Uma Aflição Imperial

Od FelipeRamos17

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Anna Filzen vive uma vida de classe média, numa pequena cidade da Califórnia, com sua mãe Joana, que é uma pa... Viac

Capítulo 1 - UAI
Capítulo 2 - UAI
Capítulo 3 - UAI

Capítulo 4 - UAI

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Od FelipeRamos17

 

                Estavam todos animados para o “Carrossel-Gangorra”, a última etapa da cerimônia de admissão, porém bem precisa, que proporciona uma noite divertida através do cumprimento de tarefas loucas e engraçadas. Dave parecia receoso, entretanto estava disposto a cumprir as tarefas. A primeira tarefa era na casa do nosso professor de Espanhol, o Sr. Braga, que ficava no outro quarteirão. Dave deveria executar a T1: ““Alegrar” o prof. de Espanhol”.

                Chegamos ao primeiro ponto, Dave não gostou muito da ideia, porém o convencemos. Rapidamente, ele pegou a meia-calça das mãos de Claire e colocou na cabeça, que se estirou até o rosto, assim o cobrindo. Foi até a porta da casa do Sr. Braga, bateu, e após alguns minutinhos o professor aparece com pantufas, um pijama listrado, entretanto, armado com uma vassoura. Porém, o que mais estava arrumado era o seu cabelo, pois só havia alguns fios remanescentes.

O professor, resmungando, apontou a vassoura, como se fosse uma arma de fogo, para Dave. Com isso, o novato começou a cantar e dançar “Me enamora”, canção de Juanes. Ele fez gesto para nós o ajudarmos, e o fizemos. Cantávamos como se fosse a música do momento, fizemos até coreografia, éramos os “Meias-calças” em apresentação privada para o nosso prof. de Espanhol, que tentava discar o número da polícia, gritando “Fuera de aqui, pervetidos del Infierno”, rapidamente partimos, pois a polícia viria com certeza.

Nossa próxima parada era na casa do meu ex-namorado, Brayan Lason, que pelos contatos de Claire, ficamos sabendo que estava dando uma festa para a galera do Médio.  Peguei umas cópias da foto que bati na nossa noite, depois do baile, Claire tinha guardado e solicitei que as trouxesse.

Chegamos em frente à casa de Brayan, olhei para Dave e disse sussurrando em tom um tanto sensual:

- Arrase, e deixe que eu o controlo. Apenas siga os meus passos. Tome – Entreguei bruscamente uma parte das fotos para ele, e dividi com os outros.

Batemos na porta, quem veio abrir foi John Friel, um dos caras mais top da escola Sain’t Dear, que logo olhou para mim e sorriu ironicamente. Olhei para o esquadrão, e mandei que distribuíssem as fotos. Entramos distribuindo as fotos, as pessoas viam as fotos e gargalhavam, até que gritei:

- Parem a música, agora vou cantar com o meu parceiro! – Disse com ar de superioridade, chamando Dave.

Perguntei se ele sabia a nova música do TFM, ele respondeu positivamente e começamos a cantar, em cima da mesa de centro da sala, como todos gostavam da música, começaram a gritar, pular, pareciam estar gostando, pois era a banda do momento, o carinha da guitarra começou a tocar para ajudar. Enquanto isso, observava a casa refinada de Brayan, via as fotos jogadas ao chão, espalhadas pela casa.

Dave estava um pouco sem jeito, dei uma apertadinha na bunda dele, para ele se soltar, a reação dele foi a melhor. Foi quando Brayan apareceu, estava todo bonito, com cara de cafajeste, olhou para mim, com olhar de ódio. Com isso, peguei Dave, puxei-o pela jaqueta e o beijei. Trouxe Dave, que estava perplexo, e disse para ele pegar a última foto e esfrega-la no rosto de Dave na saída e desse o xeque-mate, e o fez. Brayan partiu para cima de Dave, para brigar, no entretanto, os amigos da festa o seguraram, e Dave Jhordan disse:

- Perdeu, otário. Não deu valor, agora tem quem dê. – Disse superior.

Saímos com ar de vencedores, todos cheios de si. E nos poucos momentos que estou convivendo com Dave, já percebo que ele vai se desprendendo e mostrando quem é realmente. Um dos males da sociedade, em parte, é esconder o seu verdadeiro rosto, sua dignidade não expressa. Nos dirigimos ao carro, entretanto, escutávamos Brayan dizendo todos os xingamentos possíveis, levantei a mão em sinal de repúdio.

Seguimos nosso caminho, rumo ao Bosque, onde Dave cumprirá uma nova tarefa. Chegando neste, aviso que este deverá nos homenagear, de alguma forma. Claire adianta-se e diz:

- Sou muito exigente, vai ter que me convencer.

- Verdade. Eu também sou igual a Claire – Diz Jake.

- Aff, Jake. Seja orginal. – Claire diz rindo.

                Eu olho para os dois com cara de deboche, e dou a oportunidade para Dave fazer sua parte. Ele me olha, está estampado na sua testa “Oi?”, pateticamente, e diz:

                - Venham, deitem aqui na grama. –

                Deitamos na velha grama do Bosque em posição de cruz. Cabeça com cabeça. Observamos as poucas estrelas que embelezam o céu. E Dave começa a recitar o poema de William Shakespeare, Soneto 30, bem lentamente:

“Quando à corte silente do pensar

Eu convoco as lembranças do passado,

Suspiro pelo que ontem fui buscar,

Chorando o tempo já desperdiçado,

Afogo olhar em lágrima, tão rara,

Por amigos que a morte anoiteceu;

Pranteio dor que o amor já superara,

Deplorando o que desapareceu.

Posso então lastimar o erro esquecido,

E de tais penas recontar as sagas,

Chorando o já chorado e já sofrido,

Tornando a pagar contas todas pagas.

Mas, amigo, se em ti penso um momento,

Vão-se as perdas e acaba o sofrimento”

                Ficamos em silêncio, fazemos um esforço para nos olhar e logo em seguida rimos. Claire, como sempre, fica toda derretida e agradece calorosamente. Jake, sempre educado, diz já ter estudado o poema e admirar William. E eu, apenas fico em silêncio. Dave, olha-me com um ar de interesse, logo lhe rebato:

                - Aquilo foi parte da nossa encenação, vejo que és um bom ator.

Peço para Jake e Claire pegarem um refrigerante que está no carro e uns copos descartáveis. Enquanto se afastam, Continuo, sussurrando:

- Mas me responda uma coisa: Aquilo foi um beijo técnico ou você nunca havia beijado? – Pergunto.

- Quer saber mesmo? – Pergunta surpreso.

- Sim, menino. Ou tu achas que eu ia perguntar para não saber a resposta? – Pergunto um tanto enfurecida.

- Calma, relaxa. Se todas as perguntas do mundo tivessem respostas, o progresso, a busca, não teriam valor. E não. Eu nunca tinha beijado.

- Ah, por favor, né? Um menino com um rostinho tão cafajeste e adorável nunca beijou? -  Pergunto sarcasticamente.

- É isso ai, mas acho que tive a oportunidade de ter a minha primeira vez com você. – Diz abobalhado.

- Aquilo não foi um beijo. Foi uma encenação, não conta. Agora pare de besteiras. – Digo.

Tomamos o refrigerante, e logo em seguida começamos o “Conflito de Perguntas”, que é a mesma coisa de responder uma pergunta com outra pergunta mas sempre aleatório. Quem começa, como sempre, sou eu:

- Dave, você é virgem?

- Sou sim. E você, Claire? – Pergunta Dave.

- Claro que sim, ainda não apareceu a pessoa ideal. Você já tem uma pessoa ideal, Jake?

Nesse momento era a hora de Jake dizer a verdade, a oportunidade, porém, respondeu:

- Não, ninguém de especial. Tem interesse por algo em especial, Dave? – Pergunta Jake.

- Gosto de ler, arrisco cantar, dançar, porém fico tímido às vezes, e gosto de basquete nas horas vagas. Anna, qual seu maior plano para o futuro?

- Ficar viva. Vamos, dance para nós, certo?

- Dançar? Agora? Só se você me acompanhar. – Diz, Dave sutil.

- Ei, bonitinhos, levantem, se juntem ai. Todos vamos pagar esse mico. – Digo, apontando para Jake e Claire.

Dave coloca a música no celular, e ensina como dança. Próximos. Coladinhos. Sensual. Passos pra cá, passos pra lá. Animamo-nos e deixamos a linda melodia nos levar. Nunca tinha experimentado dançar desse jeito, mas é bem legal, apesar de não ser meu estilo. Aquele cenário do bosque passa a ficar mais suave, apesar da falta de iluminação. Jake e Claire parecem estar se divertindo, visto que estão rindo, erram os passos, mas continuam. Eu fico com um pouco de dificuldade, um cansaço, suor frio, mas continuo dançando. Piso facilmente no pé de Dave, e sorrimos, por que sou toda dura.

Paramos nossa dança para começarmos o “Roleta-russa”, algo que aprendi faz tempo. Nós discamos um número no celular e ligamos para uma pessoa, com fins amistosos, nada muito clichê, como: “Oi, tem um caminhão de gelo na frente da sua casa?”, “É do Motel Prazer?” ou até mesmo “É da farmácia?”, isso é muito podre e ignorante. Então, entrego o celular para Dave e ele faz a primeira ligação, a segunda, terceira, até que na Quarta tentativa, uma senhora atende, com uma voz aparente de uns 55 anos, e, no viva-voz, diz:

- Alô?

- É... Oi, quem é? – Dave pergunta.

- É a Dona Lurdes.

- Quantos anos você tem?

- Foi a girafa...

- Senhora? – Pergunta.

- Que estava de tamanco azul... – Dizia a senhora assustada.

Abortamos a ligação, rimos, pois a senhora não sabia nem o que falava, sendo assim, continuamos tentando, até que alguém atendeu.

- Alô, quem é? – Pergunta Dave

- Oi, eu que pergunto quem é, a uma hora dessas.

- É o Dave. Sou bem legal. Eu e meus amigos queremos conhecer pessoas novas, discamos um número aqui e deu no seu. Mas como é seu nome?

- Jiuvanete, isso, Jiuvante é meu nome. Quem são seus amigos? – Disse insegura.

-  Claire, Jake e Anna. Eles são legais, eles vão mandar um “oi” para você. Mandem galera.

E nós nada sincronizado, mandamos um dos “oi” mais engraçado que pudemos.

- Vocês estão bêbados?

- Não – Respondemos juntos. – Onde você está agora, em casa? – Pergunta Anna.

- É...é...sim, claro que estou... – Disse num tom duvidoso.

- Tem certeza? – Pergunta Claire.

- Não, estou na igreja, em uma vigília. E meu nome não é Jiuvanete, mas sim, Lizzie Hills. Fiquei com medo, sabe.

- Tudo bem, relaxa. Podemos ir até você? Na sua igreja? Conhecê-la pessoalmente? – Pergunta Jake.

- E se vocês forem estupradores?

- Não, nós não somos estupradores. – Dizemos rindo.

Lizzie Hills, nossa nova amiga, enrolou um pouco, mas logo passou o endereço da igreja. Estávamos prontos para partir, até que eu...

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