Wilder (l.s. AU Djinn!Harry)

By LarryIsMyHome

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Louis Tomlinson é sobrinho de um homem importante da nobreza que viveu recluso e protegido a vida toda, num m... More

PROLOGO
CAPITULO I
CAPITULO II
CAPITULO III
CAPITULO IV
CAPITULO V
CAPITULO VI
CAPITULO VII
CAPITULO IX
CAPITULO X - Final

CAPITULO VIII

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By LarryIsMyHome

Esse capitulo será uma mistura de emoções. Mais que os outros, acredito eu. Muito obrigada pelos comentários e carinho!

Boa leitura, Wilds!

~o~

Quando desembarcam, o capitão para Louis com uma mão gentil no ombro.

- Senhor Louis, por favor, toma isso. - o loiro pressiona uma pequena bolsa na mão dele, as moedas fazendo barulho. - Você salvou meu barco. Enquanto eu me escondia como um cachorro medroso, você encontrou a coragem de lutar. Fora isso, o Djinn foi um ótimo trabalhador. E lutou com tudo dele quando precisamos.

O capitão dá um aceno de cabeça para Harry. O Djinn devolve o aceno com a mesma atitude de indiferença de sempre.

- Vocês dois praticamente salvaram a vida de todo mundo a bordo.

- Obrigado.

Orgulho. O sentimento preenche o peito de Louis, desconhecido e quente.

Quando estão sozinhos, a cidade de Umar em frente a eles, é que se dá conta do quão grande é.

- Aqui estamos. E agora?

- Procuramos ajuda. Malik. Precisamos achar um homem nobre chamado Malik.

- Você conhece esse cara?

- Não.

- Mas sabe que ele vai nos ajudar?

- Eu espero que sim...

Lá vai de novo. A velha familiar expressão de desdém.

- E como iremos encontrar esse homem que você não conhece que pode ou não nos ajudar?

- Ele é o cara mais poderoso da cidade. Então... Procuramos pela maior mansão.

- Louis, isso é estupidez.

- Não, não é! Faz total sentido!

- Então vamos só andar pela cidade toda até acharmos a única casa que--

- Oh! Será que é aquela? - Louis o interrompe e aponta para a direção de uma enorme mansão branca com azul um pouco distante das docas.

É de longe a maior construção da cidade.

-...Você só pode estar brincando.

Eles seguem pelas ruas até estarem quase na mansão. Um portão alto de ferro com detalhes dourados circula toda a área. Uma dupla de Djinns bem vestidos estão de guardas na entrada principal.

- Hah. Olha só a cidade de "escravos livres". - Harry bufa.

Quando se aproximam, percebem que esses Djinns não estão usando bandanas de escravo.

- Eu acho que eles são contratados.

- Hah! - Harry bufa mais uma vez, mas aí parece pensar nessa possibilidade e fica extremamente quieto.

- Licença? Senhores?

- Sim?

- Estamos aqui para ver... Lorde Malik?

Os guardas trocam olhares. O silencio se estende. Louis começa a implorar mentalmente que não esteja enganado e tenha os levado para a casa errada.

- Senhor Malik não está recebendo visitas hoje.

- Mas passamos por tanta coisa para chegar aqui--

- Senhor Malik é um homem importante. Quem é você para exigir uma visita?

- Nós-- Uh, nós--

O medo impede Louis toda vez que tenta falar. Liam disse que Umar seria seguro, mas será que vai ficar tudo bem mesmo falar para esses homens quem eles são e o que querem aqui?

- Se afaste do portão, senhor.

- Escuta, esse garoto veio de bem longe--

- Diga para seu escravo se afastar também, senhor. - eles interrompem Harry.

Harry fica rígido. Fogo queimando por trás do olhar. Ele é acostumado a ser tratado assim por pessoas, mas por outros Djinns?

- O que está acontecendo aqui? - uma Djinn de tranças afro, chifres elegantes e tatuagens pelo corpo se aproxima.

- Capitã Royo! Só afastando um pessoal.

A Djinn é claramente a superior deles. Ela se coloca com toda a pose e autoridade de uma capitã da guarda real, olhos semicerrados nos dois visitantes.

- Digam seus negócios.

- Capitã, já os perguntamos--

- E agora eu que estou perguntando. Vá em frente.

- Nós viajamos um longo caminho para falar com o lorde Malik. Tudo que pedimos é por uma reunião--

- De onde vocês são?

- Uh... - Louis não sabe se deve dizer.

- Deixa eu adivinhar. Ziya?

O rapaz se impressiona.

- Estou certa, não? Vou tentar mais uma... Seu nome é Louis Tomlinson.

- C-como--

- Olha só! Sou boa nisso, não é? E você... - ela se vira para Harry, refletindo. - Henry... Larry...

- Harry. - o Djinn diz logo.

- Droga! Eu estava perto. - seu exterior rígido se desfaz um pouco quando sorri. - Senhor Louis, estávamos esperando por você.

A rigidez voltando como raio, ela se vira para os guardas.

- Abram o portão!

Com isso, ela dá as costas e entra na casa. Assim que o portão se abre, Harry e Louis a seguem. O humano acha suspeito.

- Isso parece uma armadilha para você?

- Sim.

- Certo. Bom. Desde que a gente esteja na mesma pagina.

O salão principal é incrível. Louis foi criado no colo do luxo, mas a casa do seu tio e tia não era nada comparado com isso. Um homem, que deve ser o lorde Malik, está sentado casualmente numa cadeira vermelha confortável.

O garoto se aproxima para cumprimentá-lo e para em choque. De pé ao lado do lorde moreno, está outro homem vestido com roupas de vidente. Malik deve ser mesmo insanamente rico. Porque para Louis, só reis que tinham os próprios videntes.

- Meu lorde, eles estão aqui.

- Ah! - Malik dá um sorriso largo e caloroso, abrindo os braços em boas-vindas. - Saudações senhor Louis e...

- Larry. - a capitã o informa.

- Ah sim. Claro. Saudações, Larry!

- O nome dele é Harry. - Louis corrige.

- Oh! Me desculpa, Harry. As noticias de Ziya tem sido tão conflitantes. O único detalhe consistente é que o Shah está morto e seus assassinos a solta. Agora... Algum de vocês sabe algo sobre isso?

Os olhos do lorde são calorosos, mas firmes também. Ele sabe tudo. Mesmo se não soubesse, o vidente logo diria.

- Nós não matamos o Shah.

- Mesmo? Que fascinante. Então, quem matou?

- Nós não sabemos.

- Então foram acusados no lugar de alguém? Quem faria algo assim?

- Nós não sabemos.

- Você está muito quieto, Harry. Eu gostaria de escutar seus pensamentos.

Harry não esconde a surpresa de falarem tão diretamente com ele.

- Eu não sei quem matou o velhote.

- Mas não foi o Louis?

- Eu só achei o corpo. Poderia ter sido qualquer pessoa. Poderia ter sido ele.

Louis fica confuso e Harry continua:

- Mas não foi. Ele não o matou.

- Como pode ter certeza?

- Eu sei.

- Mas--

- Eu sei. - Harry encara os olhos de Malik e não desvia, protegendo seu mestre.

Com um estalar dos dedos, Malik faz o vidente se colocar na situação. O vidente inclina o queixo de Louis para que os olhos se encontrem. Ele olha através de Louis e por um momento,o rapaz está de volta no casamento, sendo acusado na frende de todo mundo e "ninguém escuta, por que ninguém me escuta-".

Sem uma palavra, o vidente se vira para Harry. Mesmo que claramente desconfortável, o Djinn deixa o homem chegar perto, sustentando o olhar dele com confiança.

- É como eles dizem, meu lorde.

Lágrimas escorrem pelo rosto de Louis, não conseguindo impedir.

- Eles são inocentes e não sabem de nada do verdadeiro crime.

"Obrigado, Deuses. Obrigado, lorde Malik. Obrigado, vidente!" Louis agradece mentalmente. Malik os olha com uma expressão ilegível.

- Isso é bom o bastante para mim. - batendo as mãos, o lorde dá um sorriso. - Não podemos ficar parados e ver pessoas inocentes serem acusadas pelos pecados dos outros. Royo!

- Meu lorde.

- Prepare um quarto pro senhor Louis e um para o Harry.

- É para já, meu lorde. - com uma reverencia, ela se afasta.

Ainda animado de que foram finalmente provados inocentes, Louis não perde o detalhe de que Malik deu um quarto para cada um. Até a coisa mais simples como dar o próprio quarto pro Harry, mostra o quanto o pensamento desse homem está progredindo na sociedade. Ele realmente vê os Djinn como iguais.

- Vocês dois estão a salvos agora. Estou os dando a proteção oficial dessa cidade. Umar está os apoiando.

Louis solta o ar que estava segurando por semanas. Olhando para Harry, o Djinn está perplexo. Tudo nele grita que não pode acreditar nisso; não pode crer que está mesmo seguro. Mas ele quer acreditar. Louis reconhece a expressão. Já a viu uma vez, na noite que se amaram na cabine. O coração se aperta. "Acredite, Harry. Acredite em mim".

Cada um se instala no seu quarto separado. Quando a noite cai, o humano dorme sozinho, mas não se sente solitário.

Mais cedo eles tinham sido chamados para jantar com Malik. Os servos os atenderam durante a refeição. Eles eram respeitosos, mas não assustados ou limitados como um escravo seria. Malik os trata gentilmente, com respeito e isso se mostra. Louis se pergunta se algum dia Ziya se tornará assim, onde Djinns são pagos para trabalhar e tratados justamente como membros da sociedade.

Para variar, Louis não teve medo de adormecer.

Na manhã seguinte, o rapaz se veste e desce pro salão principal, se sentindo mais leve do que poderia lembrar nesses dias.

- Ah! Bom dia, Louis. Espero que tenha dormido bem - Malik cumprimenta.

- Dormi sim, obrigado.

- Está um dia ótimo. Espero que você aproveite o clima ensolarado e saia para conhecer nossa linda cidade.

A ideia é tentadora. Quando se esbarra em Harry saindo do quarto dele, pergunta se o albino quer acompanha-lo.

- Tá bom.

- Sério? - Louis achou que ele concordou muito fácil.

- Eu deveria dizer não?

- Só estava esperando uma resistência maior. Meio desapontante, na verdade. - provoca.

- Minhas desculpas.

- Ugh. Agora você está sendo agradável de proposito!

- Heh, você me pegou.

Louis sugere o mercado como o primeiro lugar e Harry não parece ser contrário a isso.

- Deve ser legal.

- Hm?

- Ter dinheiro de novo.

De repente, Louis se lembra da bolsinha de dinheiro que o capitão do barco deu para ele. A pegando do bolso, ele conta as moedas na mão. É uma quantidade decente. O garoto sente os olhos brancos no dinheiro e nele. O Djinn não diz nada, mas Louis sabe que ele está esperando o que fará a seguir.

- Toma.

Louis contou metade das moedas e as deu na mão do maior.

- Sua parte do dinheiro.

- Obrigado.

Harry guarda o dinheiro, dando tapinhas quase obsessivamente onde guardou. Quando pega o mestre o olhando, fica de certa forma orgulhoso e envergonhado.

- Eu sou legalmente reconhecido como um homem livre agora, Shahbanu. Vou poder usar esse dinheiro para uma boa causa.

...

Os dois passeiam pelo mercado, andando devagar. De barraca em barraca, Louis gosta de ver todas as coisas exóticas que nunca viu em Ziya. Até Harry parece relaxado. Distraído, o menor acidentalmente se esbarra numa mulher vindo da outra direção.

Harry o segura e equilibra, as mãos permanecendo em seus ombros.

- Desculpa!

- Sem problemas. Tenham um bom dia. - ela fala para os dois e se afasta como se o que acabou de fazer não tivesse sido surpreendente para Louis e Harry.

Ela reconheceu o Djinn como um igual. Como se fosse normal.

- Eu amo esse lugar.

Harry não diz muito, e ainda se sente fora de lugar e desequilibrado, mas está feliz. Louis pode ver.

- Mercador... Padeiro... Ferreiro... Alfaiate...

- Huh?

- Um homem livre precisa de uma profissão, não? Eu estou me perguntando qual seria a minha.

- Que tal bibliotecário? Você é bem instruído, não?

- Eu poderia ser pago...Para cuidar de livros? - o Djinn parece feliz com essa ideia.

Eventualmente a rua larga se divide para os lados de um grande chafariz de água.

- Quer se sentar um pouco? - Harry pergunta ao mestre.

- Okay.

Uma nevoa de água da fonte espirra agradavelmente nas costas de Louis quando se senta na beirada dela. Harry se senta perto, virado levemente para ele.

- Isso não é... O que eu esperava.

- Umar?

- Sim. - ele pausa por um momento, pensando. - Eu não acreditava que poderia ser verdade. Uma cidade onde Djinn e humanos vivem como iguais. Não me entenda mal. Eu consigo sentir muitos olhares desaprovadores até agora. Nem todo mundo abraça a mudança. Mas... Só de estar aqui, andando de cabeça erguida, sem me preocupar de manter os olhos no chão... Eu estava errado. Eu estava errado sobre várias coisas. - os olhos brancos encontram os azuis, os sustentando, sério e verdadeiro. - Você não é o que eu esperava também, Louis. Eu te tratei... Muito mal. Me desculpa.

- Eu... Nem sempre fiz a coisa certa. Então, me desculpa também.

Harry balança a cabeça, sorrindo.

- Já sabemos melhor agora.

Um calor se espalha por Louis. Do sol brilhando em cima deles e do sorriso bonito e aberto de covinhas do Harry.

Mais tarde, eles passam por uma barraca de joias com lindas mercadorias. Uma em particular, chama a atenção de Louis. Um bracelete com miçangas da mesma cor dos olhos do albino. Louis não sabe o que o possui - gratidão, afeição, a tristeza do conhecimento de que o tempo deles juntos pode estar chegando ao fim - mas ele tem que comprar isso para o Djinn.

O humano faz a compra em segredo, quando as costas de Harry estava brevemente virada e esconde até o momento certo.

- Harry, aqui. Para você.

- O que é isso?

- É um bracelete. Me fez pensar em você, então--

- Você quer que eu use isso?

- Uh, é um bracelete, então--

Harry se inclina para perto e sussurra.

- Você está mesmo tão perdido por não conseguir mais me aclamar como seu?

- O quê? Não, não é--

Harry pega o bracelete.

- É com isso que vai fingir que ainda sou seu? Me decorando?

O rosto de Louis cora em raiva.

- Se você não quer, então só me devolve--

Ele tenta pegar o bracelete de volta, mas Harry não larga. Como isso aconteceu? Louis só estava tentando dar um presente. O garoto puxa de novo, com força. De repente, o bracelete arrebenta e as miçangas brancas voam por toda direção.

- Não!

- Tsc.

Enquanto Louis tenta recolher as miçangas antes que saiam todas rolando, Harry se vira e vai embora, se perdendo na multidão. Louis é deixado sozinho.

...

Está ficando bem tarde. Louis tinha voltado para a mansão horas atrás. Harry não está em lugar nenhum. "E se ele nunca mais voltar? E se aquela foi a última vez que o vi?".

Batidas na porta.

O garoto corre para abrir, silenciosamente esperando que seja ele. E é!

- Posso entrar?

- S-sim, por favor.

Louis dá um passo para trás e o cacheado entra. O menor não sabe se deixa a porta aberta ou não, sem ter certeza se faria o outro se sentir preso. Harry toma a decisão por ele, fechando a porta antes de se virar de frente, a tensão contornando cada pedaço do corpo do maior.

- Escuta, eu... - o Djinn deixa no ar, cerrando os dentes em frustração.

- Eu sinto muito, Harry! Eu não-- Eu não estava pensando direito. Eu juro, eu só estava tentando fazer algo legal. Eu deveria saber como ia parecer para você. Eu não quis--

- Eu perdi meu temperamento. - Harry interrompe. - Eu... Não deveria ter feito aquilo. Você não estava tentando afirmar sua propriedade. Eu sei disso. Eu só-- As vezes, é difícil eu ver gentileza pelo o que realmente é. Estou melhorando. Pelo menos, eu acho que estou. Mas eu... Eu não acho que estou confortável para aceitar um presente de você ainda.

- Eu compreendo.

Louis não pode fingir que não o deixa meio triste, mas com certeza entende o que Harry quer dizer e respeita isso. O garoto dá um sorriso pro Djinn, esperando que pareça mais doce que amargo.

- Mas, uh... Se você não for contra...

Harry cora subitamente e fica agitado antes de mostrar a mão que estava escondida. Um colar prateado balançando do aperto de seu punho. No colar tem um lindo pingente da cor dos olhos do Louis.

- Eu gostaria se você aceitasse o meu.

- Harry. Obrigado.

Harry engole em seco, bem evidentemente.

-...De nada.

Louis estica a mão para pegar o colar, mas Harry afasta.

- Se vira?

Louis se vira e o Djinn posiciona o pingente delicado no pescoço dele, fechando atrás. Depois, as mãos permanecem, as pontas dos dedos tracejando com ternura o pescoço e ombro do menor. Louis se vira nos braços dele, se erguendo para beijá-lo. Harry estava pronto para isso, dando acesso e pousando a mão na curva das costas do menor.

Dessa vez o beijo é lento e gentil. Harry solta um pequeno "mmff" quando os lábios de Louis se afastam e os persegue, o trazendo de volta para o beijo. Louis não tem certeza de como terminaram na cama, mas com a boca do Djinn na sua, os corpos entrelaçados tão pressionados que são praticamente uma pessoa, esses detalhes tão pequenos deixam de importar.

Então, Harry não é bom em receber presentes materiais. Mas Louis se pergunta se tem outra coisa que pode dar para ele.

O humano sai da cama para se ajoelhar diante dela, apressando o Djinn a se sentar na beirada. Harry faz isso, mas a confusão clara no rosto. Quando Louis mordisca o lábio, o olhando de baixo com desejo e dando uma puxada na calça do maior... Isso retira qualquer incerteza.

- Ah--!

As mãos de Harry apertam a colcha da cama, as juntas mais brancas do que já são. As costas se arqueiam e depois se encurvam na direção de Louis, a cabeça indo tão para baixo que está praticamente apoiando na do seu mestre o dando um boquete. Mas o albino não o toca, não até Louis pegar uma das mãos dele e posicioná-la atrás de sua cabeça.

- Louis! - instantaneamente, os dedos largos apertam os fios lisos, o ancorando ali.

As coisas acabam ficando muito intensas porque logo Harry o manda se afastar, o puxando de volta para a cama e retirando o resto das roupas enquanto se deitam. Se colocando por cima do humano, o prendendo contra a cama, deixando mordidas e beijos molhados por todo o caminho até a cintura dele. E depois abaixo da cintura.

Com foco e dedicação, Harry retorna o boquete. E dessa vez, Louis que precisa de uma ancora, emaranhando os cachos longos nos dedos e o segurando perto; mais perto.

- Harry, por favor...

A noite continua por um longo tempo e quando os dois estão finalmente acabados, se deitam junto por baixo das cobertas, o sono os pegando.

...

Louis acorda quando ainda está escuro. O coração tão cheio que vai explodir quando se vira e olha o rosto adormecido e calmo do Harry. "Ele ficou. Por quê...?", seria tolo assumir que o Djinn sente algo pelo humano? Algo duradouro e verdadeiro? E se ele sente, como que...Oh.

Louis o ama.

Ele conhece esse sentimento no coração. Se o Djinn sente algo por ele... Sabe que poderia combinar com o sentimento. Se Harry quiser ficar com Louis, o humano ficará ao lado dele enquanto puder. Para sempre. Mas o que Harry quer?

Os pensamentos de Louis andam em círculos até ficar claro que ele não vai voltar a dormir. Saindo da cama, ele se veste e vai para fora clarear a cabeça. Ele anda pela mansão até chegar no salão principal. Para sua surpresa, não é a única pessoa aqui.

- Lorde Malik?

- Huh? Oh, Louis. - o lorde parece abatido, o rosto belo com linhas de preocupação. - Está com problemas para dormir?

- E-estou bem. O que está te incomodando, lorde Malik?

- Ah, não é nada.

-...

- Tudo bem. Acho que não devo manter escondido de você. Estou com problemas, Louis. - ele hesita por um momento antes de entregar um pedaço amassado de papel que estava sendo apertado por seu punho.

Louis lê o papel com olhos arregalados.

Lorde Malik de Umar, o povo de Ziya ficou ciente de que você está abrigando um par de fugitivos perigosos, procurados pelos crimes de traição e assassinato.

- Não...

Entregue os criminosos em nossa custódia e Ziya não tomará medidas contra você ou Umar. Continue impedindo a justiça e acontecerá uma guerra entre nossas cidades.

- Não, não...

Chegaremos nessa semana. Assinado, Capitão Hamza da guarda de Ziya.

- O que... O que isso significa?

- Para Umar? Guerra. Para mim? Suicídio politico. Para você? Bem... Se eu te entregar para eles, minha cidade e reputação ficarão a salvo. Você será certamente executado. Se eu os desafiar e continuar te protegendo... O dano poderia ser irreparável.

Louis sente o panico crescendo dentro de si e tenta se conter.

- Devemos-- Devemos ir embora? Para onde iriamos? Eu tenho que contar para o Harry--

Louis se vira para correr de volta para o quarto, mas Malik o impede. O moreno o envolve nos braços, abraçando forte e pressionando o rosto do menor no peito. Sussurrando na orelha de Louis, parece tão calmo como sempre:

- Eu não quero te abandonar, Louis. Eu ainda posso ajudar. Posso te manter seguro.

É quase bom demais para ser verdade. Lágrimas de gratidão surgem nos olhos azuis.

- Mas isso pode acabar comigo. Financeiramente e politicamente... Pode me arruinar. Eu vou te proteger... Mas precisarei de algo em troca.

As sobrancelhas de Louis se unem, o rosto ainda pressionado no peito do lorde.

- O que você precisa?

- Eu quero o Harry.

Louis fica rígido.

- O-o quê? Por quê?

- Alguém me informou recentemente o quão valioso ele é. Um dos únicos albinos que restam nesse mundo. Ele é possivelmente o único.

A mente de Louis gira, ofensa coberta apenas pela confusão.

- Mas não existem escravos aqui em Umar.

- Ele não seria um escravo. Ele seria o mesmo que o resto dos meus funcionários. Débito por contrato.

- Débito? Você quer dizer que esses Djinn ainda são--

- Eles não são escravos, mas todos tem débitos a pagar. Harry pode pagar seu débito, trabalhando para mim. Depois que for pago, ele pode sair daqui como um homem livre.

- Não posso vender Harry para você. Ele não é mais meu escravo.

- Na verdade... Ele é.

- O quê?!

- Você nunca assinou os papeis oficiais. Ninguém, nem as pessoas de Umar, vão reconhece-lo como um homem livre sem aprovação oficial. Legalmente, você ainda é o proprietário. Transfira isso para mim e eu assinarei os papeis dele, com o débito propriamente estipulado, claro.

Louis sai de perto e olha para o rosto do moreno. Finalmente pode enxergar por trás do rosto bonito e do papel de herói. Agora enxerga o calculismo e hipocrisia que o tornou um homem tão poderoso. Ele ganha os corações e mentes com sua retorica de anti-escravidão, mas não libertou os Djinn.

Só os prendeu com débitos ao invés de correntes.

- Você é uma fraude. Você é um mentiroso. Você é um-- Um traficante de escravos.

Malik não parece se afetar pelas palavras dele.

- Bom, a oferta está feita. Durma com ela. A alternativa é morte para vocês dois, então por favor... Pense cuidadosamente.

Com isso, o lorde se afasta, o deixando sozinho. Tremendo de medo e raiva.

Louis se sente tão estupido por se permitir começar a pensar que não estava tão perdido. Harry ainda está adormecido quando o outro retorna para o quarto. Deslizando pro lado dele, escuta o Djinn se remexer e se preocupa de tê-lo acordado. Mas simplesmente se mexeu, olhos ainda fechados e braço esticando para puxar Louis mais perto.

O coração do rapaz se quebra, "Oh, Harry...".

...

Quando o sol nasce, Louis não tinha dormido. Só conseguiu ficar acordado a noite inteira pensando num plano. E é possível que talvez tenha um. Mas para isso funcionar, tem que mentir para Malik. Isso não é um problema. Já o vidente dele...

Louis escutou falar que alguns videntes são propositalmente enganados ou acidentalmente desentendem as coisas que leem nas pessoas. Porque eles capturam emoções fortes e memorias, e às vezes pegam o pensamento mais obvio que esperam ver, e não o que realmente precisam. Pelo menos, é o que o seu tio contou uma vez.

Então, se Louis mostrar para o vidente o que ele espera ver, talvez o homem não procure mais fundo. Enganar um vidente não é uma tarefa fácil. Talvez seja mesmo impossível. E para alguém como Louis, que nunca tentou isso antes? É um plano bem terrível. Mas é tudo que tem.

- Mm... - Harry se espreguiça e acorda, a pele de um prateado dourado na luz da manhã.

Louis achou que o Djinn se surpreenderia em vê-lo ali, mas ele não se surpreende nem um pouco. Harry o puxa para perto, se aconchegando no pescoço do menor e dando um beijo na pele. De novo o coração de Louis se quebra. O albino finalmente tinha o aceitado. E agora precisa enganá-lo.

Será difícil o suficiente um deles enganar um vidente, quanto mais os dois. Não pode falar do plano.

Sem fazer ideia do conflito interno do mestre, Harry continua a distribuir beijos pelo pescoço dele, pressionando o nariz na curvatura e inalando o aroma. De repente, o Djinn para. Ele se afasta e olha Louis nos olhos.

- Você está com o cheiro dele.

- Oh--!

Louis se lembra do quanto Malik se aproximou na noite passada, o quão apertado o abraçou e como os lábios dele roçaram na orelha do garoto enquanto dizia toda aquelas coisas terríveis.

- Não é-- Eu esbarrei nele ontem a noite e--

- Ontem a noite? Quando?

- D-depois... Mm...

- Depois que nós-- Esquece.

Louis não sabe se consegue realmente deixá-lo no escuro desse jeito. Ele pensa em contar tudo.

- Harry, eu--

Batidas na porta. Ela se abre, revelando capitã Royo, alta e implacável como sempre.

- Se vistam. Vocês dois foram convocados para o salão principal.

Louis e Harry trocam olhares. Harry está perplexo, mas Louis? Louis sente o estomago revirar em nós. Eles chegam no salão encontrando Malik de pé, os esperando. O vidente está ao lado. Estão cercados por um numero de guardas Djinn. O pulso de Louis se agita.

É isso.

- Perdoe minha pressa, Louis. Mas simplesmente não posso prolongar mais. Qual sua resposta?

Encurralado, Louis olha desamparado para o albino. Os olhos brancos o sustentam com confusão e cautela. O humano não tem escolha. Tem que executar o plano agora.

- Malik. Você vai mesmo me proteger?

- Eu prometo.

-...Você pode ficar com ele.

Louis não consegue olhar para Harry. Nem precisa. Pode sentir o olhar do albino independente disso. Sentir quando muda de confusão para descrença para traição para...

- Não... Não!

- Excelente. Peguem-no.

Malik instrui dois guardas maiores que avançam para agarrar Harry.

- Tirem suas mãos de mim! - o Djinn luta de volta.

Claro que luta.

Mais dois guardas correm para ajudar a conte-lo.

- Harry... - arrependimento e incerteza atravessam Louis, mas ele sente o olhar do vidente assistindo Harry intensamente.

Louis põe a barreira mental imediatamente, bem na hora que o vidente olha para ele. O rapaz tenta se afogar em toda memoria ruim que teve com Harry, toda vez que o cacheado o insultou, abandonou, machucou e distanciou. Tenta acobertar o amor que sente por ele.

Finalmente, o vidente desvia o olhar, aparentemente satisfeito. Harry continua a resistir os guardas que tem os braços dele firmemente restringidos.

- Levem-no para a masmorra. Deixem ele sentar atrás da cela até essa violência sair do sistema.

Os guardas arrastam Harry para fora. A cabeça do Djinn se vira para trás, procurando por Louis. Olhos selvagens e cheios de ódio.

- Traidor! Louis, você é a porra de um traidor!

Parece que Louis conseguiu convencer todo mundo. O garoto espera Malik o dispensar e voltar para o quarto. Com a porta fechada, pode finalmente se despedaçar. Ele se joga no chão, apoiado nos joelhos. A respiração sai em arfadas fundas e fortes que se recusa a transformar em choro.

- Me desculpa... Me desculpa... Espera por mim, Harry. Eu não vou te abandonar.

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