Dobro a esquerda ignorando o olhar das pessoas sobre mim, seguindo reto. Alisha seguia reto, em nenhum momento olhava para trás. O que houve com ela? Parecia abatida, suja...
O que houve com você prima...?
Meu pé esquerdo escorrega sobre o lodo verde do chão, meu pé vai para frente e meu corpo impulsionado com ele. E sinto a forte pancada em minha cabeça. Fico meio zonza. Viro meu corpo para cima vendo o céu em clima de chuva. O sol estava se escondendo atrás das nuvens.
— Elizabeth!? — Meu corpo é levantado do chão e foco no rosto em minha frente. — Caramba está sangrando, vem comigo. — Adam pega em minha cintura me conduzindo até o banco da praça, me sento colocando a mão na testa vendo um pouco de sangue assim que a retiro. — Foi uma bela pancada.
— Acho que sim. — Respondo confusa e o vejo sorrir de lado negando.
— Me espere aqui já volto. — Assenti o vendo se retirar.
ALISHA! Dou um pulo do banco ignorando a dor em minha cabeça olhando para os lados. É claro que a perdi de vista. Suspiro pesado tirando o celular do bolso. No segundo toque Liam atende.
-- Liam, eu a perdi de vista.
— Perdeu?
— Praticamente bati de cara com o chão. — Ouço sua risada me fazendo revirar os olhos.
— Desculpa, é que eu imaginei a cena agora. — Sorrio negando com a cabeça, vejo Adam se aproximar com algumas coisas em sua mão. — Precisa de ajuda?
— Não seja idiota Payne, eu to viva. Tenho que desligar.
— Lenço umedecido e um Band Aid. — Ele mostra os dois os erguendo, como se estivesse mostrando há uma criança. — Afinal, o que houve?
— Minha prima. — É tudo que respondo e sinto o úmido do pano passando lentamente.
— O corte foi pequeno. Vou passar esta pomada, não está muito inchado. — Assenti sentindo uma leve dor. —Pronto. — Ele se afasta olhando o canto de minha testa analisando sua obra de arte.
— Obrigada. — Adam sorri tímido guardando de volta tudo na sacola. Calço meu sapato soltando um suspiro pesado e me levanto começando a andar de novo.
— Espere! — Me viro vendo minha bolsa em sua mão. — Quer uma carona até a empresa? — Se aproximando pego a bolsa em agradecimento.
— Não tudo bem, eu vou comprar alguma coisa antes, ainda não comi nada. — Aperto minhas mãos nervosamente uma na outra.
— Posso acompanha-la?
— Ahn... Okay. — Falo confusa arrumando minha bolsa sobre o ombro. — O que fazia por este lado?
— Almoçando, quando estava saindo te vi correndo levando uma bela cabeçada. — Rimos. Adentro a lanchonete pedindo algo rápido e simples. Ao terminar de comer peço a conta. — Está com dor ainda?
— Não, estou bem. — Puxo a carteira pronta para pagar, mas logo sou barrada. — Mas...
— Pode deixar. — Nego imediatamente o encarando séria.
— Não mesmo. — Pago o garçom vendo Adam rir. — Qual é a graça?
— Você. — Me levanto da mesa e ele se levanta ao mesmo tempo. — Estava tentando ser cavalheiro. — Riu negando saindo do estabelecimento junto a ele caminhando até a quadra anterior.
— Já foi muito cavalheiro comigo hoje. — Abrindo a porta para mim, adentro o veículo. Adam rodeia o carro se sentando logo ligando o carro. Ao chegar à empresa fomos juntos no elevador subindo para nosso andar. — Baseball?
— Eu sou bom tá. — Ele diz se defendendo me fazendo rir. A porta é aberta e vejo Styles saindo da sala de Niall, ao cruzar nossos olhares seus olhos se viram diretamente para o Sr. Willians o fuzilando.
— O que houve com sua testa? — Ele pergunta se aproximando parando a nossa frente
— Eu estava...
— O que faz com ele? — Eu olho pra ele perplexa vendo seu pulso se fechar. — Ele te machucou?
— Harry eu estou aqui...
— Eu não falei com você. — Harry corta Adam no toco, sua atenção virada completamente para mim. Levantando meu queixo levemente ele analisa o ferimento em minha testa. — Está doendo?
— Estou bem, Harry, Willians só estava me ajudando. — Assentindo mais aliviado seus olhos encaram o homem ao meu lado. — Quanto gastou?
— Como? — Ele pergunta confuso e minha expressão não estava diferente.
— Quanto gastou para cuidar do ferimento?
— Não se preocupe eu...
— Vejo que usou pomada e talvez um pano para limpar. — Falou Retirando do bolso sua carteira, Harry entrega 100 dólares para Adam que o pega surpreso. — Venha. — Suas mãos pousam em meu ombro me guiando até outra sala. Minha situação internamente?
Enlouquecendo. MAS QUE PORRA FOI ESSA?!
— Porque fez aquilo? — Explodo assim que o vejo fechar a porta. — Aquilo foi ridículo!
— Não quero outro cuidando de você. — Paro os argumentos revoltosos em minha cabeça para encará-lo. — Eu quero cuidar de você.
— Você é a pessoa mais confusa que eu já conheci. E provavelmente ele não gastou mais que 20 dólares naquelas coisas.
— Eu sei. — Ele diz em divertimento. —Quis ser generoso.
— Não, Você quis mostrar para ele que pode mais.
— Também. — Ele admite me entregando um comprimido fechando a gaveta de sua mesa. — O que fazia com Adam? — Engulo o comprimido recebendo um copo de água das mãos de Harry.
— O encontrei por acaso na rua. — Bebo um pouco devolvendo o copo. —Eu cai, e Adam foi me ajudar. — Por um curto momento seu olhar me olha em advertência. Mas no final acaba por assentir. O que me faz agradecer imensamente, não estava nenhum pouco interessada em explicar tudo.
— O convite para ir a minha casa. Quero leva-la hoje à noite se não tiver problema.
— Ahn, não. Por mim tudo bem. Mas para que...
— Quando Chegar lá irá saber. Não se preocupe. Não te trancarei em meu porão. — Sorrio reprimindo a revirada de olhos. — Depois do trabalho, ás 20h30 Tristan irá até sua casa.
— Tudo bem. Voltarei para o trabalho. Até a noite Sr. Styles.
— Até senhorita Sullivan. — Aquele sorriso era capaz de deixar qualquer uma de pernas abertas. Há sim, isso inclui a minha.
Que pensamento indecente!
Mas era a verdade. Como poderia pensar em outro homem sabendo que Harry me quer?
Eu quero cuidar de você... Isso é loucura. Uma excitante loucura. Se o Sr. Controlador quer tudo só entre papéis, porque agiu daquela forma? E porque tem que ser só dessa forma?Pensamentos demais...
Bato minha caneta na mesa produzindo um som repetitivo. Tenho que ligar para Katheryn, avisar que Alisha não está bem, quero ligar para policia, seria mais fácil para encontra-la, mas Mark não quer chamar a atenção para sua filha enlouquecida. Teclo mais algumas palavras encarando as horas em minha frente.
Caramba porque estou fazendo isso?! Eu tenho que focar em minha prima! Se não fosse por aquele idiota...
Fecho meus olhos por um momento controlando minha raiva.
Mas também tenho uma vida...
E por algum motivo quero fazer parte do mundo do Sr. Poderoso.
Mantenha a mente aberta para possibilidades.
— Eli? — Olho para a porta vendo Allie me encarando. — Irá fazer hora extra?
— O que? — Olho para o relógio vendo que já estava no término de mais um dia. — Não, já estou indo. —Sorri arrumando minhas coisas. Levanto da cadeira indo para o elevador juntamente de sua companhia. — Até amanhã.
— Até. — Saio seguindo caminho reto, dobrando algumas quadras. Queria caminhar. Estava uma bela noite para aquilo. Estava ansiosa demais para saber que tipo de coisa o Sr. Poderoso tem para me mostrar.
Muitas coisas Elizabeth...
Adentro o apartamento vendo Liam de um lado para outro ao telefone. Ri seguindo para o quarto direto para o banheiro. A agua relaxa meu corpo, não estava com muito tempo graças a minha demora à caminhada. Saio me enxugando trocando de roupa. Um vestido leve e solto, nada de saltos, meus pés reclamavam só de pensar de se estar naquelas agulhas.
— Tem um carro esperando por você... Uall. — Ri me virando vendo Liam parado na porta. — Ta de namorico novo?
— Não, só foder. — Abrindo a boca surpreso riu saindo do quarto. Pego o elevador encontrando Tristan na porta do carro a minha espera.
— Boa noite, Eli.
— Boa noite, Tristan. — Respondo em seu tom o fazendo sorrir. O caminho era silencioso. Com muitas voltas, e estradas que vão se afastando cada vez mais de minha casa. Nunca tinha estado naquele ponto de Boston. Lindo com poucas casas. Estruturas de luxo. Meu apartamento com certeza se encolheria olhando para elas. O portão se abre dando vista para o jardim.
— Senhorita Sullivan. — Encaro Harry abrido a porta do carro. — Está muito bonita.
— O senhor também. — E estava mesmo. Seu estilo era mais moderno, nada de paletós ou gravatas, apenas uma camisa branca e uma calça jeans. Só aquela simples peças o faziam ficar deslumbrante.
— Trouxe o contrato? — Assenti indicando que estava na bolsa. — Ótimo, quer beber alguma coisa?
— Não, estou mais interessada para o que tem a me mostrar. — Sorrindo ele abre a porta e adentramos o imóvel.
— Dois por cento.