Sob o olhar do lobo | SOL

By DeaAlhadeff4

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Rosaly Sulivan não sabia que sua mudança para Forthville fosse lhe trazer tantos problemas, cidade natal de s... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15

Capítulo 5

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By DeaAlhadeff4




Outra semana se passou e Caleb e eu não tínhamos conversado sobre o quase beijo, continuávamos com o trato, mas as coisas estavam estranhas entre a gente.

Na sexta, ele disse que não poderia ir me deixar em casa, e como já estava com minhas coisas na mochila, decidi ir direto para a parada de ônibus na rodovia. Com o mapa da reserva em mãos, rumei até lá.

Eram cinco da tarde, mas já estava escuro devido a neblina que pairava sobre o céu, se não fosse por ela, já poderia ver a lua cheia.

Coloquei meu casaco de lã e entrei na reserva, acendi a lanterna e comecei a caminhar entre as árvores, rezando para que não encontrasse nenhum animal.

Segui a direção em que o mapa dizia, quando estava mais no meio da reserva escutei um uivo e parei de andar. Não poderia voltar, já estava na metade do caminho, então decidi continuar.

Em minha frente surgiu uma figura, era um lobo preto, com os olhos tão amarelos que pareciam chamas, ele me olhava fixamente e caminhava até mim. Parei.

Ele rosnou e foi avançando em minha direção, coloquei meus braços sobre meu rosto, apenas esperando sua mordida, mas algo o impediu, estava com os olhos fechado e cair ao chão.

Assim que abri os olhos, vi um lobo branco, aquele do meu sonho, ele estava em minha frente brigando com o outro lobo, ele se colocava para que o lobo preto não chegasse perto de mim, seu pelo era tão reluzente, que eu quase não conseguia olha-lo por muito tempo.

Fechei os olhos e só escutava os rosnados deles e os movimentos, ainda deitada, senti uma dor forte em meu pé, acho que foi a queda, devo ter luchado ou algo parecido.

Não conseguia me levantar, encostei-me no tronco de uma árvore e me encolhi, não consegui fazer movimento bruscos com meu pé direito, olhei para os dois lobos em minha frente, eles lutavam e rosnavam, me perguntei se era uma disputa de territórios e se fosse eu o território, com o objetivo de quem ganhasse me devoraria.

Comecei a gritar por ajuda, mas no meio da reserva, temia que fosse em vão.

Parei de gritar assim que vi mais dois lobos, um era cinzento e outro marrom, eles me cercaram, fiquei encurralada entre o tronco da árvore e os dois lobos, além dos outros que estavam brigando.

Tentei me levantar, mas o lobo cinzento rosnou como se fosse para não fazer aquilo.

Encostei minha cabeça no tronco e fiquei lá, tremendo de medo e de dor.

Em certo momento, o cansaço me atingiu, então fechei os olhos e apaguei.

Sabe aquela sensação de estar entre o sono e a realidade? Senti alguém me carregando, porém estava muito cansada e com sono para ver quem era. Apenas fechei meus olhos com força.

Acordei em um lugar macio, abri os olhos com dificuldade e percebi que estava em meu quarto. Pensaria até que tivesse sido um pesadelo, se não fosse pelo fato do meu pé direito estar enfaixado.

Sentei-me na cama com dificuldade e tentei lembrar o que havia acontecido, fechei os olhos, porém minha cabeça doeu com a tentativa de relembrar.

A porta então se abriu e minha avó apareceu com uma bandeja em mãos.

— Já acordou, que bom! – sorriu e colocou-a na escrivaninha.

— Vovó, o que aconteceu? – perguntei atordoada.

— Você se perdeu na reserva, deve ter caído e tropeçado, te acharam desacordada – sentou-se na ponta da cama.

— Quem me achou? – olhei-a curiosa.

— Caleb Woodley e Matt Bower – respondeu-me.

O que eles estavam fazendo na floresta?

Dona Lia observou-me, talvez se perguntando o mesmo, porém de mim, o que eu estaria fazendo na floresta.

Pensei um longo tempo no que de fato ocorreu, lembrei-me dos lobos brigando e dos outros ao meu redor, será que Caleb também olhou?

— Vovó? O que aconteceu com os lobos?-

Vovó franziu o cenho e me olhou espantada.

— Lobos? – chegou perto de mim.

— Sim, haviam quatro lobos na reserva, eu os vi, um quase me atacou – disse tendo alguns flashes de memória.

Dona Lia ficou branca e com a expressão distante. Depois de um longo tempo, olhou-me.

— Tem certeza? Quatro lobos? – pegou em meu ombro.

— Sim, um branco feito neve, outro acinzentado, um marrom e outro preto – a assegurei.

— Preto? – pensou alto.

— Foi o que eu disse, acho que era o mesmo que Brit fotografou – me revirei na cama.

— Descanse Ros, já esta tarde – vovó levantou-se e deu de ombros – deve estar cansada, mas se sentir fome, trouxe um sanduíche, teve um dia cheio, descanse – sorriu fraco, e saiu porta afora.

Pensei no quanto minha vó tinha ficado estranha, como se soubesse de alguma coisa.

De fato toda a adrenalina de mais cedo havia esgotado minhas forças e o sono aos poucos foi me consumindo.

No dia seguinte, acordei com meu celular tocando, estendi minha mão até o aparador que fica ao lado da cama e o peguei.

Atendi sem olhar quem era.

— Ros, o que houve? Te esperei ontem, mas me bateu um alívio, pois achei que tivesse desistido, porém sei como você não desistira tão fácil, aconteceu alguma coisa? – Gina disparou a falar.

—Tive um pequeno acidente no caminho e acabei luchando meu pé – falei desanimada.

— Mas você está bem? – seu tom de preocupação era evidente.

— Sim, provavelmente ficarei de castigo, mas me conte como foi a festa? – perguntei.

— Falta de aviso não foi — repreendeu-me – A festa foi boa, mas não fiquei muito tempo, minha parceira de festas não estava comigo – disse em tom tristonho.

— Oh se isso foi um 'sinto sua falta', então saiba que sinto o mesmo — falei.

A porta se abriu e minha mãe apareceu com uma expressão de poucos amigos.

— Gina, preciso desligar, mas saiba que foi muito bom ser sua melhor amiga – fiz drama.

— Sua mãe chegou por ai, não é? – riu – tudo bem, depois nos falamos — e assim desligou a ligação.

Mamãe me observava com os braços cruzados, perto da porta.

— Já que a exploradora acordou, teremos uma conversinha – falou séria.

Mamãe estava bem zangada, seus cabelos castanhos caiam sobre seu rosto, e tinha uma expressão cansada, mas que não atrapalhava seu ar de zangada.

— O que estava fazendo na reserva sozinha? Tem noção do perigo que correu? — perguntou-me. Por um segundo me lembrei dos lobos.

— Eu fui conhecer um pouco a reserva e acabei me perdendo, tinha um mapa, não pensei que fosse acontecer algo – menti. Não ia dizer que estava tentando fugir para ir ate a Califórnia.

Ela então começou um discurso sobre como tinha sido irresponsável e imprudente, que nunca pensou que faria uma coisa dessas.

Fez o típico drama de que não saberia o que fazer se algo mais grave me acontecesse e por fim disse que estava de castigo por uma semana, pela preocupação de causei.

Por mim tudo bem, já que eu não saio mesmo, então não seria esforço esse castigo.

Alguém bateu na porta e minha mãe abriu, o garoto de olhos verde, que usava um suéter branco, entrou no meu quarto e eu quis me esconder, provavelmente estava com os cabelos bagunçados.

— Caleb, que surpresa – minha mãe sorriu.

— Bom dia, desculpe chegar assim cedo, mas queria ver a Ros – disse educado para minha mãe.

— Claro querido, vou deixa-los a sós – ela me olhou e saiu.

Caleb entrou caminhou pelo meu quarto e sentou-se na cadeira perto da escrivaninha.

— Como você está? – perguntou-me.

— Bem, minha vó falou que você me achou, obrigada – sorri fraco. Ele olhou para baixo e depois voltou seu olhar a mim.

— Você não se lembra de nada do que aconteceu ontem? –

— Sim, na verdade lembro-me de quase tudo – respondi.

— Do que exatamente? – sua expressão era diferente, não saberia explicar.

— Lembro que primeiro tinha o lobo preto, o mesmo que Brit olhou duas vezes perto da casa, ele avançou em mim, mas quando cair ao chão pelo impulso que tomei, ele não me atingiu. Outro lobo se colocou bem no meio, ele era branco e muito bonito, logo os dois começaram a brigar e vieram mais dois, um acinzentado e um marrom, depois disso não me lembro de muita coisa, a dor em meu pé era grande – terminei de falar olhando para o garoto a minha frente. Seu jeito estava indecifrável.

— Tem certeza de que não foi só um sonho?— perguntou-me ainda sério.

—E na outra vez em que vi esse lobo e Brit também, foram sonhos? – revirei os olhos impaciente por não acreditar em mim.

—Você já tinha visto o lobo preto antes?— levantou-se e chegou mais perto de mim.

—Sim, achei que fosse coisa da minha imaginação, mas agora pensando bem, o vi assim que cheguei aqui, estava no carro e o cervo tinha atravessado a estrada, tive uma sensação de que estava sendo observada, aliás desde que cheguei tenho essa sensação – falei pensativa.

Caleb não disse mais nada, saiu do quarto rapidamente sem ao menos despedir-se.

Depois só escutei seu carro arrancar de vez. O que será que havia acontecido? Falei algo de errado?

Passei o resto o dia na cama, já que estava de castigos e com o pé inchado, preferi nem me levantar.

Mas na noite, estava cansada de ficar deitada, então com um pouco de dificuldade levantei e caminhei com cuidado pelo quarto, fui até a janela e observei a lua que brilhava no céu, olhei para a floresta em minha frente, arregalei os olhos ao ver aqueles olhos, tão amarelos e brilhantes que me davam medo. Rapidamente encostei-me a parede ao lado da janela e respirei fundo, devo estar alucinando. Fechei os olhos e criei coragem para olhar de novo pela janela.

Bem devagar olhei pela janela, e não havia mais nada ali. Então a fechei e voltei a deitar na cama.

Peguei meu celular e não havia nenhum sinal de Caleb, estava começando a me preocupar, ele andava estranho antes e agora que saiu daquele jeito, me fez pensar se havia acontecido algo.

Ou talvez estivesse cansado de mim e quisesse um tempo.

Minha mente ficou criando milhares de possibilidades e o estranho disso tudo é que já não imaginava minha vida sem a amizade de Caleb, em apenas uma semana, me sentia conectada a ele de certa forma que não saberia explicar.

Peguei meu notebook e me pus a pesquisar sobre lobos e achei lendas Alkitas.

'Lenda do lobo albino do norte:

Essa lenda foi passada de gerações, pelos anciões da região, houve um tempo em que os índios Alkitas cultuavam o Deus lobo como forma de proteger sua tribo, eles acreditavam que o lobo simbolizava proteção e por ser um animal muito observador, seus olhos sempre estariam sob a aldeia.

Um Xamã chamado Kysto fez um ritual de culto ao lobo e acabou por transformar-se em um, ele não tinha controle de suas transformações e um dia levado por seu extinto animal, atacou sua esposa, a jovem mais linda da aldeia, a deixando com uma grande cicatriz no rosto. Vendo-se culpado foi para o centro da floresta e rezou para que o Deus lobo o matasse e tirasse seu fardo, contudo seu desejo não foi concedido, então ele se matou.

Por ter se matado, o Deus lobo o amaldiçoou, todos os descendentes primogênitos iriam uma vez por mês, na lua cheia transformar-se em lobos, virariam metamorfos que se não controlassem poderiam se transformar a qualquer momento, mas somente na lua cheia a transformação era inevitável. Uma vez em cada linhagem nasce um que estará destinado a ser o alfa, o chamado lobo albino, com os pelos tão brancos que é capaz de ser visto ao longe.'

Pensei no lobo branco que estava brigando com o preto, mas isso é só uma lenda.

Cliquei em outro artigo sobre 'lobos viajantes'

'No folclore, as pessoas associam os lobos viajantes como pessoas que foram mordidas por lobos e que se transformaram em um. Muitos acreditam que se diferenciam por serem sempre negros e de olhos que parecem chamas. Eles nunca vivem em um só lugar e podem ser muito traiçoeiros. Estão relacionados com lendas locais, como os da tribo Alkita, os que descendem de lobos e mordem não descendentes e estes se tornam lobos viajantes. '

Tudo estava relacionado a essas lendas, fechei o notebook.

Estava começando a ficar doida com essa história toda, são apenas lendas, não acredito nessas coisas, porém a coincidência era grande, mas era apenas isso, coincidência.

Os lobos que vi são só animais, que inspiraram essas lendas. Apenas isso.

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