Sophia Blanco
Eu pensei que meu pai fosse desistir da ideia de me levar para Londres, mas não, ele não desistiu. No exacto momento em que recebi alta, ele estava me esperando. Disse que me daria um tempo para fazer minhas malas e me despedir. E foi o que aconteceu.
Infelizmente não há outra coisa se não obedecer. Só vou atingir a maioridade em três meses, antes disso, meus pais são os meus responsáveis legais e podem decidir onde eu fico ou não.
Eu não esperava que meu pai recebesse a notícia com felicidade ou que ele entendesse de primeira o que aconteceu. Mas também não esperava uma atitude drástica como essa.
Já está feito, eu estou grávida e nem ele é nem ninguém pode mudar isso. Me levar para longe do Lucas não vai mudar nada do que aconteceu nos últimos meses.
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No exato momento eu estou entrando no apartamento do papai em Londres. A viagem foi cansativa e tudo o que quero é descansar.
— Oi Sophia — a Sandra fala mas não a respondo. Vou direto ao quarto em que fico quando estou aqui.
Subo as escadas até ao quarto e me surpreendo ao abrir a porta. Ele está arrumado, exatamente como eu deixei. Claro, devem ter limpado ele, mas tudo está exatamente onde estava da última vez que estive aqui.
Tiro minha rasteirinha e a blusa, ficando apenas com o sutiã e a calça de pano. E me jogo na cama exausta.
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O som do meu celular tocando me faz acordar. Olho para a tela e é o Lucas.
— Oi meu amor, com você está? E o bebê? A viagem foi tranquila? Vocês já chegaram na casa do seu pai? — Lucas pergunta tudo de uma vez, e isso me faz sorrir, eu sempre saber que ele se preocupa por mim. Não entendo como as pessoas podem olhar mal para o nosso amor. Ele entrou numa casa em chamas para me salvar. A polícia queria esperar os bombeiros, e se Lucas não tivesse entrado com certeza eu estaria morta.
— Calma — solto uma risada fraca.
— Estamos bem, a viagem foi tranquila sim, . Chegamos a um tempo já. — falo vendo a hora no meu celular. Dormi por três horas.
— Que bom. Eu estava apreensivo para ouvir sua voz. Quero que saiba que distância nenhuma vai nos separar — sorrio ao ouvir suas palavras. Não posso esperar para que eu finalmente complete 18 anos e não precise mais obedecer nem ao meu pai e nem a ninguém mais.
— Eu te amo — digo.
— Eu te amo muito mais meu amor.
— Estou com fome — comento. A última vez que comi algo ainda estávamos no avião, e foi apenas uma barra de chocolate.
— Vá comer, por favor. Você precisa alimentar nosso bebê depois eu ligo.
— Ok. Beijo.
— Beijo, te amo.
Encerramos a ligação. Olho em volta e vejo que minhas malas já estão aqui. Meu pai deve ter guardado tudo enquanto eu dormi.
Vou tomar um banho quente; visto um vestido cumprido com alsa fina florido, que deixa minha barriga muito evidente.
Faço um coque frouxo e fico descalça mesmo.
Desço até a cozinha e apenas a Sandra está aqui.
O almoço está na mesa; me sirvo em silêncio e depois que termino minha refeição volto pro quarto e denovo durmo profundamente.