Eu não fiz malas, eu não peguei nada, nada além do meu celular e o carregador e então corri para dentro do carro, assim que recebi a última mensagem de Babi, ja eram 11:30PM e eu recém estava entrando dentro do carro, parece que tudo resolveu dar errado, justo hoje, justo quando eu preciso que de certo, na verdade, desde que ela saiu por aquela porta, tudo começou a dar errado, todas as minhas decisões, tudo. Estacionei em frente a casa de Blake e mandei uma mensagem, se eu buzinasse ia incomodar os vizinhos, não quero mais problema que ja estou tendo, vejo blake sair apressado de dentro da casa dele, ajeitando a jaqueta jeans em seu corpo, e então ela veio em passos rápidos até o carro, eu destranquei a porta e ele entrou, e sem nenhuma palavra eu arranquei em direção ao nosso destino, foi alguns minutos de silêncio, mas Blake resolveu não deixar assim por muito tempo.
— Você acha que chegamos a tempo? – Perguntou olhado pela janela.
— Eu espero. – Respiro fundo vendo o garoto apertar suas duas mãos com força, ele estava nervoso, assim como eu, e isso estava estampado em nossos rostos.
Depois de mais duas horas de silêncio, Blake acabou dormindo, ja era uma hora da manhã, e provavelmente chegaríamos la daqui umas seis horas, se o trânsito colaborasse, cinco, vi Blake se mexer mo banco, e então notei que ele estava acordado.
— Vai demorar ainda, se eu fosse você, eu dormiria. – ele me olhou por alguns segundos.
— Cara, na velocidade que você está a gente chega em no máximo 2 minutos. – ele volta a olhar pela janela.
— Eu não sei você, mas eu preciso chegar antes dela ir embora! – Continuo com focado na estrada.
E novamente, silêncio, estávamos ambos nervosos demais para conversarmos, Blake acabou dormindo de novo, depois de algumas horas, meus olhos estavam quase se fechando também, mas como ja tinha amanhecido, eram 6 e alguma coisa da manhã, faltavam alguns minutos pra chegarmos em Sacramento, eu deixei qualquer descanso para quando eu falasse com a Layla, eu só queria saber que vai ficar tudo bem, eu não quero que ela vá e esqueça de mim, não quero ser apenas um passado, e muito menos uma decepção ou um erro para Layla, porque ela nunca vai ser isso para mim. Estava quase entrando na cidade quando ouvi uma sirene, não, droga, assim que vi que era pra mim, estacionei o carro e a viatura estacionou logo atrás, um policial não muito velho, veio até o carro, e com um caderninho, bateu na janela, eu abri, e ele olhou para dentro do carro, provavelmente vendo Blake que ainda estava meio sonolento, por ter acordado a alguns segundos.
— Então parceiro, você sabia que estava acima do limite de velocidade? – ele pergunta, me olhando com uma expressão não muito amigável – deixe-me ver seus documentos.
Me virei procurando os documentos do carro e minha carteira de motorista, comecei a me desesperar ao achar apenas minha identidade, olhei para o Blake e ele resmungou algo colocando a mão na cara e bufando.
— E então? – ouvi a voz do policial e resmunguei.
— Eu... não os trouxe. – falo e ele olha para a viatura.
Ah que bacana, agora eu vou pra delegacia, eu só posso ter sido amaldiçoado.
— O senhor vai ter que me acompanhar até a delegacia. – Concordo com a cabeça, e então ele segue até a viatura.
[...]
Ja estávamos a algum tempo na delegacia, tentando convencer o policial de que aquele carro era meu, eu estava me estressando, mas não podia me alterar, ja estava fodido demais, escutei meu celular tocar e então o policial me olhou com cara feia, pedi permissão para atender e ele apenas concordou, me levantei me afastando, assim que ouvi a voz de cameron, a minha vontade de pular no pescoço de alguém, foi gigante.
— Cara, eu e a Ametista estamos em Sacramento, eu esqueci de avisar, seus documentos ficaram no meu carro, depois daquela festa que você teve que dirigir, não saia de casa com carro hoje – Ele riu, ah, ele riu, e minha vontade de jogar o telefone longe, eu estou tão irritado.
— Ah sério cara? Porque eu estou em Sacramento também – falo com ironia.
— Mas como? Onde você está? – Bufei.
— Eu estou na delegacia, porque estava acima do limite de velocidade, sem os documentos do carro e sem a habilitação. – Escuto a risada de Cameron.
— Estamos a caminho. – É a última coisa que ele fala antes de desligar o telefone.
Com toda a minha raiva, eu acabei esquecendo de perguntar se eles estavam com Layla, voltei para onde estava, e Blake e o Policial se encaravam, o loiro estava um pouco, muito, assustado, e o policial estava com uma expressão séria, a mesma desde que chegamos aqui, ele com certeza, não gostou muito de nós.
— Delegado, o carro não é roubado – O policial que nos parou, disse entregando uma ficha para o delegado.
Ele olhou bem a ficha, e no seu olhar, dava pra ver o quão decepcionado ele estava, mas ele queria o que? Nos prender? Que abuso. Escutei o barulho da porta e me virei vendo Cameron com uma carteira em mãos e Ametista logo atrás, me levantei, indo até ele, peguei a carteira, e olhei fundo nos olhos dele.
— Eu nunca mais dirijo pra vocês sem ser no meu carro – e então me viro, separo os documentos e jogo em cima da mesa do Delegado, que olha tudo com atenção.
— É, vocês podem ir embora. – ele devolve os documentos, eu guardo na carteira, colocando no bolso.
Blake se levanta e nós saímos de dentro da delegacia , seguidos por Cameron e Ametista, eu irritado, me virei para Cameron.
— Eu fiquei 7 horas na estrada, só querendo chegar a tempo de ver a Layla, de me desculpar, e eu burro não notei que estava sem a habilitação e os documentos, fui culpado? Sim, muito, mas você foi um péssimo amigo, por não me avisar antes! – falo e ele concorda de cabeça baixa.
— Desculpa, eu tinha me esquecido, completamente – Ele diz e Ametista olha para nós dois.
— Foda-se vocês, a Layla está indo embora, e eu não vou conseguir me despedir – Ametista fala irritada.
— Ah que bom que tu me lembrou – Falo bufando.
Sinto meu celular vibrar no bolso, pego ele vendo que era número desconhecido, então desligo, e isso acontece mais duas vezes seguidas, na quarta ligação eu atendi.
— O QUE FOI CARALHO? – Meus amigos me olham assustados.
— Aaron? – Assim que a voz suave de Layla entra nos meus ouvidos, eu me acalmei e então sorri.
— Layla! – afirmo animado – Desculpa, eu estava um pouco irritado.
— Aaron, você está mesmo em Sacramento? – sinto meu coração pular ao ouvir a voz dela novamente.
— Eu vim me desculpar Layla, por ter sido um idiota – Escutei a risada dela.
— Você veio Aaron, eu achei que ia passar a viagem toda pensando em como você era um babaca – assim que ela fala isso eu dou um risada fraca.
— Desculpa por chegar tarde demais – falo e escuto ela suspirar.
— Você veio pelo menos – sorrio, como ela está falando comigo?
— Layla, de onde você está falando? – pergunto.
— Stuart me emprestou o celular.
— Vocês ainda não foram?
— Ainda não mas ja estamos quase!
— Eu vou sentir sua falta...
— Eu também vou sentir a sua – como eu queria abraçar ela agora.
— Eu te amo Layla – falo sincero.
— Eu também te amo – Sorrio com a resposta.
— Me da esse telefone de uma vez – escuto a voz de babi e dou uma risada – Aaron, passa para aquele merda chamado Blake!
Eu ri de babi, e sorrindo passei o telefone para Blake, ele atende animado, pode não ter sido a melhor despedida do mundo, coisa que eu queria ter dado para ela, mas pelo menos foi tudo resolvido, e isso que me importa.
— Eu não sei vocês, mas eu estaria chorando – Cameron brinca passando o braço pelos meus ombros.
— Vocês são todos burros – Ame fala e então olha para Blake no telefone – Mas é óbvio que se Amam.