Geek

By Cat_Ferrari

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Guilherme e Rafaela são amigos desde o berçário e dividem os mesmos gostos por quadrinhos e ficção cientifica... More

prólogo
01. faculdade
02. mudanças
03. crush
04. festa no campus
05. namorada
06. ajudinha (͡° ͜ʖ ͡°)
07. amizade colorida
08. segunda vez
09. o outro cara
10. Halloween
11. viagem com a turma
12. recaída
13. amiga nova
14. namorada falsa?
15. quase perfeito
17. preocupado
18. dividido
19. caminho livre
20. formatura
epílogo: felizes para sempre

16. férias

244 20 27
By Cat_Ferrari

Guilherme.



— até que enfim!- jogo as mãos pra cima ao sairmos pelas portas.

Rafa riu do meu entusiasmo e Ryan nos alcançou antes de chegarmos no estacionamento.

— ei, não vão embora sem me dar tchau. Não vou ver vocês até o próximo semestre.- ele e Rafaela se abraçam.

— isso mesmo, eu não quero ver a cara de ninguém antes do próximo início das aulas.- falei.

Ele me cumprimentou também e foi embora logo após se despedir, Rafa e eu seguimos para o carro e eu perguntei.

— Froy não vai mesmo querer vir com a gente?

— ele tem que falar com um professor antes, mas vai encontrar a gente lá.

— okay então.- nós entramos no carro e seguimos para a nossa lanchonete favorita.

Durante o caminho nós rimos, cantamos e fizemos planos para nossas férias.
Natália nos encontraria na lanchonete para comemorarmos a despedida das aulas, e assim que Froy chegasse a turma estaria completa.

Desde que tive a recente descoberta sobre ainda sentir algo pela Rafaela, decidi me dedicar de corpo e alma na minha relação com a Natália.
Portanto, para que ela se sinta cada vez mais confiante de que eu quero mesmo ficar somente com ela, a trato com o dobro de carinho que antes.

Rafa e eu continuamos amigos do mesmo jeito, e embora ela não tenha desconfiado sobre meus sentimentos ainda existirem, com o passar do tempo tudo tem ficado mais fácil entre nós.

Descemos do carro e fomos direto procurar uma mesa do lado de dentro, uma das atendentes nos serviu um cardápio e logo Nat apareceu.
Me levantei para recebe-la com um abraço e um beijo, ela ficou contente e passou a noite toda sorrindo pra mim.
Froy também não demorou a chegar e se juntou a nós com uma notícia ruim, infelizmente.

— vou ter que refazer meu último trabalho.. Ele não vai me deixar fechar o semestre com uma nota boa.- lamentou.

Rafa mexeu no cabelo dele fazendo carinho para conforta-lo e falou.

— vai dar tudo certo, se quiser ajuda para estudar, conta comigo.

Ele sorriu e beijou a bochecha dela, eu mantive os olhos nos dois e sorri com a cena.

Minha atuação tinha que ser perfeita ou Natália jamais iria me perdoar.

— então... Seis meses de namoro?- Froy pergunta.

Nat e eu nos olhamos e sorrimos um para o outro.

— pois é. Passa tão rápido.

Ele assentiu e virou para roubar um selinho da Rafa.

— e como! nós já estamos fazendo oito.- piscou.

— se fosse nove, estariam tendo um bebê..- Nat brinca.

Rafaela riu sem graça e olhou pra mim desviando o olhar, não entendi porque ela ficou com vergonha do trocadilho, então apenas deixei pra lá.
Nós continuamos comendo e depois de encerrar a noite, cada um voltou para casa com seus respectivos pares.

........................


Os primeiros dias de férias foram aproveitados sem planejamento algum.

Rafa e eu saiamos para correr quando dava vontade, e no final da tarde sempre frequentavamos a academia também.

Natália passou a fazer parte das sessões de luta, mas desistiu depois  de se machucar mais de uma vez.

Algumas garotas nascem para serem duronas.
Como a Rafa, por exemplo.
Outras, são apenas fofinhas e delicadas.
Tipo a Nat.

Oque é engraçado, porque a Nat é sempre bruta demais comigo e a Rafa sempre foi carinhosa com o Froy.

Ele também passou a andar com a gente, mas como nossa rotina estava muito sem graça, na semana seguinte nós decidimos fazer um sorteio para decidir o próximo rolê.

— okay, os papéis já estão prontos, tirem um só e não vale roubar.. Eu to falando de você, tá dona Natália.- cerro os olhos pra ela.

Ela revirou os olhos e tirou um dos papéis de dentro do meu boné.
Rafa também pegou um e em seguida foi o Froy, eu tirei a última opção e falei.

— vamos por ordem de tirada..Nat, vai.

Ela abriu o papelzinho e leu em voz alta.

— balada.

— hoje?- Rafa questiona.- mas hoje é terça!

— eu também não posso.. Tenho que estudar.- Froy fala.

— fala o seu então..- pedi para Rafa.

Ela olhou o papel e respondeu desanimada.

— boliche..

— eu odeio boliche, e semana passada dei um mal jeito na mão direita.- Nat reclama.

— porra, então a gente fez o sorteio pra quê? Ninguém quer fazer nada!- reclamei.

— eu tirei parque de diversões.. Nós podemos ir no fim de semana. Vou estar livre até lá.- Froy da de ombros.

Olhei meu papel também e bufei.

— ah ótimo! Jogo dos Tennesse Titans... Quem foi que botou isso?

— fui eu, tenho quatro ingressos para o próximo jogo.. Achei que fossem gostar.- Froy responde.

Cocei a cabeça pensativo e perguntei.

— ta, então querem fazer oque?

Rafa ergueu a mão e respondeu.

— eu queria ir no parque de diversões.

— mas isso só rola no sábado.. Ninguém quer mesmo ir no boliche?

Nat negou com a cabeça e Froy se levantou para ir embora.

— bom, seja lá oque vocês decidirem, se divirtam sem mim. Eu tenho que estudar.. O jogo é só daqui a duas semanas, então acho que até lá podemos encontrar outra coisa.- ele rouba um beijinho da Rafa e se despede saindo de casa.

Fiquei sozinho com as meninas e falei.

— então?

Rafa e Nat se olharam e não disseram nada, percebi que o voto final ficaria  a critério dela, então insisti.

— ah, qual é Rafa! Todo mundo ja foi pra balada no meio da semana, pelo menos uma vez na vida.

Ela revirou os olhos e bufou.

— okay.. Mas citando um Geek de dois anos atrás, Balada não é lugar para nós Nerds. - ela se levanta e vai embora também.

— a gente vai te esperar aqui em casa, NÃO DEMORA!- berrei.

Ela bateu a porta e não respondeu, Nat e eu ficamos sozinhos então sentei do lado dela no sofá e falei.

— quer me ajudar a escolher uma roupa pra sair?

Ela se levantou também e se despediu.

— eu ajudaria.. Mas tenho que me trocar também.- soprou um beijo e saiu me deixando sozinho.

Bufei frustrado e falei sozinho.

— okay, acho que vou ter que decidir sozinho.

Subi para o quarto e quando passei pela janela, vi Rafa andando de um lado para o outro escolhendo o look dela também.
Senti meu coração se acelerar e na mesma hora fechei as cortinas, sentei na cama esfregando as mãos no cabelo e tentei procurar uma saída rápida para o meu problema.
Não vi outra opção a não ser chamar ajuda, peguei meu celular e mandei uma mensagem para o Ryan o convidando para a balada também.


Ele topou, então eu respirei aliviado por escapar de mais um dia na presença das duas.

Desde que Nat e eu resolvemos esperar, ficar sozinho com ela e com a Rafaela tem sido um dilema estressante.

Eu fico sempre excitado, só que pela pessoa errada.
Mas com Ryan lá para completar a turma, tenho certeza de que nada sairá do controle.

Deitei na cama de costas e esfreguei as mãos no rosto.

Eu espero que dê tudo certo mesmo.

.................

Horas mais tarde, dentro da balada.

— são quase 4:30 da manhã.. Tem certeza que não quer ir embora?- berro por causa da música alta.

Rafaela nega com a cabeça e entorna mais um shot de tequila.
Olhei para Ryan do outro lado da pista e ele parecia tão entediado o quanto eu.
Natália não parava de dançar, mas pelo menos não estava bêbada como a Rafaela.
Na verdade pela primeira vez desde o dia em que apresentei as duas, elas estavam se dando bem e interagindo uma com a outra sem reclamar.

Comprei mais uma garrafa de água e fui até o Ryan arrastando a Rafaela.
Segurei a mão dela e falei.

— vem comigo, não posso te deixar sozinha aqui..

— ah não.. Eu quero fazer amizade com o barman..- ela acena para o rapaz atrás da bancada.

Olhei feio pra ela e balancei a cabeça, segurei firme no seu pulso e a puxei dali.

— anda Rafaela.

Nós chegamos do outro lado e Ryan parecia tão afim de ficar ali o quanto eu, as meninas saíram de casa contra a vontade delas e no final das contas estavam se divertindo mais do que a gente.
Sentei Rafaela numa cadeira ao meu lado e me virei pra ele.

— eu to pensando em chamar um uber... Você pode levar a Nat em casa pra mim?

— mas você não veio de carro? E porque um uber, se nem bebeu?

— eu sei, mas a Rafaela está muito bêbada.. Eu tenho medo de manda-la sozinha pra casa. E se eu for levar a Nat, ela vai querer me agarrar e pedir pra eu ficar.

Ele coçou a cabeça pensativo e bufou.

— beleza, mas você fica me devendo mais uma. Aliás, mais duas! E se ela tentar me agarrar no seu lugar.. - ele aponta um dedo pra mim.- EU VOU DEIXAR.- berrou acima da música e saiu da mesa para procura-la.

Soltei um suspiro pesado e virei para convencer Rafa a ir pra casa, mas a cadeira ao meu lado estava vazia e ela havia sumido.

— mas.. cadê..- olhei para o palco de apresentações a tempo de ver o DJ anunciar sua nova companhia.

Rafaela acenou para a pista e começou a dançar feito louca, arregalei os olhos e pulei de onde estava para ir atrás dela.
Consegui subir no palco também e a peguei pela cintura, olhei feio para o DJ e joguei minha amiga nos ombros para tira-la daquele lugar.
Andei com ela até chegarmos do lado de fora e a botei no chão finalmente, ela me olhou com um sorriso frouxo e cambaleou para o lado.

— ei, calma..- segurei ela pela cintura outra vez.

Nós ficamos com o rosto muito perto, então engoli seco e disfarcei me afastando sem solta-la.

— vem comigo, vamos voltar pra casa..

A encaminhei até o carro e abri a porta, ela olhou pra mim ainda com aquela carinha e balbuciou.

— hmm, ele é um cavalheiro..

— só entra logo ta bom.- botei ela dentro do carro e segui para casa.

Nós descemos na calçada e eu a ajudei andar até a porta sem tropeçar.
Rafaela escorou no meu braço e começou a me apalpar quando eu tentei abrir a porta sem fazer barulho.

— cadê as chaves?- passo as mãos pelos bolsos da calça dela.

Ela riu sentindo cócegas e respondeu.

— ai, assim não...

Achei a chave no bolso de trás e peguei, comecei a abrir a porta da frente e senti ela me apalpar novo.

— se você vai me apalpar, então eu também quero..- ela passa a mão na minha bunda e eu mordo o lábio para não rir em voz alta.

Abri a casa e entrei arrastando ela pela cintura, os pais dela deviam estar na casa, mas pelo horário logo levantariam para trabalhar.
Fiz sinal se silêncio pra ela, mas Rafaela estava tão bêbada que fazia de tudo uma brincadeira.

— shhh.. Nós vamos subir, ta!- cochichei.

— você fala engraçado...- ela ri e fala em voz alta.

— shhh, cala a boca ou seus pais vão acordar!- puxei ela para cima e consegui chegar até o quarto sem chamar atenção.

Rafaela começou a tirar os sapatos e foi em direção a cama, mas eu a interrompi e falei.

— nem pensar, você está fedendo a Tequila. Se seus pais entrarem aqui e pegarem você assim, quem morre sou eu!- falei baixo.

Ela riu do modo como eu falava de novo e eu fiz cara feia pra ela.
Rafaela tapou a boca abafando a risada e eu bati a mão na testa.

— você precisa tomar banho, não posso te por pra dormir desse jeito.

Ela mordeu o lábio e fez uma carinha travessa, ameaçou abrir o zíper da calça e falou.

— e quem vai me dar banho? .....você?

Meu coração foi a mil na mesma hora, e eu nem precisei dos flashbacks de nós juntos para ficar excitado.
Me afastei dela dando um passo para trás e respondi.

— tira a roupa.

Rafa arrancou a blusa e deu uma risadinha.

— obaaa. Nós vamos transaaaar..- cantarolou.

Impedi que ela tirasse a roupa por completo e corrigi.

— nós não vamos fazer nada! Você vai tomar banho de sutiã e calcinha.

Ela fez um biquinho frustrada e eu a levei para o banheiro sem fazer barulho para acordar os pais dela.
Abri o chuveiro e a deixei embaixo da água.

— está frio.- ela reclama.

— não está não. Coloquei no morno. Anda, termina de se molhar..- empurro ela para debaixo da água um pouco mais.

Rafa se desequilibrou e se agarrou em mim, eu acabei entrando no chuveiro também e molhei metade do ombro.

— ótimo, agora estou todo molhado!- falei entre dentes.

Ela riu com a carinha de levada e eu preferi não prolongar ou os pais dela poderiam acordar.
A enrolei numa toalha e levei de volta para o quarto.

— senta aí. - pus ela na cama.- oque vai vestir pra dormir? Quer um pijama?- procurei dentro do closet dela.

Quando me virei ela estava de costas pra mim, completamente nua e enxugando o rosto com a toalha.
Engoli seco e senti minhas calças ficarem apertadas, minhas mãos começaram a tremer e eu a suar frio.

Se isso era Deus me testando, então eu iria pecar... e bem feio!

Me aproximei devagar e falei com a voz trêmula.

— v..veste a sua roupa Rafaela..

Ela virou pra mim e deixou a toalha cair de propósito, fechei os olhos na mesma hora e virei de costas pra ela.
Nós estávamos perto um do outro, o suficiente para eu senti-la se aproximando ainda mais e tocando minha cintura.

As mãos dela deslizaram até chegar na minha barriga, depois subiram fazendo carinhos pelo meu peito e mesmo por cima da camisa, aquilo estava me deixando louco.

— Rafa... Põe a roupa..por favor..- implorei.

Ela ficou nas pontas dos pés para falar no meu ouvido por trás, e eu pude sentir os seios dela roçarem nas minhas costas.

não quero.- sussurrou.

Apertei os olhos respirando fundo e sibilei.

— eu vou para o inferno..

Ela deslizou as mãos pela minha barriga de novo e pegou as peças de roupa da minha mão, soltei um suspiro pesado depois que ela se afastou e esperei um tempo até poder me virar.

— pronto. Pode vir.- ela avisa.

Espiei por cima do ombro e ela estava deitada na cama com o pijama que dei pra ela, me preparei para ir embora e me despedi.

— eu to indo.. Se cuida.- dei um beijo na testa dela e me afastei.

— não vai.. Por favor..- ela me chama de volta com a voz mansinha.

Parei a caminho da porta e comecei a pensar se valia a pena arriscar.
Olhei pra ela e falei a verdade.

— desculpa Rafa, mas eu não posso ficar aqui com você..

Ela sentou na cama e me olhou com uma carinha triste de cortar o coração.

— porque?

Olhar pra ela e tentar encontrar um motivo para resistir, era o mesmo que oferecer água a alguém com sede e depois beber.

Me aproximei da cama e sentei na beirada, olhei bem nos olhos dela e aproveitando que não se lembraria de nada no dia seguinte, confessei.

— porque eu não sei se vou poder me controlar.

Ela baixou o olhar chateada e aquilo acabou comigo.

— mas a gente não vai fazer nada..- insistiu.

Joguei a cabeça pra trás bufando e fechei os olhos clamando aos céus.

— Deus... Se está me ouvindo, me ajuda.

— por favor Gui.- ela faz a voz mansinha outra vez.

Olhei pra ela hesitando e então fiz oque não devia, liguei o foda-se e fui para o lado dela me deitar.

— espera.. Tira a camisa.- pediu.

— pra que?

— está molhada.- apontou.

Revirei os olhos e bufei tirando a camisa, a joguei no pé da cama e me deitei com ela de conchinha.

Eu só espero que a Nat nunca descubra, ou eu nunca mais vou poder tocar nela.

........


Na manhã seguinte acordei com a Rafaela deitada no meu peito, a cena do corpo dela junto ao meu me trouxe uma onda de lembranças maravilhosas da nossa época de amizade colorida.

Eu me debrucei para roubar um beijo dela, mas antes de consumar o ato, me lembrei que ainda tenho namorada e recuei me afastando.

Bati a mão na testa e esfreguei o rosto, me desvencilhei dela sem acorda-la e procurei a camisa para vestir.

Ainda estava molhada, mas era melhor do que sair sem roupa do quarto dela.
Enquanto eu me vestia, Rafaela acordou e olhou em volta confusa.

— como eu vim pra casa?

— bom dia.- me sentei na cama para por os tênis.- você bebeu todas ontem, hein..

Ela me olhou assustada e questionou.

— meu Deus! A gente...

— não, pode ficar tranquila.. Não rolou nada.- a tranquilizei.

— então porque está aqui?

— você bebeu demais, eu tive que te trazer pra casa e dar banho em você.- falei me levantando.

— VOCÊ OQUÊ?!- exclamou.

Fiz sinal de silêncio e sussurrei.

— relaxa, você não ficou nua.. Eu sou um cavalheiro. Não iria me aproveitar de você bêbada, e além do mais tem a Natália..- coço a cabeça sem saber como vou voltar pra casa.

Rafa pôs a mão na cabeça e ficou pensativa.

— eu não lembro de nada.. Oque eu bebi?

— tequila.. Muita tequila.. E quanto a ontem, é melhor você nem se lembrar mesmo.

— você vai pra casa agora? E a Nat?

— ela foi com o Ryan.. - pego meu celular e vejo um monte de mensagens dele.- droga.. É melhor eu ir.


— ta bom..

Me apressei em sair, mas antes olhei pra ela da porta e falei.

— ahm... Não vamos contar isso para eles.

— nunca.

— okay.

Saí e desci nas pontas dos pés o mais rápido que consegui, entrei em casa e fui direto tomar um banho gelado.

Depois dessa noite, eu jamais deixaria a Rafaela voltar a beber.

..................


Após o rolê para a balada não ter terminado muito bem, nós decidimos fazer um programa mais saudável, durante o dia, sem álcool e de preferência com todos os casais.
Ryan não quis participar dessa vez, mas como o Froy disse que estaria livre no sábado, tudo acabaria bem.

Então quando o parque anunciou sua abertura, Rafaela sugeriu de irmos até lá.
Eu pedi folga no Walter para poder sair também e fiquei de pegar a Nat na casa dela para nos encontrarmos direto no parque.

Terminei de me arrumar ao meio dia, saí de casa depois de me despedir e fui pegar o carro na garagem.
Rafaela apareceu na mesma hora e se convidou para vir comigo.

— oi, posso ir com você? O Froy vai passar na faculdade. Ele disse que me encontra lá no parque.

— tudo bem. Entra aí.

— você vai buscar a Nat?- ela diz indo para o banco da frente.

— vou.

— ah. Então é melhor eu ir atrás.

— deixa disso.. Senta aí.

Ela deu de ombros e voltou para o passageiro, nós fomos para a casa da Natália e durante o caminho falamos sobre os brinquedos que gostariamos de ir quando chegássemos ao parque.

Estacionei na porta e buzinei a chamando para avisar da chegada.
Nat saiu pela porta e veio saltando na nossa direção, abriu a porta do passageiro distraída e falou.

— que bom que chegou, não via ....Rafaela?

— a Rafa vai com a gente, o Froy ficou de nos encontrar lá.- expliquei.

Natália ainda a encarava sem entender nada e Rafaela começou a ficar sem graça.

— quer que eu vá para o banco de trás?

— não precisa.. Entra logo amor.

Ela fechou a porta da Rafa de novo e foi para trás, não resmungou ou reclamou durante o caminho inteiro, mas eu sabia que a guerra só estaria começando.

Nós chegamos no parque e avistamos Froy logo na entrada, ele estava com uma bandana e de braços cruzados esperando nos encontrar.


Descemos do carro todos ao mesmo tempo, mas Nat bateu a porta dela com mais força do que o necessário e eu soube que precisaria de toda ajuda do universo para reverter oque estava acontecendo.
Esperei Rafa ir na frente para encontrar o namorado dela e puxei Nat de canto para roubar um beijo.

Ela recuou e me deixou no vácuo de propósito.

— amor pára com isso.. Foi só uma carona.

— uma carona? Tem certeza? Porque pareceu mais que eu é que era a passageira extra no banco de trás!- bufou.

Segurei para não rir e fiz carinho na bochecha dela, ganhei um tapa na mão e reclamei.

— ai. Não faz assim..

Ela desviou o olhar de mim e fechou a cara, a puxei pela cintura colando nossos corpos e insisti.

— amor..pára.. Ná.. olha pra mim.

Ela cedeu por um breve minuto por causa do apelido fofo, mas depois voltou a me ignorar e se soltou indo na frente também.

Joguei a cabeça pra trás bufando alto e praguejei.

— maldita hora que eu decidi sair de casa..

Fui atrás dela e tentei manter o máximo de contato que pude.
Não adiantou nem mesmo ganhar um prêmio numa barraca pra ela, Natália estava mesmo revoltada e não me deu chance nem de segurar a mão dela.

E ela fez isso a tarde inteira.

.........


— eu estou com fome, vamos parar pra comer?- sugeri.

— eu topo!- Rafa diz de boca cheia.

Ela mal tinha terminado seu cachorro quente e já queria mais.
Froy olhou pra ela assustado e riu.

— vai com calma garota, só hoje você já comeu 3 hambúrgueres, uma maçã caramelada e um saco de pipoca doce gigante!

— sem falar nos outros dois cachorros quentes antes desse.- entreguei.

Ela nos olhou sem graça e limpou a boca com um guardanapo.

— cuidado hein.. Assim vai parecer que está grávida..- Nat cutuca.

Froy e Rafa trocaram um olhar em códigos e ela não respondeu à brincadeira, fiquei curioso quanto ao fato dela não retrucar, mas preferi não estragar a noite dando mais atenção ainda para a garota além da minha namorada.

Nós paramos numa barraquinha de lanches que ficava fora do parque, Nat pediu um lanche simples pra ela e Froy comprou um para a viagem.
Eu e Rafa dividimos uma porção de batatas e depois de comer, fomos todos pra casa.

— agora eu acho que vou explodir..- Rafa diz.

— ta enjoada de novo?- Froy pega na mão dela.

Nat me olhou fazendo gestos com as mãos em frente a barriga, e provocou de novo dizendo que eles teriam um bebê.
Revirei os olhos e balancei a cabeça ignorando o comentário, me despedi do casal e chamei Nat para irmos embora finalmente.

Levei Natália para casa dela e como durante o caminho ela quase não falou nada, puxei assunto.

— foi divertido hoje.. Nós podemos voltar lá antes das aulas recomeçarem.

Ela olhou para fora e não respondeu, peguei na mão dela quando parei o carro no sinal vermelho e falei.

— ei, olha pra mim.. Você me deu gelo o dia todo Nat.

Ela bufou e continuou olhando pra fora.

— não vai me dar nem um beijo mesmo?

— pede pra sua amiguinha.

Eu ri.

— amor pára vai.. Eu nem fiquei perto da Rafa hoje. Ela estava com o namorado dela.

— ainda bem, ou você me mandaria embora pra casa de novo só pra ficar com ela.- retrucou.

Respirei fundo e mesmo não querendo voltar ao assunto da balada, respondi.

— ela estava bêbada, não tinha como eu deixar ela ir embora sozinha.

Nat olhou pra mim finalmente e rebateu.

— podia ter mandado o Ryan com ela!

— mas ele teria que sair do caminho dele.. Não custava nada eu deixa-la em casa. Esquece isso vai, já faz uma semana.

Ela cruzou os braços e virou pra fora de novo.

— você não vai mais falar comigo né?- insisti.

Esperei por um tempo até que ela cedeu e virou o rosto pra mim.

— me diz que não rolou nada entre vocês..

— claro que não. Você sabe que eu estou com você.- falei prestando atenção na rua.

— olha pra mim e responde.- pediu.

Diminui a velocidade e olhei pra ela com as mãos no volante.

— não rolou nada naquela noite.

Ela deixou um leve sorriso escapar e virou para fora suspirando aliviada.

Nós continuamos a viagem em silêncio e quando paramos na entrada, notei que a casa parecia muito silenciosa.

— seus pais dormem cedo..- comentei.

— claro que não, são apenas 22:30 hs. Acho que eles saíram.- ela fala saltando do carro.

Entendi aquilo como um convite e saí do carro também, nós entramos na casa dela e realmente estávamos sozinhos.
Virei pra ela e pensei na única coisa que poderia sugerir para fazermos as pazes.

— quer namorar um pouquinho?

Nat me olhou e não pensou duas vezes, largou a bolsa no pé das escadas e segurou minha mão me arrastando para cima.
Paramos na porta do quarto dela e nos olhamos de novo hesitanto, ela mordeu o lábio me fitando e soltou.

— quer ficar aqui hoje?

— mas eles não vão voltar?

— é só você sair cedo amanhã.

Pensei um pouco e como nós não tínhamos tido muitas oportunidades de ficar a sós nos últimos meses, aceitei.
Assenti com um aceno e a puxei para um beijo, Natália me puxou pela camisa para dentro do quarto e nós andamos cambaleando até a cama.
Ela deitou e me puxou sobre ela, e nós voltamos para a posição de sempre.
Me encaixei entre as pernas dela e passei o beijo para o pescoço, ela gemeu em aprovação e enfiou uma mão por dentro da minha blusa.
Sentir o toque dela me levou a uma lembrança que eu não queria ter, mas que inconsequentemente resultou na noite que esperávamos a meses.

As mãos dela desciam fazendo carícias pelas minhas costas, a boca dela mordiscava meu ombro e deixava um rastro de beijos molhados enquanto seu corpo se mexia embaixo do meu, procurando o mesmo embalo, me conduzindo no vai e vem empurrando meu quadril.

Estava perfeito, enfim tinhamos encontrado o momento certo.
Mas dentro de mim, alguma coisa ainda me alertava que havia algo de errado.

Eu não pensei nela..
Na minha cabeça, eu estava com a Rafaela.

E pensar nela me deixou tão excitado, que finalmente nós fomos até o fim.
Eu não pensei muito no que estava fazendo pensando em outra mulher, apenas me concentrei para não falar o nome dela e continuei.
Nos livramos do excesso de roupas e apagamos as luzes, eu peguei uma camisinha na carteira e vesti sem demora.
Ela me beijava e gemia e rebolava pedindo por mais, então respirei fundo e a penetrei lentamente iniciando o entra e sai.

Nós fizemos a noite toda, mal dormimos, mas mesmo assim eu não me cansei.

Eu me sentia péssimo pelo que tinha feito, ela não merecia isso de mim.
Na manhã seguinte acordei ao lado dela e comecei a me lembrar dos momentos da noite passada.

Foram bons e por um breve momento eu sorri olhando para ela dormir.

Ela sorria deitada no meu peito, cochilando calmamente sem ter ideia do que houve entre a gente.
Eu não podia deixa-la descobrir, eu tinha que tentar, então a despertei com um beijo e a chamei para fazermos tudo de novo outra vez.

.......

— tchau..- ela segura meu rosto e me dá um selinho demorado.

Apertei a cintura dela durante o beijo e sorri abobalhado, ela se afastou rindo e me expulsou da casa.

— anda, vai. Eles vão acordar.- sussurrou.

Mordi o lábio olhando pra ela enquanto me retirava de ré, e sorri também.
Abri a porta do carro e acenei pra ela de longe, ela sorriu e soprou um beijo me deixando ainda mais encantado.
Eu voltei pra casa assoviando e me sentindo completo pela primeira vez.

Tudo estava certo de novo.
A vida havia voltado a sorrir pra mim.

— eu tive a melhor noite de todas, e uma manhã maravilhosa também..- falei sozinho enquanto me olhava pelo retrovisor.

Estacionei o carro na entrada de casa e desci ainda cantarolando feliz da vida, andei em direção a porta até que notei alguém esperando por mim.

— Rafa?

Ela se levantou e parecia estar chorando, me aproximei devagar e ela correu para me dar um abraço.

— ei, oque foi?

Ela chorou ainda mais e escondeu o rosto no meu peito, afaguei as costas dela esperando que ela se acalmasse e depois perguntei.

— oque aconteceu?

Rafa se afastou limpando as lágrimas e respirou fundo antes de responder.

— eu acho que estou grávida.

Eu não pude ajuda-la apartir dali, porque fiquei sem reação também.
No minuto em que as palavas saíram da boca dela, senti como se meu mundo inteiro tivesse sido tirado de mim.

Ouvir sobre a gravidez dela acabou comigo.

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