48 HOURS

By yixiuminn

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"Depois de 48 horas, somente um garoto estará vivo nessa casa." More

TEASER
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
EPÍLOGO
ANÁLISE DA AUTORA
ANÁLISE EXPLICATIVA
FANARTS

PRÓLOGO

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By yixiuminn

Ultimamente o tempo em Los Angeles anda ensolarado e agradável, mas ainda assim, não há uma queda significante no número de pacientes visitando minha clínica. Como sempre, minha secretária reclama sobre sua profissão não ser valorizada mesmo sendo importante, entre os pequenos intervalos que tem enquanto atende telefonemas. Os pacientes mantêm seus silêncios ensurdecedores, bebericando água enquanto as plantas crescidas demais se enrolam em suas delimitações escassas.

Eu sou um psicólogo, 42 anos, ainda solteiro e vivo na América por mais de dez anos até então. No geral, não tenho muitas insatisfações ou expectativas de mim mesmo.

Nos meus dias de colégio, Los Angeles já não era tranquila. Mas isso, claro, não tem relação com a minha escolha de cursar psicologia. De qualquer forma, ao selecionar meu doutorado, não pude me esquivar do meu interesse. Eu diria que a escolha de psicologia criminal teve muito a ver com minha paixão pela coordenação psicológica entre maridos e mulheres.

Não me leve a mal, não quero desrespeitar as responsabilidades da minha ocupação, mas a maior parte do reconhecimento que tenho vem porque eu entendo que viver não é fácil.

Eu era (e ainda sou) um fornecedor bem satisfatório, fazendo uso de minhas habilidades profissionais para ganhar as almas dos demônios e depois vendê-las para Satã. Isso, obviamente, não inclui minha própria alma.

Minha alma não precisava de nenhum resgate, eu a concedi diversão ilimitada no inferno e desse modo acabei aprendendo sobre dor. Esse povo da polícia não precisava saber da minha orientação sexual, não seria benéfico para o meu "negócio" e os faria pensar em mim como um psicólogo com problemas psicológicos.

No começo do ano passado, eu pretendia reduzir minha cooperação com eles, porque a grande quantidade de pacientes particulares resultou em falta de atenção para mim mesmo. Eu definitivamente não pedi pela pressão horrível de eventualmente precisar do trabalho de outro psiquiatra.

Entretanto, na última semana, um caso mais grave apareceu, envolvendo numerosos homens descendentes de asiáticos. Isso pode ter acontecido devido ao caso peculiar e minha forte relação psicológica com asiáticos, mas quando David, o inspetor de polícia de quarenta anos me telefonou para um convite, não recusei.

Falando de modo simples, um grupo coreano jovem e popular veio para Los Angeles na última sexta em preparação para uma tour de shows, algumas entrevistas e uma série de filmagens de videoclipes. Eles desapareceram no momento em que desembarcaram do avião; o pessoal da companhia local que esperava recebê-los não os viram, e o pessoal que os acompanhava os perderam enquanto saíram por um corredor diferente. Eles perderam contato desde então.

"Só ouvi duas pessoas chamando o nome de um dos membros." Um organizador local disse.

Foi somente até ontem, numa manhã de terça-feira, que a polícia localizou alguns garotos na casa de campo de uma fazenda suburbana.

Infelizmente, quando foram encontrados, apenas um homem estava vivo. Sentado no banheiro, tentando engolir enormes quantidades de pílulas para o coração.

"Esse garoto é como você, ele é chinês." Disse Mike, o estagiário, pra mim.

Evidentemente tendo sofrido uma intensa quantidade de estimulação mental, o garoto se recusou a comunicar-se com as pessoas desde que fora descoberto pela polícia.

O pior é que ele era a única pessoa que sabia da história inteira. Ao mesmo tempo em que ele era uma vítima ele era também o principal suspeito. Além do autismo temporário, ele demonstrou sinais óbvios de mudanças de humor e tendências violentas. Ontem, ao receber uma caneta para preencher um documento de identificação, ele tentou agredir o policial. Devido à natureza altamente sensível desse caso, ele agora está sendo mantido em uma sala de monitores durante todo o dia.

Embora seu cabelo esteja desgrenhado e ele tenha passado pelo menos dois dias sem fazer a barba, eu ainda teria que admitir que Deus lhe deu uma aparência e estatura marcantes. Se eu não soubesse de antemão que ele era de um grupo coreano, eu teria usado a expressão "divinamente surpreendente" para descrevê-lo.

Era cegamente óbvio que Deus tinha uma preferência por ele, além de abençoá-lo com uma boa aparência, ele também foi abençoado com a chance de manter sua vida.

Seu nome chinês é Wu Yifan, seu nome inglês é Kris. Vinte e quatro anos de idade, os pais se divorciaram cedo e viveu por um curto período de tempo no exterior. Heterossexual e teve várias namoradas. A julgar pelo currículo, seu histórico familiar é bem rico, com educação superior, sem histórico médico, sem cirurgias plásticas, sem dependência de drogas e sem antecedentes criminais. Ele parecia ter uma personalidade levemente inclinada ao estrelato. Suas habilidades interpessoais pareciam normais e até era líder de um grupo musica. Não possuía tendências autistas.

A maioria das mortes confirmadas era de nacionalidade coreana, havia apenas três homens como Kris: etnicamente chineses que mais tarde se desenvolveram na indústria de entretenimento coreana. Mike me entregou uma foto em grupo tirada no show deles em Tokyo, eles pareciam intimamente próximos e semelhantes entre si. De acordo com o julgamento terrível dos europeus em relação aos asiáticos, eles definitivamente não conseguiram descobrir quem era quem.

"A julgar pela hora da morte, essas quatro devem ter acontecido durante as últimas 18 horas." Mike separou quatro fotos da cena do crime e as colocou na minha frente, essas fotos tinham seus nomes ingleses respectivamente escritos à tinta. A esse ponto, as letras eram até mais reconhecíveis do que em comparação com seus rostos.


"Chanyeol, encontrado em um armário no primeiro andar da casa. Causa da morte identificada como múltiplas facadas no abdômen, a arma suspeita é um adereço de mágica." Ele apontou para a espada retrátil na foto. "A arma suspeita deve ter atravessado a porta do armário e depois o abdômen da vítima, causando assim a morte." O garoto na foto parecia ser relativamente alto, seu cabelo amarrado em um pequeno rabo de cavalo, o corpo levemente torcido com mechas soltas de cabelo em seu rosto.

"Luhan, chinês, o único a ser encontrado quase do lado de fora." Os dedos finos de Mike apontaram para a segunda das quatro fotos. "Parece que ele tentou escalar a chaminé, mas, infelizmente, os lençóis que usou eram feitos de tecido e não conseguiram aguentar seu peso... estouraram facinho." O rosto do garoto na foto estava ileso e ele parecia totalmente limpo. Mike pareceu estar terrivelmente sentido com o fracasso desse único fugitivo. "Eu não entendo, a corda de plástico no meio do primeiro andar era bem mais resistente do que uns retalhos do lençol de cama. Por quê? O que ele estava pensando?"

"Você pode perguntá-lo." David disse abruptamente por trás. Eu tinha trabalhado com ele inúmeras vezes, e rapidamente estendi minha mão. "Faz muito tempo desde que nos vemos, velho amigo." Ele sorriu e apertou minha mão. "Aquele garoto é o caminho mais curto." Apontando para o sobrevivente sortudo na sala de controle, "Se você conseguir falar com ele, vou te convidar para uma viagem de esqui no Canadá."

"Estou sinceramente grato pela sua generosidade, mas..." Digo tocando meu nariz. "Você não deveria estar me honrando com uma viagem ao Havaí do último caso antes mesmo de falar sobre isso? Além do mais..." Observei Kris continuar quieto, imóvel. "Você sabe que eu sempre fui incapaz de me comunicar sobre trabalho com crianças, ainda mais uma criança tão bonitinha."

"Sua fase adorável já acabou, especialmente se ele continuar com esse silêncio." David dava tapinhas em meu ombro, "Este é o seu trabalho, mestre vendedor de almas. Deixe-me ver sua expressão obediente enquanto ele relembra o caso." Disse enquanto saía pela porta.

"Alguém já te disse o quanto você é doente?" Falei brincando.

"Mas é claro." Assentiu com a cabeça. "Minha esposa me diz isso todo dia, é muito estranho que você tenha percebido também." Ele disse enquanto piscava os olhos.

"Vai pro inferno." Expulsei-o novamente e me virei para encarar Mike. "O seu líder te tortura assim todos os dias também?"

"Não, é só você." Mike disse atrevidamente enquanto levantava as sobrancelhas. "Oh, lá está o Senhor Sobrevivente."

"Abusando de prisioneiros? Você precisa saber que isso é discriminação racial." Brinquei e cutuquei Mike com o meu braço.

"Ah, qual é, ele abusa de nós.",Mike diz, "A expressão desse garoto fica assim o dia todo, tão sem emoção. Como um mudo. Nós assistimos aos seus videoclipes antigos no computador do escritório, eles estavam cantando e dançando como pangarés, eu realmente não consigo imaginar que é a mesma pessoa."

"Ei, ele ficou sozinho num ambiente com tantas pessoas mortas por pelo menos cinco horas. Se fosse com você, também teria virado um pangaré morto." Rebati.

Mike sorriu com sua boca torta. "Pangaré morto? Se eu aparecesse um pouco depois ele teria partido para o céu com um estômago cheio de pílulas para o coração. Oh, ou talvez para o inferno."

"Você está realmente duvidando dele?" Eu disse. "Eu prefiro a metamorfose do humor negro."

"Talvez." Mike estreitou os lábios e balançou a cabeça. "De qualquer jeito, ele realmente precisa colaborar com a gente. Olhe pra ele, coberto de espinhos como um leão que teve suas garras e dentes arrancados."

"Leão ou um filhote?" Eu disse.

"Um homem de vinte e quatro anos parece jovem para você?" Mike inclinou a cabeça.

"Oh, não. Eu gosto de pessoas maduras. Pra ser exato, se alguém dessa idade se tornasse meu amante, eu me sentiria um criminoso." Disse.

"Ah, vamos..." Mike sacudiu a cabeça, desacreditado. "Eu não me envolvo com mulheres acima de vinte e quatro anos."

"Oh, certo. Eu esqueci que você era um filhote." Sorri para ele, e antes que pudesse responder, peguei outra foto, "Quem é esse? Seu tom de pele é...sexy. Quero dizer, comparando com os outros."

Mike me encarou e balançou a cabeça, continuando seu trabalho. "Jongin, coreano, também é um dos quatro mortos durante as últimas 18 horas." Meus olhos percorreram toda a foto e escutei o discurso incessante de Mike. "Antes de sua morte ele pareceu estar envolvido em uma briga violenta, o golpe fatal foi o impacto em seu pescoço. Esse parece ser interessante...", Mike sorriu. "Até o último segundo, ele ainda tinha em suas mãos esse botão bege, provavelmente arrancado da camisa daquele garoto." Ele apontou para Kris devaneando e largado na cadeira. "As partículas de pele em suas unhas também pertencem ao nosso único sobrevivente."

Concordei com a cabeça. Filhotinho, você pode estar encrencado.

"Yixing, chinês, vinte e três anos de idade, morte por sangramento excessivo." Mike pegou a foto de baixo. "Sua hora de morte foi bem recente, parece que foi o último."

"Isso é uma foto de ensaio fotográfico?" Perguntei.

"Isso é uma foto da cena do crime, agora, sobre parecer um ensaio fotográfico..." Mike virou-se para encarar Kris. "Você teria que perguntar pra ele."

À primeira vista, parecia uma capa de revista. O garoto chamado Yixing estava sentado na cadeira do quarto de frente para a janela. No sol meio brilhante, o rosto tranquilo, boca e até o sorriso esboçado não revelavam nenhuma forma de dor. Julgando pela foto, ele parecia um adolescente dormindo sob o sol, se não fosse pelas marcas rasas de corte em seu braço direito, e a trilha de sangue no tapete vindo do pulso e seguindo em direção à porta.

"Cortes dessa profundidade não costumam causar morte, mas para pessoas que naturalmente sofrem de grave coagulopatia congênita, é difícil dizer." A voz de Mike explodiu. "Sem resgate médico imediato e fornecimento de sangue, a probabilidade de ele perder a vida é 100%."

"Isso é suicídio?" Perguntei.

"O que você acha?" Mike disse.

"Eu não sei." Balancei a cabeça. "Não sou um profissional, estou apenas seguindo minha intuição..." Eu respondi. "Olhe para sua expressão, ele parece tranquilo." Apontei para a foto.

"É verdade, ele realmente parece. Mas..." Mike pegou uma foto do banheiro. "A causa da morte parece ser um pedaço de espelho quebrado, tudo tinha as marcas digitais do Kris. Obviamente, Kris poderia ter tentado tirar a própria vida antes." Mike apontou para o lado da banheira. "Ele formou um padrão realmente bizarro com os cacos do espelho, provavelmente já estava em um estado mental muito instável."

Virei a foto para ver um polígono torto. "Também, Kris estava usando dois relógios em seu pulso esquerdo, um preto e branco, e o outro rosa. Dois de estilos totalmente diferentes." Mike lembrou-se. "Ambos não estavam funcionando, ambos pararam em horários diferentes."

"Na pia, um endereço e um número de telefone escritos em chinês foram colocados." Mike continuou. "Provou-se que o número e endereço eram da família do garoto chamado Luhan em Beijing."

"Ainda há muitos detalhes para serem explicados, como o enorme buraco em cima da máquina de Dance Revolution e o tal garoto Sehun que caiu do porão até a morte, e logo ao lado havia um trampolim." Mike disse. "Além disso, esse cofre vazio que está de alguma forma ligado a um cubo mágico... É a primeira vez que vejo um cubo mágico guardado em um cofre com senha."

"Dois pequenos caracteres chineses também foram encontrados no extremo inferior direito do espelho do banheiro do segundo andar..." Procurei pela foto nas mãos de Mike e examinei cuidadosamente, as duas palavras significavam... "Saia rápido."

"Esse garoto chinês chamado Tao deixou suas impressões digitais no extremo inferior esquerdo do espelho de centro." Mike folheou as fotos e disse, "Ele morreu com um golpe no abdômen, arma do crime suspeita de ser uma garrafa de vodca quebrada."

"Local da morte?" Perguntei.

"Na sala de estar." Mike disse.

"E o resto?"

"Eu já falei demais." Mike encolheu os ombros. "Você sabe que temos nossas regras e regulamentações para seguir." Ele me encarou sentido. "Você não é um dos nossos funcionários."

"Eu entendo." Fiquei em silêncio por um momento. Juntei as fotos em um bolo. "Obrigado por explicar, foi mais detalhado do que das últimas vezes." Sorri e olhei para Mike.

"Eu não disse nenhum detalhe extra, você que ouviu tudo mais detalhadamente que o normal." Mike piscou os olhos.

"Tudo bem então, eu admito." Baixei minha cabeça e ri um pouco.

Embora digam ser justo, ou algo do tipo, existe essa imensa desigualdade. A destruição de uma jovem e bela vida que é muitas vezes mais do que lamentável, pela escolha de Deus de deixar uma pessoa viver e os outros morrerem.

"Uma última pergunta." Levantei a cabeça e soltei. "A última sexta-feira foi um dia especial? Um feriado religioso...?"

Mike olhou pra mim e balançou a cabeça. "Para eles, era uma data que vale a pena lembrar. Foi perto do segundo aniversário de estréia do grupo."

"Você sabe tudo isso?" Olhei para Mike.

"Eu não deveria, mas há certos detalhes que preciso saber." Disse.

"Tudo bem, não falo mais nada. Eu cometi um erro." Mostrei um sorriso compreensivo. "Quando posso falar com ele?" Olhei para baixo e comecei a organizar os documentos.

"Quando estiver pronto." Mike olhou para mim novamente, colocou os arquivos e fotos em suas mãos. "No entanto, você deve me informar com trinta minutos de antecedência, porque tem alguns trabalhinhos chatos e tediosos." Ele então andou até a sala de controle.

"Pronto pra trabalhar?" Perguntei por trás.

"Ah, você só pode estar brincando. Ele tentou atacar um dos nossos colegas. E você..." Ele me olhou de cima a baixo, "Um doutor tão gentil e fraco, não quero que se torne uma pessoa dessas fotos."

"Eu estou no lugar mais seguro da cidade." Pisquei em sua direção. "O senhor gentil e fraco aqui tem uma mágica que a maioria de vocês não tem."

Balançando a cabeça ambiguamente, Mike voltou para dentro da sala. "Sinto muito, o dever chama. Além disso..." Ele deu as costas novamente. "Não mencione mágica para mim ou vou acabar suspeitando de você."

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