Sophia Blanco
—Tá, a gente pode tentar — digo mesmo sem ter certeza alguma.
— Que bom, você não vai se arrepender — diz e me beija.
— Espero — digo mais para mim do que para ele. Não sei ao certo o que estou fazendo, e espero não sair machucada.
— Então? O que tem pra comer? — ele pergunta se levantando.
— Sei la — dou de ombros e pego meu celular.
— Tinha me esquecido que a senhorita é uma patricinha que não deve saber nem fritar um ovo — diz em tom de piada.
— E sou mesmo — admito — Você dispensou os empregados, a culpa é única e exclusivamente sua — digo sem desviar a atenção do meu celular.
— Eu só queria passar um tempo só com você — diz e caminha em direção à cozinha.
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Lucas preparou algo para nós dois. Ele cozinha bem. Nunca pensei que um homem que não fosse profissional, poderia cozinhar tão bem.
Ele praticamente me obrigou a lavar a louça quando terminamos. E agora, estou me arrumando para dormir.
Ele sugeriu eu dormisse com ele, mas achei melhor não. Ainda não estou certa da minha decisão. Precisamos ir com calma.
Gosto sempre de dormir arrumada e cheirosa. Mesmo que as vezes eu acorde descabelada.
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No dia seguinte acordo com o som do alarme do meu celular. Quando vou desligar ele, vejo que tem uma mensagem nova, e estranho quando vejo que é o meu pai.
Oi filhota, eu soube que a irresponsável da sua mãe viajou e não me falou nada, eu não estou gostando disso, Você não quer vir morar comigo?
Olho para a mensagem e por alguns minutos imagino como seria morar com meu pai.
Ele é de longe, muito melhor que a mulher que carrega o título de minha mãe. Mas aqui eu tenho minha vida, tudo o que eu gosto está aqui. A Cris, o colégio, e agora o Lucas.
Sou direta e sincera ao responder a mensagem. Ele terá que entender.
Oi pai, eu não posso vir, a mamãe deve não ter tido tempo ou se esqueceu de avisar, eu aqui tenho o Colégio e meus amigos, desculpa mas não posso.
Mensagem enviada, bloqueio o celular e me levanto indo ao banheiro onde escovo os dentes e tomo um banho rápido.
Quando termino, visto uma roupa simples e desço para a sala, mas vou para a cozinha quando sinto o cheiro de café.
— Ora vejamos, o Sr. Aguiar cozinhando — digo me sentando e ele se vira e me brinda com seu lindo sorriso ao me ver pela primeira vez no dia.
— Estou quase terminando — informa — E sim eu cozinho divinamente — diz, sem modéstia alguma.
Ele não demora e termina. Nós servimos e está tudo maravilhoso. Ele deve ter acordado bem cedo, não é possível que uma única pessoa faça tanta coisa em tão pouco tempo.
— O que você achou? — ele pergunta me olhando com um sorriso.
— Nada mal — digo, para provocá-lo.
— Ok — ele diz retirando o sorriso do rosto — você vai lavar a louça — no mesmo momento eu bufo e reviro os olhos.
— Como assim? Não é justo que você dispense os empregados para deixar o trabalho para mim. Você gosta disso, eu não — reclamo, mas Lucas ignora completamente cada palavra que digo, pelo contrário, ele parece se divertir.
— Enquanto você se diverte aí, eu vou tomar banho — diz e levanta. Me olha com um sorriso provocador e se vira saindo da cozinha.
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De tarde, Lucas e eu assistimos a um filme agarrados no sofá. Quem vê, não imagina que mais cedo estávamos quase discutindo por conta da louça suja.
— Você não quer jantar fora hoje? — Lucas sugere me olhando.
— Não acho uma boa ideia, a imprensa anda atrás de novos casais — digo e ele parece entender. Depois de ser noticiado que ele está saindo com a minha mãe, se fôssemos fotografados juntos não seria bom para nenhum de nós.
— Mas nós podemos fazer algo especial aqui mesmo — ele diz sorrindo.
— Como? — pergunto curiosa.
— Eu cozinho e você me ajuda a arrumar tudo. Será um jantar a luz de velas