Sangue Real [✓]

By TalitaPC

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Alicia Dolohov viveu a vida toda em Cérnia, um dos dez reinos de Régnes. Sua vida era comum, como a de qualqu... More

Epigrafe
Prólogo
DreamCast - Parte Um
DreamCast - Parte Dois
DreamCast - Parte três
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Papo sério
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Uma espiadinha nas redes...
Capítulo 30

Capítulo 16

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By TalitaPC

Voltei com calma para o internato, depois de quase falecer na aula de defesa pessoal. Hoje o professor Elliot tinha pegado pesado, então precisava de um banho antes de ir encontrar com Vaiola.

Ela estava me ajudando com o show de talentos. Ainda não sabia ao certo o que iria fazer, pensei em tocar algum instrumento, pois era boa com o piano e violão, mas Vaiola insistia em dizer que devia cantar algo e quem sabe fazer uma coreografia.

Tinha combinado de encontrá-la na sala de música, pois ainda estávamos escolhendo a que iria usar. Tinha algumas opções, mas nenhuma delas chamou realmente minha atenção.

— E o que acha dessa? — Vaiola colocou uma nova música para tocar.

Eu estava deitada no chão da sala com várias folhas espalhadas ao redor. Anotei algumas coisas, como nomes de cantores e músicas que gostei.

— É boa, mas... Falta algo. — fiz uma careta.

— Como você é chata! — acusou e revirei os olhos em desdém.

Peguei o celular e continuei percorrendo pelas listas de músicas do aplicativo. Queria algo que chamasse a atenção de quem fosse ouvir e ao mesmo tempo fizesse sentido para mim.

Ficamos ali por várias horas. Vaiola e eu procuramos muito, mas no final ainda não tínhamos encontrado algo que realmente me agradasse.

— Você não pode demorar tanto para escolher Alicia, — comentou enquanto íamos ao refeitório — Ainda precisa ensaiar.

— Eu sei. — murmurei.

Entramos no refeitório já cheio de alunos. Pegamos nossa comida e seguimos até a mesa. Sentei ao lado de Ximena e Vaiola ocupou o espaço ao meu lado. Logo Piter e Pablo se juntaram a nós e alguns minutos depois Frederick, Luiza, Laisa e Caleb. Nossas refeições eram animadas. Piter era engraçado e fazia brincadeiras com todos, nem mesmo eu escapava e olha que sou um amor de pessoa.

Quando terminamos resolvemos curtir um pouco de ar puro, então fomos para o pátio da Escola. A noite estava estrelada e uma brisa leve soprava. Confesso que estava ansiosa com a chegada do inverno, era minha estação do ano preferida. Passar a noite com uma xícara de chocolate quente, ou café, e um bom livro.

— Está com o pensamento longe. — Frederick comentou enquanto sentava no mesmo degrau da escada.

Estávamos conversando em grande grupo, além dos meus amigos alguns outros alunos tinham se juntado a nós.

— Sou uma garota muito pensativa. — dei de ombros.

— E posso saber o que está pensando? — arqueando uma sobrancelha.

— Curioso você... — comentei e Fred deu uma risada baixa.

— Todo mundo precisa ter defeitos. — piscou com um olho só.

— Ata! — desdenhei.

— Você vai mesmo para Cérnia neste final de semana? — questionou.

Estava surpresa, mas nem tanto, de Frederick saber sobre minha ida, afinal sentávamos na mesma mesa e hoje tinha comentado isso com Piter.

— Sim! –— concordei — Saudades de casa.

— Mas aqui também é sua casa. — sorriu.

Inclinei levemente a cabeça, ponderando. É, de certa forma Régnes e a Escola viraram minha casa, um novo lar. Já não me sentia mais deslocada e, na verdade, agora tinha certo sentimento de pertencimento.

— Tem razão. ­— mordi o lábio.

— Sempre tenho! — Fred sorriu abertamente.

De canto de olho percebi que Luiza nos observava e inconscientemente me afastei de Fred alguns centímetros. Sabia que não tinha culpa e nem devia nada a ninguém, mas também entendia que não era legal a situação em que estávamos, seja ela qual fosse.

— Tudo bem? — Frederick chamou a atenção.

— Sim. — afirmei e antes que ele dissesse mais alguma coisa, Piter o incluiu no assunto do momento.

Apoiei o queixo na mão e me dediquei a acompanhar a conversa do grupo, vez ou outra fazendo algum comentário.

Sorri e neguei com a cabeça, digitando rapidamente no celular. Estava combinando com Jordan de nos vermos novamente. Já fazia mais de uma semana desde nosso primeiro encontro, se é que podemos chamar assim. Depois disso, tínhamos nos visto rapidamente na terça feira, um pouco antes da aula de equitação. Não é toda semana que Jordan vem a Escola, então aproveitamos a oportunidade.

Jordan enviou e foiimpossível conter a risada alta. Tínhamos combinado de nos vermos novamente. Aprincípio seria nesse final de semana, mas esqueci que iria a Cérnia, já que nopróximo teria atividade extracurricular.

Apertei enviar e continuei seguindo em direção ao internato. Meio segundo depois senti o celular vibrar, anunciando a nova mensagem.

Neguei com a cabeça, enquanto digitava a resposta.

Continuei subindo as escadas, cumprimentando duas garotas que passavam. O celular vibrou novamente e sorri ao ler a mensagem.

Entrei no quarto e deixei o celular em cima da cama, indo ao banheiro. Tomei um banho rápido, pois pegaria o voo para Cérnia ainda hoje à noite. A mala já estava pronta, então só precisava me arrumar e chamar um carro para ir até o aeroporto.

Sai do banheiro e encontrei com Michely perto da porta.

— E aí garota, ainda aqui? — neguei com a cabeça — Achei que já tinha ido.

— Só conferindo se está tudo ok. — justificou.

— Tudo ok! — afirmei — Pode ir curtir o final de semana.

Michely assentiu e seguiu até a porta, acenando antes de ir.

Peguei calça jeans, blusa de manga curta preta e calcei o all star. Amarrei o cabelo e fiz uma maquiagem simples, rímel, blush e gloss. Coloquei alguns pertences na bolsa transversal e peguei o celular, conferindo as horas.

Ok, você precisa ir logo, Alicia. Pensei, pegando a mala.

Sai do quarto e segui pelo corredor. Desci as escadas e quando enfim cheguei a frente do internato, constatei que precisava agilizar ou perderia o voo.

— Precisa de ajuda? — alguém questionou.

Virei e suspirei baixo ao ver Nicholas parado a alguns passos de distância, encarando-me.

— Só esperando o carro. — expliquei, quando na verdade, nem havia chamado um ainda.

— Posso dar carona, se quiser. — deu de ombros.

Mordi o lábio, pensando o quanto era uma boa ideia entrar em um carro e ficar a sós com Nicholas. Conferi as horas no celular e cheguei à conclusão que valia a pena arriscar, ou realmente me atrasaria.

— Se não for te atrapalhar... — fiz uma careta.

— De jeito nenhum. — sorriu — Vem, vamos!

Nicholas prontamente pegou a mala e indicou com a cabeça que o seguisse. Nós andamos pela rua de pedras que levava a saída da Escola. Ali havia um carro prata, bem chique, estacionado.

Nicholas colocou a bagagem no porta malas, depois abriu a porta do passageiro e rapidamente entrei, me acomodando no banco de couro. Ele deu a volta e entrou no lado do motorista.

— Pronta? — piscou com um olho só.

— Aham. — concordei colocando o cinto de segurança.

— Então para onde vamos, senhorita? — sorriu de canto — Suponho pela mala que temos duas opções, ou está indo viajar, ou está fugindo da Escola... — ponderou.

— Indo viajar. — dei uma risada baixa.

— Menos mal, — sussurrou, fingindo alívio — Está indo para seu reino? — questionou, ligando o carro.

— Sim. — assenti.

— Cérnia, não é?! — me olhou de relance enquanto passávamos pelos portões da Escola.

— É, — franzi a testa — Como sabe?

— Faz parte do meu trabalho... — deu de ombros — Cérnia é um bom lugar.

— É sim, mas sou suspeita para falar... — ponderei, inclinando levemente a cabeça — Já esteve lá?

— Já, algumas vezes. — afirmou.

— Dá próxima vez que for, passe na cafeteria da dona Margarete, fica bem no centro, perto da praça. — sugeri olhando-o — A torta de maçã é a melhor!

— Ok, anotado! — Nicholas me olhou rapidamente, voltando atenção ao trânsito — Ou quem sabe você me leva lá um dia desses. — sorriu de canto.

Notei que o carro havia parado e estávamos no estacionamento em frente ao aeroporto. Nicholas desceu e imediatamente fiz o mesmo.

Acompanhei com os olhos enquanto ele pegava a mala, pensando se havia entendido errado, ou sua fala recente era algum tipo de cantada/flerte.

Nicholas não daria bola para uma garota! Desdenhei, revirando os olhos.

— Tudo bem? — Nicholas chamou atenção.

— Tudo! — sorri amarelo ­— Obrigado pela carona.

— Disponha. — deu de ombros — Boa viagem!

Nicholas estendeu a mão e imediatamente coloquei a minha sobre, já sabendo o que aconteceria. Sorri timidamente enquanto ele beijava o dorso.

— Um cavalheiro. — brinquei e Nicholas apenas negou com a cabeça.

Acenei me despedindo e segui em direção às portas de vidro do aeroporto. Por sorte cheguei a tempo e não perderia o voo.

Obrigada Nicholas! Agradeci mentalmente.

Segui puxando a mala até perto do portão de embarque, deixando esses pensamentos de lado. Só queria chegar logo a Cérnia, ver Leila e meus amigos.

Continuei cantarolando baixo enquanto lavava a louça. Era sábado e tínhamos acabado de almoçar.

Tia Leila trabalhou de manhã, então preparei a comida e quando ela chegou a mesa já estava posta. Nós comemos tranquilamente enquanto Leila contava como foi a manhã no trabalho e mais algumas coisas, ou seja, fofocas, sobre a vizinhança.

— Você lembra sua mãe, cantando assim! — comentou encostada na bancada ao lado da pia.

Sorri, olhando-a de canto, ainda cantarolando .

Fisicamente não era tão parecida com minha mãe e Leila acreditava que puxei mais para o lado paterno, mas isso não saberíamos nunca.

Nós terminamos de organizar a cozinha, depois fomos à sala e passamos a tarde toda assistindo o filme que passava na tv, enquanto nos empanturrávamos de pipoca.

Perto do horário da noite subi ao quarto para me arrumar. Tinha combinado de encontrar com meus amigos e mal podia esperar para que Sansa contasse mais sobre ela e Eduardo. Os dois estavam evoluindo no relacionamento e desconfiava que logo teríamos o pedido de namoro.

Terminei de amarrar o all star e levantei da cama, alisando a blusa preta que usava. A calça jeans clara e a pequena mochila, na cor preta, completavam o look.

Desci a sala e me despedi de Leila com um beijo em sua bochecha, avisando que não voltaria tão tarde. Peguei o celular e vi as mensagens de Sansa e Ryan falando que já estavam indo, então rapidamente chamei um carro.

Nos encontraríamos no centro do reino, na praça, e aí decidiríamos para onde iríamos. Estava faminta, então com certeza os convenceria a comermos alguma coisa, de preferência um hambúrguer bem grande, com batatas fritas.

Assim que cheguei a praça consegui ver meus amigos, sentados em um dos bancos. Sorri abertamente e praticamente corri em direção a eles.

Lili! — Sansa comemorou levantando do banco.

A abracei com força, afinal estava morrendo de saudades. Depois foi a vez de Ryan. Realmente sentia falta dos dois e seria perfeito se os tivesse em Zifush, na Escola, perto de mim.

Nós ficamos algum tempo ali, sentados, conversando e rindo de bobagens. Ryan tinha novidades sobre a escola de artes, estava animado e isso me deixou feliz. Já Sansa tinha progredido na relação com Eduardo, como previ, e mesmo que não falasse estava esperando o tal pedido de namoro.

No fim acabamos indo a uma lanchonete e consegui meu tão sonhado hambúrguer com batatas. Nós comemos enquanto falava sobre os últimos acontecimentos da Escola. Contei mais detalhadamente sobre a escolha de participar do show de talentos. Vi a careta que Sansa fez quando mencionei Vaiola estar me ajudando a escolher a música, mas ignorei, fingindo não notar seu ciúme explícito. Na verdade, queria muito poder apresentar as duas, até mesmo Ryan, acho que os dois se daria muito bem com meus amigos da Escola.

Ficamos ali conversando até o dono da lanchonete avisar que estariam fechando em alguns minutos. Conferi as horas no celular e vi que já era quase meia noite, então a contragosto e com dor no coração me despedi de Sansa e Ryan. Abracei-os com força e prometi que os manteria informados de tudo que estava acontecendo na Escola, desde o show, até mesmo Fred, Jordan e Jasmine.

Meus amigos se ofereceram para permanecer comigo enquanto esperava o carro chegar, mas neguei, então os dois já haviam ido. O que me arrependia profundamente agora, pois pelo canto do olho percebi o homem parado a alguns metros de distância. Já tinha notado sua presença na lanchonete e agora aqui fora. Cérnia não era um lugar perigoso, principalmente o centro, onde estávamos agora. Várias pessoas ainda andavam calmamente, passeando e pegando o ar fresco do outono, mas isso não fazia com que ficasse receosa com a sua presença ali. Podia ser mera coincidência, mas podia não ser.

Suspirei aliviada assim que o carro chegou. Entrei rapidamente e pelo vidro traseiro do carro vi o homem ficar para trás, enquanto seguia em segurança para casa. 

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