grata por não ter perdido a virgindade para aquele idiota. Apesar que talvez isso fosse suficiente para resolver as coisas...

ㅤ ㅤSabendo que não conseguiria fazer nada, percebeu que deveria partir para a forma mais eficiente de apagar as coisas: beber.

ㅤ ㅤNão tinha o hábito de ingerir bebidas alcoólicas, principalmente por ser fraca para bebida, mas aquela era uma das raras situações que seu corpo exigia álcool, e ela não seria capaz de negar.

ㅤ ㅤIndo em direção a um bar perto do prédio, primeiramente pediu porção de batata frita de entrada, sabendo que precisava comer para ficar bêbada e não em coma, desmaiada em uma cama de hospital.

ㅤ ㅤComeçou a ingerir bebidas lentamente, sabendo que precisava absorver vagarosamente aquela situação. Sentada sozinha em uma mesa, era evidente que acabaria recebendo alguns olhares de desejo. Mas naquele momento, sentia ódio desses olhares, sabendo que os mesmos queriam apenas sexo, assim como Samuel parecia também querer.

ㅤ ㅤOs homens pareciam animais insaciáveis, que precisavam apenas daquilo para se manter no controle. Um controle que ela não tinha, por causa de um maldito "momento".

ㅤ ㅤTalvez Samuel tivesse razão. Talvez ela estivesse querendo demais, o que acabou a arruinar tudo.

ㅤ ㅤE não era apenas de seu relacionamento que estava falando, mas sim das suas melhores chances de causar uma boa impressão, se estivesse acompanhada e rodeada de amigos.

ㅤ ㅤMas agora ela estava ali. Sozinha, sem ninguém para consolá-la. Quase cogitou ligar para alguma antiga amiga de faculdade, mas nem sequer sabia que horas eram e muito menos como iria falar e exprimir tudo que sentia apenas por uma ligação, ou até mensagem de celular.

ㅤ ㅤNaquele momento, até sentiu saudades de seus pais. Queria alguém para poder abraçar e que fosse capaz de mentir dizendo que tudo ficaria bem em breve, mesmo ela sabendo que não era verdade.

ㅤ ㅤSe tivesse ignorado o leve desconforto de fazer sexo, com seu corpo travado demais para suportar uma penetração dolorida, talvez as coisas tivessem sido melhores. Devia existir algum produto que ajudaria a aliviar a tensão, ou até um tutorial no youtube sobre como se preparar para a primeira vez.

ㅤ ㅤPensando naquele momento, ela sentia que não havia se esforçado suficiente. Nem sequer havia cogitado de tentar. Toda vez que eles tiveram oportunidade, ela fugia. E, na maioria das vezes, antes mesmo de tentar, ela cortava qualquer possível relação mais forte que eles poderiam ter.

ㅤ ㅤLembrou das diversas vezes que foi seca nas respostas quando ele tentava avançar, ou até nos momentos que simplesmente recusou convites, achando que havia motivos sexuais por trás dele.

ㅤ ㅤEla nem sequer havia se esforçado.

ㅤ ㅤE agora ela estava ali.

ㅤ ㅤSozinha.

ㅤ ㅤLevemente bêbada.

ㅤ ㅤVirgem.

ㅤ ㅤHumilhada.

ㅤ ㅤEla sabia que não podia agora alterar boa parte de como estava, mas a parte do "levemente bêbada" seria sua preocupação no momento. Finalizou outro copo de bebida, querendo avançar seu estágio de embriaguez.

ㅤ ㅤQuando sua visão estava começando a ficar levemente turva, optou por parar de beber temporariamente.

ㅤ ㅤSabia que devia parecer uma idiota naquele lugar, bebendo em silêncio, enquanto tocava uma música alta e ignorava todo olhar de cobiça que jogavam sobre ela.

ㅤ ㅤPelo menos ninguém poderia dizer que viu Samantha Wipperfield chorando por macho. Porque ela tinha ninguém para quem chorar. E aquilo foi quase o suficiente para levá-la a novas lágrimas, mas o primeiro pensamento a fez se acalmar.

ㅤ ㅤQuase cogitou se levantar e ir dançar com qualquer um ali. Talvez dar um passo diante e finalmente se livrar do tabu de "momento".

ㅤ ㅤTer esperado a levou ali. E agora ela estava perdida.

ㅤ ㅤQuando pensou em se levantar, a leve tontura indicou que ela precisava recuperar outra vez parte da sobriedade, antes que machucasse alguma parte de seu corpo. Sentou e se acalmou.

ㅤ ㅤOlhou os diversos homens que ali dançavam, inclusive aqueles que a olhavam de soslaio. Alguns eram atraentes, mas a maioria parecia ter o padrão Samuel: loiro e alto. E a última coisa que ela queria era alguém que lembrasse seu namorado.

ㅤ ㅤEra idiota pensar que havia guardado tanto sua virgindade, para depois perder com o primeiro que visse, mas o nível de álcool ainda a impedia de pensar direito sobre aquilo.

ㅤ ㅤSabia que, independentemente de haver um momento ou não, a primeira vez poderia ser dolorida, de modo que precisava encontrar alguém disposto a se preocupar com esse detalhe.

ㅤ ㅤHavia decidido. Devia perder sua virgindade. E torcer para que isso fosse suficiente para que ela superasse a situação.

ㅤ ㅤEncarou os diversos homens que ali haviam, mas não conhecia nenhum deles, não fazendo ideia do que poderia esperar. Sua cabeça gritava a resposta que ela buscava, mas ela tentou ignorar a mesma, até se ver sem outra alternativa.

ㅤ ㅤLevantou, um pouco cambaleante e saiu dali. Teve dificuldade de conseguir abrir a portaria, com suas mãos tremendo e sua visão embaçada, até que finalmente conseguiu chegar ao elevador e apertar o botão que desejava.

ㅤ ㅤNão se olhou no espelho para perceber seu estado e achou melhor nem o fazer, para não se assustar com a visão. Seguiu em direção ao apartamento, ignorando o horário e o barulho que fazia com seus passos e, principalmente, com a batida na porta do apartamento desejado.

ㅤ ㅤForam necessárias algumas batidas, até o apartamento ser aberto.

ㅤ ㅤE ali, diante dela, estava William Copperfield, com uma expressão de confusão incapaz de esconder.

ㅤ ㅤ- Samantha? - Murmurou ele. Apesar do tom de voz ter sido baixo, o silêncio total naquele andar fez com que sua voz fosse perfeitamente audível.

ㅤ ㅤA morena pegou seu cartão do bolso e jogou no peito do garoto, percebendo que ele estava completamente vestido. Não conteve uma careta de decepção ao notar isso.

ㅤ ㅤ- Aceita cartão para um programa? - Perguntou ela, sorrindo de lado, mas falhando levemente, com sua pergunta saindo um pouco arrastada e a boca levemente trêmula.

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