QUERO QUE VOCÊ SE APAIXONE PO...

By Tamaragonc

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Elizabeth é a típica menina do colegial, intelectual mas diferente de muitas, arrogante. Ela só quer terminar... More

EPÍGRAFE
PRÓLOGO
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ÉPILOGO
AGRADECIMENTOS
IMPORTANTE

10

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By Tamaragonc

DANIEL PARKER

    Ela explicava detalhadamente tudo aquilo que achava essencial que eu aprendesse. Foram longas horas de estudos, todas as noites. Como não queria que ela voltasse para casa sozinha no escuro eu a levava no carro de minha mãe. O clima estranhamente era bem agradável. Seria mentira dizer que ela parou de me dar patadas, ela sempre me dá.

Mas tinha algo a mais. Alguma coisa mudou, e essa coisa favoreceu a forma como agimos um com o outro.

Se passou uma semana.

Uma semana que ela ia na minha casa, jantava lá, e subia comigo para meu quarto me explicar. Por sorte o filho da mãe do meu tio não estava jantando mais lá e sim saindo com os amigos. Achei estúpido a forma como ele estava olhando e falava de Elizabeth na outra noite, minha estranha vontade era de socar a cara dele.

Mas não toquei no assunto com Elizabeth. E nem troquei muitas palavras com ele desde então.

Nos estudos, começou fácil, comecei a me concentrar como ela havia dito. Levei de fato a sério. No outro dia de manhã no colégio, jogávamos o jogo das perguntas que ela inventou. E posso admitir que Elizabeth tinha uma ótima tática de estudos, eu estava de fato aprendendo tudo aquilo que eu não aprendia nas aulas porque vergonhosamente não prestava atenção.

Obviamente o que contribuiu pra isso foi ela ter tirado o celular de mim sempre que íamosestudar. No começo não gostei, mas depois me vi eu mesmo dando o celular a ela.

Notei vagarosamente que se tornou difícil me concentrar. Alguma merda estava acontecendo porque de repente, quando ela falava lá eu estava eu, observando os movimentos de seus lábios.

Me permiti reparar nela mais do que eu queria. Notei que ela coça a nuca quando está com dificuldade em algo. No caso, ela coçava a nuca sempre que tentava formular um jeito mais fácil de eu entender.

Mas eu não estava entendendo mais a matéria.

Eu estava entendendo ela.

Ela mordia o canto do lábio inferior toda vez que estava lendo silenciosamente.

Suas unhas um pouco grandes e sem esmaltes eram cutucadas por ela mesma sempre que estava pensando.

Ela passava a língua nos lábios sempre que estava entendiada.

E aquele movimento que eu já havia notado uma vez em sala de aula, pegava um lápis e sem notar passava-o na curva de seu pescoço, ela nem notava o quanto se arrepiava com aquilo.

Incrivelmente interessante.

Eu sei ler Elizabeth quando ela estava concentrada em algo. Porque quando ela esta com a atenção em você, parece que muros sobem a sua volta e você não entende nada do que se passa em sua mente.

Elizabeth é interessante, e isso está fodendo minha cabeça.

De fato eu gostava de provoca-la, mas ultimamente minhas provações pareciam mais verdadeiras para mim do que meras brincadeiras.


- Daniel ? - Minha mãe chamou

- Quê?- perguntei sonolento, abrindo apenas um olho.

- Você está atrasado para o colégio meu filho! - Minha mãe exclamou - Ande logo, se quiser vir comigo, irei sair em 5 minutos.

- Não vou hoje - resmungo

- Você não tem uma prova hoje menino?

Abri os olhos rapidamente. A prova de história é hoje. A prova no qual Elizabeth tanto me ajudou. Levantei rapidamente da cama e fui para o banheiro tomar um rápido banho.

- Daniel, não demore! - Minha mãe gritou do lado de fora

O meu banho foi de fato rápido. Mas enquanto a água caia por meu corpo eu apenas pensava se eu conseguiria fazer aquela prova e conquistar pelo menos mais do que cinco. Eu precisava disso, eu preciso disso!

É meu ultimo jogo. É meu último jogo antes de eu ir para a universidade, vai ter gente me observando, gente que pode me colocar numa universidade com uma simples carta.

Eu preciso ter uma ótima nota.

  Cheguei no colégio 20 minutos atrasado. Quando entrei fui direto para minha aula de física, minha prova de história é a ultima aula e eu estava ligeiramente tenso.

Só pensei naquela prova em quase todas as aulas. Mas quando eu não pensei me vi pondo em prática tudo aquilo que Elizabeth me disse sobre me concentrar. De repente eu estava prestando atenção nas aulas e deixei meu celular de lado.

Eu havia conseguido fazer exercícios simplesmente prestando atenção no que os professores diziam.

Encostei na minha cadeira pensativo, por um certo momento me arrependi de não ter me concentrado nos estudos durante tantos anos de escola.

Não me leve a mal, eu me sinto até orgulhoso pois aproveitei o colegial bastante. Peguei quase todas as garotas, me tornei capitão do time de basquete e fui convidado para as melhores festas, eu era o centro das atenções nesse lugar. Conquistei coisas que muitos adolescentes sonham em ter.

Mas me arrependo por não ter me dedicado tanto aos estudos quanto me dediquei no basquete e em outras coisas. Não vou negar, eu irei sentir saudades do colégio quando isso terminar.

E não vai demorar para isso acontecer.

De fato Elizabeth estava fodendo com muita cabeça. E p0rra, eu não estava gostando nem um pouco daquilo. Ela estava me fazendo pensar além da conta em tudo e qualquer assunto que eu não considerava importante.


- Demorou por que cara? - Questionou Jason, um dos meus colegas do time

- Estava respondendo algumas lições. - dei de ombros fazendo toque com ele. Ele me olhou sem acreditar, então deu de ombros também.

Caminhamos pelo corredor cheio de alunos, conversando sobre nossos últimos jogos. Foram bons pra caramba, nossas jogadas foram ótimas e estávamos na final do campeonato entre escolas. Nosso último jogo é agora, sexta. Mas o filho da mãe do treinador me deu um baita sermão, dizendo que se eu não ganhasse a porra de uma nota mais que cinco em história eu não jogaria.

E no corredor encontramos mais três caras. Fomos todos em direção ao refeitório, eu estava tenso desde manhã com a maldita prova resultando em falta de fome. Eles compraram seus lanches e no refeitório cheio, mesmo sabendo que chamávamos atenção, caminhamos em direção a nossa mesa.

- Sua prova é quando? - Jason perguntou comendo seu hambúrguer. Estávamos como sempre o time de basquete, e as líderes de torcidas. Ultimamente eu estava me irritando com a presença delas, mais especificamente com a presença de Francine.

- Na última aula. - Respondi

- Já ? - Perguntou pasmo - Pelo menos estudou?

- Está falando com o capitão - Paulo se intrometeu rindo - Acha mesmo que ele estudou?

- Estudei - Respondi ríspido. Ultimamente não era só a presença de Francine mas a de Paulo inclusive que me irrita. O cara é legal, um grande amigo devo admitir, já fomos mais próximos mas o fato de Elizabeth estar me ajudando e o fato dele comentar tanto sobre ela me irrita. Além do mais, fazia meses que não tínhamos a mesma amizade de antes. Não somos tão grandes amigos quanto um dia fomos.

E por pensar em Elizabeth olhei ligeiramente para sua mesa e como sempre lá estava ela. Comendo e mexendo no celular, provavelmente jogando seus joguinhos estúpidos para passar o tempo.

Eu olhava para mesa de Elizabeth, e era como se ela sentisse meu olhar porque ela levantava o olhar da comida e me encarava. Ela sorria de lado, eu sorria de lado e então me vi levantando do meu lugar. Todos na mesa olharam para mim, não dei bola e caminhei até a mesa dela. Sentando em sua frente, com apenas a mesa nos separando.

- Essa cena do popular saindo da mesa dos populares e indo sentar com a nerd excluída é bem clichê. - Ela murmurou

- A cena em que eu mal olho para a nerd e ela levanta o olhar para mim como se me convidasse para sentar junto com ela é mais clichê ainda.

- Oh, você não sabe ler o olhar? Eu não estava convidando, estava implorando para a estrela do time sentar junto de mim. - ela debocha

Dei risada, mais rouca do que eu imaginava

- Então, prova hoje hein? - Ela colocou uma batata frita na boca

- Nem fale - suspirei - Estou tenso.

- É só se concentrar.- ela respondeu - Eu deveria ganhar um presente sabia?

- O quê?

- Por ter te ajudado, e pela nota alta que sei que irá ganhar.

- Como sabe? - pergunto em tom divertido. A expressão dela demonstrava a mesma diversão.

- Eu fui sua professora meu amor. - ela deu de ombros como se aquilo respondesse todas as questões do universo.

- Ok - me afastei um pouco estreitando os olhos, analisando ela melhor. Ela fez exatamente o mesmo. - Me dê uma nota, se eu ganhar essa nota ou mais eu te dou algo.

- Hummm - ela murmurou me analisando também - Nove.

- Ok, fechado - estendi a mão e ela apertou - se eu ganhar um nove ou mais, você ganha... um beijo.

Ela bufou

- Tanta coisa pra eu ganhar e você quer me dar um beijo? - ergueu uma de suas sobrancelhas

- Exatamente - concordei - Você vai adorar. - pisquei

Ela riu e se aproximou mais

- E o que me resta é torcer pra você ganhar no mínimo oito.

Evitei dar um sorriso. O sinal tocou avisando o fim do intervalo. Levantamos

- Boa sorte - Ela disse, piscou e foi embora. Agora que eu vou me concentrar mesmo para essa prova.

ELIZABETH MOORE

As últimas aulas estavam interessantes. Eu assumo que adorava receber informações, processar em meu cérebro e então finalmente dar como entendidas. Como eram as ultimas semanas de aula eu estava um pouco mais solta do que costume. Respondia tudo que os professores perguntavam. Pelo fato de eu vir todos os dias de manhã para a escola, dormindo a tarde (estou aproveitando porque quando eu for para a universidade terei que trabalhar também) e frequentando a casa de Daniel a noite para ensina-lo, acabei deixando de lado as anotações de meu trabalho de filosofia.

E foi quando lembrei que a ultima aula era dela que eu ignorei completamente a aula da professora atual e peguei meu caderno escrevendo prometendo a mim mesma passar para as folhas do trabalho.

Daniel é irritante, um pouco interessante. Minhas anotações não foram sobre ele especificamente, e sim sobre a minha visão sobre como estava sendo fazer aquela experiência com ele.

Quando a aula acabou, levantei pegando meu material e indo em direção a sala de matéria de filosofia. Quando eu e meus outros colegas entramos, sentamos, e ela começou a dar a aula cansativa dela.

- Senhorita Moore? - Professora me chamou. Fechei o caderno que havia aberto a mais ou menos 10 minutos, terminando de escrever tudo aquilo que eu não escrevi durante tantos dias.

- Sim? - Olhei para ela

- Espero que isso tenha relação com minha aula.

- Tem sim - sorrio - É sobre seu trabalho, estou anotando algumas coisas que achei necessárias.

- muito bem - ela assentiu - posso ver?

- Não. - Guardei o caderno - Mas logo a senhora verá.

- Semana que vem eu o quero em minhas mãos. - ela disse - Suas duas semanas estão chegando ao fim, não só as suas como as da metade dessa turma.

- Ok. - murmurei

- Sra.Campbell? - Chamaram ela lá no fundo - estou com uma dúvida em relação ao meu trabalho.

    Aposto que meu corpo já sabia perfeitamente a hora de eu ir embora. Bocejo. É tão engraçado que fico a manhã inteira energética e quando bate o sinal para ir embora, o sono bate junto.

Levantei da minha cadeira pegando meu material.

- Quero meu trabalho semana que vem Elizabeth. - Assenti. Espero que meu trabalho seja o melhor da turma.

Caminhei pelos corredores com minha mochila em costas pronta para ir embora. Quando sai os alunos todos estava do lado de fora, como eram as últimas semanas estavam fazendo muito isso ultimamente. Em vez de irem pra casa ficavam em frente a escola conversando e rindo, como se aquilo de fato fosse eternizar os anos que ficaram aqui. De longe eu vi os jogadores de basquete, Paulo como sempre no meio. Eles conversavam, mas não vi Daniel ali e achei estranho. Eu estava curiosa pela nota dele, e admito achar engraçado o beijo que ele disse que me daria se ele ganhasse nove ou mais. Geralmente as notas não sai assim, na hora. Mas foi uma exigência do treinador de Daniel para ele ser analisado no instante que acabar.

Mas eu quero sim que ele ganhe mais de cinco para poder jogar. Ele se esforçou bastante nos últimos dias.

Continuei andando, Francine e suas animadoras caminhavam em direção aos meninos. Meu celular vibrou no bolso traseiro da minha calça jeans. Peguei lendo a mensagem.

Era de Daniel

" Tirei 10". Ele enviou

Aquilo me fez abrir um sorriso de orgulho. Dele e de mim, obviamente. Eu consegui ensina-lo, consegui fazer ele ganhar uma boa nota!

- E aí, Daniel? - Ouvi os caras do time dele falar. Olhei na direção deles, o gramado do colégio estava cheio de alunos mas o grupinho eram sempre o centro de atenções então era fácil acha-los. Embora eu já tenha os vistos minutos atrás.

Daniel caminhava na direção deles, sorrindo abertamente. Sua felicidade estava óbvia. Seu sorriso de orgulho de si mesmo é até que bonitinho.

- 10. - ele respondeu. Os amigos comemoraram e até as lideres de torcidas perto comemorou

- Vamos comemorar em sua homenagem - Paulo disse. Francine se aproximou como quem fosse beijar ele, aproveitando a emoção.

Mas ele se afastou deixando ela confusa e todo mundo com os olhos nela.

Fui surpreendida. Porque ele a afastou, ignorou os amigos dele, olhou ao redor e quando me viu de repente meu coração deu um salto.

Ele começou a andar confiante na minha direção, a passos largos. Arregalei os olhos. Seu sorriso não saia de seu rosto. Todos, literalmente todos estavam olhando para ele.

Que merda é essa?

Quando ele foi chegando perto de mim me controlo para não caminhar para trás. Alguma coisa de fato estava mexendo comigo ali.

- Eu tirei dez - Ele disse

- parabéns - Falei

- Vou te dar seu presente. - chegou bem perto. Todo mundo olhava para a gente.

- Não precisa...

Então meu coração bateu mais rápido. E minhas pernas pareciam gelatina. O rosto dele se aproximou do meu em questão de segundos, ele me beijou.




Como seria amar alguém que pensa que todos a sua volta o ama? Como seria amar alguém que tem muros diante de si?
É interessante dizer que amor é um sentimento que todos anseiam, e minha experiência não envolve o amor em si como o caminho para ele, paixão.

Sabe identificar o que caracteriza a paixão e o amor? Psicólogos, filósofos e até mesmo neurologistas se dedicam a estudar estes sentimentos e a delimitar as diferenças de cada um.

Paixão:

A psicologia define a paixão como a manifestação do fenômeno da projeção, ou seja, quando a pessoa projeta suas idealizações no parceiro(a).

Isso quer dizer que, quando estamos apaixonados somos atraídos pela idealização que fazemos do próximo, e não necessariamente pela pessoa como verdadeiramente é.

Normalmente, quando estamos apaixonados as características que mais nos atraem são as físicas, sejam os belos olhos, os lábios, a pele suave ou o sorriso, por exemplo.

Já com o verdadeiro amor conseguimos enxergar muito além das aparências, identificamos a chamada "beleza interior" da pessoa, ou seja, os seus valores, a sua autenticidade e personalidade acabam por ser tão ou mais excitantes do que um belo sorriso.

Então como nos sentimos quando estamos apaixonados ?

Suas emoções são profundas, você sente o corpo formigando, as mãos treme, seu coração bate aceleradamente e você sente como se devesse acima de tudo ter aquela pessoa na sua vida. Você sente ciúmes, pensa nela a maioria do tempo e quando você a vê, sente o coração estranhamente aquecendo. Se algum dia eu sentir algo assim, pode ter certeza que estou apaixonada. Infelizmente com minha experiência não posso saber se ele sentirá algo assim, mas posso interpretar suas ações.

Página 3 e 4 - trabalho de filosofia

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