Sobre o olhar de uma garota(E...

By Emanuelle1604

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A insegurança, o medo, ideias de incapacidade, perda de memória, desmaios consecutivos.... A solidão. Isso de... More

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Cap.1

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By Emanuelle1604


Ótima leitura;3♥️

O que dias atrás era um calor preenchido de paz distorcida, a reviravolta novamente ataca a garota. Uma noite de inverno, onde todos os moradores de Celestia se apavoravam com uma intensidade de neve caída nas calçadas e nas ruas.

A nevasca que a garota passara anos tentando esquecer, volta com novos transtornos. E desta vez ela estava sozinha.

Carros deslizavam, e a cada corrida desesperada da garota ela presenciava acidentes. Pessoas viam o sangue das outras sendo despejados enquanto saltavam os postes caídos no chão, barulhos de sirenes eram o efeito sonoro. Buscava calma, mas ao seu redor a confusão crescia.

Inúmeros roubos ocorriam; bastava mínima desatenção de alguém, que seu dinheiro já tinha desaparecido. Não tão longe da realidade dela, um mendigo voou para cima da mesma; agarrando-a, começara a puxar seu casaco rosa, que era a única coisa que tinha consigo. Em disputa, a jovem segurava firme uma ponta do casaco enquanto o mendigo puxava rudimente a outra ponta.

Barrando inconscientemente àquela briga, uma criança corria em direção ao casaco estendido. A jovem, preocupada com a possível queda do menino, larga o casaco. A criança continuou correndo, passando por meio dos dois....

Não eram mais dois....

O mendigo já estava longe!

Seus cabelos voavam e eram aglomerados por neves. O brilho de seus longos fios cor mel desapareceram.

O temor de todos era espantoso e brevemente tomava conta da respiração ofegante que ela insistira em controlar. Roupa desgastada e manchada de sangue, pele decorada de cortes avermelhados, olhos atentos e ao mesmo tempo dispersos. Ela via tudo. Seus olhos acompanhavam perdidos às ações mútuas do desespero.

Esta demonstrava sua inquietude. Sem opções, aprofunda-se num beco e se esconde atrás de uma lata de lixo. O desespero só crescia.

Com as mãos em volta do corpo ela se agacha e encaixa o rosto entre as pernas, sentindo de primeira o trêmulo completo de si. A garota estava em pânico, como na outra nevasca...

Seu vestidinho preto folgado com a manga direita arrancada fora, permitiu que o frio adormecesse sua pele. As manchas de sangue que continha em sua roupa faziam sintonia com a boca que sangrava; ela se mordia e não sentia. As mãos logo começaram a sangrar, ela as coçava. Gotas quentes escorriam de seus dedos...como almejava algo quente. Por sorte o cabelo da garota estava para trás da mesma, evitando o desejo de arrancá-los.

Tão agonizante que uma senhora anônima corre até a garota junto com um rapaz na retarguada. A senhora não tinha tempo, não poderia esperar a garota tentar pronunciar algo com a aquela boca trêmula.

Apenas um sorriso com a mão estendida da senhora fez com que a garota se rendesse ao rapaz que já a cobria com um casaco grosso e a levantava.

O trio saiu em disparada ao início do beco onde cruzaram numa esquina, tendo como um susto a queda de pessoas logo ao lado.

Sangue. Sangue saía por baixo das pessoas tombadas. E na sua frente, pessoas vestidas de preto e outras completamente mal-vestidas brigavam; facadas e murros eram usufruídos.

Os barulhos eram tão altos mostrando a realidade da situação, mas mesmo assim ela achava que não passava de coisas da sua cabeça.

Não poderia ser real.

O rapaz vê a imobilidade dela e à pega nos braços. Assim, ele guiava a senhora e carregava a garota. Passavam por pessoas acumuladas, algumas corriam e os empurravam. Umas quase quedas aconteciam simultaneamente.

Neves passeavam numa velocidade rápida do céu ao chão. Seria Celestia um ponto turístico para as neves? Diversas neves pareciam amar Celestia!

A garota já não entendia onde estava indo. Onde estava sendo levada. As palavras pareciam não sair. Tentativas eram falhas. E por sorte, ela não deixa de notar o sorriso da senhora. Alí estava o carro.

Colocaram-na no carro, e eles entraram seguidamente.

O número de neve aumentava.

Com os olhos fechados, a garota permanecera boa parte do caminho; já tinha visto coisas demais. Sua mente estava vazia, mesmo que confusa. Mas assim que sentiu o frear do carro, seus olhos abriram impulsamente; seu olhar cresceu, sentindo a surpresa na pele: não imaginava que seria tão bela aquela casa.

Que rainha permitiria uma plebeia perdida entrar em seu palácio? Que rainha hospedaria uma plebeia? Esta rainha famigerada por acaso conseguiria extrair algum proveito disso?

Bom, rainha aquela senhora não era. Mas a grandeza de seus bens e propriedades poderiam ser facilmente comparados a riqueza e vaidade de uma.

O brilho daquela casa resurgia de suas entranhas, pois o olhar menosprezado do rapaz mostrava a contradição da sensação da garota. Mostrando então que resurgia apenas para ela. O brilho recebido daquela casa era repulsado pelo semblante de decepção e obscuridade do rapaz, que acertou em cheio a alegria antes presente da jovem.

Mais uma vez, sua felicidade durara segundos.

Estaria ele cansado? Ou a tensão daquela casa era realmente predominante? Qual seria a história por trás daquela casa?

Por parte ela pensava que estava sonhando, aquilo só poderia ser um pesadelo que tentava se fazer bom. A garota sentia que logo acordaria.

Na verdade, não. Não era um sonho.

O rapaz abre a porta do carro puxando a garota para fora com agilidade. Ela agradeceu por não ter sido bruto com a mesma; sabia que tudo era fruto do desespero.

Correram para após os muros da casa. Finalmente entram.

Maravilhada, seus passos foram desacelerando...deixou que seus olhos corressem pelo lugar. Uma passarela, com plantas baixas dos dois lados, cooperaram para a imaginação da garota:

Luzes, luzes logo iluminaram a noite escura da nevasca. As neves, deixaram sua vestigem tenebrosa e agora decoravam o caminho. O céu foi a favor, nuvens belíssimas formavam corações.

Quando menos percebeu, já estavam na porta da casa. O cenário que criara desapareceu. Ainda se tinha as neves ferozes e o céu fechado.

A senhora foi entrando, ela e o rapaz vinham logo atrás.

Dando a senhora o primeiro passo para dentro da casa, quais quer visões que a jovem tinha da casa foi preenchido por pessoas. Um aglomerado arrodeou a senhora. Eram tantas vozes, tantas pessoas...nem aquela casa deixava de receber a confusão similar da nevasca.

Rapidinho, a multidão abriu espaço. Quando se foi notório, a senhora estava vestida com outras roupas e já tinha uma sopa nas mãos.

A garota estava com medo de entrar, no entanto o rapaz não a dava tempo para negar, ele já a tinha arrastado, deixando-a perder a entrada triunfal. Entrara numa casa maravilhosa sem fazer cerimônia. Argh!

Com passos pequenos e silenciosos, ela seguia o rapaz. Ele andava com segurança na casa, já a jovem...sentia que se perderia.

Todos davam atenção à senhora. O rapaz se distanciara do aglomerado, e assim, a jovem o acompanhava. Onde quer que ele fosse, ela era sua sombra. Andara por quase a casa toda, mas não observara detalhe nenhum; apenas olhava para o chão ao andar.

Ele parando sem o consentimento dela, a faz esbarrar no mesmo.

--Vai me seguir até para o banheiro?

Só aí, olhando além dele, se dá conta de onde quase entrara. No banheiro masculino!

--Oh, perdão. Perdão.

Com descaso, ele se foi.

Deslizando parede abaixo, ela se aconchega agachadinha. "Ele não vai demorar tanto", pensou. Os minutos pareciam tão longos, seus olhos fecharam facilmente. "Por favor não demore", assim...este foi seu último pensamento antes de apagar completamente.

--Senhorita? Senhorita?

Piscando duas vezes, confirmou: uma mulher a chamava. Olhando para os lados, não reconheceu onde estava.

--É-é....é...-tentava assimilar as coisas.

--Venha querida, temos sopa, venha comer.-uma moça fardada encaminhava a jovem para um sofá. Seguido disso, entregava a sopa que falara.

Com uma aparição inesperada, a senhora afirma estoicamente que iria dar uma saidinha; deixando como consequência a garota sozinha. Onde estavam todos, afinal?

Posto que já tinha se eletrocutado demais com aquela junção de quentura e frieza(efeito da sopa), a garota se desprende disso e passa a analisar o lugar. O tamanho e a decoração apossaram toda a sua atenção.

Estava tão entretida com os detalhes daquela casa que nem percebe a chegada da senhora e muito menos percebera que sua sopa já estava acabando. E como última clareza, a garota repara em um jovem que acompanhava a senhora.

Não o reconhecera com os demais do aglomerado.

Camiseta azul-escuro, que folgava para fora da calça, aparecia no pequeno espaço que seu moletom branco permitia. Cabelos castanhos levemente bagunçados. Pele clara demais. Olhos azuis penetrantes e respiração ofegante.

O cansaço misturado com vibrações energéticas foram recebidos pelo lugar. Que contagiante.

Sem mostrar descaso ele se direciona à ela com mão estendida, esperando que ela fizesse o mesmo; e foi o que fez, cumprimentou-lhe e lhe deu um sorriso de canto como ele tinha feito. Não foi preciso esforço, a pele da garota se horrorisou ao receber a vibração do jovem. A pupila dela logo destacou; algo novo e desconhecido passeava pelo corpo da mesma.

Um...friozinho na barriga?

Seguido dos cumprimentos, o silêncio se faz presente. E como nada é eterno aqui nessa terra....o silêncio foi feito de vítima, pois a senhora o matara ao dizer:

--Filho, poderia mostrar a casa para esta contemporânea?

Não demorou muito para que ele respondesse:

--Farei isto, porém antes peço a jovem que segure minha mão, será bem mais fácil.

"Segurar minha mão? Que garotinho folgado"-não segura o saltar de questionamentos em seu pensamento; quanto a verdade, ela só queria sentir aquilo novamente. Mas....pensando bem, ela não poderia negar, já que estava com muita vontade de conhecer de fato a casa; e, afinal, demostrava estar perdida. Considerando-se uma formiga em relação à esta casa.

Com centímetros de tristeza, a garota entrega a sopa para a senhora; mas seu desejo era de socar as últimas colheradas na boca. Por fim, a presença daquele jovem a incomodou, fazendo-a desistir...Adeus sopa.

Não sabia o próximo dia em que iria comer, ou que teria acesso a algo quentinho...tudo se tornara tão complicado. Sua vida sempre fora assim.

Sem acréscimos de tempo, ele já estende sua mão para darem um longo aperto até o fim desta "expedição". E para decepção inicial, ela não torna a sentir aquilo que sentira em seu primeiro contato com o jovem.

O que realmente estas mãos passavam? A única certeza que tinha era da felicidade ao segurá-la.

Até o próximo capítulo 😊♥️


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