She Wolf

By shelovescntl

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Camila tentou de tudo para fugir de Lauren, mas até quando se pode fugir daquilo que estamos predestinados? F... More

Prologo
1. Cachorrinha

2. Ela ama o controle/Tarde demais

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By shelovescntl


- Levanta. Fiz o seu favorito. – Mesmo com o péssimo humor de Camila ao acordar Lauren ainda se mantinha alegre e sorridente. Tinha um teto sobre sua cabeça, um trabalho estável, uma esposa maravilhosa, quase sempre, e para melhorar uma vida inteira ao lado de sua esposa que a morena sabe que nunca deixará de amar. O futuro era inserto quanto a quase tudo, mas para a morena só o fato de ter Camila em sua vida e saber que se amarão para sempre já era um prefacio de que tudo sairia bem.

Camila soltou o que achou ser o bocejo mais lento e demorado de sua vida, passou as mãos nos olhos após Lauren abrir as cortinas, logo a latina se lembrando que o ato não deveria ser feito com tanta brutalidade porque isso só os irritava ainda mais pela manhã, parou sua mão a caminho dos olhos e foi com calma pressionando as pontas dos dedos em cada pálpebra até poder abrir os olhos sem nada lhe incomodar.

- Obrigada, querida. – Disse a latina se levantando contra sua vontade, aquela noite seria uma das típicas, que não lhe agradavam, desde que completou seus 20 anos de idade e começou a se transformar.

- Grande dia hoje, huh? – Camila passa em frente ao calendário com um vermelho berrante envolta do dia 13 daquele mês, onde embaixo tinha escrito, em um marcador também vermelho, "LUA CHEIA".

- Sim, sim.. Vamos lá.

- Lave suas patas sujas. – Lauren diz a Camila quando chegam a cozinha. Mesmo tendo uma esposa resmungona pela manhã a morena nunca conseguia se conter com as piadinhas quanto a condição de Camila. A latina vai até a pia lavar as mãos, seu estômago estava roncando, mas isso não era novidade para sua esposa que apenas revira os olhos. Após lavar as mãos Camila se joga na cadeira mais perto de si, se alinha a mesa e admira o café da manhã preparado por Lauren antes mandar um beijo rápido em agradecimento e começar a devorar tudo.

Lauren ria de sua esposa. Lembrava-se da primeira vez que a viu se alimentar e só conseguia rir ainda mais alto, Camila, que já estava incomodada com as risadas sem explicação logo se ajeitou a mesa e começou a comer igual gente como sua mãe sempre lhe dizia.

- Qual a graça? Eu? De novo...

- Babe, é que... – E as risadas só aumentavam.

- Lauren! – O rosto vermelho já dizia tudo, Camila não achava um pingo de graça, odiava quando risadas eram desferidas a ela e não havia uma explicação para tal.

- Lembra aquela vez... – Mais uma pausa para risadas. – Que você comeu tanto que não conseguiu levantar do piquenique e uma manga caiu na sua cabeça? – Mesmo tentando Camila não conseguiu prender as risadas, aquela foi a segunda vez que viu o amor da sua vida e ainda conseguiu passar essa vergonha.

- Mas não foi minha culpa, você que me deixou nervosa!

Flashback

Camila lembrava-se como se fosse ontem. Estava em um piquenique que sua mãe insistiu para participar, era uma confraternização com os jovens que faziam aula de gastronomia com a latina mais velha. Após Sinu se mudar para a casa de repouso acabou deixando de lado sua carreira e passará a ensinar jovens da vizinhança e alguns parentes dos outros hospedes do local. Se sentia muito mais realizada após passar a ministrar tais aulas. Naquele dia em especifico tinham acabado de aprender alguns pratos doces e resolveram que fariam um piquenique para saborearem os doces de forma mais descontraída.

Sinuhe estava, de novo, tentando incluir Camila em um grupo para que pudesse socializar, coisa que a latina odiava.

Camila tinha acabado de se sentar no gramado ao lado de sua mãe quando uma voz que pouco ouvira, mas já muito ignorada, soou pelo jardim. De novo não! Pensava Camila, mas sim era a morena que a latina tentando esquecer com todas as suas forças. Não, ainda não tinha aceitado que havia um destino e deveria aceita-lo, para Camila, ainda iria dribla-lo e viver a vida que escolhesse.

Ficara tão nervosa após a morena se sentar do outro lado do extenso pano, em que ficaram os pratos, que começara a comer um doce atrás do outro sem nem mesmo perceber.

Já tinha se passado quase uma hora e Camila ainda não tinha conseguido planejar uma fuga dali.

- É, vocês foram muito bem nessas receitas, pois veja só, minha filha que nem gosta de doce não consegue se levantar de tanto que comeu!

- Mãe, pelo amor de Deus! – Camila escondia o rosto entre as mãos, estava tão sem graça, mesmo sabendo que de certa forma era verdade.

Tentara se levantar e acabou tropeçando nos próprios cadarço, o rosto ficando vermelho na hora, tamanha era sua vergonha em frente aquele bocado de pessoas desconhecidas. Um menino, que estava em cima da arvore colhendo mangas, vira a cena e começara a rir derrubando a manga de sua mão que caiu bem em cima da cabeça da latina mais nova. E assim Camila virou a menina da manga dentro do grupo. Após passar grande vergonha, em sua percepção, frente a morena e os demais Camila decidiu que voltaria ali só para se encontrar com sua mãe e nada mais.

Após aquele dia Camila fugia de tudo e de todos. Já não sabia por que, apenas não queria contato com ninguém que fosse dispensável. Teria total controle de sua vida, decidiria o que quer sim e nada a faria mudar seu jeito. Passou dois anos fugindo do seu amor, mudou de cidade para não ter que se ligar a Lauren, mas isso não lhe ajudou em nada, todo dia pensava na morena, via seus olhos lhe chamando nos sonhos e quando não achava que poderia piorar a passou a vê-la pelas ruas de Detroit, mesmo não querendo, corria atrás de Lauren para logo descobrir que não havia Lauren alguma, era sempre um truque de sua cabeça tentando lhe convencer de que o amor estava ali e ela deveria aceita-lo.

Dois anos em Detroit, dois longos anos. A irritação por se ligar a morena dos olhos verdes foi tanta que em busca de esquece-la Camila se agarrou a seu trabalho. Iriam abrir uma nova sede de sua empresa em Detroit e já estava tudo certo para o vice-presidente se mudar e ficar no controle, mas Camila, com os olhos cegos por um motivo que até a mesma já duvidava, se jogou com tudo na oportunidade de ficar longe.

Ali dois anos depois Camila tinha olheiras, o cabelo já não era tão sedoso e brilhante, nem em seus olhos vivia mais o brilho encantador que sua mãe sempre ressaltava ter vindo de seu pai. Dois anos sem ter notícias da garota do mercadinho, a última vez que a viu foi quando a encontrou pela quinta vez "- Ei, você está me perseguindo! – Camila levou um susto ao se esbarrar com a morena de novo em menos de seis semanas desde que havia ocorrido o imprinting." Corria dela, fugia com todas as suas forças, mas o destino, uma vez traçado, não tinha volta. Demorou dois anos para perceber e aceitar esse fato.

Era dia 23 de dezembro e Camila se encontrava em frente a casa de repouso que sua mãe vivia, sabia que encontraria a morena lá, pois depois de muito pesquisar sobre descobriu que Lauren, como lhe haviam indicado o nome, vinha de uma família de lobos, mesmo não sendo uma completa loba.

Lauren tinha seu pai como lobo, mas não era uma loba completa pois em sua família havia o gene fraco, ou seja, uma geração lobo uma não lobo e assim por diante e como seu pai era lobo só os filhos da morena seriam.

Ao adentrar o local Camila logo avistou sua mãe. Sinuhe estava na cozinha aberta que ficava do outro lado da recepção, logo após o pequeno campo de futebol, estava cozinhando enquanto conversava com alguns jovens.

Eram, no mínimo, uns dezesseis jovens aglomerados, em busca de não perder uma única dica da renomada cheff de cozinha Sinuhe Cabello. Bem ao meio dos jovens Camila lhe avistou. Cabelo mais negro que a escuridão que foram os dois anos longes. Olhos claro e verdes como a grama do campo que Camila cruzava para ir de encontro sua mãe.

Quando Sinuhe a viu um sorriso enorme lhe cobriu a face, com extrema rapidez apagou as bocas do fogão e correu para os braços de sua filha. Não se viam a mais de quatro meses, pois claro, Camila fazia questão de que sua mãe fosse lhe visitar e Sinuhe não reclamava é claro, mas nem sempre a agenda das duas batiam para tais encontros.

Após um longo abraço, um puxão de orelha por ficar longe por tanto tempo Sinu levou Camila para mais perto da cozinha e começou as apresentações para que conhecesse sua nova turma.

- Meninos essa aqui é minha filha Camila solteira Cabello. – As risadas eram altas, Camila sentia saudades das bobagens de sua mãe. – Como em seu nome ela está solteira então venham logo conhece-la meninas.

- Mãe! 22 anos na cara e ainda me faz passar vergonha. – A turma de adolescentes sorriam com a interação mãe e filha. Camila tentava prestar atenção no que sua mãe falava, provavelmente lhe envergonhando mais, porém sua atenção sempre acabava se perdendo na morena que estava no final da mesa ao lado de um homem negro de dreads. Suas mãos estavam juntas por cima da mesa, essa constatação fez o coração de Camila gelar e sua cabeça doer. Não, eu não cheguei tarde demais, pensava a latina.




Vocês também acham que a Camila foi bem idiotinha? haha

Tadinha só quer ter total controle sobre sua vida.

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