Orgulho e Preconceito (1813)

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Obra da inglesa Jane Austen. Mer

CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO 25
CAPÍTULO 26
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
CAPÍTULO 30
CAPÍTULO 31
CAPÍTULO 32
CAPÍTULO 33
CAPÍTULO 34
CAPÍTULO 35
CAPÍTULO 36
CAPÍTULO 37
CAPÍTULO 38
CAPÍTULO 39
CAPÍTULO 40
CAPÍTULO 41
CAPÍTULO 42
CAPÍTULO 43
CAPÍTULO 44
CAPÍTULO 45
CAPÍTULO 46
CAPÍTULO 47
CAPÍTULO 48
CAPÍTULO 49
CAPÍTULO 50
CAPÍTULO 51
CAPÍTULO 52
CAPÍTULO 53
CAPÍTULO 54
CAPÍTULO 55
CAPÍTULO 56
CAPÍTULO 57
CAPÍTULO 58
CAPÍTULO 59
CAPÍTULO 60
CAPÍTULO 61

CAPÍTULO 27

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 Janeiro e fevereiro se passaram com eventos não maiores do que aqueles na família de Longbourn, se não com pequenas alterações além das caminhadas até Meryton, às vezes enlameadas, às vezes frias. Março deveria conduzir Elizabeth até Hunsford. Primeiramente, ela não tinha levado a sério a ideia de ir até lá; mas logo soube que Charlotte confiava no plano e, aos poucos, foi considerando-o com mais prazer, assim como com maior certeza. A ausência fizera aumentar a vontade de ver Charlotte outra vez e enfraqueceu seu desgosto por Mr. Collins. Havia novidade no esquema e como, com tal mãe e tais irmãs pouco sociáveis, o lar não seria isento de falhas, uma pequena mudança não seria indesejável para o seu próprio bem. A viagem lhe proporcionaria, além do mais, uma espiada em Jane; e, em suma, enquanto se aproximava a hora, ela lamentaria muito qualquer demora. Porém, tudo correu tranquilamente e ela foi acomodada de acordo com a primeira ideia de Charlotte. Ela ia acompanhar Sir William e sua segunda filha. A melhora de passar uma noite em Londres se deu a tempo e o plano ficou perfeito, como poderia ser.

A única dor era a de abandonar seu pai, que certamente sentiria saudades dela e quem, quando chegou a hora, desgostou tanto de que ela fosse que a aconselhou a escrever para ele e quase prometeu responder à carta.

O adeus entre ela e Mr. Wickham foi perfeitamente amigável; por parte dele, mais ainda. Sua busca do momento não poderia fazê-lo esquecer de que Elizabeth fora a primeira a chamar e a merecer sua atenção, a primeira a ouvir e a lamentar, a primeira a ser admirada; e, pela maneira dele ao se despedir, desejando-lhe toda sorte de diversão, lembrando-a do que deveria esperar de Lady Catherine de Bourgh e confiando que a opinião deles sobre ela – a opinião deles a respeito de todos – sempre coincidiriam; havia uma preocupação, um interesse que já devia sentir com relação a ele vinculado ao mais sincero respeito; e ela se despediu convencida de que, casado ou solteiro, ele sempre seria o seu modelo do amável e do agradável.

Seus companheiros de viagem, no dia seguinte, não eram do tipo que a fazia pensar nele de modo menos agradável. Sir William Lucas e sua filha Maria, uma jovem bem-humorada, mas tão cabeça-vazia quanto ele, nada tinham a dizer que pudesse valer a pena ser ouvido, e se faziam escutar com tanto prazer quanto o chacoalhar da carruagem. Elizabeth amava absurdos, mas conhecia Sir William há muito tempo. Ele nada podia lhe dizer de novo sobre as maravilhas de sua apresentação ou nobreza; e sua cortesia era gasta, assim como suas informações.

Era uma jornada de apenas 24 milhas e partiram bem cedo para estar em Gracechurch Street ao meio-dia. Enquanto se dirigiam à porta de Mrs. Gardiner, Jane estava à janela da sala de estar, observando sua chegada; quando adentraram pela passagem, ela estava lá para recepcioná-los e Elizabeth, olhando com sinceridade para o rosto dela, ficou satisfeita por vê-lo saudável e amável como sempre. Nas escadas havia uma tropa de pequenos garotos e garotas, cuja ansiedade pela aparição de sua prima não permitiu que se sentassem na sala de jantar e cuja timidez, pois eles não a viam há um ano, evitou que chegassem sem alaridos. Tudo era alegria e bondade. O dia se passou muito agradável; pela manhã, agitação e compras; e à tarde, uma ida a um dos teatros.

Elizabeth, então, manobrou para se sentar ao lado de sua tia. O primeiro assunto foi sua irmã; e ficou mais triste do que atônita ao ouvir, em resposta às suas rápidas perguntas que, embora Jane lutasse para manter o ânimo, havia períodos de depressão. Era razoável, porém, esperar que não se mantivessem por muito tempo. Mrs. Gardiner lhe detalhou, também, a visita de Miss Bingley à Gracechurch Street e repetiu as conversas que ocorreram em distintos momentos entre Jane e ela, que provavam que a primeira tinha, de coração, abandonado o relacionamento.

Mrs. Gardiner então zombou de sua sobrinha pela deserção de Wickham e a felicitou por tê-la suportado tão bem.

"Mas, minha querida Elizabeth", ela acrescentou, "que tipo de jovem é Miss King? Ficaria triste por pensar que nosso amigo é um mercenário."

"Por favor, minha querida tia, qual é a diferença, em negócios matrimoniais, entre ser mercenário e a razão prudente? Onde termina a discrição e começa a avareza? No último Natal, você temia que ele me desposasse, pois seria imprudente; e agora, por ele estar tentando conseguir uma garota com apenas dez mil libras, você quer chamá-lo de mercenário."

"Se você apenas me disser que tipo de jovem Miss King é, eu saberei o que pensar."

"Ela é um bom tipo de jovem, acredito. Não sei nada de mal sobre ela."

"Mas ele não deu a menor atenção a ela até que a morte de seu avô a fez dona dessa fortuna."

"Não... por que deveria? Se não era tolerável para ele ganhar minhas afeições porque não tenho dinheiro, qual ocasião poderia haver para se declarar apaixonado por uma garota com a qual ele não se importava e que era igualmente pobre?"

"Mas parece ser uma indelicadeza da parte dele dirigir suas atenções a ela logo após este evento."

"Um homem em circunstâncias angustiantes não tem tempo para esses decoros elegantes que outros podem observar. Se ela não faz objeção a isso, por que deveríamos nós?"

"A falta de objeção da parte dela não o justifica. Apenas mostra que ela é deficiente em algo – na razão ou no sentimento."

"Bem", exclamou Elizabeth, "interprete como quiser. Ele deve ser um mercenário e ela, uma tola."

"Não, Lizzy, não é isso o que eu acho. Devo lamentar, você bem sabe, por pensar mal de um jovem que viveu por tanto tempo em Derbyshire."

"Ó! Se é assim, tenho uma opinião muito ruim sobre os jovens que vivem em Derbyshire; e seus amigos íntimos que vivem em Hertfordshire não são muito melhores. Estou cansada de todos. Graças aos céus! Amanhã encontrar-me-ei com um homem que não possui nenhuma qualidade agradável nem bom senso a recomendá-lo. Homens estúpidos são os únicos que valem a pena conhecer, afinal."

"Cuidado, Lizzy, este discurso cheira muito a decepção."

Antes que elas fossem separadas pelo término da peça, ela teve a inesperada felicidade de ser convidada a acompanhar seu tio e sua tia em uma viagem de lazer que planejavam fazer no verão.

"Ainda não determinamos quão longe iremos", disse Mrs. Gardiner, "mas, talvez, aos Lagos."

Nenhum plano poderia ser mais agradável para Elizabeth e ela aceitou o convite muito prontamente cheia de agradecimentos. "Ó, minha querida, querida tia!", ela exclamou arrebatadamente, "Que delícia! Que felicidade! Você me dá frescor e vigor! Adeus ao desapontamento e ao mau-humor. O que são jovens comparados aos penhascos e às montanhas? Ó! Que horas de entusiasmos deveremos passar! E, quando voltarmos, não será como aos outros viajantes que não são capazes de dar uma ideia precisa sobre qualquer coisa. Saberemos aonde iremos – lembrar-nos-emos de tudo o que vimos. Lagos, montanhas e rios não se embaralharão em nossas imaginações; nem quando tentarmos descrever um cenário em particular, começaremos a discutir sobre sua situação relativa. Que nossos primeiros rompantes sejam menos insuportáveis do que aquelas da generalidade dos viajantes."

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