A teoria do caos

By AyzuSaki

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Alguns eventos moldam as pessoas. Acontecimentos que transformam o caminho de alguém totalmente, por terem um... More

Capítulo I - O homem que trabalha com lixo
Capítulo II - O menino que brinca com lixo
Capítulo III - Que tipo de herói você quer se tornar?
Capítulo IV - Os gatos de rua de Hosu
Capítulo V - Aqueles encontros predestinados
Capítulo VI - Desvios imprevisíveis
Capítulo VII - Convergindo
Capítulo VIII - Endeavor precisa esfriar a cabeça
Capítulo IX - Sua mãe nunca te ensinou a mentir, mas deveria
Capítulo X -Aizawa questiona as suas escolhas na vida - Parte I
Capítulo XII - O gato e o novelo de lã
Capítulo XIII - A órbita de um Midoriya
Capítulo XIV - O poder por trás de um nome
Capítulo XV - Os rolês aleatórios de Nora
Capítulo XVI - Um interlúdio antes da desgraça
Capítulo XVII - O paradoxo da força irresistível
Capítulo XVIII - Aquelas reuniões familiares com parentes que tentam te matar
Capítulo XIX - O menino e os monstros
Capítulo XX - As promessas que fazemos e que nos quebram
Capítulo XXI - O Inverno está chegando
Capítulo XXII - O paradoxo de Epicuro
Capítulo XXIII - Uma fúria feita de gelo
Capítulo XXIV - O inverno está aqui
Capítulo XXV - Efeito bola de neve
Capítulo XXVI - O guia prático de como criar caos, por Izuku Midoriya
Capítulo XXVII - Um cego guiando um cego
Capítulo XVIII - A ponta do fio
Capítulo XXIX - Os galhos da árvore
Capítulo XXX- Izuku é uma calamidade de bolso

Capítulo XI -Aizawa questiona as suas escolhas na vida - Parte II

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By AyzuSaki

Notas iniciais

Último capítulo do ano! O meu mês de janeiro também vai estar bem agitado, então dessa vez o próximo capítulo vai demorar um pouco para chegar. :')

Enquanto isso aproveitem esse. Feliz Natal e ano novo, e nos vemos no próximo ano o((*^▽^*))o

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"O mais incrível é que os sistemas caóticos nem sempre ficam caóticos. Às vezes, eles organizam-se espontaneamente em uma estrutura ordenada."

Connie Willis, Bellwether

Aizawa já havia aceitado que seu próximo encontro com a criança problemática seria em U.A. Ele estava preparado para isso, finalmente ter uma conversa, e algumas respostas, porque quanto mais ele pensava na história de Midoriya mais ele sentia que havia algo de errado nela.

Ele de nenhuma forma esperava que esse encontro aconteceria dessa forma

Assim que parou de frente à delegacia teve a desagradável visão do loiro idiota saindo do carro. Os dois se fitaram, um com surpresa, o outro com desagrado.

-Aizawa?

-Toshinori-san.

Nunca um honorifico foi mais difícil de falar.

-O que faz aqui?

-O mesmo que você.

O outro piscou aturdido com isso, os dois se olharam, então fitaram a porta da delegacia, e começaram a caminhar em silêncio pela escadaria.

Como os adultos maduros que eram perto da porta eles aceleraram o passo para ver quem entrava primeiro.

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Naomasa havia ouvido falar muito sobre Izuku Midoriya ao longo dos anos, e nos últimos tempos mais ainda, já que Yagi havia se envolvido com a criança. Ele tinha imagens mentais do garoto sorridente nas fotos sobrepostas aos corpos encontrados há anos.

Ele imaginou cenários diversos de quando finalmente o encontraria.

Nunca assim.

Ingenium havia trazido os dois, com mais alguns oficiais atrás. Alguns deles tinham gatos pendurados nos braços, Midoriya tinha um no topo da cabeça que olhava a todos com o que deveria ser um olhar mortal, e antes que a porta da delegacia fechasse os outros animais invadiram.

-Por que não deixaram eles no carro? – perguntou incrédulo, tentando não tropeçar nos animais.

-Tentamos, eles sabem abrir as gaiolas.

-Eu disse. – Midoriya se pronunciou de forma envergonhada e teve uma boa visão do garoto pela primeira vez. Ele parecia baixo para a idade, mas saudável. Exceto quando ele virou e pode ver a cicatriz que Yagi havia comentado. Com o cabelo dele preso assim tinha uma boa visão dela. Extensa demais, próxima demais da carótida. Parecida demais com algo que poderia ter sido fatal.

Talvez a preocupação de Aizawa não fosse infundada.

-Isso...são muitos gatos. -Alguém comentou tentando impedir que um dos felinos subisse na sua mesa. Em vão.

-Ah, nem todos são meus. Alguns eu cuido enquanto arranjo um lar.

-Oh, nesse caso, esse aqui está para adoção?

Os olhos de Midoriya brilharam, um sorriso iluminando seu rosto enquanto olhava para o herói.

-Sim! Esse é o Turbo.

Quão conveniente.

-Turbo? Nesse caso...

-Agora não, Ingenium.

O herói que segurava um felino branco nas mãos deu uma risada encabulada.

A garota – Hatsume, e esse sobrenome não trazia problemas? – apenas sorria como se toda a situação fosse a coisa mais natural do mundo.

E Naomasa sabia que aquela madrugada seria exaustiva.

-Alguém pegue os gatos, por favor.

Ele não precisou pedir duas vezes, e logo seus oficiais estavam andando na sala como galinhas pegando os felinos que subiam nas coisas. Alguns escalaram Midoriya fugindo deles, e agora ele tinha um gato gigante nos braços, o mal-encarado em sua cabeça, dois pendurados nos ombros e alguns escalando suas pernas.

-Desculpe por isso. Eu sinto muito, muito mesmo. Deixe me ajudar. Desculpe. – Ouviu um arfar surpreso e o garoto ficou imóvel, os olhos vidrados em algo. Estava pronto para o chamar preocupado quando ele apontou, a voz trêmula. – Ele tem uma cabeça de gato.

Tamakawa ergueu a cabeça de onde estava tentando pegar um dos animais debaixo da mesa e olhou alarmado.

-Awn. – Ingenium comentou do seu lado. – Ele é adorável.

Quando ele tentou se aproximar os gatos em Midoriya deram miados ameaçadores, o mal-encarado na cabeça tentando arranhar a mão do herói. Ele saiu do seu transe e começou a se desmanchar em desculpas novamente.

-Catchan! Gato mal!

Seria uma longa, longa madrugada.

.............................

Meia-hora depois eles tinham um número exorbitante de gatos e os dois adolescentes em sua sala. Ingenium estava sentado na poltrona, alguns dos felinos em cima dele, mas os mais 'protetores' ainda estavam em Midoriya e Hatsume, olhando para ele com desconfiança clara.

-Então, podem me explicar o que aconteceu? Ingenium?

-Alguns dos estagiários encontraram os dois andando em um carro não identificado, dirigindo sem habilitação e em direção perigosa. Eles os pararam primeiro porque Midoriya... Ou é Shimizu? Enfim, ele estava no teto no carro.

Midoriya ergueu a mão, o rosto ainda envergonhado.

-Os gatos saíram da gaiola, um deles estava saindo pela janela e eu tentei segurar e acabei saindo também e a gente não conseguia parar porquemeinãosabiacomopararexatamenteparecequeelaesqueceuessedetalhe...

Hatsume colocou a mão na boca dele e o calou, dando batidinhas nas costas dele para o ajudar a respirar. Supostamente.

Os olhos verdes o fitaram com um pedido de desculpas.

- Pelo o que entendi – o pouco que entendeu. – Você tentou salvar os gatos e acabou no teto do carro, explicado. Ainda estavam dirigindo ilegalmente um carro a essa hora da madrugada.

-Tecnicamente não estávamos dirigindo um carro. – Hatsume ergueu a mão. – Christine é remoto. Eu mesma construí. – Ela terminou de forma orgulhosa.

-E quem estava no controle de... Christine? – Ingenium ainda dava corda, o miserável.

-Ninguém que pode provar? – A voz do garoto foi hesitante, os dois se olharam e ele continuou, mais confiante. – E Mei construiu o veículo, tecnicamente não é um carro, não existe um igual. Se não existe um igual, não existe lei sobre ele ainda então...

-Ele me parece um carro. – Não acreditava que estava dando corda também.

-O oficial Tamakawa parece um gato, mas não é um gato.

A ousadia do moleque. E não sabia se se sentia melhor ou pior pelo fato de eles não terem mentido nenhuma vez. Os dois adultos se olharam, e Naomosa queria jogar algo em Iida no momento. O homem estava achando tudo hilário demais.

-Sabe o que mais? Não ganho o suficiente para isso. Vou chamar os guardiões de vocês.

-Na verdade... – O garoto ergueu o braço. – Eu sou emancipado.

Ele já sabia disso, mas ele não precisava saber que ele já sabia.

-Ainda assim, só vai sair daqui com algum adulto. E nossa conversa não acabou.

Notou o rosto do garoto mais pálido e parou com a mão no telefone.

-O número dos responsáveis de vocês. - Notou a breve troca de olhares dos dois. – Hatsume, presumo que queira que ligue para seu pai.

-Minha irmã. – Ela puxou algo do bolso, um cartão. – Tenho certeza que ela pode levar nós dois para casa.

-Prefiro que o guardião dele venha.

-Meu tio não está em casa. Ele...viajou.

Não conseguiu detectar uma mentira ali.

-E quando ele volta?

-Não tenho certeza.

Novamente, sem nenhuma mentira.

-Você está sozinho? – Ingenium se meteu, um gato no braço. – Isso é comum?

-Eu sou emancipado.

-Ainda assim, você tem o quê? Quatorze anos?

-Quinze. – Ele pareceu envergonhado de interromper. – Não é culpa dele.

-Você sabe onde seu tio está, Midoriya? – Interrompeu a discussão. – Como falar com ele?

-Não.

Uma meia-verdade. Naomasa estreitou os olhos, desconfiado.

Ele queria interrogar o garoto, muito, mas não podia fazer sem um guardião. Mesmo ele emancipado, não parecia certo.

-Bem, você precisa de alguém aqui.

Ele mordeu o lábio, olhando os gatos em seu colo. Alguns dele se esfregaram nele, parecendo notar seu humor.

Quando os olhos verdes o fitaram ele parecia hesitante.

-Pode ligar para Yagi Toshinori?

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Naomasa saiu para pegar um café, e aproveitou para ligar também para Aizawa.

A noite se tornava ainda mais estranha, mas aquela era a chance deles de finalmente ter algumas respostas. Com Toshinori por perto talvez o garoto se abrisse mais. Não iria o interrogar, mas havia muito que podia aprender em uma conversa amigável.

Quando voltou na sala Hatsume estava mexendo em algo que tinha certeza que era uma peça do uniforme de Ingenium, enquanto o herói tinha o gato branco nos braços de forma protetora, conversando com Midoriya que estava sentado no chão com outros felinos ao redor.

Um deles correu para sair quando abriu a porta, mas conseguiu o bloquear. Virou quando sentiu outro saltar do armário de provas no seu chapéu.

Pegou o animal e suspirou.

- Tsukauchi-san! – Ingenium parecia animado demais para a hora. E a situação no geral. – Midoriya estava me contando quais gatos estão para a adoção. Ele os resgatou das ruas. Não é um ato heroico?

O garoto ficou muito vermelho, enfiando a cabeça no gato maior em seu colo e balbuciando alguma coisa.

-Esse... – Ingenium apontou para o gato em seus braços. – É meu agora. Não posso o deixar passar com um nome desses.

Claro que ele não deixaria.

-Talvez Tsukauchi-san devesse...

E chegamos ao ponto.

-Eu não quero um gato.

Midoriya tirou a cabeça do gato em seu colo e o encarou de forma quase ofendida, como se fosse um crime capital ele não querer um gato.

Por alguma razão Ingenium estava sorrindo em sua direção. Então notou que ainda estava segurando o gato que pulou nele. Malhado com um olho azul, o outro ausente deixando apenas uma massa de tecido cicatrizado.

-O nome dele é Catnori.

Sentiu o seu lábio franzir com isso, tentando não sorrir.

O garoto o fitou encabulado. Ele parecia bem envergonhado quando não estava tentando safar ele e a amiga.

Ou talvez fosse um fingido. Como o gato que o olhava agora de forma inocente.

-Ele é um sobrevivente, apareceu lá em casa mês passado. Eu não ia colocar ele para adoção porque eles querem apenas os gatinhos mais novos e ele é bem mais velho, mas...ele gosta de você.

Suspirou, colocando o gato no chão.

-Eu não quero um gato. Podemos continuar com...

O animal escalou nele novamente.

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Parece que você não tem de querer em uma situação dessas.

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Metade do seu departamento foi parar na sua sala para ver os gatos para adoção.

De alguma forma Midoriya sabia exatamente que gato oferecer, e os nomes eram sempre muito apropriados.

Como havia desconfiado. Aquele falso ar de inocência, mas em segundos ele parecia analisar as pessoas e saber exatamente que animal oferecer, e que nome escolher para tornar impossível uma rejeição.

O gato caolho o olhou de onde havia tomado conta da sua mesa.

Catnori.

Toshinori.

Como o garoto havia percebido que era amigo de Yagi?

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Os dois tentaram passar na porta ao mesmo tempo, quase quebrando o vidro. E isso trouxe a atenção de vários oficiais para eles, alguns alarmados.

No fim Aizawa conseguiu passar pelo loiro idiota, soltando profanidades em voz baixa no processo.

-Oh, Eraserhead sir. E o senhor é...?

-Yagi Toshinori! Naosama me ligou sobre o jovem Midoriya.

- Ele é amigo de Tsukauchi. – Tamakawa interviu da mesa. – Olá Toshinori-san. Eles estão esperando na sala de Tsukauchi. Só tomem cuidado quando abrirem a porta, não queremos ter que correr atrás de mais nenhum gato hoje. E como podem ver. – ele apontou ao redor, e notaram que vários oficiais estavam com felinos no colo. – Já temos gatos o suficiente aqui.

Olhando a cabeça de gato do oficial que falava aquilo parecia uma grande ironia, mas enfim.

Aizawa não sabia o que esperava ver quando abriram a porta, naquele ponto ele acreditava em qualquer coisa. Olhou pela parede de vidro antes e viu que Naomasa estava na sua mesa parecendo exausto – o entendia em um alto nível –, Tensei estava em uma das poltronas com gatos em cima dele, conversando com os dois adolescentes de forma animada. Ele sempre fora o melhor com crianças quando estavam em U.A.

A garota mexia com alguma coisa na mão, e viu que era uma peça do uniforme de Tensei.

E então Midoriya.

Lá estava ele, um gato na cabeça como antes, outros ao redor dele. Conseguia ver a massa de cabelos cacheados preso de forma desorganizada, a cabeça dele baixa enquanto ele e a garota se debruçavam no que estavam fazendo.

Paralisou por alguns segundos, porque ele estava sorrindo. Apesar de tê-lo visto rindo com os gatos da última vez, ainda era algo tão estranho.

-Aizawa-san? – Olhou para All Might e ele havia parado na porta. – Não vai entrar?

-Tsc.

Dessa vez o deixou ir na frente.

Aizawa soube o exato momento em que Midoriya o notou atrás do loiro idiota. A cabeça dele se ergueu quando viu o outro, parecendo envergonhado com a situação. Ele levantou, alguns gatos saltando dele com o movimento abrupto, e fez uma reverência respeitosa.

-Toshinori-san, desculpe por tudo isso...Eraserhead?

Os olhos verdes se arregalaram e ele se endireitou rapidamente. Os dois não pareciam saber o que fazer, sem uma rota de fuga ali. A imagem dele se sobrepôs com a de anos atrás, e sentiu uma urgência estranha, como se quisesse o alcançar com as mãos, por isso as colocou no bolso ao fechar a porta, se recostando na parede de forma casual e distante.

Midoriya ainda o olhava, na mesma posição, como paralisado no lugar.

-...ovem Midoriya?

Os sons retornaram aos dois, e o garoto finalmente cortou contato visual e fitou o outro homem.

-Desculpe, Toshinori-san. Eles disseram que precisava de um adulto. – O garoto olhou para Naomasa. – Apesar de eu ser emancipado.

Havia uma acusação ali, blasé, mas havia.

Tecnicamente, Naomasa não podia o prender ali com essa desculpa.

-O que aconteceu? – O loiro idiota interrompeu sentando, Midoriya também voltou a sentar no banco com a garota, que agora notava que observava tudo com olhos perspicazes por trás de um sorriso um tanto maníaco.

-Estávamos discutindo isso. Aparentemente os dois estavam dirigindo um carro...

-Christine. – a garota interrompeu, ainda mexendo com o que quer que estivesse mexendo. – E não é um carro.

Naomasa piscou e notou o leve apertar na mandíbula dele. Era um teste do quanto os dois deviam ter testado sua paciência.

-Christine. Que aparentemente não é um carro, e por isso não se aplica as leis.

Os dois adolescentes assentiram seriamente.

-Havia um monte de gatos.

-17. – Midoriya assentiu seriamente em confirmação. – Catchan, CatNight, CatGum, CatMight e CatHead. Tem também a Mandalay, Pixie-bob, Ragdoll e Tiger. Os outros oito estavam para adoção, e acharam um lar hoje. IngeniumficoucomoTurboetambémtemocatnorieeunãoacreditoquefaleisobrecatheadparaereserheadoquetemnaminhacabeçaqueeufaleiisso.

A garota tapou a boca dele sem tirar os olhos da peça em que mexia.

-Desculpe. – Ela falou com uma risada. – Continue.

-Como eu dizia. – O tom de Naomasa parecia tão exausto que escondeu um sorriso na scarf. Era tão óbvio que esses dois estavam tentando o vencer no cansaço. – 17 gatos, Midoriya estava no teto, tentando impedir que os gatos escapassem.

O garoto assentiu ainda com a boca tampada.

-E ainda não foi dito o que eles faziam a essa hora da madrugada juntos em Hosu.

Os adultos em um todo olharam para os dois adolescentes. A garota sorriu, parecendo tranquila com o escrutínio.

-Fazendo bebês, é claro.

Se fosse outra pessoa teria perdido a compostura.

O loiro tossiu sangue, Naomasa parecia ainda mais exausto e Tensei parecia prestes a dar uma palestra aos dois. Midoriya ficou tão vermelho que pensou que ele iria desmaiar, balançando os braços na frente do corpo rapidamente.

-Com quem?

-Izuku é claro. – Ela falou como se Naomasa fosse um idiota. – Ele é o único digno de fazer bebês comigo.

Mais uma cuspida de sangue, Tensei o olhou de forma horrorizada da poltrona.

-Vocês têm quinze anos, não acha que são muito novos? – Naomasa parecia sentir dor ao falar isso, querendo estar em qualquer lugar menos ali.

Podia o entender, ele tinha o mesmo sentimento.

-Que absurdo. Se você tem a capacidade mental, não existe uma idade certa para...

-MEI! – Ele arrancou a mão dela da sua boca. – Não é nada disso!

-Ela não mentiu. – Naomasa acusou.

-Bebês são como ela chama as invenções!

Devia ser verdade, pela forma como Naomasa relaxou.

Aizawa começava a ter dor de cabeça.

-Vocês estavam trabalhando em invenções, foram dar uma volta em uma delas e foram apreendidos. Resolvido, vão para casa. Se pegar vocês de novo não vão ter a mesma misericórdia.

Ele quase falou pelo amor de Deus. Tinha certeza que Naomasa tinha tido algum plano de um interrogatório, não o culpava por ter desistido a esse ponto.

-Hatsume, espere sua irmã. Midoriya, pode ir com Toshinori. O tio dele não está, pode o levar para casa?

-Com licença. – Tensei ergueu a mão, mais recomposto. – Não acho certo ele ficar sozinho em casa por tanto tempo.

-Sou emancipado.

Todos o ignoraram e o garoto abaixou os ombros de forma derrotada. Notou os dois adolescentes se olhando quando Naomasa falou sobre Midoriya ser levado para casa.

-O jovem Midoriya pode ficar comigo, claro...

-Ele vem comigo...

Todos, claro, olharam para ele. Midoriya piscou aturdido com a oferta. Aizawa o entendia também, não sabia a razão de ter oferecido também.

-Não precisa Eraserhead, eu posso ficar com ele.

Mas ia manter a oferta porque o loiro idiota disse isso.

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Tensei estava tendo a noite da sua vida.

Ele tinha certeza que guardaria essa situação para contar por muito tempo nas reuniões, junto com o dia em que Aizawa ficou bêbado no último ano deles em U.A, aquilo havia sido algo memorável.

Ele fitou a cara confusa do garoto com dó enquanto os dois homens discutiam com troca de farpas e de modo passivo agressivo quem o levaria para casa.

Eles nem mesmo perguntaram ao garoto se ele queria ir.

E ver a possessividade paternal de Aizawa era algo novo. Ainda mais ao notar o cabelo do garoto em um coque tão parecido com o que ele usava nas horas vagas, era hilário demais para deixar passar.

Eles quase perderam a batida na porta, até um dos oficiais meter a cabeça pela porta.

-Com licença senhor? Hatsume está aqui pela irmã.

Naomasa suspirou passando a mão na cabeça, o gato nos ombros dele observando tudo de maneira entediada.

-Peça para entrar.

A mulher que entrou na sala, fitando a situação de forma curiosa, era jovem. Devia ser da idade deles, se um pouco mais velha, ainda assim notou de imediato a bengala com que ela andava. Com certeza fruto de algum dano na perna que não conseguiam ver. Os cabelos eram de uma cor mais escura que da irmã, os olhos da mesma cor do cabelo e vestia uma roupa formal.

Todos da indústria de heróis sabiam sobre Hatsume, o pai. Ele tinha a maior fábrica de apoio e suporte para heróis atualmente. Ele sabia sobre Hatsume, o filho. Também conhecido com o construtor, era um herói pouco conhecido, mas bem-amado por quem o conhecia.

Essa Hatsume não parecia com eles. Dessa Hatsume ele nunca havia ouvido falar, embora os traços dela fossem parecidos demais com a da irmã para não serem relacionadas.

O que chamou sua atenção, no entanto, não foi isso. Ele teve a sorte de estar fitando Midoriya quando ela entrou, e por isso ele notou sua reação no preciso momento em que a viu.

Foram segundos apenas, até ele se recompor.

Segundos em que os dois se encararam, até desviar o rosto.

Segundos em que ele empalideceu drasticamente, os olhos verdes arregalados.

Segundos em que tinha certeza que ele iria chorar.

-Boa noite, cavalheiros. – A voz dela era suave. Sentiu seu corpo tenso pela reação que tinha visto. Aizawa o olhou de canto de olho, confuso com seu comportamento. – Sou Akira Hatsume. – Ela olhou para a irmã e suspirou. – O que fez dessa vez, Mei?

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No fim das contas, nenhum deles levou Midoriya para casa.

Hatsume levou os dois quando os dois adolescentes afirmaram que o plano inicial antes de serem pegos eram ir para casa juntos. Naomasa não sentiu que era mentira, mas também não parecia toda verdade.

Como tudo que aqueles garotos haviam dito naquela noite, eles pareciam saber exatamente como distorcer a verdade ao ponto de enganar sua quirk.

Os outros pareciam querer protestar, para sua surpresa Ingenium em especial parecia hesitante, mas o garoto não deixou margem para isso.

Ele estava certo, ele não podia o impedir de ir embora depois de o ter liberado.

E assim eles viram Midoriya sumir pela porta da delegacia.

E eles ainda não tinham nenhuma resposta sobre ele.

-Eu tenho a sensação que fui manipulado. – Confessou. – Esse garoto...ele vai para U.A, certo? Fiquem de olho nele.

- Tsukauchi-san. – Ingenium falou de forma hesitante, onde se erguia com seu gato na mão. – O que sabe sobre Akira Hatsume?

Franziu o cenho.

-Por que a pergunta?

Ele pareceu querer falar algo, mas então balançou a cabeça.

-Não deve ser nada.

Ingenium foi embora, levando seu gato, e estranhamente calado.

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Aizawa estava descendo as escadarias quando alguém chamou seu nome. Virou em alerta e, para sua surpresa, viu Midoriya saindo de um dos carros estacionados.

Aquele garoto sempre parecia fazer o inesperado.

O gato ainda estava na sua cabeça enquanto ele caminhava até ele, olhos amarelos desconfiados o fitando por trás de uma bola de pelo raivosa.

Viu a expressão incerta, os olhos fitaram seu rosto e então desviaram quando ele parou a alguns passos. Esperou pacientemente enquanto ele olhava o chão, o pé enterrando ali em um gesto tão infantil que era difícil acreditar que aquele havia sido o garoto que havia descaradamente manipulado Naomasa.

-Eu só... – ele pareceu respirar fundo e então ergueu o rosto, a expressão determinada. Notou alarmado que os olhos dele estavam perigosamente brilhantes. A última coisa que queria era o garoto chorando, não sabia lidar com isso. – Eu só queria agradecer, pelo o que fez anos atrás.

Aizawa se aproximou e o viu tencionar. Ele não sabia a razão do garoto parecer em tanto conflito ao falar com ele. Talvez fosse as lembranças do que aconteceu, não saberia dizer.

Os olhos dele desviaram para o chão novamente e se viu se agachando para o fitar, sua mão tocou no ombro dele e ignorou o som de alerta que o gato fez com isso, como um guarda arisco.

Ele não sabia também porque tinha esses sentimentos em relação àquele garoto. Ele havia salvado diversas crianças antes, em situações piores, mas Midoriya havia ficado em sua cabeça. Ele lembrava da mão dele saindo dos escombros, em como ele havia apertado a sua com desespero.

Ele lembrava dele indo embora e o garoto ficando sentado no banco do hospital, sozinho.

Ele lembrava cada segundo daquela noite.

E ele imaginava que ele devia lembrar também.

-De nada. – O garoto o fitou entre os fios verdes, a mesma expressão incerta. Ele queria dizer a ele que havia o procurado, perguntar o que havia acontecido, para onde ele havia ido. Porque ele não tinha ninguém em casa o esperando. Ele queria oferecer, novamente, para ele ir para sua casa.

Ele não fez nada disso.

- Nos veremos em U.A.

Com isso o garoto sorriu e ele se ergueu.

Tirar a mão do ombro dele pesou mais do que podia entender. O viu correr até o carro, e em uma decisão de último segundo o parou.

-E Midoriya?

O garoto virou, curioso.

-Se precisar de mim, não hesite.

Ele não viu a expressão do garoto, ele se virou muito rápido.

Ainda assim esperava que ele tivesse entendido a oferta.

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Aizawa não tinha ideia do peso do que ele havia oferecido naquela noite.

E do quanto isso mudaria o que estava por vir.

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Christine foi apreendido, mas Akira prometeu que iria o fazer ser liberto. Mei sabia que ela conseguiria, Akira era boa em conseguir essas coisas.

Não seria uma boa ideia Akira deixar Izuku em casa, em vista que a casa dele no momento era a torre do relógio em Hosu, então eles teriam uma festa do pijama e no outro dia ele pegaria o trem.

Ela apenas agradecia nesses momentos por sua irmã ser indiferente ao que ela fazia, e não fazer perguntas. Ninguém da sua família fazia. A regra era apenas não ser pego.

Eles pegaram as gaiolas para os nove gatos restantes e Midoriya entrou no banco de trás com eles enquanto esperavam, os colocando em segurança.

-Que noite agitada.

Comentou e ele a olhou de forma incrédula.

Mei contava como lucro. Haviam feito a mudança para a base, e testado Christine, e tudo havia terminado perfeitamente bem.

-Pelo menos os oito encontraram um lar. – Midoriya murmurou, a expressão um pouco desolada. – Vou sentir saudades. Catchan! Como saiu da jaula?

O ouviu brigando e olhou pelo retrovisor o gato amarelo em cima da sua cabeça, como de costume.

-Ele aparece do nada, solta os outros quando quer. Eu juro que por vezes acho que ele tem uma quirk. Falando em quirk. – O tom dele pareceu casual, mas o conhecia bem para saber que não era. – Qual a quirk da sua irmã, Mei?

-Ela consegue transferir dano de um objeto para outro. Bem útil em reciclagem.

Antes que ele pudesse responder sua irmã entrou no carro.

Christine seria liberada no dia seguinte.

Ela pensou que Izuku faria milhares de perguntas à Akira sobre a quirk dela.

Ele foi em silêncio a viagem inteira.

Akira os deixou na casa do pai delas e foi embora com um pedido para que não entrasse mais em confusão, ou ao menos não fosse mais pega.

Quando ela partiu Izuku parecia querer falar algo a ela, mas hesitou. E teve a leve sensação de que sua irmã saiu rápido demais, como se estivesse fugindo.

Mei deu de ombros e o puxou para a oficina.

Dormir era para os fracos, afinal.

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Havia chegado o grande dia.

U.A.

Hitoshi colocou o uniforme, ainda sem acreditar no que estava acontecendo. Se despediu de cada gato, aceitou o abraço da sua mãe que enchia os olhos de lágrimas sempre que o fitava.

Apesar de insistir em poder pegar o trem, seu pai fez questão de o levar no primeiro dia.

-Toshi, eu acho que já disse o quanto estou orgulhoso.

-Já, várias vezes.

-Moleque. – Ele o fitou de lado e tentou não sorrir. – Não por ter passado na classe de heróis, mas por não ter desistido.

-Oto-san...

-Eu não posso dizer que sei pelo o que você passou, sua mãe sabe melhor, mas eu sei o quanto deve ser difícil insistir quando todo mundo ao redor diz que você não consegue. Isso requer força. – Ele pausou e sorriu, e Hitoshi totalmente não queria chorar naquele momento. – E teimosia.

Deu uma risada sem graça.

-E eu sei que se não tivesse entrado agora, ainda assim não ia desistir.

-Como pode ter certeza?

Ele deu de ombros.

-Eu conheço você.

O prédio de U.A era gigante, já sabia, mas nunca deixava de o impressionar. Seu pai parou bem em frente e saiu pegando suas coisas, se sentindo excitado e nervoso ao mesmo tempo.

Quando ia fechar a porta pausou olhando a expressão do seu pai. As olheiras de sempre e um sorriso no rosto. A expressão dele estava nostálgica e não entendia a razão.

-Nem todo mundo ao redor dizia que eu não conseguiria. Vocês nunca disseram.

Fechou a porta antes que ele pudesse responder, apressando o passo e fugindo do momento emocional.

Seu pai deu várias buzinadas e sentiu suas orelhas esquentarem.

-Eu te amo Toshi!

Ele estava fazendo de propósito, tinha certeza.

-Não me ama também?

Quase no portão, só mais um pouco.

-Meu filho não me ama.

Mais buzinadas, todo mundo havia parado para olhar.

-Eu te amo! Se manda daqui!

Esse velho traiçoeiro.

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Keito viu seu filho entrar no portão com as orelhas vermelhas e deu uma risada baixa, funcionando o carro.

'Se ao menos o filho de Inko estivesse aqui com ele. Era para ter sido os dois.'

Eles teriam sido bons amigos, tinha certeza.

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Entrando nos corredores do departamento de suporte com Mei ao seu lado Izuku deu um espirro.

Os dois entraram juntos na sala designada na carta que receberam, classe 1-H.

Olhou admirado quando viu que o lugar parecia mais um laboratório do que uma classe. Eles tinham bancadas de forma circular e o quadro no centro era cúbico com as projeções saindo de todos os quatro lados.

Os únicos na sala até o momento eram os dois alunos que havia notado mais no dia da prova, o cara com vários braços e a menina que os cabelos mudavam de cor.

Por alguma razão quando viram ele e Mei entrando juntos eles pareceram resignados. Ou amedrontados. Não sabia dizer de certeza.

A garota se recuperou mais rapidamente.

-Olá! Meu nome é Aya Kenranzaki. – Ela fez uma reverência. – E esse é Tako Tsutsutaka. Espero que possamos ser amigos.

-Mei Hatsume.

Izuku pensou cuidadosamente sobre isso.

Ele tinha suas reservas em relação ao seu nome em U.A. Por um lado, ele havia feito o teste como Shimizu, por outro ele sabia que havia uma chance de alguns professores o chamarem de Midoriya, como Aizawa já fazia, e Toshinori-san já havia avisado que frequentaria U.A como assistente.

E Shimizu, depois do sumiço de Takashi, havia se tornando um nome perigoso. Quanto menos o utilizar melhor.

Quanto mais discrepância em seu nome mais atenção indesejada. Essa era a parte que mais odiava em ter tido que mudar de sobrenome tantas vezes.

Foi uma decisão de último momento, realmente. Não era como se estivesse escondendo seu nome, mas quanto mais pessoas o chamassem por algo que não o confundisse melhor.

-Pode me chamar de Deku.

A garota pareceu incerta, franzindo o cenho.

-Tem certeza?

-É. Deku está bom.

'Espero que fique feliz, Kacchan. Olha o que você fez.'

................................................

Katsuki pegou o trem depois de escapar da velha tentando tirar fotos suas e do seu pai ter um ataque emocional, como sempre.

No trem pelo menos sete pessoas o perguntaram se era fã de Nora.

Não era nem oito da manhã e ele já queria explodir pessoas.

Quando chegou em U.A a primeira coisa que fez foi decorar o caminho para o prédio de suporte e os horários deles, era algo importante.

Ainda assim ele foi um dos primeiros a chegar na sala.

Quase deu meia volta quando viu o robô lá dentro, aquela era sua sorte.

Quando o outro o viu se ergueu rapidamente e começou a fazer um discurso escandaloso com um pedido de desculpas e muitas reverências.

E estava cada vez mais difícil não explodir alguém.

No meio da confusão cara redonda e sorridente apareceram também, e por algum motivo achavam que ele era amigo deles agora.

-O cara das orelhas de gato! – A garota praticamente saltou da porta para sua frente, os olhos castanhos enormes piscando de forma curiosa. – Você dois são amigos?

-Meu nome é Tenya Iida! – Óculos falou e desviou a cabeça a tempo de uma das mãos bater nele. – E estou aqui para me desculpar pelo meu terrível comportamento com meu caro colega.

-Não me importo. Sai da frente.

-Isso é rude! Mas entendo sua raiva e...

-Ei ei, podemos todos ser amigos.

Abriu a boca para gritar com sorridente, já no seu limite, quando notou que sorridente e cara redonda estavam tentando falar com ele em língua de sinais. Notou também que o próprio robô estava falando suas desculpas em sinais o tempo todo, o que não tinha reparado pelos movimentos exagerados que ele fazia.

Sorridente e cara redonda estavam fazendo quase tudo errado, eles eram péssimos nisso, ainda assim isso o fez pausar.

Era a primeira vez que algum colega além de Deku tentava falar com ele em sinais. Ele sabia que os professores sabiam sinais, e por isso pela primeira vez não precisaria de uma intérprete nas aulas, seus pais já tinham falado com a escola, mas nunca imaginou que alguém na sala saberia também.

-Hum.

-Com licença. – Uma garota com rabo de cavalo falou de forma tímida. Ela fitou Katsuki, olhando seu aparelho com certa realização. Cruzou os braços na defensiva. – Está hum...algumas palavras estão erradas.

-Oh. – Os dois pareceram tão tristes, abaixando as mãos de forma envergonhada.

Teve uma urgência estranha de mandar rabo de cavalo ir se foder por isso, mas enterrou essa urgência.

-Posso os ajudar, se quiserem?

Bem, que reviravolta.

Um garoto estranho com cara de pedra ergueu a mão também.

-Koda sabe sinais também. – Um sujeito com lábios grandes falou. – Ele pode ajudar.

O que diabos era isso de todo mundo tentando ser amigo ali?

-Se estão aqui para fazer amigos, deem o fora.

Por um momento achou que seus pensamentos haviam se materializado, mas a voz veio de um casulo amarelo no chão, que ganhou vida e de lá surgiu um sujeito que parecia cansado.

Lembrava um certo alguém.

Katsuki já odiava a todos ali.

Ele sentiu algo em sua nuca, como uma energia negra ou algo assim. Virou e encontrou olhos heterocromáticos o fitando do fundo da sala, o encarando sem piscar.

Definitivamente ele odiava todos ali.

.............................................

Eraserhead era seu professor e Hitoshi estava tentando não morrer por isso.

Ele era incrível, e aquele era o melhor dia da sua vida.

.............................................

Shoto tinha certeza que era o destino que havia preparado aquilo.

Ele podia ficar de olho naquele abusador.

Ele iria poder descobrir se o cara estranho dos gatos estava bem.

Shoto iria salvá-lo.

..............................................

Ele não imaginava que o inverso é que iria acontecer.

.................................................

Eraserhead era terrível e Hitoshi estava tentando não ser expulso.

Aquele era o pior dia da sua vida.

Ele foi absolutamente o pior em todos os resultados, tinha certeza. E aquilo era injusto, aquele teste não beneficiava em nada uma quirk como a dele. E justo alguém como Eraserhead fazer um teste desses?

No último teste ele já estava cansado, irritado e sem esperanças, e pensando seriamente em trocar de herói favorito naquele ponto.

-Seja criativo. - O homem comentou lhe entregando a bola, o fitando com uma expressão que não entendia.

E foi quando ele teve a ideia repentina.

-Eu posso usar minha quirk como eu quiser, certo?

-Contanto que não saia do círculo.

Hitoshi naquele ponto não tinha muitas esperanças que ia ficar, mas mesmo assim não ia cair sem uma luta. Olhou ao redor e viu a garota sorridente que havia pontuado infinito.

-Ei, você aí?

-Eu?

Viu os olhos dela ficarem distantes. Se sentia culpado pelo o que faria, mas era questão de sobrevivência.

-Jogue essa bola para mim com sua quirk. Por favor.

O sorriso do seu professor foi maníaco.

..............................................

Ninguém foi expulso, e ele tinha certeza que seus colegas o odiariam.

Pelo menos iria continuar ali.

....................................................

Ninguém o odiou.

Eles o elogiaram pela criatividade.

A menina do infinito aceitou suas desculpas com um sorriso e perguntas sobre sua quirk.

Que tipo de universo paralelo era aquele?

...........................................................

Katsuki não esperou muito tempo para sair da sala quando foram liberados.

Ele queria pegar Deku no pulo, afinal.

-Ei, Kacchan! Espera!

O nome o fez parar no passo e virou rapidamente encontrando cara redonda e sorridente vindo pelo corredor, arrastando pela mão o cara de quirk de controle de voz que parecia querer tanto estar ali quando ele. Se ele conseguisse sentir piedade, sentiria. Óculos estava vindo atrás deles com uma cara determinada.

-Do que diabos me chamou?!

Ela pausou surpresa, mas não parecia assustada. A viu virar a cara de forma confusa.

-Kacchan? Foi como o cara de bebe café demais te chamou?

Maldito Deku.

..............................................................

-Quantos você expulsou?

Nemuri perguntou de forma sedenta quando o avistou na porta. Tentou ignorá-la, queria ainda passar 'casualmente' pela aula da classe de suporte. Maijima ainda não estava na sala dos professores, então ela ainda devia estar acontecendo.

-Nenhum.

Isso a fez pausar, derrubando alguns papéis na mesa.

-Eles devem ser incríveis.

Metade da sala era amigável demais, um deles tinha problema com controle de raiva, tinha certeza que alguns sofriam com alguns transtornos psicológicos que não queria nem começar a nomear.

Ele começava a sentir a dor de cabeça o tomar só de pensar nos problemas que ia ter com aquela sala.

-Eles não têm zero potencial.

........................................................................

Maijima tinha uma boa razão para estar atrasado.

Não era todo dia que um laboratório quase explodia no primeiro dia de aula.

Ele tinha apenas 10 alunos na classe 1-H naquele ano.

E ainda assim tinha suas dúvidas se o prédio iria sobreviver até o final daquele semestre.

-Hatsume! Eu disse que não podia inverter isso!

Ele já os amava.

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