once upon a plug {l.s}

Par infactIarry

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Na qual Harry e Louis transam e não se lembram de nada depois, Louis acorda com um plug e Harry tira uma foto... Plus

avisos
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estamos de volta!
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Trailer OUAP!
OUAP is back!
Um Milhão de Pequenas Coisas
trilogia Um Milhão de Pequenas Coisas
capítulo extra final

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Par infactIarry

não demorei sete meses agora hein (rs)

eu ia dividir esse capítulo em dois e att em dois dias com menos tempo entre eles mas eu fiquei muito animada e não consegui cortar os acontecimentos no meio, então, caso eu demorei alguns cinco dias para att agora é porque estou sem computador e estou dando meus jeitos, okay?

pediram e aqui está

cap está ba ba dei ro

mas esse está mesmo

uma perguntinha, é pro meu tcc: já assistiram grease?

outra coisa: muito obrigada pelo apoio, mesmo, não só aqui mas também no insta, amei ver as fotos que me mandaram no direct com lágrimas no rosto vendo a notificação do capítulo, sério, é gratificante porque eu tive que enfrentar muitas coisas para conseguir escrever aquele capítulo, mas valeu a pena com o apoio e motivação que me deram

sendo assim, boa leitura e aproveitem

amo ocês

Era quinta-feira à noite.

Dia de dominó no Balls&Blues.

Harry tinha suas peças escondidas dos olhares sorrateiros de Niall e Liam, contudo, sua atenção escapava constantemente para o celular repousado sobre a mesa.

(mensagens de Harry em itálico e as do Louis em negrito, as always)

[como está aí?]

[Niall tem uma peça com três e seis, algumas peças com os dois lados do mesmo número e uma peça com um e cinco]

[mas ele não tem nenhuma com a bundinha do dominó em branco]

[acho que vou jogar e fazer ele comprar]

[que maldade, Styles]

[bundinha do dominó?]

[não acredito que você fala bundinha do dominó]

- Styles! – Liam exclamou, chamando a atenção do cacheado e quase o fazendo derrubar suas peças no chão em alarme. Deslizando o celular para debaixo da mesa, repousando-o em sua coxa, Harry se remexeu desconfortável, o sorriso que se instalara no seu rosto sendo desfeito para não atrair mais atenção. – Sai desse celular. Niall vai ganhar desse jeito.

Jogando a peça que sabia que Niall não tinha, impossibilitando-o de posicionar qualquer outra peça em qualquer outro lugar na mesa (jogavam segundo a regra de que só podia jogar na ponta solta, no corpo do dominó era proibido, justamente para tornar o jogo mais difícil), Harry bufou irritado. Niall choramingou em derrota e tomou um grande gole de seu milk-shake de morango, se consolando.

- Ah, cara. Qual é!

- Calem a boca vocês, estou tentando me concentrar. – Zayn tinha as sobrancelhas franzidas e, ao perceber que não tinha nenhuma peça que poderia posicionar, fitou Liam com olhos de cachorrinho, oferecendo-o um beijo em troca de uma de suas peças.

Aproveitando o momento de dispersão na qual o casal tentava se engolir nas cadeiras retrô do Balls&Blues enquanto Niall detonava seus milk-shakes despercebidamente, Harry retornou sua atenção para o celular.

[não tire sarro do meu vocabulário, Tomlinson]

[além do mais]

[Niall mereceu perder a jogada]

[ele pegou minha blusa xadrez amarela sem avisar e depois perdeu]

[eu amava aquela blusa]

[ele merece sofrer]

[no dominó]

[no dominó]

[de que outra forma um homem ladrão de blusas xadrez sofreria?]

[que tal um duelo no karaokê?]

[Louis Tomlinson, você é um homem mau]

[conte-me mais]

[tell me more tell me more]

[was it love at first sight?]

[desculpa, não consegui me conter]

[grease na veia]

[vai amanhã no ensaio comigo, né?]

[preciso mesmo?]

[você quer me ver feliz?]

[droga]

[quero te apresentar algumas pessoas]

[por favor me fala que é a rihanna]

[infelizmente ela ainda não me aceitou no facebook mas estou trabalhando nisso]

[decepcionante, Styles]

[decepcionante]

[o que está fazendo?]

[como assim?]

[agora, Lou]

[o que está fazendo?]

[detalhes]

[esse é um daqueles momentos em que tenho que mentir e dizer coisas sexys como]

[estou deitado na cama]

[nu]

[lambendo sedutoramente uma colher de doce de leite]

[ou???]

- Harry! Céus, onde está com a cabeça hoje? – Niall exclamou, tentando segurar não só a pose de bravo, mas também as quinze peças que possuía nas mãos pequenas. Ele comprara bastante, aparentemente. – Já perdeu umas seis jogadas, cara.

Harry o encarou avoado, imaginando as coisas que Louis insinuara e mentalmente o xingando por tal. Zayn desviou sua atenção do pescoço marcado de Liam para fitar o cacheado, puro julgamento em seus traços.

- Está estranho, Styles. Aconteceu alguma coisa? – agora Liam o encarava também e, meio corado meio irritado, Harry bloqueou a tela do celular e suspirou.

- Só estou... cansado. Só isso. – vendo que seus amigos não estavam convencidos, Harry fez sua melhor cara de cansado, o que não era tarefa impossível afinal, ele realmente estava exausto, e se pôs a lamentar dramaticamente. – Não dormi direito e ainda não me recuperei cem por cento do jogo de ontem.

Embora sua desculpa tenha convencido Niall e Zayn, aquelas palavras atiçaram algo na memória de Liam que, se ajeitando na cadeira para continuar segurando o corpo do namorado inclinado ao seu ao mesmo tempo em que mantinha as peças de seu dominó longe de vista dos outros, preparou-se para questionar o amigo.

- Falando nisso – Harry apertou seu próprio joelho em nervosismo. – Parker comentou que mal ficou na comemoração da vitória.

- Você também não. – rapidamente acrescentando, a voz nem ácida nem neutra, Harry pôde notar Zayn ficando na defensiva antes mesmo que Liam. Então Liam podia ir para um motel com Zayn mas Harry não podia se resolver com Louis?

Bem... considerando que nenhum dos dois planejava a reconciliação e não deu pra organizar nada, ainda assim, Liam tinha que entender que Harry tem suas coisas para fazer.

Tem Louis.

- Foi diferente. Ninguém te viu depois. E – antes que Harry pudesse argumentar, Liam ergueu a voz, demonstrando que não havia terminado. – Entendo que estava cansado e foi para o dormitório, mas por que está assim se foi descansar, então?

Harry encarou os três pares de olhos a sua frente e suspirou, nenhuma desculpa chegando a si. Afinal, do que ele precisava se desculpar realmente? Não fizera nada de errado. Contudo, sabendo que Louis precisava de um pouco mais de tempo antes de retomar seu contato com os rapazes, somente calou-se e deixou que tirassem suas conclusões.

Só não esperava...

- Está ficando com alguém? – Niall o fitou com grandes olhos azuis, mal contendo sua animação. Liam e Zayn foram mais discretos ao demonstrar alívio, mas Harry sabia bem o que estavam pensando. Finalmente superara Louis. Sorrindo de lado para tentar conter uma risada, Harry mexeu nos cachos teimosos, claramente desconfortável. – Eu sabia! Está transando com alguém, não está?

- Claro que não, eu—

- Eu já tinha comentado com Liam. Você estava deixando pistas faz tempo... – Harry franziu o cenho para Zayn enquanto o mesmo continuava falando sobre as tais pistas. - ... quando chegamos essa manhã no dormitório, haviam dois travesseiros na cama. Você nunca dorme com dois travesseiros!

- Quer dizer, queria que tivesse nos avisado primeiro, mas de qualquer forma... – Liam sorria. Harry sabia como aquela frase terminava, sabia o que seus amigos pensavam. Você era o único que não havia superado Louis ainda. – Vamos pedir mais milk-shakes, precisamos comemorar!

E foi encarando seus três amigos encherem a cara de leite e sorvete de baunilha batido com chocolate que Harry se pegou imaginando qual seria suas reações quando descobrissem que Louis estava de volta.

Ignorando uma série de calafrios na espinha, além de perguntas como "Qual o nome dele?", "Ele faz qual curso?", "Onde se conhecerem?", "Quando vai nos apresentar pra ele?", Harry sorrateiramente respondeu as mensagens de Louis, deixando de lado o fato de que, talvez, seus amigos não reajam bem à situação atual. Contudo, uma certeza o acalmava.

Seus amigos não iriam ficar irritados com algo que o deixava feliz.

Ou iriam?

Quer dizer... não podiam. Certo?

Ou podiam?

[queria saber se estava deitado debaixo das cobertas e vendo desenhos na televisão]

[mas nu lambendo uma colher com doce de leite também serve]

[ah sim]

[estou ajudando Stan escolher os melhores cortadores de biscoito]

[ele quer o de coelho mas eu acho que parece um pau]

[você não acha que parece um pau?]

[*foto de um cortador de biscoitos no formato de um coelho, as orelhas definitivamente ressaltando o tamanho das bochechas, que mais pareciam testículos inchados*]

Harry rapidamente encarou seus amigos, todos ao redor da mesa, desistindo do jogo de dominó e compartilhando as peças para tentar desenhar algo com as mesmas, pelo menos cinco taças grandes de milk-shake ao seu redor. Liam e Zayn pareciam um só, abraçados e rindo enquanto Niall tentava desenhar uma folha de maconha com as peças. Sorrindo, voltou sua atenção para o celular.

[quando for assar os biscoitos, as orelhas vão crescer]

[vai ficar super parecido com um pau]

[e eu não sei????]

[mas eu vou deixar Stan fazer]

[quero só ver a cara dele quando tiver trinta biscoitos em formato de pênis]

[me traz um???]

[mas é claro]

- Já sei! – Niall exclamou e, em menos de um minuto, o contorno de um pênis tomava a mesa.

E Harry pensou que talvez, talvez, seus amigos não fossem reagir tão mal quanto imaginava quando Louis retornasse.

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- Eu te odeio por me obrigar a fazer isso.

Resmungando, Louis fechou os olhos ao que Harry beijava sua testa despreocupadamente em frente ao prédio de música, vários alunos entrando uma vez que as aulas já começariam. As enormes mãos do mesmo estavam repousadas em suas bochechas, obrigando-o a manter contato visual e as suas encontravam-se nos passadores de seu jeans, a Nikon pendurada no pescoço de Harry sendo a única coisa impedindo seus corpos de fundirem-se em um.

- Não estou colocando nenhuma arma na sua cabeça. Não estou obrigando ninguém.

- Você disse que sua felicidade depende disso, o que é quase a mesma coisa. – Louis murmurou baixinho enquanto Harry roçava seus narizes juntos, selinhos intercalando o carinho.

- Vai entender quando entrarmos. – separando seus corpos mas mantendo suas mãos entrelaçadas, Harry o puxou para a entrada do prédio. – Vamos, temos um musical para fotografar.

Louis engoliu o receio junto com os calafrios que tomavam seu corpo e, suspirando, desviou de alguns alunos que também entravam pela porta dupla. Os biscoitos em formato de pênis que Stan fizera (que em momento algum pareceram com coelhos) estavam revirando em seu estômago, pelo menos Harry dissera que estavam gostosos. 

- Não sou fotógrafo, não sei o que vou fazer aí dentro. - Louis resmungou.

- Sabe que ainda está matriculado nessa aula, certo? – Harry o direcionou um sorriso de covinhas torto, claramente o irritando. Revirando os olhos, contudo sorrindo, Louis colou a lateral de seu corpo ao do cacheado.

- Não tem por que eu comparecer a uma aula de ensaio do musical se não estou no musical. – o ressentimento era marcante na voz de Louis e, apertando suas mãos juntas, Harry o confortou.

- Confia em mim?

Louis não respondeu, mas Harry sabia que confiava.

Assim que adentraram o enorme estúdio, Louis estava em outro mundo. Ele não entrara na sala de ensaios desde o primeiro momento então quando viu a arara de figurinos em desenvolvimento, sentiu-se flutuando. Ignorando tudo e todos no ambiente, caminhou cegamente até a estrutura de metal, os dedos passando pelas jaquetas cor-de-rosa, apreciando os detalhes da costura que dizia Pink Ladies em letra cursiva, avistou uma outra arara apenas com jaquetas de couro marcadas por T-Birds, outra com tecidos cheios de estampas de bolinhas, listras, xadrez em cores primárias brilhantes e outras em tons pastéis que claramente virariam vestidos rodados com corpetes, os saltos retrô com plataformas grossas e tons foscos alinhados no chão, sob as roupas, sem contar algumas peças de líderes de torcida (como saias vermelhas longas e lisas, suéteres brancos de gola alta e mangas compridas), calças jeans folgadas que com certeza repousavam na altura do tornozelo, roupas de ginástica masculina que iam de shorts curtos até camisetas justas com o símbolo de Rydell High. Tudo era incrivelmente fiel e o dava uma sensação de...

Satisfação.

A UAL realmente era o sonho que imaginava. Aquilo era apenas a confirmação disso. A forma como o corpo docente se dedicava integralmente para os projetos e transformava tudo em algo espetacular era encantador. Fazia todo o esforço dos alunos valer a pena, ser reconhecido.

Encarando seus colegas de classe ajudando a confeccionar o figurino, a pintar o plano de fundo das cenas, aprendendo os passos de dança clássicos daquela época e desenvolver em conjunto os arranjos musicais da releitura, Louis apenas conseguiu sentir orgulho de fazer parte daquilo.

Bem... quase fazer parte daquilo.

Mas o fato de não ter passado na audição não descreditava a organização geral do musical.

Por mais que odiasse admitir, por mais que o papel de Danny Zuko tenha sido criado para si e agora pertencesse a outro, ele sabia que o musical seria completamente incrível sem a sua presença nele, pois tinha colegas de classe talentosos e dedicados que dariam seu melhor para tornar aquilo realidade.

Afinal, apostava que participar do musical era sonho de quase todos ali – talvez não pelos mesmos motivos que si mesmo, mas ainda assim um sonho.

E cada um merecia realizar seu sonho da melhor forma possível.

E Louis não conseguiu sentir raiva disso.

Quando se deu por conta, estava próximo à um grupo de garotas ensaiando o coro de tell me more tell me more enquanto pintavam o que seria uma das estruturas do baile estudantil, uma delas o encarando de forma branda.

- Louis! – a mesma gesticulou para que ele se aproximasse mais. Seu coração estava acelerado, muitas informações atingindo seu sistema de uma só vez, contudo, animado para ver as decorações mais de perto, Louis deu alguns passos para frente em direção à garota de cabelos lisos. – Veja, estamos fazendo—

- As placas do baile. – completando a frase da garota, Louis mal a encarou, vidrado nos escritos em vermelho que manchavam o papel resistente. – Estão... ótimas!

Agora o grupo inteiro o encarava, contudo, pareciam ansiosas pela sua avaliação – não era novidade para a turma que, desde o início da disciplina, Louis sempre foi o mais integrado ao musical, sempre palpitando e sugerindo detalhes da produção. Incentivado com os olhares, Louis rodeou as obras e analisou-as minuciosamente, um sorriso crescendo em suas bochechas.

- Essas são as brincadeiras do parque de diversões? – ele questionou para uma garota que, graciosamente, usava um dos saltos amarelo-queimado, provavelmente amaciando-os.

- Sim. Acerte um professor na cara. – ela murmurou orgulhosa enquanto pintava alguns ajustes com branco, apagando qualquer borrado que possa estar estragando a forma quadrada das letras. – Vamos até pedir pro sr. Waltz ser o cobaia.

Imagens de seu professor de acústica levando uma torta na cara tomou a mente de Louis – e ele sorriu. Como se contaminasse as outras garotas, os sorrisos tornaram-se coletivos, e logo, gargalhavam ao cogitar a ideia de mais professores se voluntariarem.

- Uma pena ser só no musical. – uma das colegas de classe de Louis comentou entre risadas e, antes que pudesse responder, ouviu sua voz sendo chamada em algum canto daquele estúdio enorme.

Procurando o dono, Louis avistou Harry, a tampa de proteção da Nikon deixada de lado ao que ele já fotografava alguns estudantes em suas tarefas. Caminhando até lá, abraçou-o por trás, entrelaçando suas mãos em sua cintura, a bochecha repousando em suas costas enquanto aguardava ele registrar o momento exato em que a senhorita McGregor – responsável por toda a produção do musical, inclusive quem presenciou em primeira mão o colapso mental que Louis teve durante sua audição para o papel de Danny Zuko – ensinava o tom correto para o Danny Zuko escolhido.

Louis não pôde evitar em encará-lo descaradamente. Ficou automaticamente irritado com o fato de que Xavier (lê-se Zeivier) não estava imitando a voz aguda de Danny da forma correta, ou como os passos que faziam eram rígidos demais para se encaixar naquela época, ou como seu cabelo não estava no formato adequado para reproduzir o icônico penteado de John Travolta quando atuou na releitura cinematográfica do musical, ou co—

- Senhor Tomlinson! – a voz da senhorita McGregor cortou os pensamentos de Louis, pegando-o totalmente de surpresa e o causando sérios calafrios.

Ele não a via desde o surto. Desde que foi enviado para o hospital por desmaiar de nervoso. Desde que se humilhou para tentar de qualquer forma ter o papel de Danny Zuko. Desde que descobriu que não passara e decidiu sair da uni. Desde que desistiu do curso. Desde que parou de frequentar as aulas. Desde que... ele estava em seu pior estado.

E alí, a encarando congelado no lugar, sem sentir, ouvir ou pensar coisa alguma, pôde perceber que a mesma tinha um olhar aliviado no rosto, a linha rígida dos lábios levemente relaxando ao que caminhava até estar próxima o suficiente de seu corpo.

E então ela o abraçou.

Louis não teve tempo de raciocinar. Sentiu os braços finos de sua professora ao redor de seu corpo e, sem reação, apenas deixou-se ser embalado. Pouco antes de ser libertado do aperto, ouviu um click – e soube que Harry havia os fotografado.

- Como está? – ainda segurando-o pelos cotovelos, senhorita McGregor indagou, claramente inabalada pela atenção que chamara do restante da classe. Louis franziu o cenho, confuso, receoso e, acima de tudo, aliviado por saber que sua orientadora não estava tão... decepcionada? Ele esperava que ela estivesse decepcionada com ele? Ou isso era só uma desculpa que criara para evitar as aulas do musical? – Louis? Querido, como está? Estava preocupada, o reitor não tinha notícias e estávamos chegando no final do semestre e—

- Bem. – Louis murmurou, ainda a encarando como se a qualquer instante fosse ser gritado e linchado da sala. – Estou bem. – um suspiro deixou os lábios de sua orientadora e, soltando-o por completo, rodou nos calcanhares para observar todos os cantos do estúdio.

- Fico aliviada em saber. – gesticulando para os outros alunos, ainda focados em suas tarefas, senhorita McGregor sorriu. – O que me diz? – Louis a encarou confuso, contudo, ela mantinha um sorriso em seu rosto. – Da produção até agora. O que me diz? Claro, estamos no início ainda, mas os alunos estão tão animados e estão realmente se dedicando e—

- Está tudo... incrível. – Louis sorriu. Se permitiu sorrir. A única pessoa que se importava com aquele musical tanto quanto ele era senhorita McGregor. E sabia que fazer o melhor musical possível todo ano era seu maior sonho, mas acima de tudo, ela se dedicava inteiramente a propor a melhor experiência aos seus alunos, todo santo ano, cem por cento de sua dedicação era para isso. – Está fazendo um ótimo trabalho. Está tudo muito... fiel.

E com um sorriso agradecido, senhorita McGregor afagou seus cabelos. Ele sabia o que ela estava pensando, a pena que estava sentindo dele, mas evitou digerir muito aquela informação. Não iria se permitir ficar chateado quando estava rodeado de tudo-Grease.

- Lou!

Louis fitou Harry, logo atrás de si, a câmera sendo seu crachá de identificação. E, ao lado dele, uma garota loira sorridente. Louis a reconheceu, ele vira fotos dela segurando o microfone de forma cômica que lembrava um boquete – e se lembrava também de quando Harry o mostrara com a promessa de que caso não o causasse risadas, teria que deixá-lo em paz.

- Então você é o famoso Louis que Harry vive falando. – antes mesmo de parar ao lado de Harry, Louis ouviu a garota dizer, um sorriso brincando em seus lábios cobertos por batom rosa claro. Corando, Louis sentiu Harry entrelaçando seus dedos e o puxando para mais perto.

- Sou eu. – rindo sem graça, Louis enfiou sua cabeça no ombro de Harry, que também ria. – Então quer dizer que ele falou de mim...

- Todo ensaio. Sem exceção. – a garota parecia estar se divertindo com a cara de vergonha de Harry. Louis tentava puxar de sua memória o nome dela, mas sem sucesso até o momento. – "Ah mas se o Louis estivesse aqui, aquilo estaria assim e assado", "mas se o Louis estivesse cantando, as harmonias já estariam ajustadas", "mas Louis isso", "mas Louis aquilo", "o papel do Danny Zuko é dele, o Xavier pode tentar o quanto quiser, mas nunca vai ser melhor que o Lou", e—

- Bebe, chega. – Esse era o nome dela!, pensou Louis. Bebe. Sabia que Harry havia lhe dito antes. Completamente vermelho, o cacheado riu sem graça. A garota gargalhou enquanto levantava a mão e incentivava Louis a lhe dar um hi-5. – Besta.

Louis encarou o bico envergonhado de Harry e, ignorando a dor em suas bochechas de tanto rir/sorrir, selou seus lábios.

- Não vai me apresentar sua amiga, Styles? – murmurando contra os lábios de Harry, Louis sentiu a Nikon sendo pressionada em sua costela. Harry o girou com facilidade e, gesticulando para a garota, sorriu ainda corado.

- Lou, essa é Bebe. Ou se preferir, Sandy.

E Louis não pôde evitar em analisa-la também. Afinal, não existia Danny sem Sandy. E, automaticamente gostando da garota, ficou satisfeito em enxergar a personagem em Bebe, a forma como seus cabelos se assemelhavam ao de Sandy, ou como as roupas teste cabiam perfeitamente e davam o ar requintado de colegial dos anos 80 – tudo se encaixava suavemente no musical e Louis suspirou aliviado ao perceber que pelo menos algo estava nos conformes originais. Até mesmo o toque inocente porém potencialmente de atitude de Sandy podia ser encontrado na personalidade de Bebe.

- Louis. – ele sorriu, formalizando a apresentação, mesmo que ambos já soubessem os nomes. Bebe o encarou com afinidade e, sendo gritada de longe por uma das garotas que tentava, sem sucesso, equilibrar dois vestidos e quatro saltos nos braços, se despediu com um sorriso simpático, deixando-os sozinhos.

Harry encarava Louis com expectativa, afinal, estavam ali há algum tempo e, dando espaço para o mesmo se aventurar pelo mundo de Grease, gostaria de receber um feedback do que ele estava achando das produções e – quem sabe, se interessasse em retornar às aulas, mesmo que não participasse do musical efetivamente.

Louis puxou-o pela tira da Nikon, colando seus lábios de forma discreta, mas intensa, afinal, estavam dentro de um ambiente acadêmico, contudo, não conseguia se conter e precisou demonstrar todo seu agradecimento por aquela experiência naquele contato.

- Obrigado. – selou seus lábios, ainda mantendo seus narizes colados. – Obrigado. – puxou o lábio inferior de Harry com os dentes e o chupou de leve. – Obrigado. – retomou o beijo ainda com mais vontade, murmurando vários obrigados entre os ofegos, a mão de Harry sendo uma pressão constante em suas costas. – Obrigado por me forçar a vir. – sussurrou, sem fôlego e corado pelo calor que o atingiu. – Obrigado.

- Eu deveria estar te agradecendo. – Louis piscou confuso, os dedos embolados nos cachos, soltando-os do aperto da tira da câmera. – Fazem só dois dias e eu nunca estive tão feliz. É como se—como se—

- Eu nunca tivesse partido. – Louis murmurou, o rosto completamente sério e intenso. Cada célula de seu corpo pesava no sentido por detrás daquelas quatro palavras, Harry conseguia ver o arrependimento transbordando, mas não sentiu raiva. Jamais. Sentiu orgulho porque aquilo era a prova de que Louis não apenas queria estar ali, como se arrependia de ter deixado de estar. E era mais do que ele poderia pedir.

- Meu coração sempre esteve com você. – foram sussurros abafados mas Louis compreendera, em seus ossos, em sua alma. Ele compreendera os sentimentos de Harry.

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Conforme andavam até a área central da uni, as mãos entrelaçadas, Louis e Harry conversavam a respeito do incrível porém extremamente cansativo dia que tiveram – sobre como Louis ensinara todos da classe a fazer o hand-jive da forma correta (inclusive a senhorita McGregor), e como Harry gravara tudo, posicionando a câmera em uma arara de roupas para que pudesse aprender também; como quase finalizaram os detalhes em costura das roupas do baile, pintaram e decoraram a estrutura do Shake Shack, aproveitando que ninguém os estava observando no momento para dançar no brinquedo (todos tinham seus olhos no casal, sim, mas deixaram acreditarem que estavam isolados por um momento apenas para vê-los verificarem se o brinquedo era confiável para a apresentação – por sorte era e nenhum dos dois se machucou, afinal, só havia um jeito de saber); Louis até mesmo ensinou Xavier a dançar realmente como Danny Zuko, concluindo que, já que o papel não era seu, poderia passar toda sua experiência em Grease para o colega de classe, mesmo o odiando; e, para completar, cantou um dueto com Bebe, treinando harmonias.

Somente no final, quando todos os alunos estavam limpando os restos de tecidos que iriam para o baú de reutilização e enrolando cabos de aparelhos eletrônicos, é que a senhorita McGregor veio conversar em particular com Louis, impedindo-o de ajudar alguns rapazes a guardar os figurinos e mantê-las longe da poeira do estúdio. Fico feliz que esteja empenhado em ajudar. Ficamos preocupados com seu paradeiro e, principalmente com seu desempenho acadêmico. Pelo que conversei com os outros professores, sua situação está crítica em todas as disciplinas. Sei que algumas coisas estavam acontecendo na sua vida pessoal e, receio que não há nada que posso fazer além de... se concordar, claro, sugerir um trabalho que contará nota para todas as disciplinas e talvez compense suas faltas... há uma leve possibilidade de salvar o semestre. Caso contrário, sinto que terá que repetir o ano. Mas acredito no seu potencial e sei que fará um trabalho incrível. E, Louis... amamos sua presença hoje. Saiba que, mesmo não tendo um papel no musical, sua participação é fundamental nesse projeto. Por favor, compareça sempre, precisamos de você.

Precisamos de você.

As palavras ainda ecoavam em sua mente enquanto as reproduzia para Harry, que permaneceu em silencio o tempo todo, raciocinando as informações e tentando achar alguma forma que fosse ajudar Louis a salvar o semestre.

Ele faltou pouco mais de três meses, afinal...

Sem pensar em nada mirabolante em um primeiro momento, Harry apertou suas mãos e dirigiu um sorriso ameno para o dono dos olhos azuis esperançosos.

- Vamos dar um jeito. – beijando seus lábios brevemente, Harry sentiu o suspiro de Louis em sua bochecha. – Vou te ajudar nesse trabalho. E vai tirar notas incríveis nas provas finais. Vamos dar um jeito. Vamos sim.

Louis o encarou e viu significado naquelas palavras, ele via o esforço mental que Harry estava fazendo para fazer valer cada letra de cada palavra daquelas frases – e ele soube que iriam dar um jeito.

Iriam sim.

O campus estava levemente cheio. Às sextas, as fraternidades atraíam muitos alunos, não só aqueles que moravam dentro do complexo da UAL como também os que moravam fora, e os amigos deles, e amigos dos amigos, e amigos dos amigos dos amigos do conhecido, e assim por diante. Por isso, a praça – como chamavam a área central na qual todos as ruas que levavam à todos os prédios da universidade acabavam, onde carrinhos de comida, brincadeiras e rodas de alunos se encontravam – estava lotada de estudantes, música ao vivo improvisada e decorações de temporada. Os primeiros sinais do outono já tomavam seus sentidos – o cheiro das folhas caindo dos galhos das árvores e criando uma espécie de tapete no chão da uni, o frio típico londrino chegando à 16 graus naquele começo de noite e a escuridão que tomava os céus cada vez mais cedo durante o dia devido excesso de nuvens.

Passaram pelo carrinho de pipoca e pararam na fila do carrinho de cachorro-quente – assim que Louis lembrou, seus olhos brilharam e um sorriso rasgou suas bochechas ao que virava para encarar Harry, já esperando essa reação.

- James!

Rindo, Harry passou seus braços por baixo dos de Louis e entrelaçou seus dedos na base de suas costas, mantendo seus peitorais colados para protege-los do vento cortante. A fila não estava grande e os dava tempo suficiente para observar ao redor. Alguns grupos reunidos em áreas mais distantes, mas sua grande maioria concentrada próxima da banda – banda ou alunos que provavelmente não se conheciam realmente mas juntaram-se para tocar músicas conhecidas e firmar o clima naquela noite fria de sexta-feira, mesma coisa.

(Coloquem Bubbly da Colbie Caillat para tocar do começo e se preferirem, coloquem a música para repetir quando acabar, e, caso a cena acabe e a música continue tocando, aproveitem a voz maravilhosa dessa mulher. Como sempre, é super opcional mas acredito que o efeito é 10x melhor quando ouvem a música lendo mas é isso, prossigam a leitura)

No momento, acordes de Bubbly, a voz suave da garota que cantava contrastando com os acordes predominantes do violão, o baterista completando o clima com leves toques no prato. O coro dos outros alunos, parados em filas de brinquedos, para pegar comida, sentados no chão com cobertores – todos acompanharam a letra conforme ficavam na presença dos mais queridos.

- It starts in my toes, make me crinkle my nose... - Wherever it goes I always know. Louis seguiu a voz de Harry, suave contra seu rosto ao que tinham os narizes colados e os olhos fechados.

- That you make me smile, please, stay for a while now. – balançando seus corpos, como se caçoassem do vento, juntaram suas vozes em uma só harmonia, os outros alunos erguendo as vozes até que a da garota parecesse apoio, apenas.

A fila andava, mas tudo que importava era estar nos braços um do outro, aproveitando o momento. Louis sabia que Harry estava exausto pelas aulas, pelos ensaios, pelos treinos e pelos projetos e que só estava alí, naquela noite, pois o prometera que mostraria a verdadeira UAL, sabia que estavam ali porque Harry queria fundamentar seu sonho de universidade perfeita, sabia que estavam ali porque significava muito para Louis.

Mas Harry só não sabia que, melhor que seu sonho de universidade perfeita, era o sonho que Louis realizava ao estar ali embalado em seus braços.

It starts in my soul, and I lose all control (Começa em minha alma, e perco o controle)

Ele abriu os olhos e fitou aquela imensidão verde, viu coisas que acreditou que mais ninguém no mundo seria capaz de ver, sentiu coisas que nunca sentira antes e acima de tudo, se entregou como nunca antes. Sorrisos tomaram seus rostos e, se beijando em uma bagunça de lábios e dentes e risadas abafadas, compartilharam sentimentos profundos que palavras jamais fariam jus.

When you kiss my nose, the feelin' shows (Quando beija meu nariz, o sentimento é revelado)

'Cause you make me smile, baby, just take your time now (Pois você me faz sorrir, amor, tome seu tempo agora)

Holdin' me tight (Segurando-me firme)

Os acordes de outra música começaram, contudo, Bubbly ainda ecoava em seus ouvidos, dançando lentamente em um embolado de corpos e lábios. Não havia nada além deles ao mesmo tempo que sentiam que tinham tudo.

Chegando sua vez carrinho e, sem virar Louis de frente, Harry cumprimentou James, logo pedindo dois cachorros-quentes completos. You know how to appreciate me, I must stickwitu my baby. Cantarolando trechos de Stickwitu das Pussycat Dolls, Louis deitou a cabeça no peito de Harry, encolhendo-se para longe do frio.

- Aqui está, Harry. Dois completos. – estendendo os cachorros-quentes, James observou enquanto Harry entregava-lhe as libras e, consequentemente, soltava Louis. Assim que avistou o menor, um sorriso abriu em seu rosto. – O garoto de olhos azuis está de volta!

Rindo envergonhado, Louis assentiu, os olhos encolhendo conforme o sorriso esticava em seus lábios. Harry o encarou encantado e, orgulhoso, virou para James:

- Por causa de seus cachorros-quentes. – piscando para Louis, Harry repetiu. – Ele voltou só por causa de seus cachorros-quentes.

%%%

Harry havia percebido o receio de ser reconhecido de Louis – claro, ele não ligava se os jogadores dos Wolves fossem cumprimenta-los e o vissem, nem se Barbara e Eleanor acenassem de longe ou colegas de classe de Louis gritassem um cumprimento ou outro. O receio estava residindo no fato de que a qualquer momento, qualquer um dos rapazes poderia vê-los ali, e Louis não sabia se estava pronto para vê-los e encará-los e...

Era um pouco demais para si no momento.

E Harry era compreensivo. Por isso, sentados um pouco mais afastados do aglomerado de alunos ao redor da banda, os cachorros-quentes já terminados, aproveitavam a companhia um do outro enquanto comentavam sobre as fraternidades.

Louis percebeu que Harry amava fraternidades.

- Sabia que os Phi Beta fazem ações sociais com cachorros? Eles recrutam universitários fora da irmandade pra ajudar e visitam esses—esses abrigos de animais e—e cuidam deles e—e dão banho, comida, brincam, fazem mutirões pra levarem pra passear e—e—é tudo parte do código de ética deles, tipo, pra entrar lá, você precisa participar, precisa ajudar. E é incrível porque eles se juntam com outras fraternidades pra aumentar o alcance das ações e—

Harry amava muito fraternidades.

Louis sorriu, os dedos passando pelos cachos de Harry ao que ele estava com a cabeça deitada em suas pernas, no gramado, rodeados por folhas marrons e amarelas e laranjas, uma ou outra vermelha.

- Por que não tenta entrar em uma? – cortando-o, Louis murmurou, separando fios para trançar. O olhar de Harry subiu para o seu e, rindo como se não confiasse em sua capacidade, deu de ombros.

- Nunca conseguiria. Eles exigem notas máximas em quase todas as matérias e—e muitas atividades extracurriculares e—e, além disso, já estamos quase no final do ano e eu vou sair mesmo e—e—

- Nunca é tarde demais. – Louis cortou-o de novo, um sorriso ainda maior no rosto. Harry parou e mordeu o lábio inferior, controlando um sorriso de covinhas. – Alguém me disse isso uma vez. E foi a motivação que eu precisava pra transformar a minha vida na melhor versão dela. Quem sabe não te incentiva também.

Harry demorou alguns segundos para digerir aquelas palavras, os olhos brilhando em admiração, o coração acelerado e o mundo exposto para si por meio dos olhos azuis de Louis. E então, suspirando, ele se permitiu sorrir.

- O idiota que disse essas palavras deve ser muito importante pra você, pelo jeito que fala.

Deixando as tranças de lado e fitando os olhos verdes brilhantes, Louis assentiu enquanto sorria.

- É, ele é sim. É a pessoa mais importante pra mim, na verdade.

%%%

Era madrugada e ainda estavam no centro da UAL, muitos alunos ainda estavam lá, na verdade. A música já havia cessado – mas os instrumentos ainda estavam lá. Por este motivo e outros que jamais serão desvendados, Harry decidiu levantar e ir cantar.

Não cantar qualquer música.

Cantar a música dos Minions.

Ba ba ba na na na...

Essa mesma.

E, desesperado, Louis tentava a todo custo impedi-lo. Tentara suborna-lo, beija-lo, convencê-lo ao contrário, mas nada parecia funcionar. Harry estava empenhado a cantar.

Desistindo, Louis o observou caminhar determinado até o centro, ninguém em particular o encarando. Ligando o microfone e chamando a atenção de todos com o dedo na tela de proteção do mesmo, Harry sorriu.

- Hm, oi. – todos o encaram confusos, alguns jogadores dos Wolves que ainda estavam ali gritaram em incentivo e bateram palmas, animando os outros. – Meu nome é Harry e eu gostaria de cantar uma música. – Greg gritou em animação, só ele, causando risadas dispersas, inclusive de Harry o próprio. – Valeu, cara. Então... é uma música muito especial porque... – nervoso, Harry limpou a garganta. Algumas pessoas riram e outras o incentivaram mais a continuar. Se mexendo nervoso nos calcanhares, Harry suspirou. – É muito difícil falar dessa pessoa porque—ele é tão... espetacular e—complexo que eu tenho medo de falar e não fazer jus à pessoa incrível que—eu tenho o privilégio de chamar de especial. – palmas, coros de aws e gritos tomaram o ambiente, chamando atenção de outros alunos que estavam apenas de passagem nos arredores. Sem aguentar mais tanta pressão, Harry fitou o corpo encolhido de Louis, no fundo, entre duas árvores. Ele podia vê-lo sorrindo. – Bem, vamos começar. Se eu esquecer alguma letra, me perdoem, é uma música muito complexa e difícil de se cantar. – puxando ar como se fosse começar, Harry interrompeu-se e voltou a falar. – Mas se souberem, por favor, cantem comigo, não sou muito bom nisso.

Ele iria começar de fato dessa vez, mas tendo uma ideia brilhante de última hora, chamou os jogadores dos Wolves para ficarem ao seu lado, combinando algo com eles fora do alcance do microfone antes de retornar e preparar-se para cantar. A quantidade de pessoas que parara para assisti-los era ridiculamente grande agora e, somente tendo olhos para Louis, Harry sorriu:

- BaBaBa BaBa NaNa... – assim que começou a cantar, risos explodiram conforme palmas acompanharam o ritmo, as bochechas de Harry logo tornando-se rubras, mas os olhos firmes em Louis e em como gargalhava no fundo sem ninguém realmente o ouvir. Menos Harry. Ele sabia de cor a risada escandalosa do menor e podia ouvi-la  mesmo que estivessem a milhas de distância. – BaBaBa BaBa NaNa... – os outros jogadores puxaram um coro atrás de Harry, os dedinhos estralando conforme tentavam coordenar uma dança sincronizada de fundo, mais risadas e mais palmas sobrepondo suas vozes. Até que o camisa 32 se exaltou e cantou Bananaaaaaah com todas as suas forças, sem realmente manter o tom, causando gargalhadas histéricas em todos.

A música seguiu o que parecia horas, mas na verdade foram cinco minutos cheios, até que a plateia parou de seguir a letra e Harry parou de cantar no microfone, sucumbindo à vergonha. Sendo congratulado pelos colegas jogadores, os agradeceu pela participação especial e correu – literalmente correu até onde Louis estava para toma-lo em seus braços e derrubá-lo no chão, beijos percorrendo sua face e terminando em seus lábios. Sussurros de eu te odeio você me mata de vergonha  e mas eu nem tinha começado com as piadas de toc toc ainda eram ouvidos entre mordidas sorrateiras e chupões intensos.

Erguendo a cabeça de Harry de seu pescoço, Louis conectou seus olhares e juntou seus narizes, suas respirações fundidas em uma só e, sem aguentar o aperto em seu coração, precisou verbalizar o que queria dizer há meses:

- Bobão.

As covinhas de Harry gostaram da declaração, contudo, logo foram perdidas de vista ao que retomavam o beijo intenso e molhado, as folhas secas quebrando sob suas costas ao que rodavam no chão, farelos caindo de seus cabelos em suas faces. Um emaranhado de pernas e braços e corações.

- Seu bobão.



eu que fico boba escrevendo essas coisas mds

o próximo capítulo vai estar incrível (não porque eu escrevi mas porque coisas incriveis vão acontecer yay)

ansiosíssima estou

amo ocês

muito

muito

insta: @ nathaliemach_

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