New security ❄ Im Jaebum

By yOverthrow

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Nalu Holyn Wright é uma garota mais que astuta. Filha do tão reconhecido prefeito da cidade e ainda no início... More

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Bracelete azul

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- Você está estranha. - meu segurança murmurou, do outro lado da mesa. Nós dois almoçávamos em um restaurante pouco movimento, já que as notícias da delegacia haviam se espelhado como um raio, e tudo o que eu precisava manter no momento era descrição.

- Ser estranha é um dos meus vários charmes. - disse, pegando sem pedir um pedaço da batata frita que estava em seu prato e colocando-o na boca. Como era possível que ele estivesse percebido que algo estava errado comigo?

- Não resmungou quando eu disse que viria junto com você, não me chamou de amigão nenhuma vez sequer desde que acordou, não implicou com meu cigarro quando me viu fumando do lado de fora do jardim... - ele parou de falar, cruzou seus braços e me lançou um olhar bastante desconfiado antes de voltar a falar: - O que está acontecendo com você, Nalu? Se não fosse pelo seu enorme apetite, eu iria supor que você está doente. Mas não é isso.

- Digamos que eu estou tentando ser uma pessoa melhor. - disse.

Erguendo uma sobrancelha, nem um pouco convencido, meu segurança informou:

- Ser uma pessoa melhor não significa deixar de ser você mesma.

- Isso quer dizer que você gosta do meu "eu" irritante? - perguntei, com um pequeno sorriso nos lábios.

- Não foi isso o que eu quis dizer.

- Ah, mas foi exatamente isso o que eu entendi. - coloquei mais algumas fritas na boca, vendo-o revirar seus olhos e beber um gole do energético em sua mão.

Eu não queria que ele achasse que eu estava de fato, agindo de forma estranha, pois isso significava que meu segurança possivelmente iria pegar mais no meu pé durante o dia todo, o que seria um porre. Entretanto, eu não conseguia evitar agir de forma diferente, já que era exatamente isso o que acontecia quando eu estava pensativa. Eu ficava mais quieta, e esquecia de todos os acontecimentos a minha volta, para focar apenas em um problema ou situação principal. E no caso, o problema principal de hoje, era: a boate.

Havia dito que não iria me encontrar com Mark, isso era um fato, mas por que não conseguia parar de pensar nisso? De tirar a possibilidade de ter meu celular de volta da cabeça?

- Nalu? - a voz do meu segurança me tirou de mais um, dos vários transes que eu estava tendo durante o dia.

- Oi? - perguntei, voltando minha atenção a ele.

- Por acaso escutou o que eu acabei de falar?

- Claro que eu escutei.

- Sério? Então o que foi que eu disse?

- Você disse que gosta de quando eu provoco você e se sente solitário quando eu não faço isso. - falei, aparentando uma certeza absurda. Se encostando na cadeira e olhando em direção a janela de vidro do restaurante durante alguns segundos, meu segurança soltou um sorriso incrédulo. - Não foi isso que você disse? - tentei parecer confiante, mas a expressão em seu rosto me faziam falhar drasticamente.

- Não, não foi isso.

- Bem... então o que foi?

- Eu disse que você deveria parar de guardar os problemas para si mesma, e contar para os outros quando algo de errado, triste ou desconfortável está acontecendo na sua vida. - ele falou, após voltar a me encarar. - Não guarde as coisas sempre para si mesma, pois isso nunca é bom. As dores internas conseguem nos consumir de maneira bizarramente forte.

Sempre fui tão acostumada a deixar os meus problemas de lado para cuidar dos de outras pessoas, que quando algo muito sério acontecia em minha vida, eu apenas deixava para lá. Ignorava. Fingia que não era algo grave, mesmo quando isso consumindo o fundo da minha alma.

- Não estou guardando os meus problemas para mim mesma. - disse, tentando convencer mais a mim mesma, que ele.

- Então por que está tão pensativa? - ele perguntou. - Digo, é óbvio que você pode ficar quieta desse jeito sempre que quiser, até porque será bastante tranquilo para mim, mas eu sinto que tem algo a mais do que um simples "momento de reflexão".

- Sabe, você é estranho. - disse, tentando mudar de assunto. - Uma hora me trata como uma criança e briga comigo, outra hora fala coisas como essas, em uma tentava de me incentivar. Por que faz isso? - comecei a mexer no canudinho do sucoesperando que meu segurança respondesse a minha pergunta, mas não exatamente isso o que ele fez.

- Aonde conseguiu isso? - perguntou, com sua voz calma.

- O suco? Bem, é óbvio que eu...

- Não, o suco não, esse bracelete. - ele apontou para o bracelete azul que eu usava em minha mão direita, e ergui uma sobrancelha confusa, encarando-o. Seus olhos, surpreendentemente, pareciam bastante interessados.

- Ganhei de um amigo quando tinha oito anos de idade. - respondi, sorrindo enquanto olhava para o bracelete. - A gente meio que fazia o mesmo cursinho, mas ele foi embora quanto eu me senti capaz de me aproximar dele. 

Quando eu era mais nova, costumava observar um garoto que passava pela rua da minha antiga casa todos os dias da semana. Sempre no mesmo horário, ele caminhava tranquilamente, sem ligar ou prestar atenção nas pessoas ao seu redor. Parecia ansioso e focado demais para isso.

Esse seu modo sempre despreocupado e focado de agir me fazia querer falar com ele. Entretanto, seu rosto sério e bastante objetivo me deixava com medo de puxar assunto e ser respondida de forma dolorosa.

Por conta dessa minha covardia idiota, enquanto o tempo passava e passava... eu precisei, consequentemente, parar de observa-lo quando comecei o cursos de artes e nossos horários pararam de se bater. No começo, me senti bastante triste. Tinha abandonado algo interessante, por algo que me fazia sofrer diariamente, já que meus colegas não eram tão receptivos assim quanto eu pensava ser. Entretanto, ainda assim, minha paixão pela arte me fez continuar, embora o preço disso fosse parar de observar o garoto desconhecido.

Em uma dessas minhas aulas de arte, o professor no pediu para desenhar algo que nós gostávamos bastante, mas não possuíamos certeza se iriam nos fazer bem futuramente.

Me recordo que algumas crianças desenharam batatinhas fritas, andar na rua enquanto chovia, abraçar um cachorrinho enquanto espirrava por ser alérgico, e quando chegou na minha vez... bem, quando chegou na minha vez ninguém entendeu o meu desenho. Isso porque eu havia o desenhado. O garoto desconhecido.

Confuso, o professor perguntou o motivo de eu ter desenhado alguém, ao invés de algo, e naturalmente, eu respondi: "Pessoas também podem nos deixar confusas em relação a nos fazer bem ou não". E apesar da leve tristeza expressa em seus olhos ao escutar minha explicação, meu professor me deu um dez, e disse que se eu quisesse, conseguiria ser uma grande artista.

Uma pena que o que era para ser um grande dia feliz, tornou-se um pesadelo quando o cursinho acabou e o professor foi embora, me deixando sozinha com meus colegas de classe, que frustados por não conseguirem a nota máxima, pegaram meu desenho, o rasgaram, e logo depois saíram da sala, felizes, enquanto eu me afundava em lágrimas.

Nunca gostei de fazer a mesma coisa duas vezes. Para mim, meus primeiros desenhos, apesar de rabiscados demais ou com traços demais, ou até mesmo pintados demais, sempre eram mais bonitos e mais significativos do que cópias. Fazê-lo e refazê-lo era algo que eu nunca gostava, pois o segundo desenho nunca me causava tamanha êxtase, quanto o primeiro, apesar de muitas vezes bem melhores e traçados.

Não sei por quanto tempo fiquei chorando dentro daquela sala vazia até de repente pegar no sono por causa do cansaço, e também não fazia questão de lembrar. Entretanto, apesar dos vários anos que se passaram, eu ainda me recordo, e provavelmente iria me recordar para sempre, do momento em que a porta se abriu e ele adentrou a sala de aula com os pedacinhos do meu desenho perfeitamente encaixadinhos com uma fita transparente em sua e pediu desculpas pelo comportamento dos meu colegas, mesmo eles sequer sendo próximos dele.

Sua voz, calma como uma canção de ninar, me deixou com ainda mais vontade de chorar. Não por tristeza, claro, mas sim por vergonha. Eu me sentia envergonhada demais por estar vendo-o daquela forma tão patética, e o sentimento só aumentou, quando ele se abaixou e sorriu para mim e perguntou: "Posso ficar com o desenho? Eu gostei, você tem talento."

Sem saber o que fazer, apenas acenei, sorrindo fraco, e vendo-o alargar um pouco mais seus lábios, ao dizer: "Já que aceitou, não posso ir embora sem antes de dar algo também." Pegando uma de minhas mãos, ele colocou um belo bracelete azul lá e disse, antes de sair da sala: "Você tem talento, então não deixe se afetar por coisas como essa. O mundo por si só é uma competição diária. Seja forte".

E desde aquele dia, eu não o vi mais. Óbvio que tentei saber mais sobre ele sobre os professores do colégio, que apenas respondiam que não podiam dar informações confidências sobre seus alunos, mas confirmaram que ele era um estudante de lá, que estava faltando as aulas por problemas familiares.

- Nalu? Pelo amor de Deus, em que mundo você está vivendo hoje? Marte? Saturno? -a voz do meu segurança, dessa vez, soou um pouco irritada. - Você novamente não escutou o que eu acabei de dizer, não foi?

- Claro que escutei. - afirmei novamente, mesmo sabendo que era uma bela mentira. - Dessa vez, você disse que precisa de mim sendo alegre e divertida para equilibrar a sua chatice.

- Ou tirar minha paciência. - ele murmurou. - De qualquer forma, dessa vez eu não vou repetir o que falei.

- Bem, não deve ser nada importante então. - dei de ombros.

Semicerrando seus olhos, ele encarou meu bracelete por alguns segundos novamente, e de um jeito um pouco estranho, disse:

- Você mudou bastante.

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Desculpa o capítulo grandão!!!

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