O Diário de Marriê

By BelladonnaRiley

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Marriê é uma garota que teve Sua vida tomada pela dor e muitas dificuldades. Sua infância se passa em uma cid... More

Prólogo
Infância
14 anos depois de Tita
Ciúmes do desconhecido
Desavenças e confusões
O Perigo
O Sonho
Romeu e Julieta
Primeiro encontro
Reencontro um pouco indesejado
O perdão
Nota
Uma pitada de dor
A viajem
Lembranças não tão doces

Briga

9 1 0
By BelladonnaRiley


Isso não ia ficar assim. Para quem já recebeu uma facada, levar um tapa nem faz cócegas. Sorri antes de dar um soco na jararaca que cambaleou para trás, ela tentou limpar o sangue que saía do seu nariz, enquanto me olhava incrédula. Há anos esperava por aquilo,daria a ela o bem merecido por tudo que ela me fez, pelas piadinhas que me lançava, as fofocas que espalhava sobre mim, ela pagaria por tudo.

Apesar de Stacye ser mais alta que eu, diferente de mim ela não teve treinamento de defesa pessoal e artes marciais desde pequena, ela estava em desvantagem naquela luta de um contra um. Bati muito nela antes que separassem a briga, nos levaram para a enfermaria e depois para a sala do diretor, eu não tive muitos arranhões já a Stacye saiu dessa com mais curativo do que gente. Felizmente não fomos suspensas nem expulsas, recebemos um longo sermão sobre não perturbar a paz da universidade e conviver com as diferenças alheias. Como castigo ele nos fez limpar todo o ginásio após a aula.

Quando saímos Liz estava me esperando com um sorriso debochado no rosto olhando para os muitos curativos da Stacye.

- Ela teve o que mereceu. - disse. - Mas não esperava que fosse você a dar uma surra nela .- gargalhou.

- Ela passou dos limites. - falo - Quase fomos expulsas.

- O diretor não ia jubilar vocês duas, garota. - jubilar é um apelido carinhoso para expulsão, que os alunos inventaram. - Os pais de vocês são colaboradores influentes da universidade.

- Isso não nos deixa livres para quebrar as regras, Liz. - isso era verdade.

- E quanto a você e o Andrew? - perguntou com euforia.

- O que tem ele?

- Aconteceu o que depois que eu sai?

- Ele me contou como foi parar lá e nós brigamos.

- Vocês não tem jeito mesmo. - disse.

Jhefrey chegou para me buscar e demos carona para a Liz até a casa dela. No caminho, contei os detalhes de como o Andrew nos achou e porque briguei com ele. Deixamos ela em casa e fomos para a minha. Para minha sorte meus pais não estavam em casa, então fui direto para meu quarto.

Tomei um banho e coloquei um vestido de alcinha leve, na cor verde água, prendi o cabelo em um coque frouxo. Peguei meu celular e chequei minhas notificações, havia uma mensagem do Andrew, pensei em não visualizar, mas acabei por lê-la.

Chat em on:

"Me desculpe pela forma rude que lhe tratei hoje, eu só fiquei zangado com a situação toda, com o que poderia ter acontecido. Estava certa, não deveria dizer para a Jenna ir andando e que a pegaria no caminho, por minha culpa vocês duas quase morreram. Vou entender se não me perdoar."

"Perdoar pelo que? Por ter nos salvado? Eu só tenho pelo que agradecer, não devia ter falado sem pensar, sou eu quem deve pedir desculpas. "

"Podemos sair para comermos algo amanhã depois da aula? "

"Não podemos, mas vou fazer um esforço."

"Prometo ser um perfeito cavalheiro kkkk."

"Ok então kkkk."

Chat em off.

Bloqueei a tela do meu celular com um suspiro, peguei o livro na gaveta, começo a ficar vidrada na história. Eles merecem um final feliz.

"Se o amor é cego, nunca acerta o alvo."

O sono me pegou e eu nem notei quando. Naturalmente,o sonho veio, venho tendo o mesmo sonho desde o incidente.

Estava na campina outra vez, não perdi tempo e logo tratei e procurar pelos olhos castanhos dele, os encontrei a me observar na beira da campina recostado a um carvalho como sempre. Notei que o vento, que agitava meus cabelos, estava mais frio que o de costume e que as folhas de algumas arvores mudaram de cor. O outono havia chegado. O príncipe de meus sonhos passou então a caminhar em minha direção encarando-me, mas eu sabia que aquele olhar e aquele sorriso não me pertenciam. Quando ele estava perto o suficiente para eu enxergar cada linha de seu rosto, o chamei, precisava lhe dizer o que estava entalado na garganta.

- Andrew? - chamei, mas ele continuou a caminhar. - Por favor me ouve, não faz isso comigo. Você parte meu coração toda vez que visita meus sonhos.- eu já estava gritando. - Andrew, isso dói demais, irei desistir de você se não olhar para mim agora.- ameacei aos gritos.

Ele parou, esse simples ato pintou minha mente de verde e encheu meu coração de esperança e alegria, meus sorriso se desfez no momento em que voltou a caminhar em direção a Stacye, lhe oferecendo seu mais belo sorriso. Sei que ela me via, pois sempre fez questão de me olhar com deboche ao abraçá-lo, porém dessa vez ela me lançou um sorriso vitorioso.

Meu coração que por alguns segundos estava cheio de esperança, agora se encontrava despedaçado. As lagrimas de dor vieram com força em conseqüência, um choro sofrido. Já estava ficando difícil respirar quando senti dois braços me puxarem e me envolverem em um abraço, apesar de estranhar o que acontecia, eu me sentia confortável e um pouco feliz. Quando finalmente me acalmei, ergui minha cabeça para ver o rosto de quem me protegia da dor, meus olhos pararam sobre duas esmeraldas que me encaravam acompanhadas por um sorriso terno.

- Taylor? - seu nome saiu de meus lábios como um sussurro. Taylor alargou ainda mais o sorriso, o que eu julgava ser impossível. Queria muito acreditar que sentia dor naquele momento, que sentia raiva pela traição, mas eu me sentia bem, era como voltar para casa depois de passar meses longe dela.

Escutei além me chamando, uma voz feminina, levei alguns segundos para identificar que me chamavam no mundo real e que tudo aquilo não passava de um sonho, um sonho muito bom. Ao abrir os olhos me deparei com o olhar preocupado de Lucy. Percebi que tanto o meu travesseiro quanto meu rosto estavam úmidos, eu havia chorado durante aquele sonho tão real.

- Você está bem, minha menina? - perguntou Lucy. - Eu te chamava e você não acordava, não respondia, já estava para chamar um medico. Principalmente porque você estava chorando, parecia estar com dor. - disse me abraçando.

- Eu estou bem Lucy, foi penas um sonho. Obrigada por cuidar de mim, se preocupar e vigiar meu sono. Eu te amo Lucy. - falei apertando-a ainda mais em meus braços.

- Eu também, minha pequena.- ela era a única que eu permitia me chamar de pequena. - O jantar ta pronto, mas ante o seu pai quer falar com você sobre uma ligação que recebeu hoje do diretor da universidade. Você está encrencada mocinha, o que você foi aprontar?- perguntou curiosa.

- Chamei Stacye de sádica e ela me deu um tapa no rosto, eu revidei em dobro. - ela estreitou os olhos, afinal ela já conhece com quem esta lidando. - Está bem, foi bem mais que o dobro,mas ela mereceu, faz tempo que me importuna e eu não falo nada.

- Eu não entendo, vocês eram tão amigas.

- Deixamos de ser amigas porque ela quis assim, nem sei direito porque ela me afastou e agora nem quero saber.

- Está bem, seu pai está no escritório, vai falar com você lá. Diga para ele que já vou servir o jantar.

- Ok!Ok! - disse caminhando até a porta.

Descia as escadas quando avistei Violet e Eliza que iam começar a subir, mas ao me ver elas pararam e se posicionaram uma em cada lado da escada, começaram a assoviar uma macha fúnebre conforme eu a descendo, estavam eretas em uma pose exagerada como se fossem soldados. Quando estava passando entre as duas Eliza se pronunciou.

- Morta passando. - falou contendo o riso.

- Idiotas! - fali tentando não rir e falhei miseravelmente. As duas explodiram em gargalhadas.

- O papai vai te matar. - falou Violet ainda tentando se recuperar da crise de risos. - Posso ficar com seu urso gigante? - perguntou rindo da minha miséria.

- Vocês são umas horríveis. - rimos. - Vou indo antes que o papai me clone e mate todos os meus clones.

O papai estava me esperando no escritório, usei de esperteza e entrei anunciando o jantar, não queria que aquela conversa fosse muito longa. Confesso que sempre gostei de conversar com o papai, ele me ouve e tem sempre bons conselhos, além de me fazer dar boas gargalhadas.

No fim das contas ele me deu a razão, mas me disse para seguir as regras. Fomos jantar, o bife a par mediana da Lucy estava maravilhoso. Conversamos e rimos durante todo o jantar, também contei sobre o que ocorreu no colégio, sobre como dei uma surra em Stacye, minha mãe fez caras e bocas durante toda a historia, tornando tudo mais engraçado.

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É isso aí meus amores! esse foi o segundo capitulo de hoje.  Obrigada por estarem acompanhando a história. Em breve estarei publicando mais, já esta escrito só tenho que revisar e digitar.

Se não for muito incomodo, eu gostaria que vcs indicassem tags para esse livro nos comentários.

PS:" Não importa o quanto as coisas estejam ruins, depois da tempestade sempre vem a calmaria."

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