RADIOACTIVE | PETER PARKER ¹

By thexmenfiles

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𝐑𝐀𝐃𝐈𝐎𝐀𝐂𝐓𝐈𝐕𝐄 / grandes poderes, grandes responsabilidades. ⠀⠀⠀⠀BLAKE HARRINGTON É UMA SOBREVIVENTE... More

RADIOACTIVE
ANTES DE LER . . .
⠀⠀⠀⠀✇ | elenco + soundtrack
⠀⠀⠀⠀✇ | epígrafe
PRÓLOGO
⠀⠀⠀⠀parte 𝒊. ── GRANDES PODERES
02. o passado nem sempre fica no passado
03. como (não) desbloquear poderes
04. escolhas e responsabilidades
05. a garota e a lata de lixo
06. um flash thompson incomoda muita gente
07. grave crise financeira atinge os vingadores
08. briga / união
09. nerd da cadeira entra em ação

01. as manhãs no queens

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By thexmenfiles

SEIS MESES DEPOIS.

12 de setembro de 2016.
Queens, Nova York.

⠀⠀⠀⠀BLAKE DESPERTOU COM um sobressalto quando o alarme do relógio ressoou pelo ambiente. O pesadelo, que nada mais era do que uma lembrança do pior dia da sua vida, ainda rondava sua mente assustada. Há dias, a garota não tinha uma boa noite de sono, porque todos os seus sonhos se transformavam, de uma hora para outra, em uma maneira de reviver o acidente.

Agitada, ela empurrou as cobertas para o lado e tocou o chão gelado de seu quarto com os pés descalços. Não que aquilo ajudasse a apagar o que estava gravado no fundo do seu cérebro, mas dessa forma ela conseguia distinguir o mundo real do que era somente uma lembrança.

E aquele era o mundo real agora. Sem explosões, sem hospitais, sem dores. Apenas uma vida comum de alguém tentando se reestabelecer.

— Merda... — murmurou, desligando o relógio-despertador com as mãos trêmulas.

Odiava, com todas as suas forças, se lembrar daquele dia. Não importava o que fizesse para distanciar sua mente do ocorrido, ele dava um jeito de se repetir em seus sonhos. Sempre o mesmo dia, incansavelmente.

Blake respirou fundo, levando as mãos para os cabelos loiros. Ela ergueu os fios até o topo da cabeça e os enrolou em um coque desajeitado enquanto observava o próprio quarto. A bagunça organizada dela continuava a mesma de sempre, o que, de certa forma, servia de alento para seus dias conturbados. Nas últimas semanas, Blake se encontrava inquieta, quase ansiosa; o motivo, contudo, ela não sabia indicar. Algo dentro dela parecia crescer, tentando mandar um aviso, e então os pesadelos vinham em cheio todas as noites.

Mas ela era boa em ignorar seja lá o que aquilo fosse.

Afinal, já tinha seus diversos conflitos internos para resolver, e estava bem ocupada com isso, obrigada! Ela gostaria de evitar novas dores de cabeça.

— Relaxa — falou para as paredes, frustrada. — Foi só a droga de um sonho ruim.

Harrington enfim se levantou, buscando pelo celular na escrivaninha a alguns passos de sua cama. O aparelho ficava ali, afastado, porque ela havia lido em algum lugar que diminuir o uso de telas antes de dormir poderia melhorar suas noites de sono... grande mentira — ou talvez seu caso só estivesse realmente crítico, ela não tinha certeza. Com um suspiro desanimado, conferiu o horário.

Ainda que tivesse alguns minutinhos para tirar um cochilo como sempre fazia até estar muito atrasada, a jovem não tinha planos de voltar a dormir tão cedo — não quando ainda podia sentir o grito suprimido em sua garganta causado pelo pesadelo. Ela pegou o celular e o desbloqueou, verificando as mensagens acumuladas da noite anterior. Como era esperado, uma parte delas vinha de Rebecca, sua melhor amiga. As demais — a maioria, na verdade — eram do grupo da banda que participava, a The Mary Janes. Gwen tinha enviado tantos memes que Blake nem sabia por onde começar a responder.

Estar em uma banda era divertido, apesar de ser muito mais complexo do que aparentava. Há quase quatro meses, Blake ia e vinha de ensaios e shows pequenos com as outras três garotas. Mary Jane era a líder, e não era uma surpresa a banda levar seu nome como uma referência; ela era uma ótima vocalista e unia todas as outras como cola, então fazia todo sentido. Felicia Hardy também cantava e geralmente era ela quem ficava na guitarra. E havia Gwen Stacy, a baterista e amiga mais próxima de Blake dentro da banda.

E, por fim, ela. Blake. Baixista oficial, a novata da banda. Às vezes também servia de segunda voz, mas essa parte ainda a deixava meio nervosa.

Era um clichê adolescente, de fato, mas ainda assim muito legal.

Seu coração estava batendo mais devagar agora. Ela podia respirar normalmente de novo se ignorasse o incômodo causado em seu peito pelo nervosismo do pesadelo. O peso em sua cabeça começava a se dissipar conforme rolava as mensagens engraçadas que Gwen e Mary Jane trocaram no grupo. Se sentindo um pouco mais disposta para enfrentar a segunda-feira, Blake deixou o celular no tampo da escrivaninha e caminhou-se para o guarda-roupa, escolhendo a primeira combinação aceitável que conseguiria encontrar tão cedo.

Ela não era uma pessoa das manhãs.

O par de tênis All Star na cor preta foi a última peça. Depois disso, Blake agarrou a mochila com seus pertences e deixou o quarto.

No final da escada, a garota já conseguia escutar a voz de sua mãe no telefone, resolvendo problemas do trabalho antes mesmo de seu expediente na empresa começar. Blake cruzou o hall, adentrou a sala e partiu em direção à cozinha, nos fundos.

Samantha, debruçada no balcão, desligou a ligação com um suspiro pesado e visivelmente cansado. Ela levou alguns segundos para notar Blake chegando, mas, quando o fez, seu rosto se contorceu numa expressão de surpresa.

— Já está acordada? — Conferiu o horário no celular, confirmando suas suspeitas quanto ao horário. — Quem é você e o que fez com a minha filha?

Blake apenas revirou os olhos, mas acabou rindo levemente.

Sam se aproximou da filha caçula, que agora traçava seu caminho até a mesa com passos preguiçosos. Antes que a garota pudesse se sentar, porém, sua mãe a impediu ao segurá-la pelos ombros, fingindo examiná-la. Samantha afastou os fios loiros para trás e analisou, de forma superficial, o rosto de Blake. Ainda que fosse só uma brincadeira, era difícil não reparar nas olheiras fundas contrastando com os olhos azul-acinzentados dela.

Mas isso não era novidade para nenhuma das Harrington. Samantha também tinha um olhar cansado, e a caneca cheia de café descansando no balcão apenas denunciava a sua situação.

— Qual é, mãe! — Blake reclamou, não exatamente fazendo esforço para se livrar da mais velha.

Rindo por ter conseguido a reação que queria, sua mãe finalizou a brincadeira boba com um beijinho rápido na testa de Blake — e, particularmente, a garota achava engraçado como, desde o último ano, Sam precisava ficar na ponta dos pés para alcançá-la. De qualquer forma, o gesto simples tinha melhorado um pouquinho o seu humor.

— Dormiu bem? — Samantha perguntou, retornando para onde estava antes. Ela pegou sua caneca de super-mãe e tomou um gole do líquido quente.

Blake até poderia dizer que não, porque vinha tendo uma série de pesadelos sobre o dia em que quase morreu, mas não queria preocupar sua mãe. Depois do divórcio, Sam assumiu todas as responsabilidades financeiras da casa sozinha, então vinha trabalhando dobrado nos últimos meses. Ela já tinha uma série de problemas para esquentar a cabeça, e Blake odiaria ser mais um na lista.

— Igual uma pedra. Perdi o sono agora cedo, só isso — ela disse por fim, sorrindo de lado. Ao perceber que a mãe havia comprado a desculpa, se sentou à mesa e pegou algumas das torradas que tinham sido preparadas por Sam.

Elas não tiveram a oportunidade de continuar a conversa, pois Valerie veio descendo as escadas de forma estrondosa com suas botas de salto médio. Ela era sempre assim, na verdade. Era impressionante para Blake que a irmã mais velha conseguisse acordar com tanta energia.

Quer dizer, quem em sã consciência acorda de bom humor em plena segunda-feira? Fala sério! Valerie era a única.

— Bom dia, família — Val anunciou assim que adentrou a cozinha. — Blake, imagina minha surpresa quando fui te acordar e não te vi no quarto. O que aconteceu, fez xixi na cama?

Blake parou a torrada com geleia de morango na metade do caminho, lançando um olhar matador para a irmã. Valerie riu, indo deixar um beijinho rápido na bochecha da mãe.

— Ela não faz mais essas coisas, Valie — Sam entrou na conversa, fingindo um tom de repreensão. — Mas também não acreditei quando a vi descendo.

— Caramba, é um complô? — Blake deu uma mordida na torrada, sentindo quando a geleia sujou os cantos de sua boca. — Às vezes um ou outro milagre acontece.

Valerie passou por ela, bagunçando seus fios loiros, e se sentou na cadeira logo ao lado. Não surpreendentemente, ela roubou a torrada que Blake iria comer em seguida. A caçula apenas revirou os olhos.

Precisava ir, de qualquer forma. O trajeto até a casa de Mary Jane acabava a atrasando um pouco mais que o habitual.

Blake limpou o rastro de geleia em seu queixo e nas mãos, se levantando em seguida.

— Preciso ir — avisou. — Ou vou me atrasar.

— Não aceita uma carona? — sua mãe ofereceu. — Vou levar a Val até a ESU hoje.

ESU, vulgo Empire State University. Sua irmã estudava lá agora, cursando Moda. Combinava com ela.

Blake negou com a cabeça, colocando a mochila nos ombros.

— Prometi ir com a MJ hoje — explicou, sorrindo de lado. — Mas quem sabe amanhã.

Samantha fez uma careta descontente por ter sido dispensada, mas acabou concordando. Ela estendeu para Blake o dinheiro do lanche e, pela segunda vez no dia, fez um esforço para roubar um beijo na testa da sua filha caçula. Dessa vez, a garota não reclamou.

— Boa aula, então — desejou, vendo a filha caminhar para fora da cozinha.

— Qualquer coisa liga! — Valerie falou mais alto, de boca cheia.

— Pode deixar — replicou no mesmo tom de voz.

E, então, Blake já estava fora dali.

MJ não morava tão longe de Blake e sua rua estava dentro do trajeto usual para o colégio, então elas combinaram que iriam juntas sempre que possível. Era bom ter companhia, ainda que Harrington gostasse de ficar quieta rabiscando versos e ouvindo sua playlist dentro do metrô o máximo que conseguia. Mas Mary Jane era uma pessoa agradável de se ter por perto, e Blake lentamente foi se acostumando ao jeito espalhafatoso da garota; no final das contas, elas representavam a velha história da pessoa extrovertida adotando a introvertida.

Agora que estavam mais próximas por conta da banda, as garotas firmaram um combinado: Blake seguia até o prédio no Queens, esperava no andar de MJ e a amiga iria ao seu encontro o mais rápido possível. Watson tinha uma relação complicada com os pais, e quanto menos suas amigas se aproximassem daquele meio, melhor.

Blake entendia bem, por isso não fazia objeções.

E como sempre, ela fez o processo diário mais uma vez: enviou uma mensagem e esperou, apoiada na parede ao lado da porta do apartamento de sua amiga. A resposta pipocou em sua tela menos de um minuto depois.

mj
tô atrasada, mas tô indo
não me mata
07h48

Blake sorriu de lado, negando com a cabeça enquanto guardava o celular no bolso da calça. Não precisava responder, era óbvio que esperaria ali — além disso, MJ sabia que Blake era a última pessoa do mundo com moral para reclamar de atrasos.

Ela cruzou os braços, se encolhendo um pouco contra si mesma quando uma brisa gélida invadiu o corredor. Blake se arrependeu por não ter pego uma jaqueta antes de sair de casa. Era início de setembro, o que significava que o outono estava próximo, e Nova York era impressionantemente fria, tanto quanto Connecticut.

Nos últimos cinco meses desde que se mudara para o Queens, Blake às vezes sentia saudade de sua antiga cidade, assim como às vezes tinha calafrios ao se lembrar do que a fizera sair de lá. Depois do acidente, sua vida se tornara um circo a céu aberto em Stamford — jornalistas e todos os tipos de curiosos viviam à espreita de uma oportunidade para aproximação. Em menos de um mês, as coisas ficaram insuportáveis: sua família mal podia sair na rua, seu pai havia começado a usar a história do acidente como forma de ganhar dinheiro fácil e Blake não sabia mais o que era privacidade. Por isso, Tony achou melhor que se mudassem para mais perto dele, em Nova York, no final de abril. O divórcio de seus pais veio antes mesmo que deixassem Connecticut para trás.

Foi inesperado para Blake chegar naquela selva de pedra e finalmente encontrar paz.

Tony havia sido de grande ajuda para as Harrington, ainda que evitassem a todo custo aceitar ajuda financeira dele. De qualquer forma, no final, foi Stark quem encontrou a casa onde elas se instalaram e ajudou com os trâmites do colégio. Ser aceita em uma boa escola no final de um ano letivo era difícil, mas nada que uma certa recomendação não pudesse resolver.

Porém, o contato entre eles era escasso agora. Após a brusca ruptura dos Vingadores, Blake mal via Tony.

Os exames foram encerrados no começo de junho, pelo que ela se recordava. O Homem de Ferro não queria envolver uma equipe para preservar a privacidade de Blake, então fazia a maioria das coisas sozinho em seu laboratório na antiga Torre dos Vingadores. Contudo, não encontrara nada que explicasse o fenômeno. Ao que tudo indicava, Blake sobreviveu por... sobreviver. Nada de especial nisso.

Às vezes, o herói ligava para saber como iam as coisas com Blake. Às vezes, era Happy. Mas as conversas duravam menos e menos a cada ligação. Era puramente um protocolo formal agora.

Blake entendia, de qualquer forma.

Tirando-a de seus pensamentos, Harrington ouviu uma porta ser destrancada. Ela ajeitou a postura e desviou os olhos da janela no final do corredor, balançando a cabeça como se tivesse finalmente acordado. Não era MJ saindo de seu apartamento; era outro tipicamente atrasado, com quem a adolescente dividia uma ou outra aula.

Peter Parker.

Ele era um caso curioso para Blake.

MJ e Peter eram vizinhos desde sempre, e a garota dissera algumas vezes que ele era o rapaz mais doce do mundo e que não merecia as tragédias que lhe aconteceram. Gwen, por sua vez, estudou com ele desde a sexta série, e também dizia com convicção que ele era legal demais com todos, até com quem não merecia. Já Rebecca gostava bastante dele, o que de fato era grande coisa — até porque a garota era bem difícil de agradar —, e ela fazia o possível para tolerar os atrasos recorrentes dele na equipe do jornal.

E então havia a visão de Blake.

Sempre que se trombavam por aí, ela acabava por se lembrar de seu primeiro dia na Midtown High, quando a professora de Álgebra a colocara para se sentar logo ao lado de Peter. Era sua primeira aula na nova escola, e ela estava aterrorizada. Mas com um sorriso pequeno e a voz baixinha para não atrapalhar a aula, Parker se apresentou e, em seguida, ofereceu toda a matéria anterior que Blake não tinha, para ajudá-la. Depois disso, ela ficou um pouco mais calma naquela nova selva cheia de adolescentes, ainda com seus traumas borbulhando na superfície. Ela aceitou as anotações, claro, mas eles não conversaram muito além do necessário depois disso.

Mas Blake continuou notando Peter depois disso. Várias vezes.

Havia notado sua inteligência absurda, sua timidez e sua paciência gigantesca quando Flash Thompson o infernizava pelos corredores — algo que ela jamais conseguiria replicar, porque tinha uma língua afiada demais. Havia notado também sua amizade com Ned Leeds e como os dois tentavam se camuflar pelo colégio. Peter sempre parecia querer se manter invisível debaixo dos suéteres alguns números acima do seu tamanho. Blake achava isso bastante curioso.

— Ei, Parker — cumprimentou. — Bom dia.

Sem suéteres enormes dessa vez. Quando ele se virou, Blake visualizou uma blusa de flanela xadrez azul por cima de uma camisa da banda The Killers.

— Ah, oi, Blake! Bom dia — ele retribuiu o sorriso, ajeitando as alças da mochila nos ombros. — MJ está te fazendo esperar de novo?

Blake riu de leve, se divertindo com o fato de que MJ estar atrasada não surpreendia mais ninguém, nem em seu prédio nem no colégio. Era rotina e todos haviam se acostumado.

— Te dou uma chance para adivinhar — replicou, dando de ombros casualmente.

Peter também riu de forma suave.

— Dá um desconto, ela nunca se atrasa — brincou, um pouco tímido enquanto escondia as mãos nos bolsos da calça. — Bem, eu vou indo. Te vejo na escola?

Se fosse qualquer outra pessoa, Blake provavelmente teria dado uma resposta sarcástica. A pergunta era boba e a resposta, bem óbvia. Mas Peter era uma das poucas pessoas na Midtown inteira que não fazia Blake ter vontade de revirar os olhos, então ela jamais o responderia dessa forma.

— Claro. Até mais, Peter.

O rapaz assentiu, ainda meio tímido, e acenou para ela, dando os primeiros passos na direção do elevador. Mas, antes que entrasse na caixa metálica, pareceu se lembrar de algo.

— Diz para a MJ que eu mandei um oi!

Blake não teve tempo para responder que sim, ela avisaria sobre o oi.

Como se fosse sua deixa, assim que o elevador se fechou e o rapaz desapareceu de vez do seu campo de visão, a porta ao lado de Blake se abriu, revelando uma MJ com pressa para ir embora dali. Harrington escutou, vindas do lado de dentro, duas vozes altas discutindo, mas o som foi rapidamente abafado quando a jovem fechou a porta com força. O sorriso forçado da amiga fez com que Blake se sentisse mal, mas sabia que comentar sobre aquilo só deixaria Mary Jane pior.

— E aí? — Watson disse em meio a uma lufada de ar, ajeitando o cabelo recentemente colorido de um vermelho vivo. — Vamos?

— Para detenção pelo atraso? Sim, com certeza nós vamos — zombou, recebendo um tapa fraco no ombro seguido de uma risadinha curta.

— Veja pelo lado bom: vamos para a detenção juntas!

Blake se sentiu melhor ao ver a amiga entrar na brincadeira, por isso a acompanhou na risada enquanto davam os primeiros passos pelo corredor do andar. Um pouco daquela nuvem acima da cabeça de Mary Jane se dissipou, e a feição da ruiva se suavizou um pouco mais conforme se distanciavam da porta de seu apartamento. Quando estavam próximas do elevador, MJ apertou os botões para que a caixa de metal subisse o quanto antes, e a ação lembrou Blake do que o garoto de instantes antes dissera.

— O Parker te mandou um oi antes de ir.

Watson levantou as sobrancelhas no momento em que as portas metálicas se abriram. Blake foi a primeira a entrar no cubículo, sendo seguida pela amiga e seu olhar curioso.

— Vocês conversam enquanto eu me atraso, é isso?

— Só um pouco — ponderou. — É melhor do que morrer de tédio.

MJ revirou os olhos, mas soltou uma risadinha bem humorada. Ela murmurou algo muito parecido com inacreditável enquanto apertava os botões do elevador, mas Blake não deu a devida atenção.

Em seguida, as portas se fecharam com um bip, e as garotas partiram rumo à usual loucura de Nova York.

A brisa nova-iorquina atingiu o rosto e os cabelos de Blake com força quando deixaram a estação de metrô para trás.

Para variar, o fluxo de pessoas seguia intenso pela rua. MJ tentava tirar alguns fios de cabelo do rosto, praguejando o gloss que havia passado mais cedo. Blake se pegou analisando a enorme Nova York e as vidas que se estendiam por perto. Ela não tinha certeza se algum dia iria se acostumar com toda aquela agitação, toda aquela gente. Esperava que sim, ao menos.

— Oito e onze — Mary Jane avisou, puxando os fios ruivos do cabelo para trás. Ela os enrolou em um coque, claramente irritada com o vento insistente de setembro. — Acha que dá tempo?

Blake deu de ombros. A dupla parou alguns passos abaixo do sinal fechado para pedestres. Mais pessoas se acumulavam ao redor.

— Se o ônibus passar no horário, quem sabe.

Porque, como se não bastasse o metrô, ainda tinham que pegar um ônibus. O Queens era, na humilde opinião de Blake, ridiculamente grande. Mas, em uma rara demonstração de sorte, como se o Universo se compadecesse com a situação das duas estudantes, o sinal verde mudou para vermelho e as dezenas de carros pararam.

As garotas, junto com a multidão acumulada na beira da calçada, deram os primeiros passos em direção ao outro lado da via.

— Eu esqueci de falar, mas achei uma banda tão boa no Spotify — MJ começou a divagar, dando passos longos. Blake ia logo atrás, atenta ao que a amiga dizia. — O nome é alguma coisa como-

Ela se deteve. No fim da rua, escutaram o som de pneus cantando e então um carro preto fora do limite de velocidade surgiu. Seja lá quem estivesse no volante, buzinou com persistência para que os carros saíssem do caminho. Sem entender — e com certeza temendo o que aconteceria se continuassem ali —, a maioria dos motoristas tiraram seus veículos do caminho. O carro preto desviou de alguns, buzinou para outros, gritou alguns xingamentos, mas não parou em momento algum. Os pedestres correram em direções opostas, desesperados.

Não precisava ser um gênio para entender que ele dirigia um veículo roubado e, com toda certeza, estava fugindo.

Blake deu alguns passos para trás, até notar a figura de Mary Jane travada no meio da faixa. Ela estava com os olhos esbugalhados, ao passo que o veículo se aproximava.

— MJ!

O impulso agiu antes de qualquer pensamento coerente que Blake pudesse ter e, em menos de um segundo, ela estava de volta ao lado da amiga, com as mãos ao redor de sua mochila. Reunindo toda a força que possuía, Harrington puxou a amiga para trás, para mais perto de si. Seus corpos colidiram, mas aquela sensação não era nada comparado ao que poderia acontecer se Mary Jane continuasse ali, paralisada pelo medo. Felizmente, a dupla saiu da rota do veículo descontrolado poucos instantes antes que algo grave acontecesse.

Emboladas na beira da calçada, as meninas o assistiram atravessar o sinal vermelho, indo em direção a um caminhão que percorria a avenida.

As exclamações retornaram para a rua no exato momento em que o Homem-Aranha surgiu como um bálsamo, cruzando a esquina com suas teias. Ele passou por elas a toda velocidade, formando somente um vulto vermelho e azul. O vento ondulou o cabelo de Blake enquanto ela o acompanhava com o olhar carregado de surpresa. Sem tempo para grandes planos, o herói se lançou em frente ao carro, arrancando um coro alto das pessoas espalhadas ao redor — um misto de descrença com admiração.

Até mesmo de Blake. Ela nunca havia visto o Aranha em ação antes. Ao menos, não com seus próprios olhos.

Entretanto, a garota fechou as pálpebras com força assim que ele desapareceu entre os veículos, desacreditada de que aquilo daria minimamente certo. Harrington pensou mesmo que o vigilante estaria esmagado assim que olhasse novamente, mas um som metálico chamou sua atenção. Quando abriu os olhos, o carro estava de volta ao chão e o caminhão, quase intacto — era possível ver uma parte pequena do baú amassada, provavelmente onde o Homem-Aranha se apoiou para controlar o impacto. Blake sentiu seus lábios se entreabrirem com o espanto, sem conseguir proferir uma única palavra que fosse. Aparentando já estar acostumado com aquilo, o rapaz em vermelho e azul lançou uma teia contra a porta do carro roubado, abrindo-a.

O ladrão não tentou fugir. Muito pelo contrário, ele saiu do veículo com as mãos para cima, já aguardando o que viria a seguir. Sem perder tempo, o Homem-Aranha o rodeou com suas teias, impossibilitando que ele tentasse escapar ao prendê-lo contra a lataria do veículo.

A polícia devia estar a caminho, de qualquer forma.

— Caramba... — Mary Jane disse em meio ao ar que deixava escapar. — Essa foi por pouco.

— É — Blake concordou, engolindo em seco. — Essa foi por pouco.

Aos poucos, a multidão passou a se dissipar em caminhos diversos, seguindo seus próprios rumos como se nada tivesse acontecido em um dos pontos mais movimentados do Queens. O Homem-Aranha agora conversava com o motorista do caminhão, que estava visivelmente abalado pelo que havia presenciado.

Quando tudo enfim pareceu certo, o vigilante se virou para o pouco público ainda reunido ali.

— Alguém aqui tem papel e caneta? — ele perguntou. Houve um momento de silêncio, então acrescentou: — Por favor.

MJ, ainda um pouco trêmula pelo susto, levantou a mão. Blake virou o rosto para encarar a amiga como se estivesse no filme Exorcista; sentiu até mesmo seu pescoço doer com o movimento brusco repentino.

— Eu tenho, Homem-Aranha — ela disse, alto o bastante para ser ouvida pelo herói.

Naquele momento, Blake achou que entraria em combustão espontânea. Quer dizer, o que diabos estava acontecendo?! Sua cota de loucuras do dia já tinha atingido cem por cento depois de toda aquela cena com o carro roubado. Agora ela só queria correr para o colégio e tomar uma água. Urgente. Quem sabe assim suas pernas parariam de tremer.

Porém, contrariando os próprio bom senso, ela se limitou a assistir enquanto a amiga tirava a mochila dos ombros e buscava pelo estojo e caderno, revirando todas as coisas inúteis que carregava naquele buraco negro. Blake viu até mesmo uma escova de cabelo passar até que MJ finalmente encontrasse o que procurava. Caminhando meio sem jeito enquanto ninguém mais dava a mínima para a cena que se estendia ao redor, o Homem-Aranha se aproximou delas. Não demorou para MJ arrancar uma folha do seu caderno e entregá-la junto de uma caneta esferográfica ao herói.

— Muito obrigado, meninas — ele disse com uma voz tão forçada que causou uma careta de estranheza em Blake.

Ela estreitou os olhos, agora olhando a fundo o famigerado Homem-Aranha. Assim, de perto, escrevendo alguma coisa no papel que MJ dera, ele parecia inofensivo e estranhamente real. Muitas das vezes, custava para Blake se recordar de que os heróis eram seres humanos como ela, sua família e suas amigas. Conhecer Tony até que ajudou a clarear essa percepção, mas ele ainda era um adulto bilionário, o que o distanciava da sua vivência. Contudo, agora, observando o rapaz à sua frente, Blake teve um novo choque de realidade.

Mesmo com a máscara, ele não aparentava ser muito mais velho. Dada a forma como estava forçando a voz para um tom muito mais grave e pela sua altura — somente alguns centímetros a mais que Blake —, ele não passava de um adolescente.

E, mesmo assim, ele estava parando carros em fuga com as próprias mãos por aí.

O Aranha terminou o que escrevia, dando um fim aos pensamentos infindáveis de Blake. Voltando a prestar atenção no atual momento, ela o viu adicionar ao menos três pontos de exclamação no final da frase. É, ela pensou. Ele é adolescente.

— Valeu. — Agradeceu de novo, devolvendo a caneta para MJ. Ela sorriu, admirada demais para falar. — Vocês... — limpou a garganta, se lembrando de engrossar a voz. — Vocês estão bem?

— Sim, foi só um susto — Blake respondeu, olhando de soslaio para Mary Jane. — Ela é sua fã, por isso 'tá com essa cara de idiota.

MJ protestou, revoltada por ter sido exposta, e deu um tapa no ombro de Blake. O herói deixou uma risada juvenil escapar, mesmo que abafada por debaixo da máscara. Ele certamente foi pego de surpresa pela brincadeira da garota, então logo conteve o riso.

— Certo — ele pigarreou, ajeitando mais uma vez a postura para talvez parecer mais alto. — A polícia já está a caminho. Vocês estão bem mesmo?

Ele parecia genuinamente preocupado. E, tudo bem, Blake até conseguia entender, porque elas quase viraram sopa no meio da rua, mas, ainda assim, era curioso o tom de voz tão aflito do vigilante.

Bem, o título Amigão da Vizinhança se fez plausível.

— É, dá 'pra dizer que sim — MJ respondeu. — Só mais um dia normal em Nova York, né? Valeu, Aranha. Todo mundo aqui agradece.

— Então, se vocês estão bem, eu vou nessa — avisou, dando passos para trás. — Hã... tenham um bom dia?

Elas não souberam como responder e se encontraram mudas de repente. Afinal, o que diriam a ele? "Tenha um bom dia também, Homem-Aranha!" não parecia muito apropriado, já que ele saía por aí apanhando e parando carros em fugas. De qualquer forma, o herói lançou uma teia distante antes que qualquer uma delas pudesse raciocinar direito e, com um impulso, já estava fora do chão.

O corpo de Blake ainda estava meio amolecido pelo susto. MJ, por outro lado, já começava a se recuperar. A amiga trouxe uma grande lufada de ar para os pulmões. Harrington pensou que ela diria algo sério, mas Mary Jane riu.

Ela riu.

Blake a olhou, descrente.

— Você 'tá rindo?

— Desculpa, é que eu fiquei nervosa — explicou. — E, meu Deus, eu emprestei minha caneta para o Homem-Aranha! Nunca mais vou usar ela.

A reação da ruiva foi tão genuína que, mesmo com o coração batendo forte, Harrington se deixou contagiar pela vontade de rir.

Blake levantou os olhos para o céu aberto carregado de nuvens de Nova York, bem a tempo de contemplar o vislumbre azul e vermelho sumindo atrás de um prédio, deixando a cena caótica para trás. O Homem-Aranha vinha se tornando uma figura bastante conhecida na cidade, ajudando com todo tipo de problema dos moradores, dos menores aos maiores. Ele fazia o que os grandes heróis não faziam: dava atenção para as ocorrências pequenas de Nova York, principalmente no Queens.

Você jamais veria Tony Stark salvando um gatinho preso em uma árvore, mas o Homem-Aranha, sim.

Alguém tinha que se preocupar com as pessoas reais, no final das contas. E Blake admirava tanta determinação.

— Se a Gwen estivesse aqui, você sabe o que ela diria, né? — Mary Jane brincou, retornando sua atenção para Blake.

— Que pode ser um feio debaixo da máscara — ela repetiu a fala recorrente da outra amiga, imitando sua voz.

Gwen era uma ótima companhia e uma amiga incrível, Blake naturalmente adorava tê-la por perto. Contudo, Gwen também era filha de um capitão de polícia e, às vezes, suas opiniões sobre os vigilantes e heróis da cidade iam em direções diferentes das de Blake. Não que Stacy fosse uma dessas pessoas malucas que declaravam ódio àquela parcela da população — longe disso, na verdade. Ela somente acreditava que nem todos os mascarados faziam realmente um bom trabalho. Nem todos deveriam receber título de heróis.

Blake tentava compreender, mas era difícil.

Por isso, elas preferiam evitar o assunto.

— Feio ou não, ele ainda faz o bem — MJ disse com convicção. — No fim, é só isso que importa.

Blake tentou não rir da colocação da frase, se limitando a concordar com um aceno breve de cabeça. Mas, no fundo, Mary Jane tinha razão. Era isso que importava de verdade, não era? "Fazer o bem sem olhar a quem", ou seja lá qual fosse o ditado popular. Ela crescera ouvindo isso dos avós maternos e meio que entendia agora, assistindo de perto como eram os dias em Nova York, a cidade repleta de heróis. Se arriscar para ajudar aqueles que não conseguiriam se salvar sozinhos era uma atitude realmente nobre.

— Ai, caramba! — MJ disse de repente, segurando o braço de Blake com força. — Acho que perdemos o ônibus.

A resposta é sim. Elas perderam o ônibus.

Agora, Blake subia as escadas do colégio de dois em dois degraus, com MJ em seu encalço. A amiga ria de seu desespero, mas Harrington não estava exatamente no mesmo espírito. Pegar uma detenção não era seu maior desejo para aquela segunda-feira.

O livro de Química pesava na bolsa de Blake, a lembrando do que viria a seguir.

Ela nunca foi a maior fã da matéria, apesar de conseguir se virar com notas na média. O real problema era que o laboratório de Química a lembrava de cenas das quais ela gostaria de se esquecer. Se não fosse a companhia de Rebecca na bancada, a garota provavelmente já teria reprovado por falta — e o semestre havia acabado de começar.

— Você não vai levar uma detenção, calma! — Watson falou mais alto, alcançando Blake no final da escada. — O Sr. McCoy é legal demais para isso, ninguém leva detenção com ele.

O corredor se abriu adiante com diversas figuras importantes para a ciência decorando as paredes. Eram olhares bem julgadores se você fizesse parte da galera de humanas, como Blake.

— Não quero pagar 'pra ver.

MJ estalou a língua no céu da boca, fazendo pouco caso. Em questão de poucos passos, elas estavam em frente à sala de Álgebra.

— Quem vai precisar de sorte sou eu, gatinha — ela disse, respirando fundo. — Te vejo no refeitório mais tarde?

— Claro — sorriu de lado. — E boa sorte.

Mary Jane entrou na sala como se estivesse indo para um campo de guerra. Blake tomou seu caminho com passos largos até a sala no final do corredor. No ângulo em que estava, ela pôde ler, na porta aberta, aquele conjunto de palavras que lhe causavam vertigem.

Laboratório de Química.

Mas tudo bem. Blake era perfeitamente capaz de lidar com isso, afinal era o que vinha fazendo desde que ingressara na Midtown. Era só mais uma aula e nada iria acontecer.

Tomando uma lufada de ar, ela se aproximou, enfim batendo na porta algumas vezes. Quando o professor a notou ali, tudo que Blake conseguiu entregar foi um sorrisinho culpado e um aceno breve.

— Mil desculpas pelo atraso, Sr. McCoy.

Hank assentiu gentilmente, já acostumado. Ele apontou para as mesas, encorajando a jovem a adentrar o laboratório.

— Sem problemas, Srta. Harrington — replicou com calma. — Ainda não começamos a aula, estava passando alguns avisos para a turma.

Pois é, MJ tinha razão; ele realmente era o professor mais legal que tinham na Midtown e ninguém levava detenção em sua aula. Nem mesmo os cronicamente atrasados da turma — ou seja, ela.

Blake sentiu-se tão aliviada e grata que seus ombros caíram um pouco para frente, e então caminhou com pressa para dentro da sala. Ela avistou Rebecca no lugar onde se sentavam em todas as aulas, na fileira ao lado das janelas, na bancada que ficava exatamente no meio. Arellano sorriu de lado para a melhor amiga, conforme a loira se aproximava.

Harrington deixou a mochila no chão, apoiada contra os pés de sua cadeira, que dava visão para o campo de futebol. As duas haviam combinado os lugares dessa forma porque Blake detestava estar ali, e a vista para o lado externo a deixava um pouco menos apreensiva. Ela rapidamente pegou os óculos de proteção deixados no tampo da bancada por Becca e soltou um suspiro curto quando estava pronta.

Onde estaria Blake se não fosse por Rebecca?

Não era à toa que as duas se tornaram inseparáveis desde o primeiro dia de aula da loira no colégio.

— Se livrou de uma detenção, hein? — Arellano disse, rindo um pouquinho.

— Nem me fale — respondeu. — Mas não acho que a MJ teve a mesma sorte na aula de Álgebra.

Rebecca fez uma careta, entendendo.

— É, ela com certeza não teve.

Antes que pudessem engatar outro assunto, uma movimentação na porta da sala chamou a atenção de todos. Peter Parker estava ali, parecendo ter corrido uma maratona para chegar até o colégio.

Não que Blake estivesse em posição de julgar.

— Sr. McCoy, desculpa pelo atraso! — disse imediatamente. — Eu... perdi o ônibus.

Blake franziu o cenho diante da informação um tanto quanto estranha enquanto o professor McCoy deixava Peter entrar sem problemas, assim como fez com ela. O rapaz agradeceu e se dirigiu com passos largos até uma bancada nos fundos, que dividia com o amigo Ned. Sem querer, Harrington o acompanhou com um olhar curioso, mas logo tentou disfarçar. Voltou seu foco para a frente, ainda que a curiosidade persistisse.

Como diabos Peter havia se atrasado tanto se saíra do prédio antes que ela e MJ?

Durante breves segundos, Blake se pegou pensando nas diversas possibilidades. Tudo bem, ele poderia mesmo ter perdido o ônibus, mas era no mínimo estranho não terem seus caminhos cruzados no seguinte, porque ela estava lá, também atrasada. Bem, talvez Peter tivesse seguido de outro modo, não tinha como saber com certeza. Ou talvez a confusão com o Aranha nos arredores tenha o atrasado mais ainda. De qualquer forma, Blake preferiu ignorar a desconfiança.

Peter Parker não levava jeito de quem escondia coisas.

— Bom, turma, acredito que todos estejam aqui — Hank anunciou com um pouco de humor em suas palavras, brincando com os dois atrasados da classe. Blake acabou sorrindo com um pouco de culpa e Becca riu baixinho ao seu lado. — Vamos começar.

Uma última vez, enquanto o sr. McCoy se virava para o quadro para anotar o tema da aula, Blake olhou por cima dos ombros por poucos segundos, visualizando o alheio Peter Parker remexendo em alguma coisa dentro da gaveta de sua bancada. É, ela pensou, rindo internamente de si mesma. Não tem como ele estar escondendo algo.

˚ 🕸️ ⋆ 。˚ ✇

[repostado: 16/12/2023]

oi, gente! como vocês estão?

eu sei, eu sei. demorei um pouquinho dessa vez, mas, em minha defesa, eu tava um pouco ocupada fechando um semestre na universidade. não tive tanto tempo pra escrever, mas agora to de férias!!!

e eu sei também que o capítulo foi meio paradinho e tal, mas é o começo da história. as coisas vão piorar 🥰🙏, isso eu garanto pra vocês. afinal, a última coisa que a blake tem é paz!

ah, tenho uma dúvida quanto aos tamanhos dos capítulos. vocês preferem que eles sejam assim, mais longos? porque sinceramente eu escrevo demais às vezes, sou sem noção. pra não ficar cansativo, meu padrão atual é de 3k à 5k, e esse aqui deu 5k e poucos. tá aceitável?

e teve um easter egg nessa última parte do capítulo, hein... vocês pegaram? hehe

enfim. é isso. eu já falei demais.

eu volto com mais em breve! até lá, continuem se cuidando, física e mentalmente 💜

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