Sophia Blanco
Depois que fiquemos os pedidos para a estrela cadente o Lucas sugeriu que a gente viesse à casa dele já que a Cris vai passar a noite na casa do Marcos. Não precisei pensar duas vezes para aceitar sua proposta.
Estamos neste momento abraçados sobre a cama dele, sentindo o calor dos nossos corpos, que ainda se têm o cheiro do amor que fizemos há alguns minutos.
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— Não acredito — acordo com um grito da Cris. Rezo para que seja apenas um sonho, mas não é. Cris está no quarto do Lucas e nós estamos na cama pelados, não há como negar o óbvio.
— Filha calma — Lucas fala se levantando. Ele está apenas com uma cueca mas Cris parece não se importar.
Também me levanto mas continuo com o lençol cobrindo o meu corpo.
— Calma? Sério pai? Calma? — ela grita.
— Vcês são dois filhos da — Lucas a interrompe.
— CALA BOCA — ele grita assustando tanto a Cris assim como eu.
— A gente pode explicar Cris — digo quase chorando.
Eu não queria que fosse assim, eu tenho medo de como ela pode interpretar as coisas, do que pode acontecer e principalmente de perder a sua amizade.
— Não precisa explicar não, eu entendi, minha melhor amiga é uma vadia que dorme com o meu maldito pai — ela fala irritada mas dessa vez não grita.
— Eu sou seu pai, e você me deve respeito e a Sophia também pois ela é minha namorada — Lucas, ao contrário de mim, continua firme.
— Você sabia que se eu te denunciar o senhor pode ser preso por pedofilia? — A Cris ameaça. A encaro sem acreditar. Ela não faria isso. Eu não acredito.
— Você não faria isso — Lucas diz com o semblante que não esconde sua decepção.
— Faria sim pai, você não pode ficar com uma garrota da minha idade.
— E você, Sophia eu sempre tive você como uma irmã e você dá essa mancada comigo — me sinto ainda mais culpada depois de ouvir suas palavras.
— Eu juro que nada disso foi propositado, as coisas aconteceram e eu... eu não consegui controlar, eu te amo, eu nunca faria nada para te magoar, me perdoa amiga — meus olhos já estão cheios de lágrimas.
— Não me chama de amiga — Cris grita com cara de nojo. Pensar que ela tem nojo de mim é o mesmo que receber uma facada no meu coração, .
— Cris não faz isso comigo, eu te amo, você é como uma irmã para mim.
— Hahahaha — ela ri de forma sarcástica — Me poupe Sophia , você continua mesmo nesse seu mundinho cor de Rosa, você com certeza acho que isso é brincadeira. Aposto que meu pai é apenas um capricho.
— E outra, se você realmente me tivesse como sua irmã, com certeza não estaria na cama do meu pai, pois veria a ele também como pai. — a sua expressão quando me olho é de puro desprezo.
— Chega Cris, você está fazendo drama e sendo mimada — Lucas diz autoritário.
— Voces são dois filhos da puta desgraçados — Cris grita.
Para a minha surpresa, creio que para a da Cris também, Lucas dá um tapa nela que a quase cai no chão.
Eu me sinto ainda mais culpada e agora tenho certeza que perdi a minha melhor amiga.
— Você não pode me insultar ouviu? — Lucas diz apontando o dedo na cara dela — E nem à Sophia.
— Quer saber, vamos resolver essa merda de uma vez por todas — Crjs fala olhando diretamente para o seu pai.
— Está nas tuas mãos papai — diz com ironia — Já que você Sophia, eu quero nunca vou perdoar. Um pai a gente não escolhe mas a melhor amiga sim
— Como assim? O que está nas minhas mãos? Do que você está falando Cristiane? — tal como eu, Lucas parece não entender.
— Você pode ficar com a Sophia, vocês podem ser um casal, mas você vai esquecer que eu sou sua filha, vocês nunca mais vão me ver, ou nós continuamos como pai e filha mas você esquece a Sophia — ela diz séria:
Todos ficamos em silêncio por um tempo. A Cris parece certa do que disse, Lucas parece não acreditar, e eu só consigo pensar no que ela disse: ela nunca vai me perdoar.
— Então? Eu ou ela? — Cris pergunta olhando nos olhos do Lucas.