A Ilha dos elementos (DEGUSTA...

By PaulaHydraMello

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Livro publicado pela editora Hope e já em pré-venda! SINOPSE: No mundo de Orbis, cinco criaturas se dividem e... More

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Segundo livro da trilogia

A ILHA DOS ELEMENTOS

99 20 11
By PaulaHydraMello

Os três últimos dias de viagem foram os piores para Kiera, a dor no corpo era tanta que se segurava para não chorar, nunca viajara tão longe sem o auxílio de uma liteira, na verdade, nunca viajara tão longe na vida.

– Estou ainda mais magra do que quando comecei – observou Kiera em voz alta para si mesma.

– E mais magra ficará, deverá aprender a viver com recursos limitados, a abraçar suas dores, como resistir aos seus medos, tudo isso deverá aprender jovem princesa – disse a alta-alta-dama do elemento terra pela primeira vez se dirigindo à Kiera.

– Como isso? – Perguntou Kiera com os olhos arregalados de espanto.

– Vais ver com o tempo, cada coisa de uma vez menina – disse a alta-dama dos quatro elementos.

– Eu mal posso esperar – disse Kiera sorrindo seu sorriso inocente de criança ingênua.

– Lembre-se, quando chegarmos a ilha não serás mais a princesa Kiera, será Kiera, a aprendiz de magia, nada de títulos, regalias, aias ou ajudas especiais, enquanto na ilha somos todos iguais e assim devemos ser.

– Urg jerjerno deraneia jerle – disseram as outras alta-damas em aparente aprovação.

– Eu irei aprender a falar o idioma mágico? – Perguntou Kiera excitada, esquecendo por alguns minutos da dor que sentia nas pernas por estar cavalgando pela floresta que agora se tornava menos densa e mais fria.

– Sim, claro, essa é uma das suas obrigações mais importantes – disse a alta-alta-dama dos quatro elementos.

– Todos os nossos livros antigos estão nesse idioma – afirmou a alta-alta-dama do ar.

– E qual será minha primeira lição? – Perguntou Kiera, se sentindo mais ousada nas perguntas conforme o tempo passava e as alta-damas conversavam mais com ela, finalmente, depois de dias.

– Paciência minha princesa, tudo será explicado quando chegar na ilha – disse a alta-alta-dama dos quatro elementos com um doce sorriso que a rejuvenescia.

– E quando isso irá acontecer? – Perguntou Kiera, mais uma vez lembrando da dor em suas coxas e virilha.

– Em pouco tempo agora, estamos quase nos aproximando do rio de nuvens – disse a alta-dama.

– Rio de nuvens? Achei que o único rio em nosso reino era o rio de Hydra – disse Kiera espantada com a nova informação. O quanto do meu próprio reino eu não conheço? Se perguntava ela.

– É um rio diferente, a princesa irá ver – disse a alta-dama, sempre olhando para frente enquanto cavalgavam.

De fato, antes do anoitecer, Kiera começou a se sentir cercada por um imenso nevoeiro que parecia não ter fim, era tão grosso que não conseguia ver um palmo além de sua vista.

– Aonde estamos? Como vamos saber chegar lá? – Perguntou Kiera assustada para as alta-damas.

– Estamos chegando nos limites do nosso reino princesa – afirmou a alta-alta-dama dos quatro elementos, embora Kiera mal pudesse vê-la, ouvia bem a sua voz.

– E não vamos cair para o reino humano? – Perguntou Kiera assustada segurando as rédeas de seu cavalo.

– Não, não se preocupe princesa, ainda não estamos no limite – disse a alta-dama com a voz calma e doce que fez Kiera se acalmar imediatamente.

Elas cavalgaram por essa névoa grossa por um bom tempo, Kiera perdera totalmente a ideia do quanto, não via sol, lua, não via se estava dia ou noite, somente o nevoeiro firme em sua volta.

– Eu estou com medo – afirmou ela baixinho.

– Não precisa ter medo da natureza princesa Kiera – disse uma das altas-alta-damas, ela não conseguia ver quem, sentira vergonha agora, não tinha a intenção de ser ouvida por elas, não queria parecer fraca diante de suas novas tutoras.

– Não tenho... – Mentiu ela.

Finalmente, o nevoeiro começou a se dissipar, o coração de Kiera se acalmara finalmente, ela conseguia já enxergar a grama verde nas patas do seu cavalo e a luz do sol brilhando diante das últimas árvores que agora passavam, era dia ainda, mas como era possível? Pareciam ter cavalgado por muito tempo e já estava quase chegando à noite antes de entrarem no nevoeiro.

– Chegamos princesa – disse a alta-alta-dama quando se aproximaram de um campo verde e brilhante, o sol parecia mais forte, mas não queimava a sua pele diretamente e nem doía à vista, à frente do campo apenas um grande rio branco, ele parecia não ter fim, Kiera viu com excitação que se tratava literalmente de um rio de nuvens.

– Aonde é a ilha? – Perguntou Kiera quando desceram de seus cavalos.

– Depois do rio – disse a alta-dama puxando o capuz de suas vestes para cima.

– E como vamos chegar lá? – Perguntou Kiera surpresa.

– Como atravessamos qualquer rio – respondeu ela antes de parar na beira do rio misterioso, as outras alta-damas pararam todas ao seu lado, as mãos para baixo e rentes ao corpo foram se abrindo aos poucos.

– Leranori nezmirneianez opjerjerziuno – disse a alta-alta-dama do ar.

No começo, Kiera não via nada, apenas o rio de nuvens brancas com um leve nevoeiro em cima dele, mas então viu quando quatro barcos se aproximaram, aparentemente sendo puxados sozinhos com remos aos seus lados e vindo em direção as alta-damas lentamente.

– Uau, como fizeste isso? – Perguntou Kiera chegando agora perto para admirar os barcos chegando.

– Magia antiga – disse a alta-dama do ar.

Quando os barcos chegaram nas margens do rio, primeiro as alta-damas colocaram os cavalos dentro de alguns deles, os animais pareciam estranhamento confortáveis e treinados, mesmo o seu, que nunca havia feito aquela viagem como ela, que ela soubesse pelo menos.

Depois que as alta-damas se acomodaram, restaram apenas em terra a alta-dama dos quatro elementos e Kiera, que estava ansiosa por entrar no barco.

– A partir daqui deixará o nome de sua casa, seu título, suas conquistas passadas e receberá seu treinamento como uma feiticeira – disse a alta-dama em um tom mais sério que o habitual. – Kiera da casa Deraleziu, repita comigo se aceita ser uma das nossas, Urgmu nezgur jerle no derajer jerjer.

– Urgmu nezgur jerle no derajer jerjer – disse Kiera sem jeito e com uma pronuncia falhada.

– Muito bem-disse a alta-dama, as outras alta-damas e os cavalos agora já haviam sumido no rio de nuvens. – Bem-vinda.

Elas duas entraram no barco, Kiera ajudada pela alta-dama, que apesar de ser muito mais velha, era muito ágil, subiu no barco sem dificuldades e estendeu a mão para Kiera segui-la e depois ficou em pé com um dos remos na mão enquanto Kiera ia sentada atrás.

O coração da jovem não podia deixar de palpitar forte, ela colocou a mão no "rio" abaixo dela, depois da alta-dama lhe dar permissão para tal, era realmente nuvens, sentia apenas um gelado um pouco molhado, mas nada como um rio com água e sua mão atravessava com facilidade as nuvens para baixo, ela não conseguia deixar de pensar e imaginar em cima de que estavam, como seria visto aquele "rio" pelos humanos, como elas estavam voando em um barco como se atravessassem a água, tudo era tão novo e tão excitante para ela, vira magia outras vezes, é claro, mas não como aquela, não como naquele momento excitante e maravilhoso, seus olhos brilhavam com a possibilidade do que ainda poderia aprender.

– Kiera, nunca tente pegar um dos barcos sem treinamento, nada é garantido que não caia diretamente para o reino dos humanos – disse a alta-alta-dama, parecendo ler os pensamentos de Kiera que justamente pensava quando poderia fazer aquilo que ela estava fazendo.

– Sim senhora – disse Kiera se escolhendo no barco, com medo da possibilidade de cair diretamente para o reino humano e para uma morte terrível.

– Muito bem, olhe para frente Kiera, estamos chegando – anunciou a alta-dama.

De fato, Kiera olhou para frente abrindo um largo sorriso, o local era lindo, uma ilha grande surgia do nada, árvores e mais árvores enfeitavam o local, construções de pedras também podia ser vista e um pequeno lago.

– Aonde fica a ilha dos homens? – Perguntou Kiera com curiosidade quando percebeu que apenas uma ilha podia ser avistada.

– No outro lado, existe uma ilha de rituais no meio delas – disse a alta-dama.

– É lindo! – Disse Kiera admirada com todo aquele verde puro e brilhante, o azul brilhoso do lago e o cinza forte das pedras.

– É a sua casa, a sua nova casa pelo tempo que lhe for cabido – disse a alta-dama com um tom delicado de voz.

Finalmente elas chegaram nas margens da ilha e pararam o barco, primeiro a alta-dama saiu, mais uma vez com grande agilidade e depois ajudou Kiera a sair do local, imediatamente mulheres vestidas de cinza vieram recebe-la, tiraram seu capuz branco e a cumprimentaram beijando seus pés.

– Vamos conhecer a casa – disse a alta-dama para Kiera que a acompanhava assustada, todas as mulheres que a receberam pareciam mais velhas e vestiam vestes de quatro cores distintas, lavanda, verde, azul e vermelho.

– Sim, alta-dama – disse Kiera olhando tudo ao redor.

Alguns animais habitavam a ilha além dos cavalos que já vira, também haviam ovelhas, coelhos, pássaros e cervos que corriam para lá e para cá alegres e seguros, as mulheres saiam e iam até o lago com pilhas de vestes na cabeça, algumas mais jovens corriam e conversavam juntas dando risadas, outras cavalgavam, todas eram muito diferentes umas das outras, realmente pareciam pertencer a várias linhagens, várias cores e rostos, algumas formosas como suas irmãs eram, outras pareciam calejadas pelo trabalho, nenhuma até ali Kiera reconhecia.

– Suas novas irmãs – disse a alta-dama, mais uma vez "lendo" os seus pensamentos –, vais ver e poder conhecer todas com o tempo.

Kiera apenas sorriu gentilmente e seguiu andando pelo caminho de pedras, a casa feminam era a maior construção do local, toda feita com pedras, cercada de plantas e trepadeiras verdes, seu telhado era todo verde com as plantas que caiam dali, a grande casa ocupava um grande espaço, muitas mulheres entravam e saiam dali.

A alta-dama era cumprimentada com entusiasmo por todas as moças que a viam e Kiera também recebia o mesmo cumprimento, mas seu coração se apertava um pouco de pensar que por muitos sols não veria o seu castelo, ou suas irmãs, sua mãe e seu pai, ninguém familiar, exceto talvez Munri que devia estar vindo em breve para os seus treinamentos assim como ela.

As duas entraram em uma sala grande depois de passarem pelo pátio interno da casa, um local cheio de mulheres fazendo as mais diversas tarefas e praticando as mais diversas magias. A sala tinha bancos simples de madeira e algumas outras moças de branco ali aguardavam, todas com a idade parecida com as de Kiera e parecendo tão assustadas quanto ela.

– Aguarde aqui Kiera até que seja instruída.

– Sim alta-dama – disse a mocinha se sentando timidamente ao lado de uma outra moça de cabelos de fogo.

A alta-dama se retirou e o pânico começou a se alastrar por dentro de Kiera, não conhecia ninguém ali, não sabia se podia confiar naquelas meninas ou não.

– Qual é o seu nome? – Perguntou a jovem de cabelos de fogo sem muitas cerimônias.

– Prin..., Kiera – Kiera se lembrou que não poderia dizer ou usar seus títulos ali dentro mais e pausou antes de dizer seu nome – e o seu?

– Natani, é seu primeiro dia também? – Perguntou a menina sendo mais simpática agora.

– Sim, eu estou nervosa, cheguei na ilha agora, não sei muito bem o que esperar... – Disse Kiera abrindo o seu coração para aquela estranha na sua frente.

​– Nem eu, mas mamãe disse que não há o que temer...

– Todas as moças aqui chegaram hoje? – Perguntou Kiera olhando ao redor.

– Não, mas todas são novas, estão esperando completar o grupo para que os rituais comecem – disse Natani –, mas acho que és uma das últimas.

– Os rituais já vão começar então? – Perguntou Kiera arregalando os olhos no mesmo momento.

– Não sei, espero que sim, algumas estão esperando por quase uma lua pelo começo, nós pelo menos não iremos ter que esperar muito, isso não é bom? – Perguntou a jovem.

– É sim, suponho que seja sim – disse Kiera encolhendo os ombros.

– Já sabes o seu elemento? – Perguntou a jovem a olhando sorrindo.

– Não, tu sabes? – Perguntou Kiera ainda um pouco tímida.

– Não, mas espero que seja o ar, toda a minha família é do elemento ar, todas as mulheres pelo menos e da sua? – Perguntou a moça com evidente orgulho, Kiera ficou com medo de contar algo da sua família que não deveria.

– São de elementos variados – disse a menina com restrição.

– Meus pais são pastores de ovelha e mantém a magia na ponta sul do reino e os seus? – Perguntou a menina, Kiera não sabia ali se deveria responder ou não.

– Eles são..., meu pai é.... – Gaguejou Kiera antes de responder.

– O que foi? Seus pais são criminosos por acaso? – Perguntou ela já sem paciência.

Kiera não conseguiu deixar de rir de como a moça poderia sofrer ameaças de traição se falasse isso abertamente sobre seus reis.

– Não, meus pais são o rei e rainha – disse Kiera baixinho para ninguém mais ouvir.

– És uma princesa então? Nunca havia conhecido uma – disse a menina chegando mais perto.

– Sou, mas aqui dentro não sou nada, elas deixaram bem claro isso – disse Kiera olhando ao redor assustada para ver se alguém mais ouvira.

– Elas quem? – Perguntou Natani.

– As altas –alta-damas, aqui dentro não posso usar títulos e nem ser tratada diferente, somos todas iguais... – Disse a menina se sentindo corada.

– Somos iguais? Então eu sou igual a uma princesa do reino de Mastair? Isso é bom de saber – disse Natani rindo e mostrando seus dentes um pouco tortos.

– Suponho que sim – disse Kiera também sorrindo.

As outras meninas permaneciam caladas e tímidas perante ao desafio que poderiam ter que cumprir em breve, nenhuma alta-dama apareceu por horas, as duas moças conversaram mais, mas Kiera sentia fome e cansaço e a luz do dia já se perdia finalmente.

– A última – disse a alta-dama dos quatro elementos chegando acompanhada de uma jovem magrela de pele negra e vestes brancas e outras altas-damas de vestes cinzentas.

A jovem se sentou perto de Kiera e todas ficaram em silêncio observando o que iria acontecer agora.

– Muito bem, os primeiros rituais irão acontecer amanhã pontualmente no nascer do dia, todas deverão acordar sem atrasos e se encontrarem nessa sala banhadas e de vestes limpas, a alta-dama Lituan irá acompanhar as jovens meninas até seu aposento, aonde irão se alimentar e lavar, não deverão conversar com mais nenhuma jovem da ilha até o primeiro ritual, apenas entre si, não deverão deixar o aposentos enquanto não tiverem autorização na primeira luz do sol e não deverão fazer nada que não lhe for autorizado, por enquanto é só, boa-noite e podem se levantar.

As meninas se levantaram e seguiram uma alta-dama de veste cinza e de elemento terra até um dos aposentos da casa sem falar ou levantar o olhar para mais ninguém.

O aposento era o mais simples que Kiera já vira, doze camas de palha estavam espalhadas por um aposento branco com uma lareira, pratos de comida estavam ao lado de cada uma e também bacias para limpeza pessoal.

– Se alimentem, se banhem e durmam – disse a alta-dama antes de se retirar.

Todas as meninas fizeram o mandado, no começo não conversavam umas com as outras, mas logo as conversas de jovens excitadas e nervosas começou.

– Finalmente vamos começar algo, estou aqui já tem quase uma lua – disse uma jovem de grandes olhos castanhos e pele morena.

– Eu mal posso esperar por amanhã – disse uma jovem de cabelos negros como a noite e muito bonita.

– E nem eu – Afirmou Kiera antes de se deitar para dormir, depois de ter feito toda a limpeza pedida e de ter comido.

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