Mar de desilusões

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Lucas Arriaga

Estou mergulhado num mar de desilusões. Depois de anos sem imaginar que eu pudesse amar como eu amo a Sophia Blanco, eu perdi a minha amada.
A Sophia desistiu de mim sem lutar, apenas para ceder aos caprichos de minha filha mimada.

Cristiane não é uma criança, uma hora outra ela teria que entender, ou no mínimo se conformar. Sophia deveria ter escolhido a mim, a nós.

Desde o dia em que ela decidiu que o melhor para nós dois seria esquecermos de tudo o que sentimos e fingir que está tudo bem, minha vida está uma merda.
A mais de um mês só vejo a Sophia de longe, às vezes no Colégio, noutras na casa dela, e pra piorar ela está quase sempre com o aquele ex namorado dela, o tal  do Peter.

Como se não bastasse, essa distância e todo esse sofrimento, não vale de nada. Minha relação com minha filha está uma porcaria. Quase não nos falamos, o máximo que dizemos um ao outro é bom dia, boa tarde e boa noite.
Ela acha que está certa, que eu e Sophia a traímos, mas a verdade é que ela foi egoísta. Por isso escondemos nosso relacionamento, porque ela não tem maturidade para entender que o fato de ser o pai dela não me faz deixar de ser homem e o fato de Sophia ser amiga dela não a faz deixar de ser mulher.

Eu estou magoado com a Cris, ela me fez perder a única mulher que eu amei depois de mais de 15 anos em que eu fechei meu coração.

Minha vida tem se resumido em trabalhar, beber e vigiar a Sophia.
Eu tenho esperança que nós possamos voltar a ficar juntos, na verdade se isso não acontecer eu não sei o que será de mim.

— O senhor precisa parar de beber tanto pai — vejo Cris entrar no meu escritório, sem bater.

Estava aqui refletindo e tomando meu uísque antes de ir me deitar.
Olho para ela, e por mais que isso me doa eu não deixo de pensar que quem causou esse sofrimento para mim foi ela, seus caprichos. Ela falou que a Sophia é mimada mas a mimada foi ela, que foi egoísta, que não quis entender que eu e a Sophia nos amávamos, amávamos não, amamos, ela destruiu nossa relação, e por causa dela eu não procuro a Sophia porque eu sei que ela se preocupa muito com a minha filha e talvez se eu procura-la ela se chateie e me elimine da sua vida definitivamente.

Eu sei que se eu falar eu vou me arrepender depois pois eu irei falar tudo que sinto e isso pode magoar a Cris que apesar de não ter pensado em mim quando foi a vez dela, eu me preocupo com ela.

Então me levanto deixando meu copo e saio sem falar nada, vou até meu quarto entro e tranco a porta.
Escuto a Cris batendo na porta mas vou até o banheiro. Tiro minha roupa e tomo um banho gelado.

Depois de terminar meu banho me deito na cama vestindo apenas uma cueca, pego o celular pré - pago que comprei e uso sempre que necessito ouvir a voz da mulher que amo.
Ligo para ela que atende depois de um tempo

— Alô — diz parecendo estar com sono

— Quem está aí? — Continua.

— Quer saber eu tenho coisas melhores por fazer — fala e desliga.

Sorrio, sempre faço isso quando quero ouvir a voz da Sophia, mesmo quando ela me chinga eu fico feliz pois ouvir a voz dela me deixa assim, mesmo que ela esteja brava.

O Pai da Minha Melhor AmigaOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz