Perdemos o rastro de Bianca. Assim que amanheceu, ligaram para nossa casa exigindo resgate e eu fingi entrar no jogo deles, já sabíamos que isso seria uma tentativa de Flávio para nos distrair. Derik que é fera em informática não demorou a rastrear o celular do tal sequestrador e com Douglas a partir daí, começaram a cruzar todas as ligações feitas e recebidas pelo aparelho em questão e depois fezeram o mesmo com os que entraram em contato com o falso sequestrador, já é noite quando eles finalmente acham uma pista.
-Achamos, ela certamente está em Magé, e lá que a maioria das ligações se conectam.
-Então vamos.
Lucas queria ir junto, mais não permiti. Não poderia deixá-lo assistir o que eu faria ao seu pai. É um verme asqueroso? É. Mas ainda sim e o pai dele.
Mesmo contrariado aceitou ficar cuidando de Flavinha e Estrela.
Saímos em três helicópteros fretados, mais o que pertence a Nicolas. Levamos dois seguranças, dois atiradores de elite da policia civil e um médico clinico geral que deve favores a Joe. Estou desesperado e muito nervoso. Pousamos um pouco distante e entramos em carros grandes e pretos, a estrada de barro não tem iluminação alguma e a nossa sorte foi que o Ex Delegado local, que nos arrumou os carros, resolveu pessoalmente nos levar, tivemos que descer do carro a uma certa distâncias, quanto mais eu andava naquela mata, mais meu sangue fervia e mais medo eu sentia do que encontraria.
Bianca
Passei o dia trancada dentro daquele caminhão.
Ele entra em movimento muitas horas depois. Apenas me deram uma quentinha e duas garrafas de água, durante todo o dia.
Assim que chegamos numa espécie de sítio, eu percebi que minha filha não estaria ali e de alguma forma maluca senti que ela estava em segurança. Fui jogada rudimente em um cômodo grande com cheiro de mofo e sem janelas, no chão somente um colchão. Nesse momento eu só pedia a Deus que ele não me deixa-se perder meu bebê.
A porta se fecha e dentro permanece o homem que dirigiu o carro e um outro que eu ainda não tinha visto. Eles me seguram forte pelos pulsos, me debato e consigo morder forte o rosto de um, aperto tanto que sinto o gosto do seu sangue em minha boca, só o largo quando sou puxada fortemente pelos cabelos. Em minha boca um pedaço da sua pele que cuspo em sua cara e como resposta, ele me dá um forte tapa no rosto fazendo meu rosto virar e minha boca sangrar.
-Tá maluco, o chefe quer ela inteirinha cara. -O que me puxou pelos cabelos fala enquanto me amarra em uma cadeira.
-Foda-se, depois que ele meter bastante nela vai ser a minha vez mesmo. - replica o que eu mordi.
Ali percebo que foi Flávio o responsável por isso, em minha mente vem todas as minhas dores e enquanto o homem alisa minhas coxas, começo a vomitar. Luke e meus filhos que me perdoem mais eu prefiro a morte a ter que ser estrupada novamente.
Em meu ser também sinto por meu bebê, ja que morreremos juntos.
O homem corta minhas roupas com uma faca, tento jogar meu corpo contra a mesma, mas ele recua a tempo.
-Por favor, me mate. -suplico.
-A putinha é educada.
Estou apenas de calcinha e sutien, ele passa a mão em minha coxa e a aperta forte me causando dor.
-Não vejo a hora de fuder você. -É incrível mas não sinto medo, só sinto nojo.
O outro sai e sem demora volta com dois baldes d'água muito gelada e joga um sobre mim me chamando de porca porque eu havia vomitado. O mordido passa rudimente o sabão no meu rosto fazendo meus olhos arderem e depois me joga o outro balde. Eles saem e eu começo a tremer de frio. Aquela água parecia ter gelo.
Novamente a porta se abre e com meus olhos vermelhos eu vejo o meu carrasco com um chicote na mão.
-Oi meu amor! Pensou mesmo que fugiria de mim e seria feliz com aquele atorzinho de merda?
Não respondo.
-Achou que levaria meus filhos e ficaria por isso mesmo, você sabe como amo meus filhos.
-Eu vi, principalmente a Flavinha seu verme nojento. -Tento me soltar e meus pulsos doem.
-Eu nunca faria mal a ela, eu apenas gostava de olhá-la. Ela parece tanto com você quando nos conhecemos.
-Doente. -grito e cuspo em seu rosto.
-Que isso meu amor! sou somente um admirador da beleza, não adiantou levar meus filhos, depois da sua morte e comigo que ela ficará até completar dezoito anos. -fala, se afastando sorrindo e limpando o rosto.
Não posso morrer, tenho que salvar minha filha desse mostro, mas como vou sair daqui?
-Não adianta quebrar essa cabecinha linda, não tem como você sair daqui com vida. Mas não se preocupe, brincaremos muito antes disso acontecer -ele se aproxima e passando o chicote em meu rosto. -aquele atorzinho teve a audácia de me agredir e será você quem pagará por isso meu amor.
-Flávio eu fico com você o tempo que quiser, mas por favor deixe meus filhos em paz. -imploro e ele sorri.
-Até parece que você tem alguma escolha. Posso manter você aqui e eles comigo lá em casa, pois sei que Lucas não deixará a irmã sozinha. Você poderia ter fugido sozinha como dá outra vez, mas não, quis dar uma de esperta e agora pagará por isso do jeito que eu quiser e quantas vezes eu quiser.
-Sim eu sou uma burra, faça o que quiser comigo mas permita que nossos filhos sejam felizes e livres.
-Nossos filhos? Eles são meus e não seus, acha que um pedaço de papel lhe dá algum direito sobre eles. Eu sou um senador, logo estarei livre para circular por ai enquanto você irá apodrecer nesse buraco -se abaixa e tenta me beijar, viro o rosto e ele sorri se afastando. -você está fedendo.
Ele sai e depois volta com um homem que trás mais dois baldes. O homem sai, ele me molha com um caneco e passa sabonete em mim. Durante esse processo minha mente me tira dali. Me lembro da primeira vez que vi Luke ainda menino, lembro-me do jeito alegre de meu marido sorrir. Apenas fui esposa por um dia e sem perceber, sorrio ao me lembrar da felicidade estampada no rosto dele ao descobrir que eu estava grávida.
Já não sinto frio, nem mesmo sinto as mãos imundas de Flávio me lavando
Lembro-me de Luke e eu, fazendo amor feito dois loucos famintos, meu marido, tão forte e ao mesmo tempo tão carinhoso, lembro de como ele me olha com tanto amor, lembro-me que quando estamos juntos o mundo a nossa volta parece não existir, lembro-me da felicidade de Lucas ao lado de Estrela, lembro-me dos sorrisos sapeca de Flavinha com a certeza de que Douglas mesmo tentando fugir não conseguirá resistir a tanto amor que Flavinha lhe dará. Nasce em mim a certeza de que Luke e Douglas nunca permitirão que Flávio se aproxime de Flávia.
Uma tristeza me domina, é a infelicidade de não ver a felicidade de Luke ao por nosso filho em seus braços. Vou morrer sem dar a ele um filho. Somente consegui amar meus filhos quando apaguei da memoria quem era o pai, e esse eu amo justamente por saber quem é o pai. Meu bebê partirá comigo, ele não sofrerá, ele ficará aqui na segurança do meu ventre e juntos cuidarmos dos nossos, serei eu e meu anjinho. Sorriremos quando eles sorrirem e choraremos quando eles chorarem.
Luke, meu doce e amado Luke. -Luke - sinto a mão pesada de Flávio atingir meu rosto com tanta força que acho que desmaiei.
Em algum lugar escuto Luke me chamar, quero responder mais não consigo, uma água gelada me tira do devaneio.
-Acorda cadela, quero te fuder acordada, e quando eu estiver bem fundo em você, será meu nome que chamará. Ouviu bem piranha.
Quando eu ia lhe responder, a porta é arrombada e parado bem ali na minha frente esta Luke.
Ele passa rapidamente o olhar sobre mim. Será que é um sonho? Será que já morri?
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