A Cidade De Amber

By TwenTrevor

185 29 171

A Cidade de Amber Lily é uma adolescente simples em uma família comum e unida, está a terminar os estudos e i... More

Prólogo
Bem Vindos à Cidade de Amber
Mundo Ensolarado

Viagem

48 8 29
By TwenTrevor


Era muito cedo quando Lily levantou da cama para seu último dia de aula. Ainda tinha mais de uma hora para se aprontar, no entanto não aguentava esperar mais.

A animação corria em suas veias e estava estampada em seu rosto, ela quase esquecera o sonho, quase, por que ele ainda permanecia vivo em sua mente. Era a milésima vez que tinha um sonho assim, sempre a garota aparecia para lhe ajudar, mas no fim, não importa o quanto corressem ou fugissem, elas sempre acabavam mortas.

O mais estanho de tudo é que esses sonhos sempre acompanhavam Lily, estava presente em todos os seus sonhos desde os nove anos e conforme crescia ela e a garota ruiva também cresciam no sonho.

Lily foi até o banheiro e tomou um banho rápido, deixando a água levar todo o peso de um ano inteiro de estudo. Agora iria para a faculdade e já havia sido aceita para o curso de fotografia na melhor universidade do país e o melhor, teria que morar em uma república, não com os pais ou com a avó como aconteceria se não tivesse sido aceita, não que ela desgostasse de morar com os pais, mas às vezes eles a sufocavam e ela precisava dessa independência.

Ela estava muito animada, mas isso só viria depois de suas férias. Por enquanto seria a viagem que sua família tanto programara e quando retornasse, a vida de colegial teria acabado.

Lily ensaboava o braço esquerdo quando viu a marca, parecia um símbolo feito de tinta e em volta a pele estava vermelha. Há algumas semanas a marca aparecera no braço direito e seus pais surtaram, afinal até ela achava que aquilo era idêntico à uma tatuagem, o que era expressamente proibido. Seus pais quase cancelaram a viagem como punição. Lily não queria nem imaginar o que fariam se vissem a outra.

A curiosidade a dominara e ela havia usado todo seu tempo para pesquisar sobre o símbolo ou encontrar relatos de pessoas que foram "misteriosamente tatuadas", mas alguns dias depois e muitas páginas na internet lidas ela desistiu. Não emcontrara nada útil e agora havia acontecido novamente.

Ao sair do banho Lily foi até seu guarda roupas e trocou a blusa que escolhera por uma camiseta de mangas compridas, esperava seus pais estranhar, já que ela raramente usava roupas que cobria os braços e a barriga, para equilibrar essa imagem trocou a calça por uma saia balão preta e meias 3/4.

Desceu a escada para a sala se sentindo estranha com o modo como estava vestida, já que não era seu habitual, mas para garantir que a viagem não fosse cancelada ela faria qualquer coisa.

Os pais estavam na cozinha, a mãe sentada na mesa junto com Sean experimentando a refeição que seu pai preparava com empolgação. Ele só cozinhava quando estava realmente animado.

Toda a família havia esperando muito por essa viagem. Havia um mapa sobre a mesa e eles discutiam para onde iríam. Ela não se importava para onde, só queria passar alguns dias com a família em algum programa diferente do cotidiano, por mais estranho que isso parecesse para as garotas de sua idade, mas queria aproveitar as férias com a família, já que quando as aulas começassem ela os veria com pouca frequência.

Assim que Lily entrou na cozinha o humor de sua mãe mudou e o sorriso descontraído se fechou em um semblante sério.

Lily puxou uma cadeira ao lado de Sean e sentou-se desconfortável por quebrar o clima familiar, ela sempre fazia isso. Muitas vezes se sentia uma intrusa na própria casa.

- Bom dia querida. - cumprimenta seu pai animado e Lily lembra que isso é apenas uma ideia boba. - Estávamos falando sobre a viagem, nos decidindo para onde ir.

- Eu estava falando para irmos ao Lago de Prata. - diz Sean antes de dar uma mordida em seu lanche de diversas camadas de doces e geléias. Realmente não sei como ele consegue comer isso. Sean se refere ao parque estadual Lago de Prata, um parque à poucos quilômetros de distância de nossa cidade, um ótimo lugar para acampar e pescar, mas já estivemos lá tantas vezes que é como se nem saíssemos de casa e é isso que o pai está falando quando volto à prestar atenção na conversa.

- Lily semana que vem é seu aniversário, então como presente, você escolhe para onde vamos esse ano.

- Eu?... - Hesito por um instante e olho para a minha mãe, ela me encara inexpressiva e isso me dá coragem de continuar. - Certo! - digo animada sobrevoando o mapa com a mão, escolhendo o local que será nosso destino. Paro sobre uma cidade que nunca vi antes em mapa algum e desço meu dedo marcando ela como a minha escolha.

Sean se debruça sobre a mesa para conseguir ler o nome da cidade.

- Amber... nunca ouvi falar sobre essa cidade. O que tem de legal nela?

- Eu não sei. - Confessei. Eu não sabia mesmo, não conheço a cidade, no entanto algo me chamou a atenção e eu não pude evitar. Tinha que ser essa.

Como ninguém tinha uma escolha melhor, temporariamente nosso destino era Amber, uma cidade desconhecida no meio do nada.

Fui pedalando para a escola, deixei a bicicleta acorrentada no estacionamento em frente e fui para a aula, estava um pouco atrasada.

- Você não está adiantada?... Para a aula de amanhã.

Comenta o professor quando abro a porta. Sinto vontade de dizer que amanhã não terei aula, já que passei em todas as matérias e já fui aceita em uma universidade, mas apenas sussurro um "desculpe" tímido e sento-me em uma cadeira.

Atrás de Beatriz e ao lado de Sônia.

- Você é doida? - perguntou Bia no meio da aula visualizando Amber, a cidade que escolhi passar as férias, no celular por baixo da mesa. - Você deve ser realmente instável. Escolher essa merda como destino?

Diz ela incrédula, confesso que se fosse o contrário eu diria a mesma coisa. Eu mesma não me entendo por que escolhi esse lugar, ele apenas me chamou e eu atendi.

- Fala mais baixo... - Repreende Sônia.

- Não tem nada nesse fim de mundo.

- Realmente amiga. Você podia ir para tantos lugares legais, a banda Human Venom vai passar por Malbe em sua turnê... Você pode ir lá ver eles.

- Ou então ir para Maire, lá tem aquele super shopping que todo mundo quer conhecer.

Sugere elas, mas a verdade é que eu não trocaria Amber por nada. Mesmo não sabendo o que me atraiu nela ou o que iremos fazer durante as duas semanas que passaremos visitando o local.

- É para Amber que quero ir. - encerrei o assunto e elas não tocaram mais no assunto, falavam apenas sobre eu estar as abandonando, já que as duas vão para a mesma universidade e eu vou para outra. Mesmo essa sendo a minha sala de aula nos últimos anos e elas sendo minhas melhores amigo, sinto que aqui é como a minha casa, todos são redondos e eu sou quadrada, em não me encaixo nesse mundo.

A aula demora a passar, então pego o meu caderno e começo a desenhar linhas aleatórias, gosto de fazer isso, as vezes as linhas se tornam esboços interessantes de desenhos que se tornam complexos quando finalizados de forma controlada. Me distraio antes dos rabiscos começarem a tomar forma e quando percebo já posso ver um uma garota em uma praça.

O desenho me assusta com sua simetria com a realidade, como se um artista profissional tivesse desenhado a imagem captada por uma foto, mas também me encanta de forma nostálgica.

O sinal toca e a professora de história deixa a sala, as últimas três aulas passaram de forma tão rápida que eu nem percebi, como se eu tivesse dormido por quase duas horas, o que não é verdade.

- Vamos Lily! - me chama Sônia, as duas estão em pé ao lado da minha mesa e eu não sei desde quando.

Começo a guardar meu material pela última vez esse ano.

- Você está dispersa hoje. - comenta Beatriz pegando meu desenho.

- Tris, ninguém pode culpar ela, hoje é nosso último dia de aula.

Tris vira e revira meu desenho de vários ângulos tentando ver o desenho. Estendo a mão para ela e a mesma me entrega.

- Se não parar de riscar o caderno como uma doida, vai acabar no manicômio.

- Gosto de desenhar. - me defendo.

- Isso é desenho? Só tem rabisco.

- Soni. - digo estendendo o desenho na posição correta. Sônia levanta uma sobrancelha, vira a cabeça tentando encontrar uma forma lógica para as linhas dispersas e aleatórias.

- Tenho que concordar com a Tris, meu irmão de quatro anos desenha melhor.

- Hahaha... Engraçado. - enfatizo com sarcasmo guardando meu desenho.

- Vocês não sabem reconhecer a arte.

Saímos da sala. Josh está me esperando no corredor, então me despeso de minhas amigas e vou até ele.

- E aí amor! - cumprimenta ele antes de me beijar. - Suas amigas estão cada vez mais gatas. - sussurra ele perto do meu ouvido, me afasto e dou um soco em seu braço, sei que é brincadeira, mas não podia deixar barato.

- Elas não gostam de homem capados. - brinco em tom ameaçador. Josh e eu estamos juntos à um ano e ele não poderia ser um namorado melhor

- É por isso que só tenho olhos para você...

- Não acredito em você!

- Estou falando sério, mas mudando de assunto, decidiram para onde vão?

- Amber. - Digo seguindo pelo corredor, Josh me acompanha. Meus pais estão me esperando para pegarmos a estrada, então não posso demorar como de costume ou eles podem até desistir de me levar na viagem.

- Amber? - perguntou franzindo o cenho. - Não tinha uma cidade mais desconhecida e com um nome mais estranho para sua família te arrastar?

- Eu que escolhi.

- Tá, agora me assustei... Qual banda está de passagem por lá... Ou qual fotógrafo famoso?

- Nenhum, a única coisa que me fez escolher esse destino é querer conhecer a cidade.

Josh me encarou com desdém, para ele está claro que estou escondendo algo.

- Por que não posso querer ir para Amber, apenas por querer?

- Por que é o tipo de cidade que recebe ZERO visitantes em séculos. - diz com ênfase exagerada. - Aposto que vai ficar entediada e me ligar implorando para eu ir te buscar.

- Tá legal, se eu não fizer isso, terá que me pagar um celular novo.

- Se eu ganhar quero o mesmo. - diz ele sorrindo com convicção.

- Então está apostado.

Josh coloca minha bicicleta na picape dele e me leva para casa, estaciona em frente a nossa garagem. Abro a porta para descer, nos beijamos uma última vez antes da viagem.

- Queria que você fosse também. - digo chateada.

- Eu tenho que trabalhar e não daria certo eu e a sogrinha no mesmo lugar... Fica para depois da viagem.

- Está me devendo hein...

- Tudo bem, qualquer coisa me liga.

- Não será tão fácil ganhar a aposta.

Saio do carro, assim que entro em casa Josh vai embora. Subo para meu quarto, tomo um banho e almoço, então pegamos estreada em direção a saída da cidade.

Olá leitores Dark o que estão achando do livro? Espero que estejam gostando, mesmo esse capítulo tendo sido bem xoxo... Vocês precisam conhecer a Lily antes das bizarrices começarem.
Não esqueçam o Votinho ajuda pra caramba e comentem ok, quero saber o que estão pensando.

Continue Reading

You'll Also Like

80.2K 4.5K 18
Já leu aquela história que te deixou arrepiado? Aquela que consumiu você durante várias noites e não te deixou dormir?! Estou falando daquela que qua...
736 79 17
𝕾/𝖓 𝖙𝖊𝖒 𝖚𝖒𝖆 𝖛𝖎𝖉𝖆 𝖕𝖆𝖈𝖆𝖙𝖆 𝖊 𝖙𝖊𝖉𝖎𝖔𝖘𝖆 𝖘𝖊𝖓𝖉𝖔 𝖆 ú𝖓𝖎𝖈𝖆 𝖈𝖔𝖒𝖕𝖆𝖓𝖍𝖎𝖆 𝖘𝖚𝖆 𝖌𝖆𝖙𝖆, 𝖖𝖚𝖊 𝖒𝖚𝖉𝖆𝖓ç𝖆 𝖉𝖗á𝖘�...
188K 17.5K 78
Aquela era para ser mais uma manhã pacata na vida de Melina Reis. Ela se preparava para uma entrevista de trabalho quando percebera que estava vivend...
22.2K 2.4K 21
━ 𝐎𝐑𝐄 para não encontrar com o killer bunny, por que caso isso aconteça, não tem pra onde correr. " 〡𝓒𝐚𝐩𝐚 𝐟𝐞𝐢𝐭𝐚 𝐩𝐨𝐫: @Enimochi 𝓜𝐢𝐧�...