Além das Pistas (Degustação)

By NandaDibbern

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Juntos eles são o melhor casal de pilotos do interior de SP. Nas pistas eles são imbatíveis. Mas além delas... More

Prólogo
1 Regresso Turbulento *Elise
2 Tempestade e calmaria
3 Voltando ás corridas
4 Entrevista dos Infernos
5 Desespero
6 Merda no Ventilador
7 A pior família da história
9 Maldita Amnésia
Família reunida Grátis

8 Cerveja e melancolia

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By NandaDibbern

Entrei no quarto, e como sempre acontecia quando ela estava nervosa de mais, ouvi ela vomitando no banheiro, no último ano, isso foi bem recorrente. Empurrei a porta, e ela estava sentada no chão, com a cabeça apoiada no vaso.

Me sentei atrás dela, puxando seu cabelo para trás, e quando vi que ela não colocaria mais nada para fora a puxei pra mim, dei a descarga e a aninhei em meu peito no chão do banheiro. Sem dizer nada, até porque, não havia o que podia ser dito naquela hora.

Fiquei horas ali, acariciando seu cabelo esperando que ela falasse alguma coisa, mas dando o tempo que ela precisava.

Eu nem sabia mais há quanto tempo nós estávamos ali. Mas ela levantou a cabeça e me deu um sorrisinho.

— To aqui lembrando da vez que vomitei por causa do seu pedido de casamento. – ela riu.

Sorri também — Me lembro bem. – falei acariciando seu rosto e limpando uma lágrima com o polegar.

— Naquele dia foi de nervoso, de vergonha, de medo...

— Eu sei, Elise. – sussurrei para ela.

— Mas dessa vez foi de nojo. Como ele... Como ele pôde?

— Ele não sabia, Elise... – minha voz saía mais baixa que o normal, porque ter que defender aquele desgraçado era nojento. — Ele não sabia das intenções dela...

— Não interessa, não era pra ele sair falando de mim assim. – ela falou quase espumando de ódio.

— Eu sei gordinha, ele pisou na bola feio. Mas agora não adianta fazer nada.

— Mas você socou ele. – ela sorriu.

— Não tenho sangue de barata. – sorri pra ela. Se eu não tivesse feito aquilo, acho que nem conseguiria dormir.

Ela deitou a cabeça no meu peito outra vez. — Que bom que socou ele. Obrigada.

— Disponha. – acariciei a cabeça dela. — Sua tia ainda deve ta aí. Quer ir falar com ela?

Ela balançou a cabeça negativamente.

— Quer que eu te leve pra cama?

— Não... — ela me encarou outra vez — Sabe o que eu quero agora?

— Nem imagino. – sorri pra ela.

— Uma cerveja... — ela pensou um pouco — É, é isso, quero uma cerveja.

A afastei de mim para olhar pra ela, achei que fosse uma piada, mas ela estava séria.

Ela se levantou me puxando pelo braço. — Vem Léo, quero o meu Léo vagabundo, o Léo das antigas...

Fiquei perdido. O que ela queria com isso? Nunca tinha visto ela assim, mas entrei na brincadeira, já que era o que ela queria.

Ela saiu do banheiro me arrastando pelo quarto e indo até a cozinha, abriu a geladeira e pegou toda a cerveja de dentro.

— Elise... — a tia dela parou na bancada vendo-a pegando todos os fardos de cerveja.

— Tia, pega um táxi, pode ir embora, não quero papo hoje, ta. – ela jogou um beijo pra ela e saiu correndo pela sala indo para os fundos.

Parei de frente pra Bel — Pode ir Bel. Ela só quer extravasar, pode deixar que tomo conta dela, ta.

Ela me abraçou — Mas ela não ta bem, Léo...

Assenti — Eu sei, mas vai ficar, conhece sua sobrinha, não é? – sorri pra ela, ouvindo a Elise me chamar de lá do rancho. — Não se preocupe.

Saí correndo, e ela já tinha tirado a roupa e estava de calçinha e sutiã na piscina, com a segunda Skol beats na mão.

Eu não tinha ideia do que ela tava pensando, do que ela queria com isso. Já não sabia se era certo entrar na brincadeira. No que aquilo podia ajudar?

— Vem Léo.

Tirei minha roupa, fiquei só com a cueca boxer e entrei na piscina, dispensei a cerveja porque pelo menos eu, tinha que ficar sóbrio.

— O que você quer, Elise? — A segurei pela cintura, a encarando.

— Quero afogar esse dia em cerveja e em Léo. – ela sorriu passando os dedos por minha nuca e inclinando a cabeça de lado.

— Parece um bom plano pra mim. – a beijei passando um braço por suas costas trazendo-a para mim. Beijei seu pescoço até as alças do sutiã, soltei o fecho e a colei em mim ainda mais. Deslizei minha mão por suas costas, enquanto ela dava leves mordidinhas no meu queixo, me enlouquecendo.

Ela colocou a garrafinha na borda da piscina e se agarrou á mim, me beijando outra vez. Mas parou, olhou para baixo, se vendo só de calcinha na piscina. E do nada ela começou a rir. Ela ria, como se tivesse acabado de ouvir a melhor piada do mundo.

Ela me encarou — Eu não acredito... – ela passou a mão pelo rosto, rindo, mas parecendo querer acordar — Sabe o que ele me disse, Léo? — fiquei quieto, apenas olhando seus olhos perdendo o brilho a cada palavra — Disse que ia me cortar pra ninguém nunca mais brincar comigo. — ela ria, ria sem controle.

Senti um choque passar pelo meu corpo. Imaginei na hora que ela estivesse falando do padrasto. A soltei. Realmente aquilo não ia nada bem.

— Olha só que otário. Agora ele vai saber que eu até casei. – ela ria ainda mais.

Então ela se lembrava de tudo. Só tinha editado essas partes quando me contou.

— Elise... − sussurrei pra ela segurando seu rosto – Não faz isso com você amor. Não fica pensando nessas coisas.

Eu nem imaginava a extensão dos danos. Olha onde ela foi parar? Talvez fosse melhor procurar ajuda. Não sei, talvez algum psicólogo.

Ela me soltou e foi até a garrafa, virando todo o resto de uma vez.

E aí começou a chorar. Se sentou no degrau da piscina, abraçou os joelhos e chorou, daqueles choros de soluçar. Eu ficava cada vez mais perdido. Imaginava como estaria a bagunça na cabeça dela, mas não tinha ideia do que fazer.

— Como a gente vai correr agora, Léo? – ela falava baixinho. — Meu pai é um imbecil desgraçado, todo mundo lá já sabe das minhas aventuras infantis. – ela riu entre soluços — Como eu vou voltar pra lá? Como vou encará-los?

Me aproximei dela, e segurei seu rosto. — Você vai voltar como sempre foi, Elise. De cabeça erguida e com uma resposta na ponta da língua pra cada comentário que fizerem. Vai ignorar seu pai como no tempo em que brigavam por tudo. E vai me ter do seu lado.

— Não sei... – ela sussurrou chorando.

— Você não tem que saber nada, Elise. Pensa no tanto de coisa que já nos aconteceu. É pra lá que a gente volta... As coisas dando certo ou errado, é pra terra que a gente volta. – a segurei pelos ombros — Eu vou estar com você, e nós vamos viver tudo o que as pistas nos trouxerem, e o além delas também. Se você superou todos os falatórios do ano passado, isso não vai ser nada. Você só tem que ser você mesma.

Ela sorriu — Então eu não devia beber né... – ela resmungou.

Eu ri — Se você acha que vai te fazer bem... Bebe, extravasa, talvez você precise de uma noite não sendo a certinha de sempre.

— Eu não sou certinha! – ela juntou as sobrancelhas, parecendo indignada. — Eu sou a garota que quebra narizes, se lembra?

Eu ri — Claro, mas isso não te faz uma rebelde.

— E se eu quebrasse o nariz do meu pai? – ela riu.

— Aí acho um pouco de mais. Vamos ficar com o meu plano? – dei um beijo na testa dela.

Ela riu outra vez. — Tá. Bebe comigo? Quero ficar bem doida hoje.

Dei uma piscadinha pra ela. Sim, uma boa ideia. A minha sensatez também já tava indo pelo ralo mesmo. Esse negócio de ser o adulto da relação tava acabando comigo, e devido ás circunstâncias, eu tava merecendo extravasar também.

Gente, só quero agradecer a vocês porque tive uma surpresa fantástica ontem. 😍
Leozinho entrou no ranking 😱😍 #571 em romance, e hj ele chegou a #466 então como amo muito vcs, eu pergunto...

Estão a fim de começar o ano com capítulo duplo?
Digam aí e depois eu volto😘

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