Querido, doce Destino

By Morgannatavares

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Gina Foster é uma garota romântica e que nunca passou por grandes emoções em sua vida. Sempre procurou fazer... More

Sinopse
C.1
C.2
C.3
C.4
C.5
C.6
C.7
C.8
C.9
C.10
C.11
C.12
C.13
C.15
Epílogo
Agradecimentos

C.14

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By Morgannatavares

          Preparei-me para o colégio.

       Alimentei a Anne e organizei minha mochila, antes de deixar o quarto para o café da manhã. Glann havia saído antes que eu acordasse, acho que ele não conseguiu dormir ontem à noite. Quando acordei no meio da madrugada, senti seus dedos brincando com meus cabelos e o som da sua respiração forte. Eu devo tê-lo deixado muito preocupado.

       Ao chegar à cozinha, ela estava vazia. Minha mãe deve ter ido trabalhar mais cedo. Deixei minha mochila no balcão e retirei meu café da geladeira. Coloquei algumas frutas no pote e fiz algumas torradas, também peguei o resto do suco de melancia na geladeira. Comi em silêncio, analisando a enorme cozinha vazia e completamente limpa. Sem ninguém para conversar, meus pensamentos correram para minha conversar com o Chris. Sentir um aperto no coração quando ele disse que eu estava mentindo. É verdade que gosto quando o Glann me abraça, gosto quando ele brinca com meus cabelos e beija suavemente minha bochecha, mas isso não é incomum entre nós.

       Sempre fomos próximos, sempre estivemos juntos e não havia segredos entre nós. Mas ontem, quando soube que o Glann foi à casa da May, eu me senti traída. Uma coisa que nunca senti na vida. E só de imagina-lo com ela, tocando-a e beijando-a, me sinto irritada e querendo gritar com ele.

       A porta da frente se abriu, fazendo meu coração tremer. Tomei um gole da minha bebida quando Glann apareceu na cozinha, com seu uniforme completo e muito bem passado. Ele sorriu e me cumprimentou com um bom dia. Meu coração acelerou rapidamente.

- Bom dia. – Cumprimentei, lhe enviando um sorriso. Glann sentou a mesa, ao meu lado.

- Você poderia ter ido tomar café da manhã minha casa, ao invés de ficar aqui sozinha. – Glann roubou uma fruta cortada e a comeu. Sorri para ele.

- Tudo bem. – Dei de ombros e continuei comento. Reparei no olhar do Glann sobre mim, e tentei não rir todas as vezes que ele roubava minha comida. – Você conseguiu dormir ontem à noite? – Perguntei, sem conseguir me segurar. Glann me olhou calmamente, ele não parecia cansado.

- Não. – Respondeu com sinceridade. Ele desviou o olhar, como se quisesse dizer alguma coisa, mas decidiu ficar calado.

       Terminei o café e Glann me ajudou com a limpar. Ele pegou minha mochila sobre o balcão e seguimos para o colégio juntos. Pela primeira vez em muito tempo, as aulas não me agradaram, os professores falavam e falavam, mas eu não me interessei por nada. Olhei para o Glann, que estava sentado ao meu lado, em outra fila. Ele escreve algo bem rápido e se foca no que o professor está explicando.

       Faltam poucos dias até os exames. Chris não me deu a confirmação de que ainda me queria como tutora. Pensei em como ele estava indo bem nos estudos, se ele se esforçar, recebera uma excelente nota, o bastante para deixar sua mãe muito satisfeita.

       O sinal tocou, encerrando a aula e dando início ao horário de almoço. Arrumei minhas coisas e pela visão periférica, vi Glann em pé ao meu lado.

- Você trouxe almoço hoje? – Ele perguntou, quando a sala ficou mais vazia.

- Não. Vou comprar algo no refeitório. – Avisei, deixando a cadeira e colocando a mochila nas costas.

- Eu compro algo para você, e te encontro na biblioteca. Assim você não se atrasa. – Se ofereceu com calma. Confirmei com um sorriso e balancei a cabeça. Glann acariciou meu rabo de cavalo antes de sair. O observei deixar a sala. Suspirei fundo e segui para a biblioteca.

       Sinceramente, não esperei encontrar o Chris me esperando. Mas quando subi as escadas, e me aproximei do nosso local de estudo, fiquei aliviada quando me deparei com ele de costas para mim. Aproximei-me e o cumprimentei.

- Já terminei esse. Preciso do último. – Avisou, entregando-me minhas anotações. Sorri com seu entusiasmo.

- Você tem alguma duvida? – Questionei, pegando o caderno de suas mãos. Chris ficou pensativo, mas logo negou. – Ótimo. Isso mostra que você vai se sair bem nos exames. – Chris sorriu e colocou os pés na cadeira vizinha. O olhei de lado, Chris me encarou em desafio. Porém, quando não me movi para retirar seus pés, ele riu e os retirou lentamente.

- Assim não tem graça. – Brincou ainda me olhando. Entreguei-lhe as últimas anotações e Chris a pegou rapidamente. – Está interessada em saber o que meus amados pais acharam de você? – Perguntou de repente, deixando surpresa.

       Pensei no assunto, Chris continuou com o sorriso malicioso nos lábios, o que me dizia não ser algo bom. Eles devem ter me odiado.

- Não sei. – Falei por fim, hesitando completamente.

- Apenas diga 'sim'. – Mandou com um brilho de diversão nos olhos negros. Sentei-me em uma das cadeiras e o analisei com cuidado. – Então? – Insistiu, deixando-me ainda mais nervosa.

- Tudo bem. – Me dei por vencida. – O que eles acharam de mim?

       Chris apoiou os cotovelos sobre a mesa e sustentou meu olhar.

- Minha mãe gostou muito de você. – Contou simplesmente. Suspirei fundo, aliviada com aquela noticia. Os adultos normalmente gostam de mim, diferentes dos adolescente. Franzi a testa com aquele pensamento. – Meu pai diz que você é bonita, e os dois ficaram orgulhosos quando eu disse que estávamos ficando. – Fiquei paralisada com sua declaração.

- Mas não estamos mais juntos. – Murmurei um pouco envergonhada, ao me lembrar da nossa conversar. Desviei o olhar por alguns segundos para sua camisa desabotoada, para logo em seguida voltar para seus olhos como a noite.

- É – Chris riu. – E foi ainda mais divertido contar esse detalhe para eles. Os olhos arregalados, o tom de reprovação na voz. Foi o ponto alto da noite. – Chris tinha o olhar distante, como se tivesse se lembrando de cada detalhe e depois voltou a rir. O som da sua risada é contagiante, o que me forçou a rir também.

- Eu pensei que você não viria para as aulas, depois de ontem à noite. – Comentei timidamente. Chris relaxou na cadeira e desviou o olhar.

- Não precisa exagerar. Só porque não posso mais tocar em você, não significa que não possamos ser amigos. – Declarou, me surpreendendo.

- Está falando sério? – Indaguei, ainda sem acreditar em suas palavras.

- No jantar você disse que éramos amigos, então por que você parece tão surpresa? – Chris levantou a sobrancelha escura. Remexi-me no acento, tentando sustentar seu olhar.

- Eu achei que quando as pessoas param de se envolver daquela maneira, elas deixavam de ser amigas. – Respondi com cuidado. – É o que as garotas sempre comentam no banheiro.

- O que aconteceu entre nós foi diferente. Não houve brigas ou desentendimentos. Foi algo multo e amigável, eu gosto de sair com você e acho legal zombar da sua ingenuidade.

       Franzi a testa com seu último comentário.

- Eu não sou ingênua. – Rebati com determinação. Chris balançou a cabeça de modo negativo.

- Claro que você é e às vezes, sinto que estou conversando com uma idosa. – Contou, arrancando-me um sorriso simples.

- Obrigada. – Ele inclinou a cabeça, com as sobrancelhas franzidas.

- Isso não foi um elogio. – Zombou, deixando-me seria.

- Mas eu gosto de idosos. – Retruquei.

- Viu, você é engraçada. Agora vamos estudar, preciso esfregar minhas notas na cara da minha mãe e pegar meu dinheiro de volta. – Declarou com seriedade.

       Enquanto estudava e explicava as anotações que ele não conseguia entender, fiquei me perguntando quando Glann chegaria. E comecei a me perguntar se alguma coisa havia acontecido, o Glann não é de ter problemas, mas alguém pode tê-lo encurralado no corredor, esperando que ele aceite fazer parte de algum jogo ou time do colégio. Parei de pensar em hipóteses quando ele apareceu com meu almoço, vinte minutos antes do sinal tocar.

- Oi – Glann cumprimentou o Chris, que balançou a cabeça na sua direção.

- Por que demorou tanto? – Questionei, puxando a cadeira ao meu lado, para que ele pudesse sentar. Glann entregou meu almoço e se desculpou com um sorriso bonito. – Você tem mais alguma pergunta? – Olhei para o Chris, que nos olhava de volta.

- Não. Você pode almoçar. – Respondeu com calma. Seus olhos correram para o Glann, que comia seu sanduíche e abria um livro para ler. Quando seus olhar se voltou para mim, senti minhas bochechas esquentarem.

- Não conversou com ele? – Falou de repente, chamando a atenção do Glann. Corei ainda mais com isso.

- Vocês querem que eu saia? – Por um momento, ele pareceu constrangido, e antes que ele pudesse deixar o acento, segurei sua mão. Impedindo-o de sair.

- Não. – Falei rapidamente. – Não é isso. Ele está falando de outra coisa. – Expliquei, puxando de volta para o meu lado. Glann voltou a sentar e nos encarou inquieto.

- Eu pensei que você seria mais corajosa sobre esse assunto. – Chris criticou. Deixando-me cada vez mais constrangida.

- Chris. – Falei em tom de aviso. Posso sentir o olhar do Glann sobre nós, em busca de respostas para o que estava acontecendo. Observei o Chris arrumar suas coisas e se levantar. Seus olhos negros me encararam intensamente.

- Apenas diga de uma vez. Você só está perdendo tempo fazendo isso. – Avisou, antes de deixar a biblioteca com seu jeito confiante. Fiquei em silêncio, sem muita coragem de encarar o Glann.

- Gina, do que ele está falando? – Perguntou ao meu lado. Sua voz está calma como sempre, seu dedo tocou meu queixo, me forçando a encara-lo. Glann seguiu a minha do meu maxilar, enquanto esperava uma resposta. – Aconteceu alguma coisa? – Voltou a questionar. Seu dedo foi para o meu cabelo atrás da orelha, o que fez cócega, mas mordi o lábio para não rir. – Você pode me contar qualquer coisa, você sabe disso. Foi algo que aconteceu no jantar?

- Sim. O Chris me ajudou a entender uma coisa. – Falei por fim. Sentindo meu coração disparado e meu corpo ficar quente.

- Ele ajudou? – Glann repetiu. – Eu não poderia ter feito isso? – Seu tom de voz demonstrava que estava com ciúmes, o que fez meu coração tremer e um sorriso involuntário crescer em meus lábios. – Conte-me o que aconteceu. – Pediu com suavidade. Pergunto-me se alguma garota já recusou um pedido feito por ele dessa maneira. Eu acredito que a resposta seja um simples 'não'.

- O Chris e eu, não estamos mais juntos. – Revelei. Glann ficou paralisado e muito, muito quieto. Seu dedo parou de me acariciar e ele recuou lentamente. – Decidimos que seremos apenas amigos. – Espremi os lábios e esperei que ele dissesse algo.

- Foi por isso que você estava triste? Por que não me contou ontem à noite? – Perguntou com rapidez. Seus olhos castanhos analisaram o meu rosto com cuidado.

- Não. – Murmurei timidamente. – Não foi por isso. Foi sobre algo que acabei descobrindo. – Minha atenção foi para seus lábios, depois voltaram seus olhos castanhos puxados.

- É sobre nós? – As palavras ficaram presas em minha garganta, e tudo o que eu consegui fazer foi confirmar com a cabeça. Glann ficou pensativo e desviou o olhar. – Eu fiz algo que a incomodou? – Sua voz demonstrava tristeza, o que partiu meu coração.

- Não Glann. – Me forcei a dizer. Abracei seu pescoço, sentindo sua pele quente e macia. – Se fosse algo tão simples assim, eu já teria contado. – Sussurrei, encarando outra vez seus lábios.

- Você não confia mais em mim? – Sua voz rouca, me fez engoli em seco.

- Claro que confio. Você é a pessoa mais importante para mim. – Confessei, fazendo-o suspirar lentamente. – Hoje você tem treino de lacrosse, podemos conversar na sua casa depois disso. Eu espero por você. – Contei, descendo minhas mãos pelo seu uniforme.

- Você promete? – Perguntou firmemente.

- Eu prometo.

       Meu coração deu um pulo quando seu rosto se aproximou e pude jurar que ele tocaria seus lábios contra os meus, porém tudo o que ele fez foi beijar minha bochecha e depois minha têmpora. Suspirei silenciosamente. Eu não sei o que vai acontecer depois que eu contar o que existem dentro do meu coração, os sentimentos românticos que acabei nutrindo por ele, não sei como ele vai reagir a tudo isso, não sei se ele sente o mesmo por mim, mas espero continuar sendo sua melhor amiga. A garota para quem ele conta todos os seus segredos e suas inseguranças, eu só espero que nada entre nós mude, porque ele é tudo o que eu tenho.  

Muito obrigada a todos por terem lido e espero que tenham gostado do capítulo surpresa. Estou muito animada com o final do livro e também espero que vocês gostem.❤️❤️

Para quem ainda não conhece o perfil do livro no Instagram, deixarei o user aqui. (morgana.tavares.autoral)

❤️MUITO OBRIGADA ❤️

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