Cris Arriaga
— Você devia aceitar sair com ele, ele é um homem maravilhoso — Laura, minha colega de quarto e amiga, diz.
— Eu gosto dele, mas tem a Sara, a Tânia e a família dele.
— São só terceiros, esquece eles e segue o seu caminho com o Edilson, ele é o homem da sua vida garota, vai lá — Laura diz e sai andando.
Edilson é o rapaz de quem gosto. Ele tem 21 anos e faz a mesma faculdade que eu mas já está no terceiro ano.
O porém nisso tudo é que ele tem uma prima que me odeia e fica queimando o meu filme com a família dele, a Sara, e Tânia é a ex dele que ainda está afim dele e isso só atrapalha tudo.
Esquecendo essa parte, está sendo uma experiência incrível morar aqui em Moçambique, a cultura é linda, as pessoas incríveis, é perfeito.
Depois que conheci o Edilson só melhorou, ele é atencioso, lindo, inteligente, mas a família dele não aceita isso, falam que eu sou uma branquela mimada que só vai fazer ele sofrer, que vou largar ele aqui na primeira oportunidade para voltar para o Brasil e ficar com um homem branco.
Ele me chamou para sair e eu estou em dúvidas sobre aceitar ou não. Por isso estou recebendo essa bronca da minha amiga.
— Eu acho que vou aceitar. — comento e me viro para Laura, mas ela está com o meu celular nas mãos.
— Eu já fiz isso — arregalo os olhos. Ela me mostra a mensagem que mandou confirmando que estarei esperando por ele às 20 horas.
— Me agradece depois. — diz jogando meu celular.
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Estou morando em uma casa com mais duas estrangeiras e um moçambicano. Uma é angolana, a Laura, e a outra norte-americana.
Tomo um banho rápido, e visto a roupa que Sophia me ajudou a escolher por chamada de vídeo. Faço uma make leve e deixo o cabelo solto.
Fico esperando pelo Edilson tremendo, andando de um lado para o outro.
Exatamente às 20 horas e 3 minutos a campainha toca. Suspiro e vou abrir a porta.
— Você está linda — diz me analisando com o olhar.
— Você também — digo. Ele está usando um terno azul claro e tênis branco.
— Obrigado, vamos?
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Chegamos no restaurante, ele tem vista para o mar e é simplesmente magnífico.
— Vocês já sabem o que vão escolher para o prato principal? — o garçom pergunta depois de deixar o Ceviche de salmão que pedimos para a entrada e uma garrafa de vinho.
— Eu acho que vou deixar o cavalheiro escolher por nós dois — digo sorrindo.
Edilson sorri e faz o pedido para ambos.
— Eles têm os melhores frutos do mar da cidade — comenta quando o garçom se afasta.
— Eu não duvido — concordo comendo um pouco do ceviche.
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Estamos no carro do Edilson. O jantar foi absolutamente incrível, mas sinto que ele está tão tenso quanto eu.
O único que se ouve são nossas respirações misturadas com o som extremamente baixo da música aleatório que está tocando no carro.
— Eu gosto de você — ele solta de uma vez sem olhar para mim.
Os batimentos do meu coração aceleram. Eu não sei o que dizer. Será que devo dizer que eu também.
Eu lembro de como dificultei a vida da Sophia com o meu pai e sinceramente não quero passar pelo mesmo.
Um relacionamento com total oposição da família pode ser um inferno.
— As vezes você faz parecer que também gosta de mim, mas outras vezes, parece que quer distância — ele continua, ainda sem olhar para mim, toda sua atenção está na estrada.
Continuo sem saber o que dizer.
— Eu gosto de você Edilson, eu gosto — falo baixo e pela primeira vez ele olha para minha direção, sorri de lado e volta a prestar atenção na estrada.
— Eu quero tentar algo com você, não sei se é cedo demais, mas namora comigo?
Sua pergunta me pega de surpresa. Engulo em seco e olho para o lado. Sinto seus olhos sobre mim, mas não olho de volta.
Depois de alguns minutos em silêncio, me viro para ele.
— Sim.