+ 15 anos
Os dedos de Prim corriam as teclas do piano de calda na melodia suave de Anastásia, seu desenho favorito desde pequena. Lembrou-se da conversa que teve com seu tio Jasper e não gostou de ser intitulada como uma criança mimada, apesar de saber que seu tio estava completamente certo. Claramente sua família não tinha nenhum problema em jogar verdades em sua cara e não que isso foi ruim, ela sabia que fazia parte do seu crescimento pessoal. Mas ainda era incomodo, como tudo na vida. Prim sabia que havia sido absolutamente desrespeitosa, não de propósito, ela se esqueceu que tanto Edward quanto Tanya podiam ouvi-la. Não foi nada gentil ofender a convidada da sua família, por isso Prim teve que se desculpar e gentilmente Tanya Denali deu dois tapinhas em sua cabeça e disse que a entendia.
— Todas nós já tivemos ciúmes dos homens mais velhos da nossa vida, bobinha. — Ela abriu um sorriso estonteante em seus lábios vermelhos e Prim fez uma careta de desagrado que rapidamente transformou-se em um sorriso — ainda que falso, já que estava sob o olhar analítico e furioso da sua mãe.
— Você toca lindamente. — O objeto dos pensamentos de Prim surgiu ao seu lado fazendo-a desafinar uma nota. — Desculpe distraí-la, continue, por favor.
Prim olhou para Tanya curiosamente para em silêncio continuar a dedilhar os dedos sobre as notas de forma habilidosa. Tanya aproximou-se lentamente e Prim escorregou para o lado em um convite mudo, a vampira sentou-se e cantarolou o primeiro verso baixinho, lentamente sua voz tomou força enquanto cantarolava a canção com a voz muito mais melodiosa do que a cantora, Prim sorriu encantada pela sintonia de Tanya e arriscou-se a acompanhá-la.
A mulher sorriu satisfeita balançando a cabeça, sem deixar de cantar os versos que Prim já sabia de cor. Quando a canção terminou, ambas sorriam uma para a outra contentes pela performance.
— Sua mãe me disse que você veio de lá, da Rússia.
Prim assentiu. — Eu vim. Por isso gosto de Anástasia, a canção me lembra muito de casa. Mesmo que eu tenha sempre vivido com os Cullens, eu gosto de saber que sou russa. E mesmo sabendo que a história é tão trágica, não deixa de ser meu desenho favorito. — Prim deu de ombros com um breve sorriso.
— Isso é maravilhoso. — Tanya concordou. — Acredito que você tem um grande futuro pela frente. Já pensou em ser profissional?
Prim balançou a cabeça em negação. — Só sei algumas canções, na verdade. Edward e mamãe tem me ensinado, mas eu realmente acho a música algo difícil de aprender. — Prim deu uma risadinha e Tanya concordou com um aceno.
— Você sabe que não foi minha intenção desrespeita-la mais cedo, certo?
— Tanya... — Prim começou sentindo as bochechas esquentarem. — Na verdade, eu não fui sincera em minhas desculpas e devo isso a você. Eu fui totalmente despeitosa e infantil. Me desculpe. Você é uma mulher muito bonita, ficaria muito bem ao lado do Ed, eu fui muito injusta e agi com infantilidade. — Prim sorriu sinceramente.
Tanya riu delicadamente. — Oh querida. Imagine, eu não me senti nem um pouco ofendida. Foi muito engraçado, na verdade.
— Devo imaginar. — Prim ergueu as sobrancelhas e a loira concordou ainda rindo. — Estamos bem, então?
— Absolutamente. — Tanya levantou-se do banco do piano. — Agora que tal tocar mais um pouco para sua nova amiga?
Prim sorriu assentindo e os dedos voltaram a dedilhar no teclado a segunda música que mais conhecia: O tema da Bela e a Fera.
O casamento de Rosalie aconteceu dois dias depois e na opinião de Prim foi o casamento mais lindo que ela já viu, fosse no cinema ou na vida real. Foi encantador e ela ficou apaixonada pelo amor que transbordava de seus pais. Decidiu naquele momento, parada no altar ao lado da mãe e segurando um mini buque cor-de-rosa que quando fosse se casar gostaria de sorrir como a mãe sorria e que seu noivo a olhasse da mesma forma.
Casaria um dia e seria muito feliz. Casaria com um homem que a amasse profundamente e que ficaria muito feliz em recebê-la no altar. Ele teria que olhá-la como seu pai olhava para a mãe e teria que sorrir emocionado da mesma forma.
Mesmo que já tivessem se casado dez vezes!
Depois do casamento, a família finalmente se preparou para a mudança. Prim se despediu de cada um dos vampiros com sorrisos e abraços, inclusive de Tanya Denali e suas lindas irmãs, por quem Prim secretamente criara simpatia e admiração — não que fosse admitir o quanto estava errada.
— Nunca negue seus desejos. — Tanya piscou para ela e se abaixou até estar a altura suficiente para dar um beijinho na bochecha de Prim. — Uma mulher segura de si sempre sabe o que quer. — Ela piscou e Prim inclinou a cabeça questionando-se que tipo de conselho seria esse, mas por fim esqueceu e recebeu o abraço das demais irmãs Denali e de Eleazer. Os vampiros um a um foram despedindo-se de Prim e quando todos partiram, Prim deixou-se escorregar sobre os degraus da entrada da casa observando o jardim bonito ao seu redor.
Sentiria realmente saudade do lugar, foram longos anos morando na mesma casa, tendo o mesmo quarto que lentamente mudou de infantil para adulto. Sua pré adolescência e as festas infantis, as amizades. Só esperava que Forks fosse um bom lugar para morar e que não morresse de tédio em um lugar tão pequeno e silencioso.
— Uma flor por seus pensamentos. — Garrett surgiu entre as árvores fazendo Prim dar um pulo e em seguida sorrir aceitando o pequeno botão de flor. — Ela vai crescer. — ele disse indicando a flor. — Assim como você. Vai ser uma mulher incrível um dia, senhorita Cullen.
Prim sentiu as bochechas esquentarem. — Obrigada Garrett.
Ele estendeu a mão para Prim e ela sorriu, levando-se e pegando-o de surpresa em um abraço. Garrett pareceu em choque por um momento mas por fim abraçou-a da mesma forma.
— Me procure quando isso acontecer. — Ele se afastou com um sorriso, tomando a mão de Prim para depositar um beijo. — Estarei esperando ansiosamente.
— Tão charmoso. — Prim cantarolou com uma risadinha. — Volte daqui cinco anos. — Ela brincou.
Garrett piscou sem perder o sorriso. — Eu volto. É uma promessa.
Prim viu ele se afastar lentamente até tomar velocidade e sumir por entre as árvores. Voltou a sentar-se sobre os degraus apoiando os braços sobre os joelhos. Não demorou para Prim perceber a presença da sua mãe apoiada sobre a sacada, deu dois tapinhas no degrau afastando-se um pouco. Rose tomou o lugar ao seu lado e Prim apoiou a cabeça sobre seus ombros, recebendo de Rose um carinho em seus cabelos.
— Você vai gostar de Forks. — Ela disse suavemente. — Já estivemos lá uma vez, é um bom lugar.
Prim pegou a mão de Rose, entrelaçando seus dedos. — Tudo bem mamãe. Você sabe que na minha idade tudo parece tão maior do que realmente é. Eu vou ficar bem.
— Tenho muito orgulho da garota que você é, Primrose. — Rosalie soou emocionada aos ouvidos de Prim e ela sorriu sentindo um calorzinho tomar seu coração.
— Eu amo você, mamãe.
Sua mãe passou os braços por seu corpo, abraçando-a apertado. — Você sempre vai ser meu maior tesouro, querida. Amo você demais.
— E eu amo as duas mais que tudo. — A voz de trovão de Emmett interrompeu um momento e ambas sorriram levantando-se e abraçando-o. Emmett rodeou-as com os braços depositando um beijo suave na testa de Prim e outro no rosto de Rose. Prim suspirou satisfeita, não ligava nem um pouco se tivesse que se mudar mil vezes, desde que tivesse seus pais sempre com ela.
E com sorte, ela teria.
+++
Mulheres unidades jamais serão vencidas hahaha gente, eu já disse que não teremos migas brigando aqui né? Olha que lindeza que se saiu a Tanya dessa situação com a Prim. Eu achei a Prim muito fofinha reconhecendo o seu erro também! ♥
Espero que vocês tenham gostado. É um desses capítulos sem muitas novidades, mas eu gostei dele mesmo assim.
gente, eu aprendendo música na vida seria a Prim, só os temas de desenhos sakasoksaok
mas fazer o que né? Minha mãe toca muitíssimo bem gente, mas eu nunca consegui aprender essa bagaça, afu, quem me dera. ♥ Mas espero que vocês tenham gostado desse capítulo.
Até mais!