Não se esqueçam de votar e comentar para saber se gostaram ^^
Faltam dois dias para a faculdade começar e eu já estou na minha primeira ressaca, estou super confusa e pequenas lembranças da noite passada passam pela minha cabeça.
Levantei-me da cama, ainda tinha o vestido posto, tirei-o e fui tomar banho na pequena casa de banho. Ao sair da banheira olhei-me ao espelho e estava com tão mau aspecto!
-Jane queres ir dar uma volta hoje? Precisamos de aproveitar os últimos dias de férias.
Ela levantou a cabeça e bufou, não estava como eu, mas também não estava bem.
-Alice são 9h30 temos mesmo que pensar nisso agora? - Não resisti e puxei-lhe os lençóis, começou a refilar mas acabou por ceder e levantar-se.
-Então e que tal irmos ao café tomar o pequeno-almoço? Eu estou cheia de fome, parece que tenho um buraco no estômago.
-Chama-se efeitos de ressaca. - E desta vez riu-se.
*
Já tinha ouvido falar do café perto do campus, ao que parece toda a gente ia lá tomar o pequeno-almoço ou beber um café antes de ir para as aulas. Nunca pensei que tivesse tão cheio, havia estudantes por todo o lado sentados em mesas redondas a beber café e a petiscar.
Reconheci algumas caras da festa de ontem, com alguma sorte ninguém se lembrava de mim.
Falei tarde de mais.
-Não acredito! A rapariga do Scott. Não és nada desesperada querida, a tirar o soutien. - Virei-me para ver de quem era a voz extremamente irritante.
-E tu és?- adiantou-se a minha melhor amiga. Vi na cara dela um ódio automática pela rapariga de cabelos loiros longos e de olhos azuis. Era muito bonita, estupidamente bonita.
-Brie Condon e estas são (apontou para as amigas) a Taty e a Danielle. - Disse alto, alto de mais.
-Bem Brie a única desesperada aqui és tu que vieste ter connosco à procura de atenção. - Apontou para o resto do café que agora olhava para a loira.
-E tu não falas? Não me digas que o Scott comeu-te, a língua (acrescentou entre risos). - E desatou a rir com as amigas, algumas pessoas que observavam a cena curiosas riram-se também.
Nunca deixes ninguém te pisar. Repeti esta frase três vezes antes de responder. Pela minha mãe e por mim ninguém me trata mal.
-Não, não comeu obrigada pela preocupação Bianca (errei o nome dela de propósito) mas se vier a comer eu aviso-te.
Manti-me firme enquanto lhe falava, mas por dentro estava a tremer, detestava conflitos e confrontos e tudo o que não queria era começar a faculdade com uma inimiga. Pior ainda nem comecei!
Ela abriu a boca com intenção de responder, parecia surpreendida com a minha resposta e senti-me subitamente aliviada quando a Jane me puxou para perto e obrigou-me a virar costas.
Respira fundo Alice, respira fundo. Já passou, agora vais beber o teu café e comer qualquer coisa em paz, de preferência longe da atenção das pessoas.
*
Estava a ouvir a história de ontem da Jane e do Dylan, ao que parece eles tinham se beijado e ficado de combinar qualquer coisa, ele tinha sido querido o suficiente para lhe perguntar se queria ajuda a tomar conta de mim mas ela resistiu e disse-lhe que não. Bom rapaz.
Depois pagámos a nossa conta ao rapaz do balcão que era muito simpático e saímos, mas olhei para trás para procurar a Brie e as amigas. Erro meu.
Ao sair choquei contra um corpo, forte e seguro.
Ahh o corpo com que tinha passado a noite a sonhar ao qual o dono era nada mais nada menos do que o idiota da festa.
Senti borboletas na barriga e a minha pele arrepiou-se.
-Começo a achar que andas atrás de mim. - o olhar dele era indecifrável o que me deixava ainda mais intrigada.
-Desculpa estava distraída. - Disse educadamente.
Ele sorriu mas o sorriso dele não tinha boas intenções, nunca teve...
-Ouvi falar de ti, (e fingiu pensar, o que me fez revirar os olhos) parece que ficaste conhecida na pista de dança.
Que vergonha! Mas será possível que toda a gente me tenha visto a dançar? Só me apetecia enterrar num buraco e sair de lá no próximo trimestre... e ainda este não tinha começado.
-Eu estava bêbeda não era suposto.
-Mas eu não te deixei beber mais. - E riu-se irónico, ele estava a falar do nosso pequeno encontro e da maneira pouco simpática como bebeu a bebida que lhe pedi, sem me dizer nada.
-E quem disse que eu preciso da tua autorização? Sei o que faço. -Disse um pouco rude.
-Se fosse a ti tinha mais cuidado com o tom que usas quando falas comigo novata, não te queiras dar mal.
Ele olhou-me com os seus lindos olhos verdes e juro que derreti eram tão bonitos que por segundos esqueci-me do tom frio e assustador com que me falava.
-Alice. O meu nome é Alice Hill.
-Alice... - O meu nome na boca dele saía tão sexy, tão perigoso e misterioso. O que é que se passa comigo? Os ares de Seattle estão me a fazer mal de certeza.
A Jane tinha ido buscar o carro e estacionou à frente do café gritando para eu entrar no carro. Olhei para ele mais uma vez, provavelmente estava à espera que eu lhe perguntasse o nome, mas eu não queria saber.
Só me queria manter bem longe dele porque uma voz na minha cabeça gritava comigo para afastá-lo o mais rápido possível, afastá-lo de mim, da minha vida e especialmente do meu corpo.
Entrei no carro sem sequer me despedir, mas também ele não me era ninguém, aliás ele era sim alguém que me tinha ameaçado!
Idiota, arrogante, frio. Tudo o que eu odiava e evitava numa pessoa.
*
Tinha passado o resto da tarde a organizar as coisas para o início do ano, estava tão entusiasmada, o meu sonho ia começar e ia tudo correr bem.
-Olá pai! Como é que estás?
-Alice querida ainda bem que ligaste, estava com tantas saudades tuas! Como está tudo por aí a Jane, os quartos como é que são os quartos? Já resolveste o problema da casa de banho?
-Sempre cheio de perguntas senhor Hill (disse com um grande sorriso na cara mesmo que ele não o pudesse ver), está tudo bem e também tenho muitas saudades pai. Já resolvi o problema sim já sabes alguma coisa sobre o teu trabalho?
O meu pai ultimamente não andava muito tempo, ele trabalha numa empresa que nos últimos meses tinha começado a baixar os lucros e o patrão dele tinha inclusive despedido alguns funcionários, temia que o meu pai fosse o próximo.
Ele usou grande parte das nossas poupanças para pagar o meu sonho, era tão injusto agora estar a sofrer por isso. E vê-lo triste deixava-me desfeita.
O silêncio dele foi a resposta aos meus devaneios. Tinha sido despedido...
Mas eu ia concertar isto, iria arranjar um part-time num sítio qualquer e as coisas iam-se compor.
Ia ficar tudo bem.
Mas a verdade é que já estava tudo mal.
Vota e comenta ajuda na divulgação do livro!
Adicionem o livro também na vossa lista de leituras para não perderem nada :)